𝗠𝗜𝗡𝗛𝗔 𝗠𝗔𝗥𝗖𝗔; dean w...

By aleautora

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O novo nefilim, Jack Kline, vem ao mundo trazendo diversas revelações sobre si. Após fugir dos irmãos Winches... More

𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐎
CAPÍTULO 01
CAPÍTULO 02
CAPÍTULO 03
CAPÍTULO 04
CAPÍTULO 05
CAPÍTULO 06
CAPÍTULO 07
CAPÍTULO 08
CAPÍTULO 09
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23

CAPÍTULO 12

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By aleautora

Músicas para recomendada para escutar durante a leitura: Don't Blame Me - Taylor Swift.
Boa leitura!

— 𝐏𝐞𝐜𝐚𝐝𝐨;

Qualquer tortura seria melhor do que isso agora. Asmodeus simplesmente aproveita-se de mim mais uma vez tornando minha fraqueza em seu entretenimento favorito novamente.

Seu poder permanece em minha cabeça me trazendo uma das minhas piores memórias, de quando me arrancou a única pureza que eu possuía. Os detalhes são horríveis de se relembrar e não que eu tenha esquecido completamente, contudo, meu maior desejo era que isso fosse arrancado da minha mente.

E ter que reviver aquela ocasião é uma espécie de inferno. Clamei por Dean assim como eu gritaria por Caim e tudo que quero é que ele tenha seguido meu conselho. Sei que o que Asmodeus está colocando em minha cabeça não é real no momento, mas já foi real uma vez. É como se pudesse sentir suas mãos grotescas pela minha pele me infringindo ainda mais.

"Caim não está mais aqui pra te salvar, sendo assim, você está sozinha."

Essas palavras vão e voltam repetidamente em minha mente e doem como o veneno que corria em minhas veias hoje mais cedo. Minha fraqueza não me permite reagir, não consigo sentir meus próprios poderes porque a sensação de estar sendo violada tremenda vezes bate constantemente em mim.

Eu abro meus olhos com muito esforço procurando qualquer encontro com a realidade. A verdadeira realidade. Meu corpo não aguenta e cai sobre o chão gelado enquanto me contorço usando isso como uma maneira de me afastar ainda mais do monstro de terno branco.

Olho ao redor e só vejo somente Sam e o homem britânico com expressões de dores em seus rostos. Quero ajudá-los a se salvarem da dor, mas não consigo salvar nem a mim mesma, o que me faz sentir uma completa inútil. Entretanto, presto atenção em um detalhe importante. Dean não está aqui. Em nenhum lugar perto dos dois e nem outro quanto do cômodo.

Dean simplesmente não está aqui, o que significa que ele entendeu meu recado. A ideia de que Asmodeus pode ser petrificado pela maldição da Medusa veio de quando me lembrei de que eu poderia matá-lo somente com um olhar se estivesse com potência máxima.

Precisei usar muito da minha lucidez mental pra conseguir gritar a frase que a criatura nos disse durante o instante em que estávamos fugindo dela e pra ser sincera, estou contente de que Dean tenha aprendido a usar o cérebro por alguns segundos pra raciocinar o que eu estava querendo lhe transmitir.

— Asmodeus! — ouço seu grito furioso de longe e sinto um alívio sobre minha mente, que lutava brutalmente para sair daquela memória pra conseguir permanecer na visão do bunker. — Eu estou indo até você!

— Fechem os olhos! — anuncio para os dois humanos, ambos fazem o que pedi e Asmodeus não me dá atenção por estar procurando Dean.

— Como ele...? — o monstro se pergunta.

— Como achou que isso acabaria, seu escroto? — digo pelas suas costas e me levanto rapidamente para segurar sua cabeça firmemente na direção que escuto os passos firmes do Dean.

Vejo por cima do ombro de Asmodeus os pés do caçador atravessando a sala e uma marreta está na altura do tornozelo dele junto de algumas cobras miúdas mortas. O príncipe do inferno tenta se livrar de mim, porém arranjo forças com muito esforço para conseguir me manter imóvel.

— Aproveite o resto da eternidade com o Vazio, seu filho da puta! — antes mesmo que Dean terminasse a frase, fechei meus olhos e sinto algo brilhar intensamente na minha direção.

Solto o sujeito, abro meus olhos quando o brilho some e observo Dean largar a cabeça coberta no chão a beirada das escadas virada para o lado contrário de nós. Ele desce calmamente com a marreta ainda em mãos.

Olho para Asmodeus, o efeito de pedra começa a se espalhar de seus membros inferiores para os superiores e o semblante medroso é a coisa mais satisfatório que já vi em séculos. Antes de chegar ao pescoço, eu corro até a espada de anjo mais próxima e faço um corte na garganta. Em seguida, uso uma mínima quantidade de poder para recuperar o pouco de graça de arcanjo do meu tio que ainda está nele e a solto pelo bunker vendo a luz graciosa correndo na direção de sua casca, assim, sumindo de minha visão.

Ele tenta abrir a boca para deixar sua fumaça se instalar em outro corpo, mas antes que isso aconteça, fecho meu punho usando o pouco do meu poder para impedi-lo de escapar.

O efeito da maldição está chegando a sua mandíbula e ele mexe os olhos freneticamente como se isso fosse o livrar do que irá definitivamente acontecer. Eu me aproximo do seu rosto com um sorriso vitorioso.

— Você já deveria saber que não há nada que eu faço melhor do que vingança — ele me encara com raiva e meu sorriso aumenta. — Adeus a você e esse seu terninho ridículo, seu merda.

Sendo assim, o efeito finalmente alcança seu nariz correndo apressadamente para toda sua cabeça e tomando conta de todo o seu ser. Um suspiro de alívio sai de mim e sinto que acabei de me livrar de um fantasma que me percorreu a vida toda.

— Seu QI é extremamente alto pra conseguir lembrar da Medusa enquanto estava sendo torturada — Sam comenta, levantando-se junto do outro homem.

— O que vão fazer com a estátua agora? — Ketty pergunta.

Dean olha para a marreta em suas mãos e a ergue pra mim.

— Faça as honras — ele diz sério.

Posso ver que ele ainda está descontrolado e com um olhar ameaçador, mas não para mim, temo que seja para com todos os outros.

Preciso fazer isso que ele indica. Tenho que me libertar do que sofri. Eu mereço isso depois de tanto tempo. Então, agarro a marreta e seguro firme seu cabo a observando. Analiso a estátua de Asmodeus por finalidade, sabendo que essa será a última vez que esse rosto me causará qualquer tipo de medo.

Acerto o meio da imagem de pedra com todo o ódio e rancor que posso. Assim a faço cair no piso e com uma última marretada destruio sua cabeça, o lugar onde habitava todos os planos malignos com a minha família, seja eu, meu tio ou meu irmão.

— Esse é o fim da existência dos príncipes do inferno — eu afirmo. Observo a estátua destroçada e entrego a ferramenta ao Winchester mais velho sabendo que deixei o mundo melhor me livrando desse monstro.

Porém, o alívio que eu esperava que saísse de dentro de mim não vai embora. Permaneço com a agonia mesmo que minha mente me diga que minha consciência tá limpa. Aquilo que me arrancaram não foi devolvido. Queria me libertar dessa sensação, mas ela insiste em ficar e é como se isso estivesse impregnado em mim como uma sujeira que nem mesmo o melhor sabão do mundo tire.

Minhas mãos ainda tremem de nervosismo. As recordações que ele colocou em minha cabeça insistem em irem e voltar. Toda vez que pisco me vejo naquela situação horrível. Suas mãos sujas abusando do meu corpo enquanto eu pedia pra que parasse. Dói. Ainda está doendo muito.

Minha visão fica turva por conta das lágrimas que estão se formando mais rápido do que eu imaginava que seria. A minha respiração está cortando, voltando brevemente e se esvaindo se fazendo de difícil para voltar ao normal. Meu coração acelerado dá a sensação de que ele vai saltar pela boca e ficarei com um vazio infinito em meu peito.

Eu sinto uma mão maior agarrar a minha. Sua pele é morna adquirindo um toque confortável e convidativo. Não consigo enxergar quem é pois parece que minha mente está fora de órbita me arracando da realidade. Seja quem for, me leva a algum lugar e eu não sei o porquê, mas algo me diz que posso confiar. Mesmo obtendo o medo de que algo ruim aconteça contra mim, de novo.

Paramos. Minha mão é colocada sobre o peito de alguém e consigo sentir o batimento acelerado da pessoa também. Será que estou alucinando novamente?

— Se concentra na minha voz — reconheço essa voz. A reconheceria à metros de distância. É o Dean. — Preste atenção no meu coração, só no meu.

Só o fato de ouvir a voz dele me deixa mais tranquila, porque isso me trás de volta a realidade.

— Você está segura, acabou — consigo perceber que ele dá pausas grandes entre suas falas. Quer dizer que ele está tomando cuidado com o que diz. Sei que ele não faz o tipo de pessoa que ajuda emocionalmente os outros, mas ele está tentando. — Vai ficar tudo bem.

Tento me concentrar na sua voz, no seu toque e no seu batimento cardíaco. Mas não é suficiente para que eu me esqueça dos efeitos que meu corpo está tendo por causa da minha crise repentina. Duas em um único dia. O que está acontecendo comigo?

— Não quero pensar em mais nada — eu admiro, querendo desacordar.

Tenho em mente pedir para ele que me mate, assim posso dormir por um tempo e voltar logo depois. É uma maneira que encontrei para lidar sozinha com minhas crises porque se eu morrer irei voltar abalada, mas não com esse turbilhão de coisas diferentes acontecendo em mim.

— Quando eu era adolescente, estava caçando com meu pai e eu lembro de estar prestando atenção ao meu redor — olho para ele, finalmente consigo ver alguma coisa a minha frente nitidamente. — Só que eu esqueci de olhar pro chão e pisei com tanta confiança sem perceber que era um buraco. Fiquei coberto de lama por três horas seguidas e estava me sentindo uma parte de uma argila já.

Meu cenho franze. Por que ele está me contando isso? Não entendo.

— Aí quando eu cheguei ao motel, Sammy riu de mim enquanto me apelidava de Homem Barro e disse que eu seria a nova lenda da cidade — um sorriso pequeno e nostálgico aparece em seu rosto. — Desde então eu sempre presto atenção onde devo pisar.

— Por que está me contando isso?

— Porquê sua respiração regulou e suas mãos já não estão tremendo tanto quanto antes — eu paro pra observar o que ele disse e é verdade. Não me vejo tanto em pânico quanto antes. — Te distrai e assim parou de prestar atenção nas coisas que estavam te impedindo de se acalmar.

Ninguém nunca conseguiu fazer isso antes. Não dessa forma. Nem mesmo Caim conseguia me impedir de surtar quando eu estava na pior, ele normalmente sempre fazia o que eu implorava. Me matar. E quando ele se negava a fazer isso, eu mesma arranjava uma maneira para concluir meu próprio método.

— Eu sei que a gente não tem nem um por cento de intimidade e isso vai ser estranho pra mim também, mas vem cá — ele me puxa delicadamente e gruda nossos corpos em um abraço. Não sei o que fazer em relação a isso. Não sei se deveria retribuir e por que deveria? Mas ele pousa minha cabeça em seu peito e a deixa posicionada sobre seu coração ao lado da minha mão direita. — Só o escute e respire devagar.

— Dean... — quero lhe contrariar e fugir daqui. Não estou habituada com nada disso do que ele tá fazendo. E por que ele está fazendo? Está tudo confuso para mim. Ele não diz nada.

Contudo, seu abraço é aconchegante por incrível que pareça. Ele parece decidido disso pela forma que seus braços não vacilam enquanto me envolvem, diferente de mim que estou tão incerta se isso é a coisa correta a se fazer. Se é o certo deixá-lo se aproximar demais.

Seu coração está minimamente acelerado, porém com o tempo que permaneço aqui vou percebendo que ele sossega. A respiração de Dean bate contra minha orelha  e isso me lembra do momento em que sua boca estava tão próxima da minha no instante em que eu morria lentamente sobre o capô do seu carro.

Me lembro de elogiar seus olhos e senti tanta vergonha de mim própria quando voltei "sóbria" porque eu não iria admitir isso para ele estando bem. Como também sei que não o deixaria me abraçar assim se estivesse no meu melhor. Estou permitindo que ele se aproxime e isso não pode acontecer.

Mesmo entendendo o porquê de ele ter matado Caim, parte de mim ainda odeia que ele tenha feito isso. Odeio o fato de ele achar que não sou confiável. Odeio que ele presuma que sou ruim como meus pais. Odeio ele por ter sido tão malvado com meu irmão. Odeio quando ele me encara demais com um olhar indecifrável. Odeio quando ele me manda fazer algo. Odeio seu temperamento. Odeio quando ele zomba de mim. Odeio ele por ter conseguido aquela marca desgraçada. Odeio ele por invadir meus sonhos e estragar minhas noites de sono. Odeio, odeio, odeio, odeio, odeio, odeio!

Mas acima de tudo o odeio por ser tão babaca e me tratar de um jeito ridículo e agora estar me abraçando aqui sem deixar eu escapar dos seus braços depois de me salvar e me acalmar de uma crise usando uma maneira que nunca funcionou com ninguém antes.

— Por que seu coração estava tão acelerado? — a pergunta foge dos meus pensamentos intrusivos.

Ele continua em silêncio e eu acho que não receberei nenhuma resposta em troca por contas dos segundos que demora.

— Você sabe o porquê — ele fala baixinho, dessa vez tão próximo de mim que sinto seu hálito quente em minha orelha.

Uma coisa nova que odeio em Dean Winchester, quando não responde minhas perguntas com clareza.

— Eu quero ficar sozinha.

— Pecado...

— Eu preciso descansar — digo, deixando que ele me solte primeiro.

— Você está certa — ele afirma, mas só pelo seu tom de voz consigo notar que não está de acordo que eu me afaste.

Eu não o encaro — o que me faz perceber pela primeira vez que estamos em meu quarto —, apenas caminho até a beirada da cama e me sento nela.

— Dê uma olhada do meu tio e ligue pro Castiel pra avisar que eles podem voltar, por favor — peço enquanto encaro o chão.

— Está bem — sua voz é firme, então ouço seus passos indo para longe e minha porta sendo aberta.

— Winchester — o chamo levantando o olhar para encarar ele depois de tanto querer evitar. E lá está ele parado na saída segurando a maçaneta enquanto me observa com aquele olhar mais uma vez, durante o instante em que espera algo de mim. — Obrigada.

Ele só sobe a cabeça e assente me analisando com as suas íris verdes.

Então, Dean fecha a porta me deixando só nesse quarto sem vida. Eu me deito e puxo a coberta até meu pescoço me sentindo mais cansada psicologicamente do que fisicamente. Minhas pálpebras pesam e eu concordo que elas devem descer. Fico aliviada quando a única coisa que vejo é só a escuridão. Sendo assim, me permito cair no sono.

Trouxe mais este capítulo para vocês. Espero que tenham gostado e que estejam satisfeitos com o decorrer que a fanfic está adquirindo. Me desculpem se houver algum erro ortográfico, escrevi este viajando.

Quero pedir pra que deixem o votinho de vocês pois isso me deixa super feliz. Já agradeço desde agora, meus amores!

Total de palavras: 2567

Não se esqueçam de beber água, comer direitinho e se cuidarem. Beijinhos, meus amores e amo vocês! <3

~ alezinha 🦋.

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