Camellia

By Hunterina

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🏆 VENCEDOR DO WATTYS 2023! 🏆 O Madre Cordélia era o internato dos sonhos, mas havia se transformado em um p... More

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By Hunterina

tenho uma nova cura para a solidão

(give you what you like)




Naquela manhã, Daniel pensou em não ir à festa.

Agora, estirado entre seus amigos no sofá que arrastaram para o quintal, embriagado demais para fazer qualquer coisa além de encarar a lua e tentar não morrer, começava a achar que estava certo.

Dizer que sua semana fora ruim seria um eufemismo.

Para começar, desde o final de semana passado, ver Bellini ou Bianca era o suficiente para deixar seu coração a ponto de explodir. Então, inevitavelmente acabava lembrando da conversa com Zoe e da crise de ansiedade que havia lhe desencadeado, quando passou a madrugada lutando contra as lágrimas, tentando entender o que diabos ele tinha feito para merecer aquela vida.

Mas esses ainda eram problemas regulares. Do tipo que ele estava acostumado, coisa que chamaria de "apenas uma semana normal".

Riu sozinho, soltando ar pelo nariz, enquanto aceitava o bong de Twister para fumar mais um pouco. A festa havia começado há pouco mais de uma hora e ele já estava completamente acabado, mas quem sabe assim conseguisse esquecer que seus pais estavam prestes a se divorciar.

Recebeu a notícia por uma ligação da mãe naquela manhã, que aparentemente havia "descoberto" que seu pai tinha uma amante. Coisa que ela sempre soube (Daniel a ouviu berrar e desabafar com Leonora anos antes, quando ainda moravam na mesma casa), mas deliberadamente ignorava para "preservar a família". Pelo menos era isso que fazia quando seu grupo de amigas era composto por casais influentes que valorizavam esse tipo de estrutura familiar, mas desde que começou a andar com garotas com metade da sua idade, como aquela Chiara, todo o seu comportamento parecia ter mudado para se adequar.

Gostaria de dizer que estava pouco se fodendo para os seus pais, que os odiava tanto que nem ligava para o divórcio... mas estaria mentindo. Mario e Angela podiam ser ruins às vezes, e definitivamente não se gostavam de verdade há muito tempo, mas ele lembrava de dias mais fáceis. Quando ele, Emily e Leonora ainda eram crianças e seus pais os levavam para viagens em família onde todos passavam dias juntos, se divertindo...

Podia ser o maior idiota do mundo, mas no fundo ainda nutria esperança de que aqueles dias voltariam. Por isso, cada briga, cada vez que se afastavam... sempre doía tanto. Desde os onze anos ele sabia que era inevitável e que eventualmente todas as chances de reviver aquela alegria de infância evaporariam, mas não tornava menos desconcertante ver seu maior temor se concretizando.

A pior parte era que Emily ainda não sabia e ele não fazia de quando a mãe falaria para ela. Pensar que aquilo poderia arruinar a recuperação da irmã, que parecia genuinamente feliz pela primeira vez em muito tempo, lhe deixava fisicamente mal. Daniel não sabia o que seria capaz de fazer se tivesse de assistir seu relacionamento com ela se desfazendo de novo.

O outro problema que lhe assolava, significativamente menos grave, mas que nem por isso falhava em deixá-lo ansioso, era que havia recebido um e-mail (também naquela mesma manhã) convidando-o para um teste para a seleção de um time profissional de LOL. Aconteceria em duas semanas, porém ele estava completamente enferrujado graças à diminuição das idas na lan house para evitar encontrar com Bianca. Agora se sentia duplamente idiota por isso, porque poderia afetar suas chances de finalmente...

— Ô Daniboy, na moral, acho que você devia dar um tempo. — Ouviu a voz de VH e demorou alguns segundos até virar o rosto na direção dele. O amigo um pouco mais baixo estava sentado no apoio do sofá, os tênis caros sobre o estofado. Alguma música de três anos atrás estourava no sistema de som e eles precisavam gritar para se entender: — Tá chapando desde que chegamos, cara. Você vai cair morto antes da meia noite.

Victor Hugo apontou com o queixo para suas mãos, onde segurava sua terceira garrafa de cerveja em uma e um baseado apertado na outra (mesmo que tivesse acabado de fumar no bong). Não seria tão preocupante, se já não tivesse tomado uma dose de Vodka com Twister, um copo do Whisky caro dos pais de Bellini e vários goles do Gin e Tônica de Zoe.

— Relaxa, eu tô de boa — mentiu e tragou sem pressa, estendendo o beck para ele depois. Esperava conseguir disfarçar o fato de que estava vendo o jardim da casa de Bellini girando.

Ainda não era nem oito horas, mas ele já conseguia sentir o gosto da ressaca do dia seguinte. A festa, que contava com alunos dos três internatos (mais quem quer que eles pudessem convidar, pra ser sincero), começou mais cedo do que o habitual, pois os pais de Bellini chegariam de viagem antes do meio-dia e a ordem era que todo mundo tinha que vazar da mansão antes das duas da manhã. A música começou pouco antes do sol se pôr e àquela altura o lugar estava explodindo de alunos tão embriagados quanto ele.

Observou preguiçosamente um grupo de garotas bonitas com biquínis minúsculos gritando alguma coisa enquanto brindavam seus copos de shot. Entornaram todo o conteúdo de uma vez e pularam na piscina aquecida.

Queria fingir que estava tudo bem. Que, diferente de seus amigos que só pararam para descansar um pouco, ele não estava atirado naquele mesmíssimo sofá desde que chegou. Dolorosamente ciente de que Bianca não estava ali ainda. Não fazia sentido que ela não viesse, porque Bellini comentou que a convidara...

Contra a sua vontade, imaginou-a chegando apenas para desaparecer com ele em algum dos quartos e precisou entornar o resto da sua cerveja para não vomitar. Não ajudou muito com o enjoo.

As tranças alaranjadas de Zoe foram as primeiras coisas que captaram sua atenção, parecendo quase neon sob a luz negra. Ele focou as pupilas com dificuldade na amiga, que havia desaparecido para... ele não lembrava muito bem.

— ... dedores não vão sair daí?

Estava parada com as mãos na cintura, em frente ao sofá. Usava uma calça jogger surrada e um cropped largo que não eram exatamente a combinação mais elaborada do mundo para uma festa, mas caíam perfeitamente bem nela. As tranças laranjas estavam soltas e serpenteavam até sua cintura, enquanto a típica expressão de poucos amigos havia sido substituída por um sorrisinho embriagado. Estava linda, como sempre.

Ela e Bellini podiam fingir ser apenas amigos coloridos, mas todos sabiam como Henrique era louco por ela. Normalmente, Daniel teria certeza que ele passaria a festa inteira igual a um cachorrinho atrás dela, mas lembrou como um balde de água fria que agora ele poderia estar interessado em Bianca também.

Como se tivesse o poder de invocar seus piores pesadelos, Bellini apareceu logo atrás de Zoe e envolveu sua cintura fina com o braço. Tomou uma cotovelada de brincadeira, mas isso só o incentivou a puxá-la mais para perto. Os dois pareciam bêbados e alegres. Como todo o resto da festa, exceto Daniel.

Como Bellini sempre tinha que chamar atenção, vestia somente um calção de banho vermelho embaixo de um roupão branco preguiçosamente fechado, que deixava praticamente todo o seu peito exposto. Daniel normalmente não gastaria mais de um segundo pensando naquela roupa idiota, mas agora ficava se perguntando se Bianca preferia aquela vibe de quem tenta demais parecer um cafajeste do que...

Bom, não dava para dizer que ele tinha se esforçado muito, depois de pegar a primeira camiseta de banda que encontrou no armário e um jeans rasgado. Sequer trocara os Vans que sempre usava para andar de skate. Na hora não se importou muito (estava pouco se fodendo para a festa), mas agora se sentia extremamente inadequado.

— Então, a gente tava tentando entender se o Nathan já percebeu que o cara que tá conversando com ele há meia hora na real está dando em cima dele. — VH respondeu Zoe apontando com o beck na direção do amigo loiro, que de fato estava há vários minutos entretido com um garoto que nenhum deles tinha visto na vida.

Eles observaram a cena por alguns segundos e Twister soltou um riso:

— Não, ele definitivamente não percebeu.

Daniel não se sentiu capaz de participar do pequeno debate que discorrer entre os amigos e deitou a cabeça no encosto do sofá, na esperança de que se sentisse menos tonto. Bellini percebeu:

— Caralho, Daniboy, você tá um lixo. — Por um segundo, achou que ele só estivesse pegando no seu pé. Preferiria isso ao invés do que Bellini de fato fez, que foi se desvencilhar de Zoe para buscar uma garrafa de água gelada em um isopor próximo. — Tá tudo bem? Dá um tempo na bebida, cara. — Perguntou, esticando a garrafa para ele.

Daniel queria socar Bellini por ser tão legal. Sabia que aquela pose de cafajeste babaca era um personagem, e que na realidade ele era bem atencioso, mas estava tentando odiá-lo naquele momento, obrigado.

Revirava os olhos e mandava Zoe para o inferno toda a vez que ela insistia que Bellini tinha um crush de amizade nele, mas era meio que verdade. Sempre admirou Daniel por jogar tão bem e tentava se aproximar dele, apesar de serem meio diferentes. O que só tornava ainda mais frustrante o fato de que Daniel podia simplesmente ter aberto o jogo sobre Bianca desde o começo e evitado 1/4 dos seus problemas atuais.

E parecia que bastava pensar no problema para ele se materializar naquela noite, porque Daniel abriu a boca para garantir que estava bem (mas aceitou a água, pois sua garganta estava seca) no mesmo instante que um dos jogadores do time de futebol chamou Bellini para abrir o portão.

Ele fingiu que não observou de canto, ansiando que fosse Bianca, e naturalmente também fingiu não perceber o sorriso provocativo que recebeu de Zoe. Depois, precisou fingir que seu coração não disparou ao vê-la, e também fingir que não apertou com força a garrafa de água vendo como ela agarrou Bellini para lhe cumprimentar com um beijo na bochecha.

— Opa, a Honeybee chegou.

Quando finalmente virou de verdade na direção do portão (valeu pela deixa, Twister), a única coisa que ele não conseguiu fingir foi que seu coração não errou uma batida.

Bianca Conceição estava vestida demais. Não um "demais" constrangedor, mas do jeito que as patricinhas do Madre Cordélia sempre frequentavam as festas, diferente das meninas descontraídas do Cruz e Souza. Usava um vestido brilhante de alcinhas curto demais e justo demais para o bem da sanidade dele, com um Vans simples que contrastava completamente com a peça. Era o tipo de roupa que não combinava de propósito, para chamar atenção.

O que claramente funcionou, porque absolutamente a festa inteira olhou para ela. E Bianca percebeu, porque desfilou entre os convidados, em direção ao local onde estavam seus amigos.

— Vem cá. — Zoe ergueu delicadamente o queixo de Daniel e fingiu limpar o canto da boca com o polegar. — Tá todo babado.

Ele a empurrou com uma resmungada, mas apenas Twister riu. Então Daniel percebeu o sorriso de Victor Hugo desaparecendo drasticamente ao mesmo tempo em que ele jogou o baseado pela metade no chão e pisou em cima. Quando tentou encontrar o motivo, percebeu o quanto era gado por não ter reparado em absolutamente nada além de Bianca.

— Caralho, Bianca, que porra é essa?! — Foi a primeira coisa que VH disse a ela.

— Você tá de sacanagem, né? — Daniel ecoou, esquecendo momentaneamente a embriaguez.

Zoe gargalhou tanto que precisou se curvar para segurar a barriga, porque entre as amigas que acompanhavam Bianca, estavam as irmãs mais novas dos dois garotos subitamente mal-humorados.

— O que você tá fazendo aqui?! — VH levantou do sofá e encarou Agnes, que estava com a barriga exposta por um cropped que, na sua opinião, ela não deveria usar nem com vinte e seis. — O pai sabe?! Porque eu vou ligar pra ele.

— E você vai usar a mão que estava segurando seu baseado pra isso? — Agnes rebateu e cruzou os braços, sem se intimidar.

— Você nunca gostou de festas! — Ele tentou argumentar.

— Pois passei a gostar agora que vi que posso te perturbar nelas.

— Não precisa se preocupar, Victor Hugo. — Luana interrompeu a discussão e envolveu os ombros da amiga mais nova com um braço: — Eu vou ficar de olho nela, prometo.

— Oi, Zoe! — Elisa ignorou completamente todas as brigas ao redor para cumprimentar a terceiranista do Cruz e Souza. E felizmente estava todo mundo ocupado demais para reparar em como suas bochechas ficaram cor-de-rosa quando a mais velha lhe deu um sorriso de volta.

— E você, quem te convidou?! — Daniel perguntou para Emily, com a mesma cara de cachorro bravo.

Eu convidei as duas, porque elas são minhas amigas! — Bianca jogou os cabelos escovados para trás e se inclinou um pouco para frente a fim de encarar Daniel. Subitamente, ficou muito difícil para ele odiá-la com aquele decote tão cavado. — Algum problema?

— Só um, minha princesa. — Bellini ressurgiu atrás do grupo de meninas e abraçou Bianca pela cintura. Que era exatamente o que todos os seus amigos sempre faziam, mas não deixava Daniel com menos ciúmes. — Vocês estão quebrando a regra.

Henrique apontou para uma placa perto da piscina, com um aviso pintado a mão (por ele mesmo, muito obrigado) em tinta branca: "MULHERES: PROIBIDO USAR CAMISETA". Era óbvio que absolutamente nenhuma garota da festa estava obedecendo àquela regra.

Se havia alguma coisa boa naquela noite, foi que a típica cotovelada que receberia de Zoe veio duplicada, graças à Bianca. VH, que tinha achado aquela placa simplesmente incrível quando Bellini a enterrou na grama há uma hora atrás, agora estava achando um absurdo:

— Minha irmã tem quinze anos, cara.

Daniel se esticou para dar dois tapinhas solidários nas costas do amigo:

— Espero que daqui a três anos ele seja uma dor de cabeça na sua vida, igual é na minha.

Emily revirou os olhos e todo mundo riu da situação (menos VH e Daniel).

Zoe imediatamente partiu para a defesa das irmãs, apontando o quanto os dois eram hipócritas. Bateram boca por alguns minutos, até que ela resolveu explanar absolutamente todos os podres de Victor Hugo e Daniel para as duas, atitude ovacionada pelo resto da roda. O assunto se desenrolou para acusações de quem tinha dado o pior PT, entre risadas bem humoradas.

Em determinado momento, Bianca espiou de canto de olho e percebeu que os olhos azuis já estavam presos nela. Com um sorriso, deu a volta no círculo de amigos e aproveitou o lugar que ficou vago quando VH se levantou.

O perfume de baunilha inebriou todos os sentidos de Daniel quando ela se sentou ao seu lado e apoiou o braço no encosto do sofá para encará-lo de frente. Abriu um sorrisinho:

— Tá muito bravo comigo?

Só queria provocá-lo um pouco, como sempre faziam (e simplesmente ficar perto dele, mas isso Bianca não admitiria tão fácil). O problema é que Daniel nem conseguia lembrar por que estava bravo, pensando em como aquele vestido abraçava todas as curvas dela. Seu cérebro havia virado um macaquinho batendo pratos e o único neurônio tentava lutar para lembrá-lo de não ficar secando ela. Coitado, estava falhando miseravelmente.

— Eu estaria mais, se você não estivesse tão gata.

Ele quase mordeu a língua. Não era isso que ele pretendia dizer. As bochechas de Bianca ficaram ainda mais rosadas do que já estavam.

Calma, pensando racionalmente, não tinha nada de errado, né? Foi só um elogio. Amigos podiam se elogiar, não era nada anormal... ele falava para Zoe quando ela estava bonita ou se achava alguma camiseta dela massa.

Tudo bem que nessas horas ele não pensava no quanto queria arrancar as roupas dela, coisa que definitivamente não podia falar de Bianca naquele momento. Meu Deus, ele estava olhando demais pro decote dela. Por que ele bebeu tanto?

— Obrigada, Dani. — Ela praticamente sussurrou, sob os gritos e risadas altos dos amigos, e ele precisou ler seus lábios para entender. Então ficou evidente que não era a melhor ideia do mundo ficar olhando para a boca macia e brilhante de gloss enquanto ele tinha que ficar repetindo em sua cabeça "só amigos, só amigos" para se convencer a não beijá-la. Ela enrolou uma mecha do cabelo no dedo e desviou o olhar. — Você também está bem bonito.

Nenhum dos dois falava nada particularmente audacioso, mas a tensão era palpável. Sempre era, quando estavam juntos. Porque podiam repetir quantas vezes quisessem que eram só amigos, mas nada mudava os olhares que lançavam um para o outro.

Bianca se perguntou se estava lendo as coisas erradas. Mordeu o lábio inferior (e não percebeu quando os olhos de Daniel acompanharam o movimento), pensando se ele sabia sobre ela e Bellini. Depois de tanto o marcarem na foto que postara, não tinha como não saber que eles, pelo menos, saíram juntos, mas Daniel nunca comentou nada sobre o assunto. Talvez ele nem ligasse para isso.

Repentinamente, Zoe interrompeu seu monólogo e o súbito silêncio chamou a atenção dos dois. Ela franziu as sobrancelhas e chamou a atenção de Bellini com um assobio. Nem falou nada, apenas apontou na direção do portão com um sinal de cabeça. Assim que ele seguiu seu olhar, a expressão divertida sumiu de seu rosto e os dois abandonaram a roda.

— Ué, o que houve? — Elisa perguntou, olhando de um para o outro. Assim como Bianca, ela era significativamente mais baixinha, então sempre precisava ficar olhando para cima naquela roda de amigos.

Bianca deu de ombros, como quem diz "vai saber", então arregalou os olhos no momento em que ouviu uma voz familiar vindo da entrada.

— ... brincadeira, né?!

Bianca se levantou do sofá, subitamente alerta. As cinco amigas do Madre Cordélia se entreolharam. Dentro de alguns segundos, um pequeno alvoroço começou a se formar no portão da frente e Bianca e Elisa deram as mãos e resolveram se aproximar.

A forma como Bellini apoiava o cotovelo no muro de pedra, com Zoe bem ao seu lado, praticamente barricava o portão da casa, deixando Nicole e Marcela do lado de fora. As duas estudantes estavam arrumadas como se fossem para uma festa.

— Não, eu tô falando sério. Você não foi convidada. — Henrique falou, o tom de voz sério. Zoe estava com os braços cruzados e tinha a mesma expressão dele de poucos amigos.

Bianca se aproximou e parou atrás dos dois amigos altos que mais pareciam seguranças em frente ao portão. A voz alta de Nicole havia chamado a atenção e alguns estudantes no jardim assistiam a cena se desenrolar.

— Como assim, Bellini?! Minhas amigas já estão aí! — Bianca e Elisa se entreolharam, pensando que ela poderia estar se referindo à Emily. Então a ruiva acenou para um grupo de garotas do terceiro ano do Madre Cordélia numa roda próxima, que olhavam para ela.

A princípio, uma delas deu um sorrisinho, então percebeu que o resto da roda simplesmente fingiu que Nicole não existia e fez a mesma coisa. Ignorar Nicole no colégio, onde todo mundo a conhecia e sabia que podia virar alvo de bullying, era uma coisa; agora, arriscar ser expulsa de uma festa que estava bombando por ela, era completamente diferente.

— Não, acho que você não tem nenhuma amiga aqui — Zoe lamentou.

A ruiva revirou os olhos, sem deixar se abalar, e virou para Bellini:

— É por causa dela que você tá agindo assim?! — Apontou para Bianca pelo portão, sem se importar em ser discreta.

— Na real, é sim. — Bellini respondeu, despreocupado. — A Bianca é minha amiga e você foi uma escrota com ela. Eu não quero gente assim no meu rolê.

Se a forma direta como ele falou pegou até a Bianca despreparada, não foi muito surpreendente ver o desconcertamento de Nicole.

— Foi isso que ela te contou? Que eu fui uma escrota?! Porque essa semana eu convidei ela para gravar vídeos em um estúdio profissional e ela recusou só porque não queria a minha ajuda!

— Me parece um motivo plausível. — Zoe deu de ombros, parecendo nem dar bola. — Nicole, vaza daqui. É sério.

A ruiva começava a ficar cada vez mais incrédula, vendo que realmente havia sido barrada de uma festa. Bianca pensou que alguém como ela não devia ter ouvido muitas vezes "não" na vida.

— Sério, Henrique Bellini? Você vai ficar agindo que nem um gado por causa dessas duas?! — Nicole tentava manter a postura, mas Marcela não conseguia disfarçar muito bem o constrangimento. — A gente se conhece desde a quinta série!

— Sim. Você sempre foi meio babaca e ninguém gostava muito de você. — Henrique deu de ombros. — Mas o que você fez com a Bianca passou dos limites. Nenhum de nós te quer mais aqui, Nicole. Nenhuma de vocês duas.

O queixo de Bianca quase caiu, porque ela realmente não estava esperando aquilo. Aparentemente, Zoe e Bellini já tinham conversado sobre não convidar Nicole de antemão e ela sentiu seu coração quentinho por ter amigos tão legais.

Ela viu nos olhos da outra estudante a mesma frustração de quando negou seu convite para gravarem juntas: confusão. Como se Nicole não conseguisse entender que algo na sua vida estivesse dando errado. Abriu a boca por duas vezes, sem conseguir encontrar o que falar, então seus olhos afiados se dirigiram para Bianca:

— Você é muito patética mesmo. Não conseguiu nada com o Daniel e resolveu se jogar em cima do Bellini? Por isso você fez a minha caveira para ele?! — Nicole estava com as mãos fechadas em punho, praticamente tremendo. — Você deve me amar mesmo, porque não parar de pegar meus restos. — Então direcionou os olhos verdes para Zoe, com desdém. — Ou é os dela que você quer? Vai ter que se esforçar, porque ela é mais rodada que-

A fala se perdeu no ar, porque Zoe a agarrou pelo decote do vestido, puxando-a com força até ficarem cara a cara. Todos que olhavam deixaram um suspiro de surpresa escapar.

— Nicole, o Bellini não pode quebrar a sua cara, mas não esquece que eu posso. — Rosnou, entre dentes. Bianca quase ficou com medo que as duas terminaram rolando no chão, mas a mais velha simplesmente a empurrou para trás, quase fazendo-a se desequilibrar sobre os saltos e precisar ser amparada por Marcela. — Pode latir o quanto quiser, ninguém dá uma foda pras merdas que você fala. Só faz um favor pra todo mundo e late longe daqui.

Nicole tentou argumentar, mas Zoe e Bellini deram as costas e fecharam a grade do portão na cara dela. Marcela tentou conter os danos quando a amiga começou a gritar, puxando-a de volta para o carro do motorista a fim de irem embora logo e acabar com a humilhação.

Bianca nem sabia o que dizer e Zoe deve ter visto o choque no seu rosto, porque deu uma piscadinha amigável quando se aproximaram:

— Fica de boa, aqui já tá resolvido.

Sabia que tinha os melhores amigos do mundo, mas eles pareciam nunca se cansar de provar isso. Com um sorriso no rosto, quase torceu as costas dos dois quando os agarrou pelo pescoço em um abraço, cantando agradecimentos.

— Vocês são incríveis. Obrigada!

— Não precisa agradecer. A gente que aguentou aquela ruiva insuportável por tempo demais. — Zoe deu de ombros.

— Não, você pode agradecer sim. — Bellini envolveu os ombros dela com o braço e apontou novamente para a placa de madeira idiota: — Pra começar, seguindo as regras da festa. E depois convencendo suas amigas a fazerem o mesmo.

Bianca fingiu revirar os olhos, mas estava tentando conter o riso:

— Eu não acredito que eu beijei você.

— Pode se acostumar com o arrependimento, porque só vai piorar — Zoe debochou. — Agora, por favor, quero aproveitar a festa. Pela primeira vez, tenho um monte de amigas pra dançar comigo e não preciso depender daqueles perdedores!

— Sabe, Zoe, eu não teria me importado se você fosse pra cima da Nicole e vocês terminassem arrancando a roupa-

Ela o calou com um soco na costela antes mesmo que terminasse a frase, murmurando sobre o quão insuportável ele ficava quando bebia. Entre risos e alfinetadas, os dois foram na frente em direção ao grupo de amigos, e só então Bianca percebeu como Elisa tinha ficado quieta aquele tempo todo:

— Lisa, tá tudo bem?

Franziu a testa, percebendo como a amiga estava vermelha igual a um pimentão. Será que ela se sentiu mal pelo que fizeram com Nicole?

— Ahn... Sim, tô. — De alguma maneira, conseguiu ficar ainda mais vermelha antes de sussurrar: — Eles ficaram meio, hm, sexys te defendendo, né?

Bianca a encarou por vários segundos, sem dizer uma palavra. Então virou na direção do grupo de amigas e gritou enquanto se aproximava:

EMILY, VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR NO QUE A ELISA ACABOU DE-

Os olhos de Elisa quase saltaram das órbitas e ela começou a correr atrás da amiga, tentando tapar a sua boca:

BIANCA, CALA A BOCA, PELO AMOR DE DEUS!

Com Elisa quase implorando pelo silêncio de Bianca, as duas voltaram até o grupo de amigas às gargalhadas. Àquela altura, Luana havia encontrado seu namorado, Allan, que estava louco para conhecer Bianca. Agnes estava levando a sério sua nova missão de vida e tentando arrancar dos amigos do seu irmão os maiores podres possíveis, enquanto Victor Hugo cogitava seriamente afogá-la na piscina.

As meninas estenderam à Zoe o convite para ir à casa de Emily, que aceitou prontamente e depois convenceu todas elas a irem para a pista de dança improvisada na sala da mansão. A noite de fim de inverno estava quente, todos se divertiam e o clima não poderia estar melhor.

Quer dizer, para quase todo mundo.



Bianca forçou a vista quando saiu do banheiro, tentando encontrar seus amigos na sala iluminada apenas por luzes multicoloridas e repleta de pessoas. Não era muito de beber, mas havia aceitado alguns goles do drink de Zoe e já se sentia alegrinha, o que não era ruim, mas não ajudava muito a encontrar rostos conhecidos no meio da multidão.

Já eram meia noite e meia e ela começava a duvidar que o plano de Bellini de expulsar todo mundo antes das duas da manhã funcionaria.

Descrever aquela festa como uma loucura seria um eufemismo. Pra começo de conversa, todo mundo estava muito bêbado (menos ela e Agnes, mas até as duas beberam um pouquinho e estavam mais tolas que o normal). Seus grupos de amigos haviam se mesclado desde o começo da festa, mas toda a hora alguém desaparecia, apenas para ressurgir uma hora depois com uma história maluca e ainda mais álcool no corpo.

Mas já fazia mais de uma hora que não via Daniel em lugar nenhum. E eles eram só amigos, mas Bianca não achava que ficar receosa que ele estivesse com outra garota fosse algo que uma amiga faria.

Quando um grupo de garotos passou com uma arminha de água carregada de bebida esguichando tequila na boca dos convidados, Bianca tentou afastar aqueles pensamentos aceitando um gole. Imediatamente se arrependeu, porque continuava ansiosa e agora estava com um gosto ruim na boca.

Começou a cogitar ir para o quintal em busca dos seus amigos, quando sentiu alguém puxar seu braço.

— Bianca, finalmente! — Era VH. Quer dizer, parecia com VH depois de ser atropelado, com seus cabelos completamente desgrenhados, o rosto suado e a voz completamente rouca. Puxou Bianca mais para perto a fim de gritar por sobre a música, tentando não se embolar com as palavras: — Preciso da sua ajuda.

Simplesmente assentiu, um pouco preocupada com a seriedade no tom dele. Então o seguiu em direção à escadaria que levava ao segundo andar, parte que Bellini deixou bem explícito ser terminantemente proibida de acessar (mesmo que alguns casais já estivessem se agarrando pelos degraus).

Quando se afastaram um pouco da música ensurdecedora da pista de dança, VH limpou a garganta e finalmente conseguiu explicar sem precisar se esgoelar:

— Olha, Bee, desculpa te incomodar com isso... Eu queria chamar a Zoe, só que eu simplesmente não consegui encontrar ela.

— Tá tudo bem, VH?! Fala logo o que houve! — pediu, tensa.

— Não, tá tudo bem... mais ou menos — começou, a voz quebrada arranhando a garganta. — Escuta, o Daniboy tá mal. Não tá desmaiado nem nada, mas tá trancado no quarto do Bellini. Ele bebeu que nem um imbecil e... não quer abrir a porta. Eu e os caras estamos meio preocupados. Desculpa estragar sua festa, mas você se importa de ajudar a gente com isso? Se você mandar ele destrancar, ele vai obedecer. Depois a gente assume, só... Não queremos deixar ele sozinho. E nem deixar ele vomitar no quarto do Bellini.

Bianca ouviu tudo aquilo e franziu as sobrancelhas. Certo, Daniel realmente já estava bem doido quando ela o viu, mas para chegar naquele ponto...

— Não, claro. Não esquenta, eu vou sim.

VH agradeceu com um sorriso cansado e guiou Bianca pelos corredores do segundo andar da casa de Bellini. Diferente da residência dos Beaumont, cuja decoração era tão insuportavelmente clean que mais parecia um consultório médico, a casa de Henrique tinha uma aparência mais clássica, repleta de móveis de madeira de aparência antiga e estampas ostensivas. Atravessaram não uma, mas duas salas comuns antes de chegar ao corredor onde ficavam os quartos.

— Desculpa mesmo por te envolver nisso, Bee. — VH deixou um suspiro cansado escapar e desabafou, sem pensar direito nas palavras: — O Daniel ficou péssimo essa semana inteira, acho que por causa do seu rolo com o Bellini. Você sabe como ele é quando fica mal... começou a beber assim que chegou, não parou de fumar um segundo e agora tá falando que quer ficar sozinho. Sei lá, eu fico preocupado que ele esteja tendo um surto ou sei lá.

Bianca conteve a expressão de surpresa com a revelação, mas se esforçou para parecer tranquila enquanto garantia que ele não precisava se desculpar. Então... Daniel estava mal por que ela tinha saído com Bellini, afinal? Mal o suficiente para encher a cara daquele jeito e deixar todo mundo preocupado? Que direito ele tinha, sendo que foi ele mesmo quem estabeleceu aquele limite na relação deles?!

Bianca começou a ficar nervosa e inconscientemente acelerou o passo, obrigando VH a se apressar para acompanhá-la.

Todas as portas estavam fechadas, mas Twister e Nathan estavam parados em frente à terceira. O mais alto batia na porta, enquanto o loiro estava sentado com a cabeça apoiada nos joelhos. Ambos estavam com as aparências tão ruins quanto VH, nenhum parecendo exatamente uma boa opção para cuidar de alguém bêbado.

— Você tá com um chupão no pescoço. — Bianca murmurou quando passou por Nathan, recebendo um olhar de poucos amigos que falhava em disfarçar as bochechas vermelhas.

— Ajuda logo com seu namorado, Bianca. — Devolveu a provocação, parecendo tão cansado que a segundanista nem teve vontade de retrucar. Ela tentou disfarçar, mas ficou ainda mais brava com aquele comentário.

— Daniel, abre a porta, é sério. — Twister tentou mais uma vez, mas não recebeu resposta depois de vários segundos. Soltou um suspiro exausto e revirou os olhos, finalmente percebendo a presença da amiga. — Ah, finalmente alguém que esse idiota vai ouvir.

Bianca passou por eles, imediatamente estressada com a situação. Ela e a família passaram o último Natal na casa de Esther e a cunhada foi dormir cedo, mas Natalie continuou bebendo com Madalena até de madrugada, enquanto Bianca ficou jogando. Quase de manhãzinha, ela quem precisou lidar com uma Natalie bêbada, mil vezes mais chata e teimosa que o normal, e arrastá-la para tomar um banho e ir para a cama. Infelizmente, não ser o bêbado chato frequentemente te fazia assumir o papel de cuidar do bêbado chato.

Sem muita paciência, deu duas batidas fortes na porta.

— Dani, abre essa porta.

A resposta veio imediatamente:

— Caralho, vocês chamaram a Bianca?! Eu já disse que tô bem, inferno. — A voz dele veio abafada do outro lado e estava tão rouca quanto a de VH.

— Daniel, abre a porta — falou, sem nem se dar ao trabalho de erguer a voz. — Estou mandando.

Por alguns segundos, ouviu apenas uma série de resmungos vindos do lado de dentro, mas eventualmente o som da chave girando na fechadura se fez presente.

Daniel abriu um pouco a porta, imediatamente franzindo os olhos quando a iluminação do corredor bateu em suas pupilas. Os cabelos platinados estavam ainda mais bagunçados do que o normal e chamá-lo de péssimo ainda seria um elogio.

— Você acha que é só chegar mandando que eu vou-

Bianca sequer ouviu a reclamação, empurrando o resto da porta e adentrando sem qualquer cerimônia no quarto.

— Podem deixar que eu resolvo daqui. — Falou para os meninos e fechou a porta com um baque, deixando os três completamente confusos, mas um pouco agradecidos por não estarem na pele de Daniel. 




Nota da autora:

Então... oi?

Bom, minha primeira desculpa para justificar o atraso na atualização é que esse capítulo tem simplesmente 5400 palavras... eu amo qualquer desculpa para escrever esse clima caótico de festas 👉👈

Mas não, quero contar o caos que aconteceu ontem e me impediu de atualizar: eu tinha uma reunião marcada com o meu irmão e fui para a casa dele de Uber. O capítulo já estava enorme, mas na minha cabecinha eu conseguiria chegar lá uma hora mais cedo, terminar e atualizar. 

Porém eu não contava que esta INCOMPETENTE seria capaz de colocar o endereço errado no Uber. Bom, saí do carro e coloquei o endereço certo no maps, então vi que eu estava a 1,5km de distância... meio longe, mas eu conseguia ir a pé. Caminhei, caminhei, caminhei, e depois de 2km eu parei "não, tem alguma coisa errada"

CARAS  EU COLOQUEI O ENDEREÇO ERRADO PELA SEGUNDA VEZ. Eu não parei a 2km da casa do meu irmão, eu parei A CINCO!!!!!!!! E como já tinha andado quase metade do caminho a pé, já estava suada e puta, não ia me submeter à humilhação de desistir e andei mais 3km a pé.

Ou seja, caminhei por quase 2hrs com uma mochila pesadíssim nas costas porque SOU UMA TONTA, cheguei atrasada e não consegui atualizar o capítulo 🙏🙏🙏🙏

Aí hoje, só de raiva, escrevi quase 2k de palavras a mais para deixar o capítulo que vem só para o drama.

DE QUALQUER MANEIRA, espero que pelo menos o tamanho compense a demora 🙏 semana que vem teremos um dos capítulos que eu mais estou ansiosa para escrever (e vou começar agora mesmo........)

Um beijo a todos e até sexta-feira que vem (se eu não estragar tudo!!!!!!)

EDIT AQUI: apenas para fins de justificar porque o Daniel é tão gado, a Bianca estava vestida mais ou menos assim, O QUE NA MINHA OPINIÃO EXPLICA MUITA COISA:

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