Na dimensão original ...
-Desculpa Rafael acho que está tendo um pequeno equívoco; eu sou um hibrido de humano com extraterrestre, não sou médium ou coisa parecida, não tenho como saber em que dimensão está sua amiga, eu preciso saber onde sua amiga está para saber se podemos ou não ir atrás de sua amiga. - Após Yaxkin falar virei as costas saí daquela sala estranha e fui seguido por Lisa e Galbe.
-O fato de o Yaxkin não saber onde está sua amiga não quer dizer que tenha que desistir de salvá-la . -Lisa falou caminhando atrás de mim .- Você ja entrou em contato com ela uma vez, pode fazer isso novamente.
Parei naquele enorme corredor branco respirei fundo e pela primeira vez enxerguei a Lisa: Lisa tinha por volta de 28 anos, era bonita: loira dos olhos azuis , parecia esta grávida de 6 meses e tinha um olhar doce parecendo que realmente se importava, Galbe se posicionou atrás da loira e os dois olharam para mim esperando por alguma ideia.
- Sim , a Lisa tem razão , posso tentar encontrar com a Duda e vocês irão me ajudar.
...
Na dimensão pós-apocalipse...
Raví...
Eu estava no quarto e todos do búnquer já haviam me dados os pêsames quando Cami e Fael vieram até a mim e perguntaram:
- Eu sei que é difícil falar em coisas como essa , mas quer que seu pai seja queimado hoje ou amanhã?
Sim , Cami não havia usado a palavra errada , desde 2017 optamos por queimar os corpos ao invés de enterra-los, mas eu não queria que meu pai tornasse poeira; não o meu pai.
-Meu pai não será queimado , será plantado embaixo da copa da jabuticabeira que ele tanto amava , no quintal de sua casa . eu sei que não há muitos trajes e nem faço questão da presença de todos; apenas peço a ajuda de alguém que possa me ajudar a plantar meu pai.
-Eu te ajudo . - Fael falou sentando ao meu lado na cama .
...
Minutos depois ...
Cami...
- Todos estão comentando, sobre o fato de agora terem duas pessoas no búnquer que ficaram expostos e não tiveram nem um sintoma .
-Sei lá , de repente ficamos imunes . - Rafel falou sem pensar muito.
-Não creio nessa hipótese; Cristina foi a ultima a ficar exposta e no mesmo dia apresentou sintomas , fracos mas apresentou.
-Cami , o que pretende fazer com eles ? faze-los de cobaias e fazermos experimentos neles até descobrirmos o porque de serem imunes? não é mais fácil apenas ficarmos felizes por eles ? - Fael falou enquanto usávamos a madeira do galinheiro da mãe de Rafael para fazer um caixão para o pai do Raví .
- É uma boa ideia . - respondi com um sorriso sarcástico.
-Você não está falando sério ?
- Não Fael, Raví é nosso amigo desde os 5 anos, vamos perguntar o que ele fez assim que for oportuno , porque é óbvio que fez alguma coisa ele não ficaria imune do dia para noite do nada.
Algumas horas depois...
Raví...
- Raví, colocamos o corpo do seu pai em um caixão, na verdade Cami e eu fizemos um caixão , com a madeira que tinha na minha casa, já colocamos o mesmo no carro forte e estamos apenas te esperando.
- Fael , você e a Cami tem sido bons amigos. Podemos ir agora mesmo para não ficar muito tarde, afinal não sabemos se ainda tem algum tipo de animal nessa floresta. - Falei abraçando o Rafael e em seguida andando ao seu lado ainda em direção ao setor 1 que é onde fica os vestiários e onde colocamos os trajes.
Respirei fundo e fiquei meio ansioso enquanto Rafael colocava seu traje, porém eu já tinha tomado a decisão, eu não poderia ficar sem saber se realmente havia funcionado teria que fazer o teste.
Fael saiu de uma cabine do vestiário e ao olhar para mim falou:
- Precisa de ajuda?
- Não, eu não vou com o traje.
- Isso é loucura Raví. - Rafael se segurou para não gritar comigo .
- Eu tenho que saber se o que eu fiz deu certo, olha , eu fiquei abismado com o sangue da Duda desde que vi pela primeira vez não era normal, pode ser que ela seja um alienígena ou um híbrido. Peguei uma seringa de seu sangue e injetei em mim . Eu sabia que meu pai não iria passar dessa semana então não teria nada para perder mesmo, agora preciso testar a minha tese.
Rafael sacudiu a cabeça em negação.
- Fael, nós não somos muitos , se isso der certo em pouco tempo conseguiremos passar o sangue da Duda para todos do búnquer e aí vai ser a Deus aos trajes. Tá, ainda não vai ser a normalidade que queremos mas já vai ser alguma coisa. - Falei segurando a porta que dava para o hall de entrada.
- Você quem sabe. - Fael falou passando pela porta que eu havia aberto indo para hall de entrada , em seguida meu amigo abriu a porta do búnquer , eu respirei fundo e saí caminhando pela primeira vez após sete anos usando aquele traje ridículo para sair.
Andamos em direção ao carro e pude ver Cami praguejando no volante do carro enquanto Duda que como todos os meus amigos usava o traje, deu um sorriso com canto da boca.
Entrei na parte de trás aonde estava o caixão e Rafael me acompanhou.
Minha casa não ficava muito longe era uma chácara bem próxima de onde outrora era a cidade de Pedra azul.
Quando saímos do carro Cami veio correndo até a mim para ver se eu estava bem e a olhar para ela , bambiei e fingi ânsia de vômito, a loira ficou preocupada então sorri e disse:
- Eu estou bem.
Nós quatro seguramos pela alça do caixão feitas com cordas ; Fael e eu cavamos um buraco em baixo da copa do pé de jabuticaba que estava todo florido , enquanto jogavam-nos terra sobre o caixão de meu pai eu lembrava o quanto já fui feliz um dia naquela casa. Minha mãe que morreu quando eu tinha 10 anos de acidente de carro , tinha o sorriso mais lindo do mundo, era dona deu uma pequena padaria e fazia o melhor pão da cidade. Lembrei das rabanadas que ela fazia no natal e do meu pai me ensinando a dirigir quando meus pés nem alcançava direito os pedais do carro .
Peguei alguns galhos da jaboticabeira, os mais floridos e coloquei sobre o monte de terra que cobriu o caixão do meu pai , fiz uma oração pedindo para que Deus cuidasse do meu pai até eu chegar e depois de ser abraçado por meus amigos voltamos para o carro e quando entramos no búnquer novamente Cami fez eu ir direto para a enfermaria onde fez todos os exames possíveis e quando analisou meu sangue estava como o da Duda e tirando isso nada de estranho havia acontecido comigo.
...
Mais tarde na dimensão original...
Meus novos amigos estavam velando pelo meu sono enquanto eu tentava novamente fazer contato com a Duda. Devo confessar que não era muito fácil dormir com a parafernalha que Lisa colocou em mim e disse que aquela geringonça iria fazer com quê conseguissem gravar os meus sonhos ou projeções como se fossem filmes. Basicamente iriam ver tudo o que eu visse.
- 100, 99, 98 ,97, 96... Assim que consegui me concentrar não demorou muito para quê eu conseguisse sair do corpo, eu estava no lugar que Duda descreveu : Prédios destruídos carros abandonados nuvens baixas, tudo era um breu não dava para enxergar muita coisa. Vi uma chama de vela e fui em sua direção .
- È a Duda. - falei com um coração batendo forte, porem quando ela se virou notei que ela estava bem mais nova , nova como quando ainda éramos amigos na escola. - Duda? - falei colocando a mão em seu ombro e a garota olhando para mim franziu testa e perguntou :
- Quem é você?