Um voto inesperado

By BegoniaInfestante

2.4K 217 121

[CONCLUÍDA] Após uma discussão acalorada na noite do baile de inverno, Harry inadvertidamente faz um voto per... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 5

Capítulo 4

466 41 16
By BegoniaInfestante

Ansiedade era provavelmente um resultado esperado para seu primeiro ano fora da escola, mas Harry esperava sentir isso dali a um ano, quando estivesse procurando por um emprego e se tornando adulto. Para ele e seus amigos, no entanto, não havia tempo para se tornar adulto. Eles tiveram de crescer do dia para a noite para lutar contra coisas muito mais assustadoras que o mercado de trabalho.

Não era difícil para Harry sentir que seus amigos estavam perdendo mais do que ele. Hermione teve de confundir a memória de sua família e enviá-la para longe, e George se feriu durante a evacuação de Harry da casa de seus tios. Ron tinha muito mais a perder com essa guerra do que Harry já teve. Ainda assim, estranhamente, todos insistiam em viver como se não houvesse caos além dos muros metafóricos do palácio metafórico que construíram para si mesmo, o que os levou ao eminente casamento de Gui e Fleur.

Harry estava internamente descontente, para ele, cada segundo que eles não estavam procurando por pistas e informações era um segundo mal utilizado, mas ainda era impossível para ele erguer objeções contra a alegria que a celebração naturalmente espalhava no coração de todos. Era fácil se convencer de que sorrir era, por si só, um ato de resistência contra as forças das trevas. Porém, na realidade, Harry tinha outra preocupação imediata.

De certa forma, seu relacionamento com Gina estava num tipo de limbo nos últimos meses. Era de conhecimento geral que eles estavam saindo juntos, mas todas as complicações impediam que eles fossem além e rotulassem isso como um namoro propriamente dito. Harry precisava falar com ela. Era inegável que seu afeto por ela não se desenvolvera de maneira romântica e ainda mais inegável que havia mais alguém ocupando esse espaço em seus pensamentos. Por mais tolo que fosse ter esperança, era ainda mais difícil seguir enganando o coração de sua amiga.

Nos últimos meses, os poucos espaços de tempo sozinho em seus pensamentos fizeram Harry perceber porque seu coração estava tão inquieto. Porquê seus pensamentos sempre davam uma volta grande para terminar no mesmo lugar. Quando Draco o amarrou ao voto perpétuo, Harry criou uma imagem mental deles dois de mãos dadas em um altar e sentiu um calafrio. Aquilo só poderia ser uma tragédia, ou uma comédia sem graça alguma. Hoje, porém, ele imaginava como o mundo seria se ele vencesse esta guerra, e essa cena se tornara um sonho fugaz. Como uma recompensa muito necessária, e até desejada, após todas as perdas.

A realização era um pouco aterradora. Sequer havia uma chance de dar certo, mas era impossível se desvencilhar da esperança uma vez que ela havia criado raízes e se alastrado por suas terminações nervosas.

Harry estava lendo a matéria desagradável sobre Dumbledore no jornal, quando a oportunidade de falar com Gina surgiu na tarde do casamento. Ela pediu que Harry ajudasse com seu vestido e o estômago dele se revirou imediatamente com a antecipação da conversa nada agradável.

Gina estava linda como sempre, e ainda emanava a aura elétrica de sua presença.

– Ginny... – Harry chamou um pouco ansioso ao terminar de puxar o zíper e tocá-la suavemente no ombro.

– Mn. O que foi? – Ela demonstrou que estava ouvindo e se virou, jogando os cabelos vermelhos-fogo para trás, por cima do ombro.

– Ah... Eu... queria falar com você. – Ele se atrapalhou um pouco e engoliu em seco.

– Você está falando. – Ela sorriu bem humorada.

– É. – Ele sorriu constrangido. – Em particular. – Ela olhou ao redor como se ele não estivesse fazendo sentido. – Certo. – Ele concordou se sentindo um idiota. – É sobre... nós. – Harry estava repensando suas escolhas de vida enquanto gesticulava entre eles. Talvez ele devesse ensaiar melhor antes de falar afinal.

– O que tem nós? – Gina virou o rosto de lado, compreendendo Harry apesar de tudo. Como ele a adorava por ser tão fácil de se conversar. – Não precisa parecer tão nervoso. – Ela fez uma careta e o tocou no ombro, oferecendo um sorriso pequeno e doce.

– Precisamos... terminar. – Harry pronunciou finalmente, pois sabia que demorar só pioraria sua situação. Gina ergueu as sobrancelhas e o encarou como se ele devesse explicar. Era difícil terminar um relacionamento que sequer havia começado adequadamente e ainda mais difícil explicar as coisas, complicadas como eram.

– Você pode elaborar? – Ela cruzou os braços, um pingo de irritação afastando sua persona suave.

– Desculpe. – Ele engoliu e respirou fundo para falar. – Eu sei que não é justo. Você é perfeita, mas... é só...

– Isso tem a ver com... Você Sabe Quem? – Ela se empertigou, a expressão completamente irritada. – É alguma merda sobre você tentar me proteger? Porque eu posso me proteger muito bem sozinha...

– Não. – Ele interrompeu em pânico. – Não é isso. Eu não ousaria pensar algo assim. – Ele pensou que isso melhoraria o humor dela, mas na verdade sua raiva apenas pareceu se tornar tristeza.

– Tem outra pessoa? – Ela perguntou olhando-o nos olhos e Harry congelou no lugar, sem saber como responder. – Quem? – Gina pareceu duas vezes mais magoada.

– Não importa. – Harry poderia mentir e dizer que não havia mais ninguém, que era apenas qualquer outra coisa, mas sabia que isso seria pior de alguma maneira.

– Não importa? – Gina repetiu baixo e incrédula.

– Não é recíproco, então... – Harry sabia que sua expressão estava combinando com a dela em desânimo agora.

– Então... Está me trocando por alguém que sequer devolve seus sentimentos? – Os olhos dela brilhavam um pouco e Harry se sentiu inferior a Voldemort no quesito formas de vida indignas.

– Eu sei que é burrice. – Ele sorriu involuntariamente. – Trocar a garota perfeita por um "talvez" extremamente problemático, mas eu não posso seguir mentindo para você ou para mim. – Ele alcançou as mãos dela, temendo que ela recuasse, mas ela não o fez. – Eu só não queria perder sua amizade.

– Harry... – Gina soou consoladora e o abraçou, o que era injusto, visto que ela era aquela que foi decepcionada, não ele. – Isso não é algo que possa ser mudado assim. É claro que somos amigos. – Harry a abraçou de volta, tocando suas omoplatas com cuidado. – Mas não agora. – Ela concluiu.

– Hm? – Harry ficou confuso quando o tom dela voltou à seriedade total e se afastou para olhá-la.

– Eu também tenho meu orgulho. – Ela corrigiu sua postura. – Vou precisar de tempo para lamber as feridas, se é que me entende. – Harry estremeceu ao lembrar que a havia machucado. – Mas acho que já imaginava... – Ela continuou. – Desde o meu terceiro ano... Não sei... – Ela levou a mão ao queixo pensando. – Eu pensava que estava imaginando coisas. – Harry não sabia que estava corando, mas ela riu imediatamente ao vê-lo. – Então eu não estava imaginando.

– Desculpe... – Ele repetiu baixinho, envergonhado por ter sido lido facilmente como um livro infantil.

– Não se desculpe mais. – Ela olhou ao redor como se tivesse outro lugar no qual preferisse estar. – Você sempre segue seu coração. É o que eu mais gosto sobre você, então não tenho do que reclamar. – Gina deu de ombros. Harry sabia que ela estava forçando essa compostura, mas o melhor era lhe permitir sua saída graciosa. – Então, até mais. – Ela se aproximou e o beijou no rosto, antes de olhar com desagrado para algo atrás de Harry e sair da sala.

Era George, com sua orelha enfaixada e oferecendo uma expressão solidária para Harry enquanto bebia seu chá. Harry se remexeu desconfortável. Ele esperava que não tivesse soado como se ele tivesse sido seduzido por uma destruidora de lares loira e mal intencionada aos 14 anos, embora tivesse sido basicamente isso, então acenou rapidamente para George e foi em busca de ar para superar os últimos minutos e recarregar suas baterias sociais.

Harry provavelmente precisaria anotar para conseguir se lembrar exatamente do que aconteceu com sua vida após o casamento. Primeiro ele foi perseguido da festa do dito casamento até uma lanchonete trouxa, onde quase foi morto, então uma parada para respirar em Grimmaud Place, seguida por se tornar o mais procurado da Grã-Bretanha mágica e quase ser morto durante seu plano de invadir o ministério. Depois uma breve pausa para acampar, uma visita desagradável a Godrick's Hollow e mais acampamento. Harry resumia isso em sua mente como: Correr, não morrer, se esconder, repetir.

O paradigma foi finalmente na noite em que a corsa de energia brilhante apareceu. Ron retornou, eles finalmente destruíram uma horcrux e tinham um novo sopro de esperança.

Visitar Xenofílio Lovegood talvez não tivesse sido a melhor ideia. A esperança voltou a se transformar em corrida e Harry sabia o que vinha na sequência.

Com seu rosto inchado e desconfortável, ele foi arrastado, junto com seus amigos, até uma mansão desconhecida, mas muito fácil de identificar. Harry sentiu em um instante todos os últimos meses o atingirem. Todos os dias em que ele afastou seus pensamentos de seu 33,3% noivo por causar-lhe angústia e preocupação, ou se lembrou dele por um conforto e esperança fugazes estavam voltando para ele e sua pele formigava com a antecipação do que ele encontraria, assim como de medo por sua situação infeliz.

Quando Bellatrix Lestrange ergueu forçosamente seu rosto para o alto, o Draco que o saldou estava pálido como um lençol, mais do que Harry já havia visto antes. Seus olhos pareciam profundos e escuros como os de alguém incapaz de dormir e mesmo suas bochechas estavam mais fundas, ele havia perdido algum peso. Porém, acima de tudo isso, o que fez o coração de Harry apertar; aqueles olhos prateados não mudaram. Eles ainda brilhavam na luz suave da sala e ainda tiraram seu fôlego quando Draco se inclinou para olhar mais de perto.

– Não tenho... não tenho muita certeza – Draco respondeu finalmente. Ele parecia atemorizado de olhar para Harry.

– Mas olhe-o com atenção, olhe! Chegue mais perto! – Lucius Malfoy nunca soou tão excitado. – Draco, se formos nós que entregarmos Potter ao Lorde das Trevas, tudo será perdo...

– Ora, não vamos esquecer quem, de fato, o capturou, espero, sr. Malfoy? – disse um dos captores de Harry, em tom de ameaça.

– Claro que não, claro que não! – Replicou Lucius, impaciente, se aproximando de Harry. Ele chegou tão perto que Harry pôde ver em detalhe, apesar de suas pálpebras inchadas, o rosto anteriormente lânguido e pálido de Lucius se transformar numa máscara disforme, como se a própria alma do homem tivesse sido espancada.

– Que foi que você fez com ele? – Perguntou Lucius ao captor. – Como foi que ele ficou nesse estado?

– Não fomos nós. – O homem respondeu defensivamente.

– Está me parecendo mais uma Azaração Ferreteante. – Disse Lucius. Seus olhos cinzentos esquadrinharam a testa de Harry.

– Tem alguma coisa ali – Ele sussurrou. – Poderia ser a cicatriz, distendida...? Draco, venha aqui, olhe direito! O que acha?

Harry viu o rosto de Draco agora muito perto, junto ao do pai. Eles eram extraordinariamente parecidos, exceto que, enquanto Lucius emanava excitação, a expressão de Draco espelhava relutância e medo.

– Não sei. – Ele respondeu mais firmemente e voltou para junto da lareira onde sua mãe o observava, tentando parecer indiferente.

– É melhor termos certeza, Lucius – Disse Narcisa para o marido, em sua voz clara e fria. – Absoluta certeza de que é Potter, antes de chamarmos o Lorde das Trevas... Dizem que isto é dele – Comentou ela, olhando bem a varinha trazida com eles. – Mas não parece a que Olivaras descreveu... Se nos enganarmos, se chamarmos o Lorde das Trevas inutilmente... lembra o que ele fez...? – A mulher se interrompeu, deixando a ameaça permanecer firme no ar.

– E a sangue ruim aqui? – Rosnou o captor. Harry quase foi arrancado do chão quando os sequestradores tornaram a forçar os prisioneiros a se virar, para que a luz recaísse sobre Hermione.

– Olhe, Draco, não é a garota Granger? – Bellatrix se intrometeu com um sorriso nada contido.

– Eu... talvez... é. – Draco se remexia em seu lugar, completamente desconfortável.

– Então, esse é o garoto Weasley! – Gritou Lucius, dando a volta aos prisioneiros para encarar Rony. – São eles, os amigos de Potter... Draco, olhe para ele, não é o filho do Arthur Weasley, como é mesmo o nome dele...?

– É. – Draco tornou a dizer se virando para encarar a lareira, de costas para os prisioneiros. – Poderia ser...

A porta da sala de visitas se abriu às costas de Harry. Uma mulher falou, o som de sua voz fez o medo de Harry atingir um nível ainda mais agudo.

A partir daí, as coisas não melhoraram. Apesar de terem decidido esperar para confirmar a identidade de Harry, Bellatrix pareceu ter um acesso de loucura ao vislumbrar a espada de Godrick Gifinória nas mãos de um dos sequestradores. Harry e Ron quase colocaram seus pulmões para fora de desespero quando foram separados e arrastados pelo lobisomem, Greyback, até o porão enquanto Hermione ficava para trás.

Um grito terrível e prolongado veio diretamente do piso superior quando a porta da cela se fechou e Ron imediatamente começou a se contorcer e puxar com força anormal.

– HERMIONE! – Urrou Rony, e Harry cambaleou com o puxão. – HERMIONE!

– Fica quieto! – Harry puxou de volta tentando controlar o amigo, não havia ponto em entrar em pânico. – Cala a boca, Rony! precisamos descobrir um jeito de...

– HERMIONE! HERMIONE! – Ron estava ignorando-o completamente em seu desespero.

– Precisamos... precisamos soltar essas cordas.... – Harry ofegou.

Inesperadamente, quem os fez parar foi uma voz muito mais gentil presa naquele porão escuro e desagradável. Luna estava lá, assim como o sr. Olivaras e o duende, Grampo. Foi necessária uma quantidade bastante escassa de paciência, contorcionismo e pensamento racional para acender as lamparinas do porão e finalmente cortar as malditas cordas com um prego velho que Luna encontrou.

Mesmo livres, eles não relaxaram, pois a cada poucos segundos outro grito de Hermione repercutia pelas paredes de pedra. Harry retirou o fragmento do espelho de duas faces de seu bolso, onde via refletido um dos olhos de Dumbledore. Ele não entendia, mas não tinha outra alternativa.

– Nos ajude. – Ele pediu desesperado. – Por favor, nos ajude. – Ele chamou novamente, até que o homem no espelho desapareceu.

Por estar distraído com o espelho, levou alguns segundos para Harry perceber que os gritos de Hermione haviam parado e sido substituídos pelo que parecia uma conversa. Era alto o bastante apenas para saber que estava acontecendo, mas era impossível distinguir as palavras e vozes adequadamente.

– O que está havendo? – Ron perguntou para Harry, que sabia tanto quanto ele e só pôde dar de ombros. Porém, a voz masculina se tornou mais alta e irritada, como se se aproximasse do porão e Harry pôde reconhecer que era Draco.

– ...Maldita sangue-ruim! – Ele falava desagradavelmente. – Vou pendurá-la pelos tornozelos, veremos se isso não solta sua língua! – Ele praticamente berrava.

Ron rapidamente recolheu as luzes do porão com seu desiluminador quando a origem da comoção ficou óbvia. Draco segurava pelos cabelos uma Hermione curvada. Ele abriu a cela e empurrou sem muito espírito para o interior.

– Ah! Seu maldito! – Ron não teve paciência e imediatamente saltou para desferir um soco na mandíbula afiada de Draco, que não pôde prever o golpe naquele breu completo.

– Rony! – Harry se saltou com surpresa para seu amigo cabeça-quente.

– Calma Ron! – Hermione também, surpreendentemente, conteve os ombros de Ron em seu controle. – Eu... Eu acho que ele...

– Maldição... Da próxima vez vou deixar minha tia virar sua namorada do avesso, o que acha?! – Draco cuspiu as palavras na cara de Ron com irritação.

– Ron. Acenda as luzes. – Harry pediu soando mais calmo do que pareceria natural nesta situação. Um instante depois ele tinha seus braços cruzados diante de um Malfoy massageando irritadamente sua mandíbula.

– A idade não está fazendo bem para a sua aparência, Harry, parece que você andou brigando com uma colmeia. – Draco também cruzou os braços para que os dois se encarassem como bons rivais.

– Eu estava pensando a mesma coisa. – Harry devolveu. – Se você ficar mais pálido, acho que vou conseguir ver através de você.

Os dois se encararam por mais um instante suspenso antes de Draco ceder. Ele bufou uma vez e então começou a rir, o que fez com que Harry também caísse em risadas e agora eles estavam rindo como se essa fosse uma experiência divertida, não altamente traumática.

– O que diabos está acontecendo...? – Ron perguntou baixo, mais de maneira geral. Ele segurava os braços de Hermione com uma postura protetora e preocupada.

– Eu é que pergunto. – Draco devolveu. – Minha alma quase deixou meu corpo quando eu vi quem aqueles cretinos trouxeram. Como vocês foram idiotas o suficiente para se deixar capturar assim? – Ele repreendeu.

– Você não estava lá, então cale a boca... – Harry grunhiu. – Você poderia apenas nos mostrar a direção da saída?

– Você perdeu a cabeça. – Draco se exasperou. – Isso é um porão. Tem uma entrada, uma saída. Se eu deixar vocês saírem, posso simplesmente me habituar a comer capim pela raiz.

– Não podemos simplesmente ficar aqui. As coisas vão para o sul bem rápido quando esse feitiço se esvair. – Harry apontou para o próprio rosto. Ele ouviu um barulho estranho atrás de si, assim como os outros, e se virou alarmado. – Dobby? – Ele ficou tão surpreso que não sabia o que dizer. – O que faz aqui?

– Dobby veio salvar Harry Potter. – O pequeno elfo pronunciou com um sorriso. – Ah... Draco Malfoy. – Ele se colocou numa postura inclinada e lutadora.

– Calma, Dobby. Não precisa atacá-lo. – Harry imediatamente se jogou na frente do garoto loiro e Dobby baixou suas mãos. – Você... consegue aparatar daqui? – Ele perguntou esperançoso.

– Ele é um elfo doméstico, é claro que consegue. – Draco revirou os olhos.

– Ótimo! Então vamos. – Ron imediatamente puxou Hermione consigo para mais perto do elfo.

– Espera Rony. – Ela firmou os calcanhares. – Não podemos ir...

– Por que não? – Ron indagou e ela apenas fez um gesto abortado com a cabeça na direção de Draco.

– Eles vão matá-lo se desaparecermos assim. – Harry explicou em voz alta.

– Então o que fazemos? – Foi o sr. Olivaras quem decidiu contribuir com a conversa.

– Só precisamos atuar um pouco. – Hermione levou a mão ao queixo. Ela parecia abalada quando chegou ao porão, mas já havia recuperado seu espírito solucionador de problemas. – Espero que você não seja contra se machucar um pouco. – Ela se dirigiu a Draco, que engoliu em seco.

Eles já estavam há quase 5 minutos no porão e logo não haveria tempo, mas Draco ainda puxou Harry para um canto para trocar algumas palavras, o que fez com que os outros agissem curiosos ou desconfiados.

– Leve isto com você. – Ele disse entregando sua varinha na mão de Harry, segurando aquela mão nas suas por um segundo a mais.

– O-obrigado. – Harry aceitou um pouco desorientado.

– Não posso estar com ela de qualquer forma. – Draco explicou. – Vai soar mais crível se vocês levarem.

– Não... – Harry corrigiu. – Não pela varinha. Obrigado por manter sua palavra.

Os olhos deles se encontraram por mais um instante longo, Harry não havia percebido, mas seu rosto estava voltando ao normal e Draco o olhou nos olhos com atenção.

– Eu queria te dizer uma coisa. – Draco interrompeu o silêncio. – Com tudo o que tem acontecido, eu percebi que... – Ele desviou o olhar para suas mãos. – Eu só... sei que não posso encontrar nenhuma boa candidata até os meus 21 anos. – Ele falou e, mesmo na penumbra, seu rosto parecia corado.

– Você... – Harry resistiu a um sorriso intrusivo. – Isso... – O sorriso venceu e ele se sentiu quente por toda parte. – Eu estava pensando a mesma coisa. – Ele concordou e eles se encaram por mais um instante com seus próprios sorrisos mal contidos. – Então... não morra.

– Idem. – Draco devolveu.

– É pra hoje ou vamos ficar aqui pra sempre? – Ron chamou de onde estava com os outros com seus braços cruzados e tom irritado.

– Estamos indo. – Harry sorriu para seus amigos e se juntou aos outros ao redor de Dobby.

– Quão ruim precisa ser? – Dobby perguntou timidamente para Draco com sua mão já estendida.

– Deixe uma marca. – Draco abriu os braços para receber o feitiço e tomou fôlego.

– Ah! E Draco. – Hermione interrompeu a cena. – Obrigada.

– Mn. – Draco ofereceu um sorriso pequeno para ela e colocou as mãos ao redor da boca para amplificar sua voz. – SOCORRO! TIA BELLA!!! OS PRISIONEIROS ESTÃO TENTAN...! – Ele foi atingido por um raio azul brilhante no peito e bateu com força contra uma das colunas do porão, Harry não pôde evitar de estremecer.

Assim que Greyback e Rabicho estavam descendo com pressa as escadas, eles só puderam vislumbrar rapidamente o grupo reunido e o corpo caído de Draco antes que todos desaparecessem num estalo.

A luz do dia já havia se passado desde que eles chegaram ao chalé das conchas. Fleur e Gui os receberam de maneira acolhedora, tomar um banho e comer uma refeição quente era como estar no paraíso a esta altura.

Grampo, que se mostrara calado e ranzinza não poupou muitas palavras para eles antes de ser atribuído a um quarto. O sr. Olivaras era mais falante e educado e se deu ao trabalho de agradecê-los, mas parecia muito cansado e desgastado, então usufruiu logo de sua cama. Luna conversou um pouco com Dobby antes de ele ir embora e ela também optar por descansar. E finalmente Harry e sua dupla de amigos tiveram privacidades sentados à pequena mesa de jantar do chalé.

Hermione batia um pé ansiosamente enquanto encarava Harry com impaciência e Rony não era diferente, mantendo seus braços cruzados e cavando um buraco na cabeça de Harry com seu olhar.

– Por Merlin. Desembucha logo! – Ron finalmente verbalizou o que ele e Hermione queriam.

– O quê? – Harry bebeu seu chá já esfriando de sua caneca de cerâmica.

– Malfoy nos ajudou lá atrás e você nem piscou. – Ron revirou os olhos.

– Isso mesmo. – Hermione acenou com a cabeça. – Você não se surpreendeu nem um pouco e a conversa de vocês estava um pouco íntima demais para o que eu me lembrava da escola.

– Vocês estão imaginando. – Harry provavelmente convenceria melhor se não estivesse com as faces tão aquecidas.

– Isso é loucura. – Ron apontou atônito. – Quando foi que isso aconteceu? Você não odiava até os ossos daquele cara? – Harry comprimiu seus lábios ao perceber que esse era o momento que ele havia adiado tanto.

– Bem... Ódio é uma palavra forte. – Harry sorriu timidamente.

– Eu confesso que não fiquei completamente surpresa por ele ter me ajudado. – Hermione adicionou. – Nos últimos anos ele havia sido mais como seu eu desagradável do que saído do próprio caminho para causar problemas. Eu pensei que a maturidade finalmente o havia alcançado, mas... – Ela olhou para Harry desconfiada. – Por favor, explique. – Ela sorriu o sorriso de "a menos que queira se arrepender de ter nascido".

– Haha... – Harry riu estranhamente. – Eu não quis contar antes, porque... bem... é complicado. – Ele pensou em como adoçar a pílula, mas não conseguiu descobrir como. – Desde o quarto ano, eu e Draco meio que... nos tornamos menos... inimigos?

– Desde o quarto ano? – Hermione se surpreendeu.

– E você não pensou em nos contar sobre isso? – Ron abanou os braços exasperado.

Harry não queria explicar os detalhes agora. Draco provavelmente era mais do que apenas 33,3% seu noivo agora, mas tudo era tão incerto que sua ansiedade não lhe permitiria dar tudo por garantido.

– Eu não quis esconder. – Ele olhou diretamente para seus amigos. – Não é tudo tão simples. Ele simplesmente estava lá em alguns momentos de desespero.... Acho que me acostumei a vê-lo como um tipo de abrigo secreto. Quando estávamos sozinhos, ele agia informalmente e não tinha medo de falar o que vinha à mente, mesmo que fosse uma babaquice. Eu às vezes me irritava, mas também era... não sei. Reconfortante? – Harry falava com facilidade sobre o assunto, se lembrando com carinho das interações passadas que os trouxeram até este patamar.

– Puta merda... – Ron reagiu como se o caso fosse muito mais grave do que ele antecipou.

– Olha a boca. – Hermione o repreendeu sem muita energia. – Harry. Eu tenho uma pergunta.

– Sim. – Ele se preparou um pouco nervoso.

– No quinto ano. Quando recebemos aquele aviso na sala precisa. – A cara que Harry fez com a recordação devia ter sido resposta suficiente, pois Ron imediatamente bateu com a testa na mesa de madeira como se desistisse completamente.

– Não precisam reagir assim. – Harry tentou consolar. – É uma boa notícia, não é? Exceto por estar tentando proteger sua família, ele não é leal à Você Sabe Quem.

– Eu suponho... – Hermione deu de ombros e suspirou. – Eu vou digerir melhor essa história com uma boa noite de sono. – Ela se levantou de sua cadeira e beijou Harry na têmpora de maneira maternal antes de seguir pelas escadas estreitas do chalé.

– Está zangado? – Harry arriscou perguntar para Ron que havia voltado a olhar para ele.

– Zangado? Não. – Ron respondeu com um tom um tanto mordaz. – Estou um tanto surpreso. Um pouco irritado de modo geral. E até um pouco grato, por Hermione. E não sei se acredito totalmente em você.

– Eu não estou mentindo. – Harry se defendeu.

– Talvez. – Ron clicou a língua, ele geralmente escondia sua perspicácia, mas agora Harry sentiu todo o peso disso no olhar do garoto ruivo. – Mas eu sei quando você está retendo informação, eu sempre soube. Eu não sabia que a informação tinha a ver com o Malfoy, mas desde o torneio tribruxo eu sabia que você estava optando por não me contar algo. Eu preferi respeitar sua privacidade na época, mas agora. Não entendo o que você ainda pode estar tentando esconder.

– Erm. – Harry limpou a garganta com desconforto. – Dê mais tempo ao tempo, sim? – Ele adicionou um sorriso pacificador no final. – Não é nada de ruim. Eu prometo.

– Hm... – Ron cerrou os olhos e moveu a mandíbula como se quisesse falar mais, mas finalmente cedeu e descruzou seus braços. – Não vou te pressionar. – Ele comentou afastando a cadeira da mesa. – Lembre-se apenas que nós somos seus amigos, você não precisa guardar segredos de nós.

– Uhum. Eu sei. – Harry sorriu e acenou mais animado e aliviado agora.

Ron apertou seu ombro de forma reconfortante quando passou por Harry para a escadaria, deixando-o lá para refletir um pouco sobre todo esse dia, decidir que tinha os melhores amigos do mundo e finalmente apagar a lamparina solitária no balcão para ir dormir.

Harry estava preocupado com Draco nos primeiros dois dias no novo abrigo. Ele temia que seu plano pudesse ter dado errado e ele tivesse sido punido de alguma forma, porém, eventualmente outros desafios tomaram espaço em suas preocupações, e a falta de notícias era uma espécie de conforto, já que se algo acontecesse com o herdeiro Malfoy, provavelmente não seria tratado como um segredo de Estado.

Invadir Gringots com um duende nos ombros e fugir de lá nas costas de um dragão foi bastante efetivo em distraí-lo de outros problemas. Depois disso, o plano era retornar à Hogwarts através da passagem sob a Dedos de Mel, mas houveram contratempos e o resgate veio na forma de Aberforth, o irmão de Dumbledore que Harry ainda não havia conhecido em pessoa, mas a quem já era grato por enviar Dobby anteriormente quando eles estavam presos na mansão Malfoy.

Rever seus colegas quase derrubou Harry em seus joelhos. Era a adrenalina da batalha que se aproximava que o mantinha de pé e segurava suas lágrimas. Aparentemente, este ano letivo havia sido ainda mais perturbador que o período sob a diretoria de Umbridge, o que era um marco difícil de ser superado. Quando os alunos foram convocados ao salão principal para discutir um assunto de segurança, ficou bastante óbvio que não haveria anonimato e sua melhor chance de sucesso residia em mobilizar as forças dos alunos e professores dispostos a combater Voldemort.

Snape fez uma saída dramática por assim dizer, Harry estaria mentindo se dissesse que não sentiu um prazer sombrio em tirar o poder do assassino de Dumbledore sobre os alunos, mas não houve tempo para qualquer pequena celebração quando o primeiro grito foi ouvido.

A aluna era mais nova e tinha uma voz bastante aguda, o que fez um calafrio atravessar todos no salão. Logo haviam mais gritos entre os garotos e as garotas e mesmo Harry cambaleou com a voz nauseante repercutindo em seu cérebro.

"Sei que estão se preparando para lutar." A voz pronunciou num sussurro sinistro. "Seus esforços são inúteis. Não podem lutar contra mim. Não quero matar vocês. Tenho grande respeito pelos professores de Hogwarts. Não quero derramar sangue mágico." Fez-se, então, silêncio no salão, o tipo de silêncio que comprime os tímpanos, que parece vasto demais para ser contido entre paredes.

"Entreguem-me Harry Potter", disse a voz de Voldemort, "Entreguem-me Harry Potter, e não tocarei na escola, ninguém será ferido. Entreguem-me Harry Potter e serão recompensados." Ele estendeu a palavra com um chiado como o de uma serpente. "Terão até meia-noite." O silêncio tornou a engoli-los. Todas as cabeças se viraram, todos os olhares no salão pareciam ter encontrado Harry, mantendo-o congelado à luz de milhares de raios invisíveis.

– O que vamos fazer? – Uma aluna da Sonserina foi a primeira a tomar a atitude de quebrar o silêncio agourento. Harry a reconheceu como Pansy Parkinson, uma das amigas mais próximas de Draco.

Gina reconheceu a fala como uma ameaça e imediatamente veio ao resgate de Harry, se colocando na frente dele, seguida por Hermione. Pansy não parecia cheia de apoio popular, mas sua atitude foi simplesmente cruzar os braços e revirar os olhos.

– Merlin... Por que no mundo ele escolheu você? – Ela se dirigiu enigmaticamente a Harry. – Você tem um maldito plano ou vamos apenas esperando a morte?

– Oh. – Harry se sentiu envergonhado por estar surpreso. Draco já o havia repreendido antes por esperar sempre o pior da Sonserina, mas os comentários dela levou um segundo a mais para atingir o alvo e Harry gaguejou. – É... A... sala comunal da Sonserina fica nas masmorras. É a mais segura. – Ele engoliu em seco esperando que os outros estivessem seguindo seu raciocínio. Os mais novos e aqueles que não quiserem lutar deveriam ser colocados lá.

– É um bom raciocínio, sr. Potter. – A professora elogiou e apontou para o Senhor Filch. – Sr. Filch, por favor acompanhe os alunos até as masmorras.

O salão principal se esvaziou lentamente. Da Corvinal, só restaram alguns dos alunos mais velhos, assim como da Sonserina, mas Harry pôde observar que os Sonserinos que permaneceram eram do grupo mais próximo de Draco. Da Lufa-lufa e Grifinória, menos da metade dos alunos permaneceram, e a professora McGonagall teve de praticamente empurrar os mais novos para fora. Era um resultado melhor do que Harry esperava, embora ainda fosse apenas um grupo de adolescentes contra as mais poderosas forças do mal.

Foi Luna, com sua inteligência fora do comum, quem guiou Harry à resposta para sua inquisição. A fantasma Helena o havia respondido com um enigma, mas Harry não estava intrigado de forma alguma. Para ele, a resposta parecia clara como o dia. Ele subiu as escadas até o sétimo andar e caminhou com sua necessidade em mente. Logo, um grande arco de pedra e uma porta de madeira se formaram na parede antes vazia.

Harry havia mantido em mente sua necessidade de encontrar o diadema, mas ele deveria saber que não seria tão simples. Em todas as suas experiências passadas, a sala nunca havia sido tão ampla, como se ela exibisse agora cada centímetro possível de seu espaço conveniente e cada objeto que já foi perdido, deixado ou ocultado. Harry suspirou resignado.

Apesar de não saber onde o diadema estava, Harry sabia que não precisava se desesperar. Algo no centro de seu peito era como uma bússola sombria, que florescia na presença da magia negra. Ele poderia muito bem dizer que o adereço não estava em uma pilha alta e cheia de itens, simplesmente porque aquela sensação fria no sangue em seu coração não havia sido provocada.

– Harry! – A voz de Hermione pegou Harry de surpresa. Ele não podia vê-la, mas não estava longe.

– Aqui! – Ele anunciou em resposta e não demorou para que seus amigos o encontrassem no labirinto natural.

Hermione o abraçou assim que o viu, Ron tinha um sorriso bobo no rosto e o mapa do maroto nas mãos, o que explicava como eles o encontraram.

– Nós destruímos. Destruímos a taça. – Ela anunciou animada.

– É. Eu sei. – Ele respondeu com um sorriso.

– Você achou o diadema? – Ron retirou um dente de basilisco de seu bolso.

– Ainda não. – Harry olhou ao redor. – Ele está se escondendo.

– Vamos procurar juntos então. – Hermione acenou e rapidamente gesticulou para a direção na qual cada um deveria ir.

Harry caminhava um passo de cada vez, seguindo a sensação de vazio como uma folha seguia a corrente de um rio. Era uma força suave, mas contra a qual não havia como lutar. Ele caminhou sem sequer saber para qual direção estava seguindo e finalmente parou diante de uma mesa pequena, com objetos variados, incluindo uma caixa escura de madeira lisa. Era aquilo. Não havia dúvida. Seus pelos se arrepiaram com o mero toque da madeira da caixa.

– Encontrei! – Harry anunciou e não esperou Ron e Hermione chegarem para abrir a caixa e descobrir a pequena peça de metal. Aquela era de longe a horcrux mais bonita. Enquanto os outros itens eram imponentes e emanavam uma aura de magia antiga, este pareceria quase inofensivo, não fosse pela forma como o estômago de Harry se recusava a colaborar.

– Onde está? – Hermione chegou ao lado de Harry quase ao mesmo tempo que Ron, ambos com os olhos instantaneamente no objeto.

– Aqui. – Harry respondeu mais soturnamente.

– Ótimo. Agora passe para mim. – Não foi Ron, muito menos Hermione quem falou. A voz era grave e o tom desagradável e Harry se amaldiçoou por estar distraído demais para perceber a chegada de Greyback por um dos corredores sinuosos de objetos empilhados atrás dele.

O homem alto e bestial o encarava impassivelmente, mas os olhos de Harry não se demoraram nos do homem, se desviando para Draco, Crabbe e Goyle atrás dele. Harry estremeceu de alívio em ver Draco bem, mas se obrigou a não demonstrar, pois ainda não seria seguro com Greyback ali.

– Você fez um belo ato de fuga da última vez garoto. – O homem voltou a falar com um tom mais zombeteiro. – Não vou deixar acontecer desta vez. O mestre disse para não arrancarmos sua cabeça, mas não falou nada sobre seus braços e pernas. – Ele deu um sorriso cruel com dentes amarelados.

Hermione e Ron já tinham suas varinhas preparadas em suas mãos, esperando apenas uma deixa para agir, enquanto Harry se concentrava em ficar parado e não piscar como método para ganhar tempo.

Confringo! – O "boom" da maldição explosiva quebrou o impasse temporário, jogando Greyback violentamente contra uma pilha de objetos, que imediatamente colidiu sobre ele. Foi Draco quem a conjurou, e agora ele corria com um olhar assustado, agarrando o pulso de Harry no caminho e o puxando repentinamente. – Corre! – Ele falava enquanto puxava um Harry confuso consigo.

– Malfoy! Seu moleque. – O homem berrou de onde se levantou, ele não era mais visível, mas sua voz repercutia no espaço. – Eu avisei ao milorde que você não era confiável. Vou acabar com duas baratas com uma só bota.

– Puta que o pariu! – Ron reagiu desesperado, correndo ao lado deles. Os seis jovens se moviam o mais rápido que podiam na direção da saída, mas a geografia do lugar era confusa e os passos e rosnados do lobisomem pareciam sempre estar ao virar da esquina, forçando-os mais para o interior da sala.

– Draco! – Harry ofegou segurando a mão de Draco na sua enquanto corria. – Você... você está bem? – Ele sabia que não era a hora ou o lugar, mas não podia confiar que haveria uma oportunidade melhor.

– Estou bem. – Draco sorriu apesar de tudo. – E espero continuar assim... Cuidado! – A pilha de objetos ao lado deles começou a tombar como uma torre de cartas e o grupo se separou em dois para evitar ser esmagado.

Agora Harry e Draco tinham apenas Crabbe ao seu lado, com os outros três fora de vista. Harry se alardeou por um instante, mas o som de feitiços explosivos derrubando mais e mais pilhas o mantinha e movimento. Eles viraram um conjunto de esquinas e se depararam com um beco sem saída. Parando diante do muro cercado por objetos suficientes para redecorar o castelo meia dúzia de vezes.

– Precisamos de um plano! – Harry guinchou para Draco. Não adiantava apenas correr e ser encurralado como uma presa fácil.

– Eu tenho uma ideia. – Vincent anunciou. Harry não esperava que o garoto fosse se voluntariar e se sentia culpado por não colocar sua fé no colega pouco notório.

– Achei vocês. Baratinhas. – Greyback surgiu um brilho escuro no olhar. Eles não poderiam mais correr. Não havia mais uma passagem segura por aquele caminho e Harry se agarrou mais fortemente à mão de Draco, ambos já tinham suas varinhas prontas, mas temiam não ser rápidos o suficiente contra o bruxo veterano.

Crabbe não havia explicado seu plano e não esperou aprovação. Ele girou sua varinha duas vezes ao redor de si, formando uma chama intensamente brilhante. Por estar tão próxima, era como estar encarando uma poderosa fornalha, mas logo uma serpente lambia a pilha de objetos com seu corpo esguio, espalhando mais e mais calor, forçando os outros a correr.

– Fogo maldito. – Draco pronunciou didático ao observar a forma.

Bombarda! – Harry derrubou a pilha à direita para a metade de sua altura original e puxou Draco consigo para fugir por cima, enquanto o fogo ganhava tempo. – Corram todos para a saída! – Harry berrou na sala aberta. – Ele está atrás... Crabbe! Controla isso. – Harry se desesperou com a altura que as chamas alcançavam agora.

– Não consigo! – O garoto robusto choramingou correndo ao lado deles. – Argh! – Um raio luminoso branco tingiu uma esquina especialmente perto e forçou o trio a virar para a esquerda numa bifurcação.

A coisa sobre o fogo maldito é que geralmente você não cria um se não puder controlar, pois ele é especialmente rápido em se alastrar e difícil de se apagar. Ao que parecia, mais da metade da sala já estava ardendo e uma cortina de fumaça negra se acumulava sob o telhado.

– Harry! – A voz de Hermione foi ouvida, mas Harry não soube para onde olhar imediatamente. Acontece que sua amiga estava voando numa vassoura, agarrada à cintura de Ron, com Goyle voando ao lado deles. – Pegue! – Ela deixou cair uma terceira vassoura para ele, e Harry não perdeu tempo.

– Ah. Não. Nem pense nisso. – A voz de Greyback estava sempre ao virar da esquina, mas agora um feitiço de corda se prendeu ao tornozelo de Harry, impedindo-o de voar.

– Foge! – Draco soltou a mão de Harry repentinamente. Eles já estavam de mãos dadas há tanto tempo que Harry sentiu a perda com um pânico estranho, mas Draco já havia corrido e a corda ao redor de seu tornozelo se transformou em poeira graças à um feitiço não verbal do garoto loiro.

Harry ficou paralisado por meio segundo, mas então se apressou para subir em sua vassoura. Do alto, a porta alta era facilmente visível, mas Harry não poderia agora. O fogo maldito já havia tomado mais de 70% da sala e avançava cada vez mais rápido, mas Draco estava trocando feitiços e correndo de Greyback abaixo para ganhar tempo para ele, então era aqui que Harry ficaria.

– Harry! Precisamos sair daqui ou vamos todos morrer! – Ron explicou o óbvio com pânico em sua voz. As três vassouras voavam paradas lado a lado, com Crabbe e Goyle dividindo uma e Ron e Hermione dividindo a outra.

– Não podemos deixa-lo! – Harry argumentou olhando desesperadamente para baixo. Não era possível ver os dois dali, mas os feitiços brilhantes se destacavam entre as chamas vermelhas. Harry tirou o diadema de onde havia enfiado descuidadamente no bolso e o entregou para Hermione. – Vão na frente. – Ele pediu para ambas as duplas, sabendo que ambas hesitariam em deixar seus respectivos amigos para trás. – Vão!

Os garotos finalmente voaram em direção à saída enquanto Harry se movia ao redor da sala. Draco estava escalando um dos poucos montes enormes de coisas que não estava em chamas ainda. Greyback estava em seus calcanhares, mas era muito mais habilidoso em escalar e atingiu as costas de Draco com uma maldição que o fez cambalear e quase escorregar para baixo.

– Draco! – Harry chamou o garoto antes de baixar a ponta da vassoura para agarrar a mão que Draco estendeu para o alto para ele.

Harry já estava se permitindo sentir alívio, quando o peso de Draco aumentou repentinamente. Greyback havia se prendido à sua perna, o que não era inesperado, mas era muito inconveniente. Draco se segurou à vassoura com ambas as mãos, uma posição que com certeza estava demandando toda a sua força, mas Greyback se segurava com uma mão só, e usou a outra para sacar sua varinha. O calor na sala já era sufocante, com a visão se tornando difícil devido à fumaça e às chamas. Não haviam muito mais áreas livres do fogo e Harry só podia pensar em sair dali logo.

Expelliarmus! – Ele desarmou Greyback antes que o homem pudesse fazer algo e começou a mover a vassoura pesada para a porta, o que ele sabia que colocava todo o esforço em Draco, mas não havia alternativa.

De repente, foi como levar um golpe no peito. Harry se sentiu atingir uma parede invisível e todo o seu corpo se arrepiou com um frio que não poderia partir da sala em chamas. O fogo se agitou e dançou, formando um rosto redondo e deformado que mergulhava em sua direção como um tsunami.

– Harry! – Draco gritou desesperado. Foi esse chamado que trouxe Harry de volta para a realidade e ele acelerou com tudo o que tinha. A onda subiu e mergulhou, atingindo as pernas mais abaixo do lobisomem robusto que ainda se agarrava desesperadamente aos tornozelos de Draco. O homem se soltou com um grito perturbador e Harry acelerou mais, passando pelo arco de pedra apenas um segundo antes de uma última onda gigante se quebrar e ser rapidamente abafada pelas portas.

Draco se soltou da vassoura e rolou no chão no instante em que eles estavam fora, seus braços cederam sem cerimônias pelo esforço e Harry desmontou da vassoura com pressa e preocupação.

– Oh, céus! Vocês estão bem? – Hermione correu para tocar o ombro de Draco que se colocava de pé devagar.

– Draco... você... – Ele próprio estava muito ofegante e nauseado. Como se seu estômago estivesse cheio de dementadores dançarinos, mas sua preocupação o mantinha firmado.

– Estou bem... – Draco tossiu. A fuligem havia sujado suas bochechas brancas, mas ele ainda parecia o mais lívido que Harry já havia visto.

– Merlin! – Goyle exclamou com uma mão sobre o coração. – Essa foi a coisa mais assustadora que já me aconteceu.

– Mn. – Harry estremeceu e se recostou na parede com aquela sensação súbita e fria. Ele cambaleou de sua mente para a de Voldemort sem muito controle e ouviu enquanto o bruxo fala com sua serpente.

– ...arry. Harry... – A voz de Draco o chamou de volta, agachado diante dele, com uma mão gentil tocando sua bochecha com delicadeza.

– É a cobra. – Harry falou sem fazer muito sentido para sua audiência. Ele se voltou para Ron e Hermione com mais urgência. – A última horcrux, é a cobra. Precisamos...

– Vocês vão atrás dele? – Draco engoliu em seco, baixando sua mão.

– Você não deve vir. – Harry se apressou em dizer para que Draco não precisasse. Ele sabia que as coisas ainda não eram certas e que expor Draco agora só os colocaria em mais perigo.

– Você sabe onde ele está? – Ron interrompeu a troca entre os dois. Harry apenas acenou com convicção.

– Precisa tomar cuidado. – Draco falou seriamente e se colocou de pé. – Ele não vai demonstrar misericórdia se um de vocês baixar a guarda.

– Eu sei. – Harry também ficou de pé. – Tome cuidado também.

Draco ergueu sua sobrancelha loira num arco de concordância e deixou a presença de Harry enquanto apressava Crabbe e Goyle com o jeito rude de uma amizade de longa data. Harry memorizou a silhueta das costa de Draco se afastando antes de se voltar novamente para Ron e Hermione para compartilhar o que sabia.

Harry não esperava ver a cena que encontrou ou assistir a morte de Snape diante de seus olhos, e esperava menos ainda sentir-se tão abatido por aquela perda, sendo que antes seu coração estava cheio somente com rancor. No entanto, a verdadeira surpresa foram as memórias do antigo professor. Harry quase cambaleou de fraqueza nos joelhos quando terminou de assistir a cena. Draco estava certo, sua mente lhe forneceu com um riso de escárnio.

Harry sabia naquele instante o que era tudo aquilo. Toda a dor e as perdas que o levaram até ali. E haviam ainda mais no salão principal. Seu coração se apertou ao ver as dezenas de corpos alinhados e se partiu ao ver Lupin e Ninfadora, lado a lado. E Dobby. Harry sequer sabia que ele estava lutando, mas agora ele só queria poder voltar no tempo e dizer o quão grato ele era por tê-lo tido como amigo. Harry sabia o que precisava fazer e uma sensação oca anestesiou a dor.

Hermione tentou impedí-lo, mas não havia razão. Harry afiou as bordas de sua coragem e se obrigou a caminhar passo após passo, e quando o medo o paralisou, ele se lembrou daqueles que amava e perdeu e conseguiu mais coragem para andar mais adiante. Dumbledore com seu plano sorrateiro, o havia salvado, e Harry o vira no que não podia ser mais do que um sonho febril de memória efêmera, mas o havia munido da determinação para terminar aquilo que ele começou.

Claro. Voldemort não poderia apenas acreditar nele. Foi Narcisa Malfoy quem atestou sua morte. Harry não podia fazer mais do que ter fé e ainda assim teve sua fé recompensada. Ela perguntou sobre Draco num sussurro e Harry respondeu igualmente baixo e, no fim, ela corroborou com sua dramatização.

Apesar disso, Voldemort não deixou seu cadáver em paz. Ele lançou três vezes a maldição da dor e Harry apertou seus olhos em preparo para a dor que nunca veio. Ele não podia entender, apenas aceitar. Foi difícil permanecer quieto ouvindo os lamentos baixos de Hagrid durante o trajeto, mas Harry se manteve firme. Quando ouviu os gritos e lamentos de seus amigos, deitado ali na grama, ele quase se revelou de imediato, mas sentia que saberia quando o momento certo se apresentasse.

De todos, foi Neville Longbottom quem se manteve imperturbável diante de Voldemort e da morte de Harry. Para ele, nada havia mudado e sua luta ainda era a mesma, e Harry sentiu sua admiração pelo amigo crescer. Ele soube que seu momento havia chegado quando sentiu os tremores sutis no solo. Grope e um batalhão de centauros invadiram a cena com golpes furiosos e flechas contra os comensais, o que desencadeou um tumulto.

Harry usou aquele momento de distração geral para se esconder sob sua capa de invisibilidade. Ele viu que Neville estava bem, apesar do que quer que Voldemort estava fazendo com ele antes e assistiu com surpresa o garoto tímido decepar a cabeça de Nagini com apenas um golpe da espada de Godrick Grifinória.

A luta avançou e mais e mais comensais eram derrotados, enquanto uma força invisível parecia favorecer a sorte daqueles que se opunham a Voldemort. Harry viu Yaxley ser nocauteado por Fred e George, viu Dolohov cair com um grito às mãos de Parkinson, viu Walden Macnair ser atirado do outro lado do salão por Hagrid, bater na parede de pedra e escorregar, inconsciente, para o chão. Viu Rony e Hermione abaterem Rabicho, Aberforth estuporar Rookwood e Arthur e Nott derrubarem Thicknesse. Também viu Lucius e Narcisa Malfoy correndo entre a multidão, sem sequer tentar lutar, chamando, aos berros, pelo filho, que Harry não encontrou na multidão, mas com quem Harry não podia se preocupar nesse momento.

Voldemort agora duelava com McGonagall, Slughorn e Kingsley ao mesmo tempo, mas ele parou atônito ao ver Belatrix sendo transformada em cinzas por ninguém menos que Molly Weasley. Voldemort deu um grito. Harry sentiu como se estivesse virando em câmara lenta quando viu McGonagall, Kingsley e Slughorn serem arremessados para trás, debatendo-se e contorcendo-se no ar, quando a fúria de Voldemort, face à queda de sua última e melhor tenente, explodiu com a força de uma bomba. Voldemort ergueu a varinha e apontou-a para Molly.

Protego! – Berrou Harry, e o feitiço escudo expandiu-se no meio do salão principal, e Voldemort olhou admirado ao redor, procurando de onde viera, ao mesmo tempo que Harry despia, finalmente, a capa da invisibilidade.

O berro de choque, os vivas, os gritos de todos os lados de "HARRY!", "ELE ESTÁ VIVO!" foram imediatamente sufocados. A multidão se amedrontou, e o silêncio caiu brusca e completamente quando Voldemort e Harry se encararam e começaram no mesmo instante a se rodear.

– Não quero que mais ninguém tente ajudar. – disse Harry em voz alta e, no silêncio total, sua voz ecoou como o toque de uma trompa. – Tem que ser assim. Tem que ser eu.

– Potter não está falando sério – Voldemort sibilou. Disse ele, arregalando os olhos vermelhos. – Não é assim que ele age, é? Quem você vai usar como escudo hoje, Potter?

– Ninguém – Respondeu Harry, com simplicidade. – Não há mais Horcruxes. Só você e eu. Nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver, e um de nós está prestes a partir para sempre...

– Um de nós? – Caçoou Voldemort, e todo o seu corpo estava tenso e seus olhos vermelhos atentos, uma cobra armando o bote. – Você acha que vai ser você, não é, o garoto que sobreviveu por acaso e porque Dumbledore estava puxando os cordões?

– Acaso, foi? Quando minha mãe morreu para me salvar? – Desafiou Harry. Eles continuaram a se movimentar de lado, os dois, em um círculo perfeito, mantendo a mesma distância entre si, e para Harry só existia um rosto, o de Voldemort. – Acaso, quando decidi lutar naquele cemitério? Acaso, quando não me defendi hoje à noite e, ainda assim, sobrevivi e retornei para lutar?

– Acasos! – Berrou Voldemort, mas ainda assim não atacou, e os circunstantes permaneceram imóveis como se estivessem petrificados, e, das centenas de pessoas no salão, ninguém parecia respirar, exceto os dois. – Acaso e sorte e o fato de você ter se escondido e choramingado atrás das saias de homens e mulheres superiores a você, e me permitido matá-los em seu lugar!

– Você não matará mais ninguém hoje à noite – disse Harry, enquanto se rodeavam e se encaravam nos olhos, verdes e vermelhos. – Você não será capaz de matar nenhum deles, nunca mais. Você não está entendendo? Eu estive disposto a morrer para impedir que você ferisse essas pessoas...

– Mas você não morreu!

– ...mas tive intenção, e foi isso que fez a diferença. Fiz o que minha mãe fez. Protegi-os de você. Você não reparou que nenhum dos feitiços que lançou neles são duradouros? Você não pode torturá-los. Você não pode atingi-los. Você não aprende com os seus erros, Riddle, não é?

– Você se atreve...

– Me atrevo, sim. Sei coisas que você ignora, Tom Riddle. Sei muitas coisas importantes que você ignora. Quer ouvir algumas, antes de cometer outro grande erro?

Voldemort não respondeu, continuou a rondá-lo em círculo, e Harry percebeu que o mantivera temporariamente hipnotizado e acuado, detido pela tênue possibilidade de que Harry pudesse, de fato, conhecer o segredo final.

– É o amor de novo? – Disse Voldemort, a zombaria em seu rosto ofídico. – A solução favorita de Dumbledore, amor, que ele alegava conquistar a morte, embora o amor não o tivesse impedido de cair da Torre e se quebrar como uma velha estátua de cera? Amor, que não me impediu de matar sua mãe sangue-ruim como uma barata, Potter. E ninguém parece amá-lo o suficiente para se apresentar desta vez e receber a minha maldição. Então, o que vai impedir que você morra agora quando eu atacar?

– Só uma coisa. – Respondeu Harry, e eles continuavam a se rodear, absortos um no outro, separados apenas por aquele último segredo.

– Se não for o amor que irá salvá-lo desta vez. – Retrucou Voldemort. – Você deve acreditar que é dotado de uma magia que não tenho, ou, então, de uma arma mais poderosa do que a minha?

– Creio que as duas coisas. – Replicou Harry, e observou o choque perpassar aquele rosto de cobra e instantaneamente se dispersar; Voldemort começou a rir, e o som era mais apavorante do que os seus gritos. Desprovido de humor e sanidade, o riso ecoou pelo salão silencioso.

– Você acha que conhece mais magia do que eu? Do que eu, Lorde Voldemort, capaz de magia com que o próprio Dumbledore jamais sonhou?

– Ah, ele sonhou, sim, mas sabia mais do que você, sabia o suficiente para não fazer o que você fez.

– Você quer dizer que ele era fraco! – Berrou Voldemort. – Fraco demais para ousar, fraco demais para se apoderar do que poderia ser dele, do que será meu!

– Não, ele era mais inteligente do que você, um bruxo melhor e um homem melhor.

– Eu causei a morte de Alvo Dumbledore!

– Você pensa que causou, mas se enganou. – As palavras de Harry foram interpretadas de maneira direta e pela primeira vez a multidão que assistia se moveu quando as centenas de pessoas em torno das paredes unanimemente prenderam o fôlego.

– Dumbledore está morto! – Voldemort atirou as palavras para Harry como se pudessem lhe causar uma dor insuportável. – O corpo dele está apodrecendo no túmulo de mármore nos jardins deste castelo, eu o vi, Potter. Ele não irá retornar!

– Dumbledore está morto, sim. – Respondeu Harry, calmamente. – Mas não foi você que mandou mata-lo. Ele escolheu como queria morrer, escolheu meses antes de morrer, combinou tudo com o homem que você julgou que era seu servo.

– Que sonho infantil é esse?! – Exclamou Voldemort, mas, ainda assim, ele não atacou, e seus olhos vermelhos não se afastaram dos de Harry.

– Severus Snape não era homem seu. Snape era de Dumbledore, desde o momento em que você começou a caçar minha mãe. E você nunca percebeu, por causa daquilo que não pode compreender. Você nunca viu Snape conjurar um Patrono, viu, Riddle? – Voldemort não respondeu. Eles continuaram a se rodear como dois lobos prestes a se estraçalhar.

– O Patrono de Snape era uma corça. – Disse Harry – O mesmo que o de minha mãe, porque ele a amou quase a vida toda, desde que eram crianças. Você devia ter percebido – disse Harry quando viu as narinas de Voldemort incharem. – Ele lhe pediu para poupar a vida dela, não foi?

– Ele a desejava, nada mais. – Desdenhou Voldemort – Mas, quando ela se foi, ele concordou que haviam outras mulheres, de sangue mais puro, mais dignas dele...

– Naturalmente foi o que Snape lhe disse, mas ele se tornou espião de Dumbledore a partir do momento em que você a ameaçou, e dali em diante trabalhou contra você! Dumbledore já estava morrendo quando Snape o matou!

– Não faz diferença! – Guinchou Voldemort, que acompanhara cada palavra com extasiada atenção, mas, em seguida, soltou uma gargalhada demente. – Não faz diferença se Snape era meu seguidor ou de Dumbledore, ou que mesquinhos obstáculos ele tentou colocar em meu caminho! Eu os esmaguei como esmaguei sua mãe, o pretenso grande amor de Snape! Ah, mas tudo isso faz sentido, Potter, e de modos que você não compreende! – Voldemort sibilou e deu um passo à frente. – Dumbledore tentou me impedir de possuir a Varinha das Varinhas! Queria que Snape fosse o verdadeiro senhor da varinha! Mas passei à sua frente, garotinho: cheguei à varinha antes que você pudesse pôr as mãos nela, compreendi a verdade antes que você a percebesse. Matei Severo Snape há três horas, e a Varinha das Varinhas, a Varinha da Morte, a Varinha do Destino é realmente minha! O último plano de Dumbledore falhou, Harry Potter!

– É, falhou. Você tem razão. Mas, antes de você tentar me matar, eu o aconselharia a pensar no que fez... pensar, e tentar sentir algum remorso, Riddle... – Harry controlava sua voz como não sabia que era capaz.

– Que é isso?

De tudo que Harry lhe dissera, acima de qualquer revelação ou zombaria, nada chocara tanto Voldemort. Harry viu suas pupilas se contraírem até virarem finos traços, viu a pele em torno dos seus olhos embranquecer.

– É a sua última chance. – Continuou o garoto – E é só o que lhe resta... vi em que se transformará se não aproveitá-la... seja homem... tente sentir algum remorso...

– Você ousa...

– Ouso, sim, porque o último plano de Dumbledore não saiu às avessas para mim. Saiu às avessas para você, Riddle.

A mão de Voldemort estava tremendo em torno da Varinha das Varinhas e Harry apertou a de Draco com força em sua mão, ainda abaixada. O momento, ele sabia, estava apenas a segundos de distância.

– A varinha não está funcionando corretamente para você, porque você matou a pessoa errada. – Harry quase quis zombar. – Severus Snape jamais foi o verdadeiro senhor da Varinha das Varinhas. Ele jamais derrotou Dumbledore.

– Ele matou...

– Você não está prestando atenção? Snape nunca derrotou Dumbledore! A morte de Dumbledore foi planejada pelos dois! Dumbledore pretendia morrer sem ser derrotado, o último e verdadeiro senhor da varinha! Tudo correu conforme ele planejou, o poder da varinha morreria com ele, porque jamais foi arrebatada de suas mãos!

– Mas, então, Potter, Dumbledore praticamente me entregou a varinha! – A voz de Voldemort tremeu de malicioso prazer. – Roubei a varinha do túmulo do seu último senhor! Retirei-a, contrariando o desejo do seu último senhor! O seu poder é meu!

– Você ainda não entendeu, não é, Riddle! Possuir a varinha não é o suficiente! Empunhá-la, usá-la, não a torna realmente sua. Você não escutou o que Olivaras disse? A varinha escolhe o bruxo... A Varinha das Varinhas reconheceu um novo senhor antes de Dumbledore morrer. Alguém que jamais tinha posto a mão nela. O novo senhor tirou a varinha de Dumbledore contra sua vontade, sem perceber exatamente o que tinha feito, ou que a varinha mais perigosa do mundo lhe dedicara a sua fidelidade... – O peito de Voldemort subia e descia rapidamente, e Harry sentiu a maldição a caminho, sentiu-a crescer no cerne da varinha apontada para o seu rosto. – O verdadeiro senhor da Varinha das Varinhas era Draco Malfoy.

Absoluto aturdimento surgiu no rosto de Voldemort por um momento, mas logo desapareceu. Harry sabia há algum tempo que Draco havia desarmado Dumbledore naquela noite. O sr. Olivaras havia falado com ele sobre a lealdade das varinhas, mas foi só recentemente que Harry uniu os pontos. Em sua mente tudo havia finalmente se encaixado e não havia mais qualquer medo do que Voldemort julgava saber.

– Que diferença faz? – Voldemort perguntou, brandamente. – Mesmo que você tenha razão, Potter, não faz a menor diferença para você nem para mim. Você não possui mais a varinha de fênix. Duelaremos apenas com a perícia... e depois de tê-lo matado, posso cuidar de Draco Malfoy...

– Mas é tarde demais. Você perdeu sua chance. – Harry sorriu com confiança. Harry girou a varinha de pilriteiro e sentiu convergirem sobre ela todos os olhares no salão, inclusive o olhar incrédulo e surpreso de Voldemort.

– Você já derrotou o garoto? – Voldemort perguntou um pouco para si mesmo.

Não foi necessário. – Harry zombou. – Draco me confiou sua varinha há muitos dias. Por livre e espontânea vontade. – Harry informou com uma pitada de satisfação.

– Então que importância isso pode ter? – Voldemort sibilou impaciente.

– Você tende a subestimar as emoções das quais zomba, Tom. Essa é a sua fraqueza. – Harry melhorou sua postura. – Será que a varinha em sua mão sabe em quem seu senhor depositou sua lealdade? Porque se sabe... você será derrotado novamente. E pelo mesmo inimigo.

Um brilho ouro-avermelhado irrompeu subitamente no céu encantado e incidiu sobre eles, quando um retalho ofuscante de sol surgiu no parapeito da janela mais próxima. A luz iluminou o rosto dos dois ao mesmo tempo, de modo que Voldemort se tornou subitamente um borrão brilhante. Harry ouviu o seu grito agudo quando ele próprio berrou sua grande esperança para o céu, apontando a varinha de Draco.

Avada Kedavra!

Expelliarmus!

O estampido foi o de um tiro de canhão e as chamas douradas que jorraram entre as duas, no centro absoluto do círculo que eles tinham descrito, marcaram o ponto em que os feitiços colidiram. Harry viu o jato verde da maldição de Voldemort ir de encontro ao seu próprio feitiço, viu a varinha das varinhas voar para o alto, escura contra o sol nascente, girar pelo céu encantado, e, Harry, com a habilidade infalível de um apanhador, agarrou a varinha com a mão livre ao mesmo tempo que Voldemort caía para trás de braços abertos, as pupilas ofídicas dos olhos vermelhos virando para dentro. Tom Riddle bateu no chão com uma finalidade terrena, seu corpo fraco e encolhido, as mãos brancas vazias, o rosto de cobra apático e inconsciente. Voldemort estava morto, atingido pelo ricochete de sua própria maldição, e Harry ficou parado com as duas varinhas na mão, contemplando o invólucro do seu inimigo.

Um segundo arrepiante de silêncio, o choque do momento suspenso no ar, e então sobreveio o tumulto em torno de Harry, quando os gritos e vivas e brados dos circunstantes rasgaram o ar. O intenso brilho do sol nascente ofuscou as janelas, e eles correram com estardalhaço para ele, e os primeiros a alcançá-lo foram Rony e Hermione, e foram os seus braços que o envolveram, seus gritos incompreensíveis que o ensurdeceram.

Depois Gina, Neville e Luna estavam ali, e todos os Weasley e Hagrid e Kingsley e McGonagall e Flitwick e Sprout, e Harry não conseguia ouvir uma palavra do que cada um deles gritava nem dizer de quem eram as mãos que o agarravam, puxavam, tentavam abraçar alguma parte do seu corpo, centenas de pessoas se empurrando, todas decididas a tocar no Menino-Que-Sobreviveu, a razão de aquilo ter finalmente terminado.

Todos estavam aliviados, lágrimas finalmente rolavam nos rostos daqueles que se seguraram até o último instante. Lágrimas de alegria e de tristeza também. Os cadáveres ainda estavam alinhados no piso de pedra do castelo, afinal. Não era possível simplesmente esquecer toda a dor. Mas agora, todos sabiam que as mortes de seus amigos não foram em vão e os funerais poderiam ser eventos pacíficos, assim como o luto.

Harry não queria mais chorar. Ele procurou por Draco no salão, mas o garoto não estava em lugar nenhum para ser encontrado. Harry temeu que ele e seus pais tivessem fugido juntos durante o calor da batalha, seria apenas lógico. Ainda assim, ele não temeu pela vida de Draco, afinal, ele tinha a varinha dele, seria difícil não sentir se o mestre dela morresse. Era estranho querer ver seu noivo-secreto apenas porquê sim? Harry se perguntava enquanto madame Pomfrey insistia em examinar seus ferimentos.

***

O sol nascente havia perdido seu brilho laranja intenso, mas não sua intensidade. Toda a escola parecia estar sob um domo de luz intensa, e parecia que os dias nublados haviam chegado ao fim. Harry não saberia dizer que havia uma sombra ao redor de seu coração desde o nascimento antes, mas agora que ela havia partido, ele se pergunta como fora capaz de conviver com ela por tanto tempo. Após toda a celebração, quando os abraços e as lágrimas finalmente se acalmaram, Harry fez o que sempre fazia e conversou com seus amigos.

Na ponte que guardava cicatrizes de batalha, ele lhes explicou tudo o que aconteceu na floresta e tudo o que descobriu para ser capaz de chegar onde estava agora. Ele também restaurou sua varinha original de pena de fênix à sua antiga glória e não teve remorso em partir a varinha das varinhas em três pedaços e jogá-la do precipício, mesmo que ela fosse, tecnicamente, de Draco.

– Pessoal... Eu tinha que falar mais uma coisa para vocês. – Harry finalmente se forçou a iniciar o assunto.

– O que foi? – Hermione mostrou sua curiosidade primeiro.

– É sobre... o Draco. – Ele falou e não se sentiu nervoso como achou que se sentiria, mas ainda bastante tímido. Como se matar bruxos das trevas fosse mais fácil do que falar sobre sentimentos. – Eu tinha que contar para vocês que... sobre ele, eu sinto...

– Ah. Eu não preciso ouvir isso! – Rony imediatamente cobriu os ouvidos como uma criança. – Já não basta eu ter de assistir vocês enviando raios de feromônios um para o outro? Eu não preciso ouvir sua confissão corada também.

– Ron! – Hermione bateu no antebraço dele. – Seja maduro. Harry precisa do nosso apoio para assumir o novo namorado.

– Erg!? – Harry fez um som indescritível de constrangimento e confusão. – Ele não é meu... Ele... Vocês...? Desde quando vocês...?

– Fala sério. – Ron cruzou os braços. – Nós vimos como vocês eram um com o outro na mansão Malfoy. Ligamos os pontos. Não somos idiotas.

– É até ofensivo que você acredite que não era óbvio. – Hermione complementou. – Mas você não confessou seus sentimentos para ele ainda? – Ela cobrou. Harry não sabia se se ofendia ou corava ainda mais.

– Eu... – Harry se virou de costas para não receber os olhares humilhantes. – Ainda não.

– Oh. Então faz parte dos planos. – Hermione falou como uma provocação.

– Vocês têm algo contra? – Harry não acreditava que isso o impediria de fazer o que queria fazer, mas ele não chegou tão longe ignorando seus amigos.

– Hm. Não. – Hermione respondeu dando de ombros. – Pra ser sincera, eu não sabia que estava relacionado a você, mas desde o quarto ou quinto ano ele melhorou bastante. Quer dizer... ele parou de ser um valentão encrenqueiro, embora não sei dizer o quão profunda foi essa mudança. – Ela concluiu e Ron fez uma cara de quem tinha um centavo ou dois a compartilhar.

– É. Ele age um pouco melhor agora, mas ainda acho ele um idiota pomposo. – Ron cruzou os braços. – Em pensar que você trocou minha irmãzinha por aquele cara. – Ron deu um suspiro longo e sofredor. Harry abaixou a cabeça sem desejo de se defender, ele sabia que não seria uma compreensão tão fácil de conquistar. – Deve gostar muito dele.

– Mn. – Harry respondeu comprimindo os lábios e olhou para seu amigo com preocupação. Ron apenas sorriu e revirou os olhos e descruzou os braços. Harry respondeu com um sorriso menos preocupado e cruzou seu olhar com alguém que vinha do castelo. Ainda no início da ponte.

– Ai... Merlin... – Ron resmungou ao ver a cabeça loira vindo em direção a eles.

– Vamos te dar alguma privacidade. – Hermione o informou sorrindo e lhe ofereceu um abraço leve antes de se afastar, segurando a mão de Ron, muito menos divertido com a ideia.

– Obrigado. – Harry sorriu para ela e seus amigos se afastaram, cruzando caminhos com Draco no meio do trajeto, onde eles não pareciam ter trocado mais que um aceno de cabeça e um aceno de verdade da parte de Hermione.

– Então... – Draco finalmente chegou perto o bastante para ser ouvido, mas não ousou se aproximar mais do que a sete ou oito passos de distância.

– Então. – Harry concordou.

– Vi que você derrotou o...

– Voldemort? É. – Harry sorriu internamente com o quão sem jeito essa conversa estava indo.

– Que bom. – Draco acenou e coçou a nuca. – Eu pensei que os outros fossem querer minha cabeça quando eu apareci. Mas na verdade acabei quase sendo esmagado pelo abraço do gigante idi... digo, Hagrid.

– Onde você estava? – Harry perguntou controlando um sorriso.

– Ficou preocupado? – Draco provocou, mas não esperou uma resposta. – Gibbon e o cretino do Rowle tentaram invadir as masmorras. Então Blaise e eu ficamos de guarda... Eu perdi o clímax da batalha, mas Pans disse que você fez um discurso. – Ele parecia curioso para saber do que se tratava.

– Eu. – Harry se interrompeu e revirou os olhos. – Não foi um discurso. – Ele corrigiu. – Mas eu... Eu não teria conseguido vencê-lo sem a sua ajuda. – Harry afirmou sinceramente. – Eu só consegui porque você confiou em mim. – Ele retirou de seu bolso a varinha de madeira escura e lisa de Draco e a ofereceu com reverência.

– Eu não entendo. – Draco piscou, mas se aproximou para receber o item, parando logo adiante de Harry.

– Eu posso explicar depois. – Harry sorriu, era mais agradável estar à essa distância. – Eu sinto muito pelo Snape. – Harry se lembrou de dizer. Draco foi a única pessoa além de Dumbledore que falou em defesa do professor, o que já o tornava um juiz de caráter melhor do que Harry se sentia.

– Hm... Eu soube. – Draco baixou a cabeça e guardou sua varinha cuidadosamente.

– Você estava certo sobre ele. – Harry sentiu que deveria dizer e a surpresa tomou o olhar de Draco. – Ele era, de fato, um exemplo de boa ambição.

Draco não respondeu nada, como Harry achou que faria, ele apenas baixou a cabeça uma vez como se concordasse com Harry e o respeitasse por admitir. O silêncio reinou por mais um instante longo, quando as íris prateadas de Draco encontraram as verdes de Harry. O instante se esticava como caramelo, mas não era estranho.

– Devíamos falar sobre... – Draco engoliu em seco. – Quer dizer... espero que você não tenha mudado de ideia... – Harry interrompeu o discurso desnecessário fechando a distância final com o que restou de sua coragem e acariciou os lábios de Draco com os seus. Um toque firme e gentil pelo qual ele já ansiava há tempo demais.

– Não mudou de ideia então? – Draco se afastou alguns centímetros com as mãos segurando as laterais do rosto de Harry. – Eu sei que antes as coisas estavam meio...

– Draco. – Harry interrompeu novamente. – Eu não mudei de ideia. – Ele juntou seus corpos com as mãos em volta da cintura de Draco. – Você é 100% meu noivo agora. Não tente correr. – Harry sorriu e beijou aquela expressão incrédula e Draco não o afastou desta vez, mas o puxou para mais perto e aprofundou o beijo.

– Devíamos ir para um lugar mais privado. – Draco finalmente quebrou o beijo após alguns segundos calorosos. – Um com menos plateia.

– Pla...? – Harry se virou para a entrada do castelo e só queria pular daquela ponte ao ver o grupo de colegas assistindo como se fosse um show de teatro a céu aberto. – Meu Merlin... – Ele gemeu com a onda de constrangimento e cobriu o rosto com uma palma aberta.

– Não seja tímido. – Draco sorriu abertamente e acenou para a entrada, onde alguém teve o espírito suficiente para acenar de volta. Harry foi aterrado pela visão, ele não achava que já havia visto Draco sorrir assim. – Vamos lá cumprimentar nossos fãs. – Draco começou a arrastar Harry pelo pulso e a andar na direção de todos que assistiam sem se preocupar com coisas como privacidade. Harry plantou os calcanhares no chão em pânico.

– Não. Meu... Eu não vou lá agora. – Ele riu de desespero. Céus... Gina estava lá e ele tinha certeza de que aquilo era um sorriso zombeteiro. Ele não sobreviveria às provocações dos Weasleys. – Vamos para o outro lado. O outro lado! – Ele puxou Draco de volta na direção que os levaria para a estação de tem, mas também daria tempo para a notícia assentar melhor e as provocações passarem antes de ele chegar.

– Oh. Eu conheço um lugar ótimo em Hogsmeade. – Draco parou de puxar e o seguiu. – Muito privativo. – Ele mexeu as sobrancelhas e Harry poderia ter evaporado de vergonha bem ali.

– Cale a boca se não quiser morrer solteiro. – Ele empurrou Draco e seguiu por mais alguns passos, até que sentiu o garoto se apoiar ao redor de seus ombros de forma descontraída.

– Esposa feliz, vida feliz.

– Malfoy... – Harry rangeu um aviso irritado.

– Já parei. – O garoto loiro finalmente calou a boca e eles puderam seguir mais tranquilamente.

Notas: Eu deveria apenas remover o cronograma de postagens da descrição, né? kk Mas minha musa tarda, mas não falha. Espero que o capítulo tenha agradado. Sim, eu salvei o Fred, porque a morte dele foi uma fake new que a J.K. espalhou por aí. Eu lamento pela morte do Dobby no entanto, nunca tive intenção de salvá-lo, pois a morte dele tem muito significado, mas não queria criar falsas esperanças também.

Quem, assim como eu, estava familiarizado apenas com os filmes, provavelmente estranhou a batalha final, que é, em grande parte, tirada do livro, mas eu li o capítulo no livro e eu e minha maravilhosa leitora beta concordamos que era bem mais poderosa que a cena no filme. Por fim, essa história deve se encerrar com mais 3 capítulos. Paciência kk. Por favor, me digam o que estão achando. Comentários são o que alimenta minha musa.😋

Continue Reading

You'll Also Like

297K 26.9K 55
Sem spoiler. plágio é crime⚠️
829K 69K 52
🔞 Essa obra é um Dark Romance. "Em meio ao caos da minha nova vida, descobri que o diabo não se resume ao estereótipo clássico de um homenzinho ver...
181K 11.3K 131
invenções loucas da minha mente
10.7K 609 5
Hermione descobre um livro com um interessante feitiço de proteção. Testar isso tem consequências imprevisíveis para Harry e Draco. Tradução da fanfi...