- O que te faz pensar que eu quero falar com você?- Tom perguntou. Harry ergueu as sobrancelhas.
- Sério que você está me perguntando isso?- ele exigiu, incrédulo. Tom sorriu com sua resposta, antes de enfiar a mão na bolsa e tirar um...livro. Harry olhou para o outro, de soslaio, pegando-o quando Tom o entregou a ele. Um Guia De Empatia Para Iniciantes.
- Empatia? É aquela habilidade de ler as emoções das pessoas?- ele questionou, confuso.- Porque eu não posso fazer isso...
- Você não pode.- Tom confirmou, adivinhando para onde seus pensamentos estavam indo.- Quem tem essa habilidade consegue ler todas as emoções, você apenas capta as minhas e as de Voldemort por causa do vínculo de alma.
Vinculo de alma...Harry estremeceu. Urgh. Parecia um tipo de coisa legal de almas gêmeas, ao invés da situação horrível que realmente era.
- É o mesmo princípio de certa forma.- Tom continuou suavemente.- Devido à aparente quebra do paradoxo, que até agora, com a ajuda das barreiras de Oclumência, te manteve em fluxo entre nossas mentes, para que você não se aprofunde muito em nenhuma das duas, você vai começar a sentir a conexão crescer mais forte, portanto, você provavelmente vai começar a ter mais emoções, só que as suas seriam em uma escala menor. Você está entendendo até agora?- Tom questionou.
Harry piscou duas vezes, fazendo Tom rir levemente.
- O livro ensinará como controlar as emoções quando elas surgirem e como separá-las das suas. Então, leia, aprenda e aplique.- instruiu Tom.- Infelizmente, sua situação é única, então isso é o máximo que posso fazer.
Levou um momento para Harry perceber que se sentia tocado por Tom ter se dado ao trabalho de encontrar o livro para ele. Demorou mais um momento para que suas suspeitas aparecessem.
- Por que você está me dando isso?- ele perguntou, franzindo a testa.- Não que eu não aprecie, então obrigado, mas...
Um segundo depois, sua cabeça implodiu de dor, seus dentes rangendo para evitar que um gemido escapasse. Seus olhos lacrimejaram. Então, se foi tão rápido quanto chegou. Ele olhou para Tom, sem fôlego.
- Magia forte, como você sabe, é alimentada pela emoção, a parte empática da conexão significa que vai doer quando você começar a sentir emoções, especialmente as negativas...como você acabou de ver.- Harry estava quase certo de ter detectado um pouco de diversão, e fez uma careta. Sádico.- É irritante se você for desmaiar toda vez que eu lançar magia ao seu redor.- disse Tom.- E eu não terei essa responsabilidade. Então...leia, aprenda e aplique.
Harry enfiou o livro em sua bolsa, prestes a falar, quando Hermione entrou correndo, parecendo apavorada.
As feições de Tom eram impassíveis, com o menor indício de aborrecimento que não era visível para ninguém sem uma conexão.
Harry sentiu-se irritado. Realmente não mataria Tom se esforçar para não tratar seus amigos como lixo. Ele se levantou.
- O que é?- ele exigiu, preocupado.
- Ele...você....Vol....- ela parecia se recompor.- Voldemort está do lado de fora do castelo.
Harry se sentiu debaixo d'água, afogado, cada som de repente parecendo distorcido.
- Todo mundo está procurando por você, Harry, os professores estão morrendo de preocupação, eu só sabia que você estava aqui por causa do Ma...- Hermione parou abruptamente, olhando para Tom. Harry assentiu para mostrar que entendia, sabendo que ela ia dizer 'Mapa dos Marotos'.
Tom parecia perfeitamente inocente, ligeiramente confuso e um pouco irritado. Harry o estudou cautelosamente.
- Eu juro por Deus se você sabe algo sobre isso...- ele parou.- É melhor você começar a falar agora. O que diabos ele está fazendo aqui?
Por que Voldemort se arriscaria a ir até Hogwarts?
- Dumbledore está lá fora agora.- Hermione disse a ele sem fôlego.- Ele está tentando resolver tudo, e os Aurores foram chamados.
Harry se sentiu mal do estômago. Voldemort sabia...? Não, ele não podia. Tom disse que não havia contado sobre as horcruxes! E ninguém mais, fora Dumbledore sabia, e Dumbledore não contaria, e Tom não gostava de compartilhar! Ele...ele nunca tinha confirmado os pensamentos de Harry. Ele fez parecer que sim, com suas respostas, mas ele nunca...foda-se. Tom também tinha a leve tendência de mentir patologicamente quando lhe convinha, e Harry certamente havia deixado bem claro que não estaria fazendo nenhum favor ao outro se tivesse contado. Este era o Lorde das Trevas adolescente que apagou sua memória afinal...
Por que diabos ele se sentia tão traído? Ele deveria ter esperado isso. Ele se sentiu como um idiota. Harry se virou para Tom. O outro o observava atentamente.
- Você mentiu.- ele disse, categoricamente.
- Eu sou um psicopata, nós fazemos isso algumas...
- NÃO!- Harry gritou.- Não use isso como desculpa...você fez a escolha, ninguém te obrigou a fazer nada, seu desgraçado. Você mentiu sobre o que aconteceu depois que eu desmaiei também?- ele exigiu furiosamente.
Hermione ficou pálida.
- Oh, então você preferiria estar morto?- Tom questionou delicadamente. Harry balançou a cabeça, incrédulo com o que estava ouvindo.
- Eu preferiria que você não mentisse na minha cara! Eu pensei que você fosse meu...- Harry parou. Meu amigo.
Tom de repente teve um brilho estranho em seus olhos, e Harry podia sentir sua testa começando a doer com as emoções fermentando, mas ele não conseguiu descifrar quais eram. Ele não gostou da conexão. A única razão pela qual ele olhou antes era porque estava com medo de Voldemort saber...e agora ele sabia.
- Suponho que vocês dois planejaram tudo isso, certo?- Harry riu, sem humor.- Encontrar uma maneira de contornar o paradoxo e me deixar pensar que você mudou, foi isso? Quer saber...dane-se.
Ele começou a sair pela porta, apenas para aquele puxão invisível prender seu braço esquerdo no lugar.
- Não vá embora.- Tom ordenou, quase sibilando. Harry podia sentir seu sangue latejando em sua cabeça, sua aura crepitando ameaçadoramente.- Você não entende...
- Não, eu não entendo!- ele rosnou.- Deixe-me ir ou eu juro...
- Seu coração parou.- Tom deu um passo em direção a ele, perigosamente calmo.- Você entende isso? Você estava prestes a morrer!
Harry sacou sua varinha quando seu temperamento explodiu, mudando para uma posição de duelo.
Ele havia prometido hospitalização...
✓