immaculate sin of the lovers...

By ohtommoyeah

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Nem mesmo nos mais tenebrosos pesadelos Harry e Louis imaginariam que, ao invés de renunciarem os próprios co... More

prologus
ūnus
duo
trēs
quattuor
quīnque
sex
octō
novem
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duodecim
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quattuordecim
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duodēvīgintī
ūndēvīgintī
vīgintī
vīgintī ūnus
vīgintī duo
vīgintī trēs
vīgintī quattuor
vīgintī quīnque
vīgintī sex

septem

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By ohtommoyeah

Os toques logo mostram-se insuficientes, não causam grande comoção.

Então ele estimula com mais empenho. Esfrega a glande com os dedos e a palma da mão, tremelica e ofega ruidosamente. Circunda o pau com os dedos, o aperta, sobe e desce.

Incomodado com a secura, ele repete o que o primo fizera aquela noite, lambe a palma da mão e tenta de novo.

A coisa melhora. Torna-se boa. Muito boa. Definitivamente boa. Quase mágica.

Harry, ao mesmo tempo, se consome e transborda em pequenas gotas, pequenos espasmos e ofegos que rapidamente se findam em grunhidos ansiosos.

Agarra-se com força cuidadosa. Perde o controle dos joelhos e coxas. Entorta-se na vertigem crescente e no anseio por alguém ali consigo, abraçando-o, beijando seu pescoço, tocando-lhe no lugar em que não se atreve.

É tão intenso que nem parece que dura pouco.

Harry fenece com a parte de cima do pijama lambuzado e sentindo-se mentalmente afastado do próprio corpo. Também se sente vazio. Desprovido de qualquer emoção ou pensamento concreto.

É uma das raríssimas vezes em que ele apenas existe. Não há nenhuma questão que precise enfrentar, nenhuma urgência que precise sanar, nenhum costume que precise seguir, nenhum dever a cumprir. Somente respirar. Existir pacificamente.

Sua mente vagueia liberta dos corredores labirínticos confusos e sufocantes, mas transita em lugar nenhum. E não faz seu retorno ao estado comum nem quando Harry levanta e se põe a tomar um banho gelado. Nem quando se deita nu e, com os músculos retesados de frio, finalmente despenca no sono.

Quando desperta, no entanto, sobressaltado pelo sino, está em alerta.

A primeira coisa que faz é a higiene dos pés a cabeça. Passa um bom tempo envolvido por água morna, sabão e espuma, pasta de dentes e fio dental. Limpando do corpo qualquer vestígio de ontem.

Em seguida, indaga ao Orientador mais novo onde está o Diretor. Talvez tenha soado um pouco urgente demais, tanto que o homem imediatamente diz que vai procurá-lo para si.

Harry o espera diante de sua sala. O Diretor, quando aparece, beberica uma xícara que dispersa o vapor e o cheiro forte de cafeína no ar. Cumprimenta-o e pergunta brandamente se já comeu alguma coisa.

- Já, já eu vou. Antes preciso falar com o senhor.

- Certo. Vamos entrando então - diz girando a maçaneta e dando espaço para Harry atravessar primeiro.

Desta vez o seminarista não enfrenta hesitação parecida com a da primeira confissão.

Apesar de ter feito algo pior, entregou-se plenamente à libido e se recriminava por isso, não se sentia de todo culpado. Confortava-se em culpar o vinho.

Claro que não teria cara de pau de tentar se livrar da responsabilidade dizendo isso ao Líder, longe disso. Mas, estranhamente, Harry ainda vivencia o tênue estado de leveza no ser. Foi o vinho, não ele. Cabia à bebida a vergonha inflamada, o arrependimento enervante e a penitência que enfrentaria, não a Harry.

Portanto, assim que se senta, sem preâmbulos, avisa que precisa se confessar.

- Eu me toquei - diz em voz baixa, mas com firmeza.

Homem e rapaz se olham diretamente. Enquanto o silêncio da assimilação governa, o seminarista observa sardas que pontilham o rosto dele. Pelo notável, algumas pareciam manchas de nascença. E olhando-as com mais atenção, talvez não fosse isso. É provável que sejam vestígios de muitas horas sob a luz solar.

Na cabeça de Harry desponta a imagem do menino que o Diretor fora no passado, assentando pedras pesadas na calçada durante os longos dias veranicos, e outonais e invernais e primaveris, durante tantos e tantos anos.

O amadurecimento em meio a labuta, a falta de cuidado e de felicidade. O cansaço pingando dos poros, a secura arranhando a garganta, o estômago revirando e encolhendo pela pobreza. O corpo esmirradinho, o constante esforço físico. A luta orgânica para tornar massa muscular o pouco de nutrição que recebia. O cenho franzido furiosamente. O envelhecimento precoce da pele, da face, do espírito. A quase petrificação da alma e do coração.

E então o vórtice, o derrame de graça e santidade em seu destino. Agora o homem castigado é alguém moderado e razoável, de voz comedida e tom envolvente. Um sacerdote respeitado, cabeça da diocese e o Diretor Espiritual de um dos únicos Seminários Propedêuticos britânicos. Admirável.

O quanto o problema de Harry torna-se frívolo em comparação ao que ele já viveu? O que será que pensa de si?

Não demonstra surpresa, porém, não se agrada com o que ouve. A face expressa lamento e impotência. Harry jura que ler em seu semblante:

"Ah, se eu pudesse evitar que isso acontecesse. É tão triste estar de mãos atadas enquanto as mãos de vocês, jovens, estão sempre soltas e de bobeira, inquietas e incontroláveis, como as de crianças pequenas que não tem o juízo do mal que podem arranjar tocando nos lugares errados, inapropriados. É lamentável que vocês, os crescidos e com mais juízo, ainda são inconsequentes, se deixam levar muito facilmente. É triste. Mas que bom que veio me contar. Pelo menos você, Harry, você e os outros seminaristas, vêem com clareza a mediocridade ao nosso redor estão determinados a resistir às tentações para seguir o rumo correto".

- O que te levou a fazer isso? Outro sonho?

- Não. Foi só o vinho. Acho que não devo beber, álcool acaba me deixando, sei lá, vulnerável demais.

No dia em que bebeu cerveja com Niall, pouco antes de retornarem às suas casas, Harry se atracou no amigo num abraço apertado e se recusou a largá-lo nos minutos subsequentes.

Embora os garotos não se abraçassem com muito frequência nem de um jeito sufocante como aquele, poderia ser o último contato íntimo entre os dois e Harry não iria desperdiçá-lo.

Recusou-se a se afastar, não queria ficar distante dele, afirmou sentido. Temeu que não seria feliz sem ele, que não encontraria mais ninguém que gostasse de si tanto quanto Niall gostava.

O pavor foi tão intenso que extinguiu com toda a diversão da embriaguez e Harry se sentiu a ponto de chorar. Mas no fim as lágrimas aguentaram firmes e continuaram onde deveriam ficar, felizmente.

- Eu penso diferente - o Diretor retruca - Seu poder sobre você mesmo não deve ser anulado por nada. É você que precisa limitar o efeito que as coisas terão sobre você. Algumas pessoas bebem e se rendem ao pecado da prostituição. Outras, ficam violentas. Outras, se entristessem. Outras, apenas relaxam. O efeito não é o mesmo para todo mundo, há uma razão para isso. Mentalidade. Prudência. Claro, você é muito novo então acredita que a solução é não beber mais, porque não tem autocontrole, parece a saída mais correta. Mas será que está mesmo disposto a abrir mão? Mesmo se todos os seus colegas estiverem com taças nas sextas-feiras? Tem certeza que não vai resistir? Porque, pelo que você tá me dizendo, se resistir vai aceitar de bom grado os efeitos que virerem.

O Diretor suspira profundamente e, sem esperar réplicas, pergunta se há mais a confessar. O jovem nega. A penitência é dita e Harry se põe a cumpri-la ali.

Mais uma vez, em determinado momento, torna a sentir a proximidade do Líder. Não abre os olhos nem interrompe o fluxo de oração. Não se perturba e quase esquece do homem. Entretanto, perde a compostura quando algo molhado acerta a linha entre seu ombro e pescoço.

A massa líquida permeia o hábito até encontar sua pele.

Cuspe? O Diretor Espiritual cuspiu nele?, Indaga Harry, confuso.

O choque o faz perder o ritmo, a contagem, qualquer linha de pensamento. O rosto enrubesce, febril. A respiração engata e, quanto retoma, é curta e superficial.

Harry não cogita abrir os olhos. Por ainda se lembrar da repressão da vez passada e, sobretudo, por não querer se defrontar com o que acaba de acontecer.

Não quer conflitos, não quer justificativas nem explicações. Não quer saber se foi apenas algo que caiu do teto ou confirmar se é o que pensa que é. Não quer ter a certeza de que o que aconteceu aconteceu de verdade.

Ele torna a rezar, um pouco mais apressado que antes. Ao terminar, levanta-se e olha para o homem com cautela, meio assustado. É dispensado como das outras vezes anteriores, com a sombra de um sorriso e "vejo você por ai".

A pele ainda está meio úmida, meio pegajosa. Harry se dirige ao banheiro e se limpa com água da torneira.

- O que aconteceu? - Mitch pergunta do batente da porta, surgindo de repente e provocando uma descarga de adrenalina no seu peito.

Observa, tenuemente intrigado, Harry se encharcar com água.

- Me sujei.

- Hum. Por que você não foi tomar o café da manhã, tava com o Diretor?

- Ahã... - e para trocar de assunto: - Louis já chegou?

No momento em que Mitch dá de ombros ouve-se o rumor de um motor de carro barulhento aproxima-se da Congregação; rumor que curiosamente desencadeia mais agitação dentro de Harry.

- Será que trouxe bolo pra gente? Espero que sim - sai do banheiro de repente animado, e também preocupado pela hostilidade que se insinua na indiferença do colega - Não seja um pé no saco com ele, Louis não merece ser obrigado a se sentir mal por ter saído.

Mitch revira os olhos.

- Então porque não ficou, se gosta tanto daqui? - rebate sem pestanejar.

- Ele não teve escolha... Promete que não vai inferniza-lo, beleza?

O colega nasaliza uma risadinha debochada e pergunta: - Quem você acha que é?

Antes de descer Harry troca a batina e a túnica e, no final das contas, Mitch guarda o seu rancor só para si.

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