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PERDEMOS.
E a primeira derrota do ano não podia ser diferente. Num jogo que foi foda pra caralho desde o primeiro segundo. Estou dizendo isso porque mergulhei de cabeça em busca desse título. Eu precisava ganhar. Fiz o que eu pude.
Mas os filhos de uma puta de verde meteram quatro malditos gols em nós. Que inferno.
— A gente fez um bom jogo — diz Cebolinha, tentando atrair minha atenção pois sabe que eu não estou mais nesse mundo. Minha mente está longe, bem longe.
Não quero pensar nessa derrota, não agora quando estou com o sangue fervendo de ódio. Preciso me acalmar. E o melhor jeito de fazer isso é encontrando um rosto em particular.
Ergo a cabeça e começo a caçar uma linda morena pelas arquibancadas. Só em ver o rosto lindo da Luanna e eu já vou me sentir muito melhor.
Mas ao invés dela, eu dou de cara com o infeliz branco que a persegue.
Observo Veiga conversar com os jornalistas depois de receber a tacinha de craque do jogo. Filho de uma puta do caralho. Já não basta meter dois gols no meu time, e ainda é nomeado como a estrela da partida. Vontade de meter um soco nessa cara de playboy dele.
Estou tão pilhado com tudo que sinto que nem penso ao me aproximar, deixando o Cebolinha falando sozinho e aproveitando o curto momento em que o playboyzinho não está rodeado de gente.
— Ô seu imbecil! — Bufo com a voz firme, o obrigando a virar na minha direção com a maior cara de tacho. — Quando disse que ia resolver no campo, 'tava falando sério. Mas acho que esqueceu que aqui a conversa é diferente.
Veiga me analisa brevemente, ficando sério.
— No campo não tem conversa — diz friamente, o olhar cansado e a expressão de quem está pra pouca conversa.
Maravilha, se eu for arrebentar a cara dele, pelo menos estarei em vantagem já que ele parece tão exausto que no primeiro soco desmaia.
— Então qual foi daquela comemoração, porra? — pergunto, elevando o tom de voz e o deixando ainda mais sério, talvez um tanto confuso. — Ficou maluco?
— Me fala, em qual delas eu fiquei maluco? — ele pergunta, consigo ver um sorrisinho de deboche surgindo naquela cara de mimado. — Quando eu chutei a bandeira na cara da sua torcida ou quando eu homenageei a Lu?
— É melhor que você fique bem longe dela — aponto um dedo pra cara de Veiga.
Mas não é que o desgraçado não se intimidou. Pois é, ele dá um passo pra frente de forma que meu dedo encoste em seu rosto. Tornando da minha ameaça uma afronta.
Seu olhar se fixa no meu. E é nesse pequeno momento que eu percebo que teve muito mais por trás de todos os gols e comemorações. Desgraçado. Soube me atingir direitinho. E agora eu estou aqui fazendo papel de surtado.
— Ou o quê? — ele continua.
Abaixo o dedo e fico em silêncio.
Veiga abre um sorriso ao perceber que eu baixei a guarda.
— Vai se vingar metendo gol no meu time de novo? Fazer gol não resolve os problemas, Gabigol — há tanto deboche na voz de Veiga que até penso que ele virou flamenguista.
Como pode um playboy desse tirar sarro de mim assim?
Mas bem, eu dei o que ele queria. Ele me provocou e eu, como um burro do caralho, vim pagar de machão.
Só que eu continuo sério. Longe de mim cometer o erro de vir até aqui, porque estava puto demais, e sair sem dizer mais nada. Não posso perder de novo, não. Muito menos numa discussão com o Raphael Veiga.
— O quê? — Abro o maior sorriso que eu consigo e olho pra taça em sua mão. — 'Tá achando que isso daí te torna melhor?
— Não 'tô querendo ser melhor do que ninguém.
— Então por que caralhos você dedicou o gol a minha mulher?
— Sua mulher?
— É, porra! — Minha vez de dar um passo pra frente e elevar o tom de voz. — Minha mulher. 'Tá surdo?
— Por que você não admite que a Luanna fica bem melhor sem você? — o sorriso dele se desfaz e ele fica sério de novo.
— E por que você não admite que só está ajudando porque acha que ela vai te dar outra chance?
— Eu não quero outra chance.
Rio do que diz porque até parece piada.
— Qual foi? — pergunto. Veiga me olha com mais atenção, tentando me entender. É agora que eu soco a cara dele? — Porra, cara, desencana. Acha que dedicar um gol a ela vai mudar tudo que aconteceu? Todas as merdas que você fez ela passar? — Ele me olha em silêncio, sabendo que toquei num assunto delicado. — É fácil apontar os erros dos outros, né? Mas pode ter certeza que a Luanna nunca vai esquecer de quando foi usada como tampa buraco.
Veiga se fecha, continuando em silêncio. E eu agradeço a Deus por isso, finalmente soube calar a boca desse playboy.
— Agora escuta o que eu vou te falar — continuo, me aproximando mais e olhando no fundo dos seus olhos. — E escuta com atenção.
O playboyzinho fica quieto mais uma vez, mas seu olhar está gritando xingamentos.
— Fica longe dela e torça para que o que aconteceu no jogo de hoje não gere ainda mais problemas pra gente, porque se eu ver uma única pessoa falando mal da Luanna, por achar que ela está com você, eu vou te caçar e 'cê vai pagar.
Veiga balança a cabeça, olhando para baixo sem concordar ou discordar do que eu acabo de dizer. Quando ergue a cabeça de novo, vejo um olhar que nunca havia visto nele antes. Está possuído de ódio.
— Eu sei as merdas que eu cometi — ele começa, a voz firme, mas nada elevada. Está mantendo a calma. — E estou lutando todos os dias pra ser alguém melhor pra ela. Essa é a diferença entre nós. Enquanto eu estou lá por ela, você está por aí, vacilando.
— Ah, agora pronto — olho pra cima sem acreditar que estou ouvindo esse sermão de bosta.
Ok, estou nervoso de novo e me alterando mais uma vez.
Eu não consigo ser calmo que nem esse filho da puta, não. Maturidade eu enfio no cu. Aqui é explodir e foda-se. Talvez eu vá me arrepender de agir assim? Com certeza, mas não estou nem aí.
— Você nunca valorizou a Luanna, seu merda! — Estufo o peito e volto a falar. — Não vem me falar que 'tá tentando ser melhor que todo mundo conhece esse papinho.
— Vai se foder — olha só, ele mandou a calma pra puta que pariu também. — A Luanna 'tá bem melhor sem você, caralho. Essa é a verdade.
— Ah, vai tomar no cu! — Dou uma ombrada nele e escuto pessoas se aproximando. — Você é um covarde. Faz suas bostas e agora que a Luanna 'tá numa fase mais sensível, vem com o rabinho entre as pernas, tentando se redimir.
— E ela 'tá numa fase sensível por quê? — Não respondo porque minha resposta vai ser um soco e tem gente demais aqui pra isso. — Porque, pelo visto, quem anda sendo o merda agora é você.
Nesse momento, sinto alguém agarrar meus ombros e me puxar para trás. Vejo dois caras fazendo o mesmo com o Veiga. Mas nós dois resistimos. Afinal a discussão ainda não se encerrou e Veiga não parou de falar:
— Você não merece a Luanna — ele continua dizendo e eu só consigo sorrir pelo que ouço. Mas meu sorriso desaparece com a mesma rapidez que apareceu assim que ele diz a próxima parte: — E você não merece o bebê.
Me desvencilho da pessoa que me segura com tanta rapidez e força que ela nem consegue me acompanhar.
— Fala isso de novo!? Eu quero ver você falar de novo, porra!
Vou pra cima do Veiga sem mais nem menos, e um dos caras que o segura, Zé Rafael, ergue uma mão para me empurrar pra longe. O cara é forte e consegue me afastar com apenas um toque.
— Porra — levo uma mão ao peito, sentindo a dor do impacto. Mas ignoro ao ouvir as palavras de Veiga se repetindo na minha cabeça. Olho pra ele de novo e tento me aproximar mais uma vez. — Fica longe dela e fica longe do meu filho.
Não consigo ouvir o que o Veiga diz ou se ele sequer ousou me responder depois disso.
Tem duas, talvez três pessoas me arrastando pra longe. E quando eu digo longe, quero dizer longe mesmo. Porque eles me cercam, me prendem e me arrastam estádio adentro até eu me ver preso no vestiário com dois branquelos de braços cruzados na minha frente.
Eles formam uma puta barreira caso eu queira passar.
— Você vai ficar aqui até se acalmar — avisa David Luiz com aquele olhar de peixe morto, me olhando como se eu fosse o próprio peixe a morrer. — Então respira e relaxa um pouco aí.
— Só vou relaxar quando eu arrebentar aquele filho da puta!
Dou um passo à frente, mas Everton Ribeiro já está lá pra me manter no meu lugar. Baixinho forte da porra.
— Sossega a bunda aí — ele me empurra e eu caio de bunda no banco. — Já fez alvoroço demais.
— 'Tava todo mundo assistindo — informa Pedro que parece meio assustado com a briga e com o que pode ter sido gravado ou não, afinal, nessas horas, a sensatez dele já pensa nas consequências que eu terei por ser surtado. — Se pá até gravaram.
Não falei?
— Que bom — digo, sorrindo sem mostrar os dentes. — Que apareça na tv e todo mundo saiba que Raphael Veiga é um sem noção do caralho.
— Você não pode sair por aí provocando os caras do time rival desse jeito — repreende Everton no típico tom de sermão de pai. — Muito menos após uma derrota.
— Ele que 'tava me provocando, falando da minha mulher e do meu filho.
— Ele ofendeu a Luanna e o bebê? — pergunta David Luiz, pela primeira vez parecendo nervoso e preocupado.
Claro, mexeu com minha família e os três viram o próprio diabo pra me defender, deixando de lado tudo que acabaram de me dizer sobre ser civilizado após uma derrota.
— Não — nego de imediato. Não quero que eles partam pra cima desse jeito. Afinal, é uma briga minha e bem idiota. Uma rivalidade que não vai levar a lugar nenhum. — Veiga nunca faria isso com a Luanna. É só que...
— Como assim o cara 'tava te provocando falando da sua mina se não era coisa ruim? — Pedro me olha com tanta confusão que até eu fico confuso.
Como que eu vou falar pra eles que a Luanna e o Veiga agora são como melhores amigos e o desgraçado está mais próximo dela do que eu? Talvez deve saber mais do meu filho do que eu também. Que ódio!
— Veiga não fez e nem faz mal pra Luanna — é o que eu consigo dizer, depois de passar a mão pelo cabelo e suspirar.
— Então por que você foi arrumar briga com ele, porra? — Everton fica nervoso e eu até penso que ele vai me bater. — Os caras acabaram de ganhar. Tem noção do quanto isso vai pegar mal pra gente?
— Não 'tô nem aí — fecho a cara.
— Mas tem que estar, porra!
— Vocês não entendem merda nenhuma — digo, me colocando de pé.
— Então por que você não explica? — pede Pedro, mantendo a calma que a ocasião não sugere.
— Mano... — respiro fundo e me sento de novo. Não vai adiantar ficar nervoso por algo besta e descontar em quem não tem nada a ver com isso. — 'Tô com problemas com a Luanna. Ela acha que eu a enganei e está me dando um gelo por isso. Só que aí... o Veiga 'tá se aproximando dela. E os dois já estiveram juntos. No passado.
— Ô, Gabi — Everton ergue uma mão em sinal de pare e eu rapidamente me calo. — O que você 'tá tentando dizer?
— 'Cê 'tá levando gaia?
— Pô, a Luanna é assim não, cara — avisa Pedro, confuso com a conclusão que eles estão tirando. — Não parecia esse tipo de mina.
— Ela não é esse tipo de mina — informo, balançando a cabeça. — O Veiga que é um iludido do caralho e fica em cima dela. O problema é que agora ela precisa desse apoio, 'tá ligado? Ela 'tá grávida e 'tá confusa.
— E por que você não 'tá com ela? — David Luiz pergunta o óbvio. — Ela é sua mina, mermão. O apoio tem que partir de você e não do ex dela.
— A Luanna é muito difícil. — E nem estou mentindo, por mais que eu queira. — E... eu disse, ela acha que eu enganei ela.
— E você enganou?
— Não — respondo de imediato. — Claro que não. O Fabinho falou o que não sabia. Pareceu que era verdade porque eu não tive tempo de ser sincero antes, mas mano...
— Mas mano, nada — Everton me repreende, se sentando ao meu lado. — Porra, se ela tivesse feito a mesma coisa com você, como você ia reagir?
— Eu não iria reagir desse jeito.
Eles resmungam ao mesmo tempo, sem acreditar no que eu falei.
— Logo você que é o mais surtado e sem noção?
— Eu 'tô falando sério — elevo o tom de voz, olhando para os três imbecis. — Eu me declarei pra ela, fui sincero. Mas ela achou que a enganei porque o Fabinho disse que era um acordo de namoro. Porra, se fosse comigo eu ia entender.
— Não ia, não — Pedro e David Luiz dizem ao mesmo tempo.
— Cara, faz o seguinte — começa a falar Everton Ribeiro. — Vai atrás da sua mina e resolve suas questões com ela. Esquece o Veiga, ele não interfere em nada na relação de vocês.
— Claro que interfere, olha só o que ele fez hoje...
— Gabi! — Everton bufa e eu quase acredito que ele vai puxar minha orelha. — Porra, esquece esse cara. No fim vai ser você e a Luanna. Acabou. Vai atrás dela.
Ele me empurra até que eu seja obrigado a ficar em pé.
— Isso — Pedro concorda. — Vai atrás da Lua porque ela é incrível demais pra ficar sofrendo por um mal entendido.
David Luiz só dá umas batidinhas no meu ombro em aprovação enquanto me empurra em direção a saída.
Everton tem razão. No fim será a Luanna e eu e nosso filho. Somente. Não adianta ficar buscando briga em quem não vai acrescentar em nada. Só vou gerar ainda mais confusão.
Preciso consertar as coisas logo. Chega de ficar criando ainda mais conflito quando o único que precisa ser resolvido é entre mim e a Luanna. Hoje eu perdi na porra do jogo, mas eu não vou aceitar ser derrotado de novo. Não vou aceita a derrota em dobro.
Por isso, saio dali e faço o que eles me pediram, vou atrás da Luanna.
Os capítulos estão sendo tiro, porrada e bomba pqp. Eu to maluca. Mas é que esse jogo realmente foi tiro, porrada e bomba. A paz está vindo, eu prometo, e acho que posso dizer que virá no próximo capitulo. 🤔🤔
Bom, batam a meta e eu volto hoje ainda.
Lembrando que os comentários são importantes para eu saber a opinião de vcs e saber se não estou fumando banana com as ideias malucas que surgem na minha cabeça. E eu coloco a meta pra ter noção se vcs ainda estão aqui, lendo a história.
É isso, volto mais tarde, talvez.