OLÍVIA POTTER [6]

By _autorah_

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▻ Em meio ao caos da crescente influência de Lord Voldemort no mundo bruxo, Olívia Lílian Potter se prepara p... More

OLÍVIA POTTER [6]
SEXTO ANO
1 - Olívia Potter
2 - Lord das Trevas
3 - Josh
5 - A Queda da Família Malfoy
6 - A Missão de Draco Malfoy
7 - O Novo Lar de Sirius Black
8 - A Teoria de Harry
9 - Clubinho do Slugue
10 - O Último Primeiro Dia de Aula
11 - A Maldição de Katie Bell
12 - Traidor de Sangue
13 - A Festa de Natal de Slughorn
14 - A visita de Scrimgeour
15 - A Lembrança de Slughorn
16 - As Treze
17 - O Massacre de Oak Creek
18 - O Presente de Aniversário de Rony
19 - Entre Estrelas e Promessas
20 - O Último Passeio a Hogsmeade
21 - A Tarefa de Olívia Potter
22 - A Sétima Horcrux
23 - A Grande Mentira de Alvo Dumbledore
24 - O Medalhão de Slytherin
25 - A Missão da Sala Precisa
26 - O Raio Sobre A Torre
27 - Aqueles Que Se Foram
28 - Maeve
29 - A Última Viagem de Trem
Agradecimentos

4 - O Espião da Sonserina

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By _autorah_

Você pensou no que aconteceria se você trocasse de lado?

⊱⋅ ──────────── ⋅⊰

DRACO MALFOY

A noite em que Draco encontrou Olívia chorando na sala secreta e ficou com ela até a manhã seguinte, voltava para assombrá-lo com uma frequência exaustiva, apesar de ter acontecido há muitos meses, no início do quinto ano. Sua ausência no salão comunal naquela noite não passou despercebida. Passou dias sendo interrogado por Blásio Zabini e Theo Nott, que achavam engraçado ouvir as desculpas esfarrapadas saindo da sua boca. Além disso, de algum jeito que Draco nunca descobrira como, sua ausência chegou aos ouvidos de seu pai.

Lembre-se do que conversamos e do que deve e não deve fazer. Lembre-se de quem você é e do nome que você carrega. Lembre-se disso, Draco, ou farei você se lembrar.

Foi a primeira carta esquisita que recebera de seu pai, mas não a última. Nos meses que se seguiram, ele recebeu uma carta toda vez que ganhou detenção, que sequer falou com alguém com quem não devia falar ou que foi visto fazendo algo minimamente suspeito. Lúcio Malfoy sabia com quem ele andava, sabia quanto tempo ele ficava dentro ou fora do Salão Comunal, sabia quais brigas ele tivera e com quem e, dependendo do que acontecia, Draco recebia uma carta de repreensão. Ele se sentia uma criança sob vigia 24 horas.

E o pior: ele se sentia indigno da confiança da própria família.

Era assim que seu pai o via? Como o filho problemático e indigno de confiança que uma vez se apaixonou por uma mestiça e, por isso, agora tem grandes chances de envergonhar ainda mais a família num futuro próximo? 

Ele se perguntou como Olívia estaria enxergando-o agora. Após pensar um pouco no assunto, percebeu que a visão dela seria, talvez, a mais exata. Depois de tanto acusá-lo de viver "em cima do muro", Olívia provavelmente o enxergaria como o covarde que ele também sentia que era.

Draco se perguntou se algum dia fora para Olívia Potter qualquer coisa além de um erro, de alguém em quem ela não podia confiar, de uma pessoa de quem ela só esperava ações negativas para poder gritar com ele e dizer que ele estava errado. E não era exatamente isso que ele era para o seu pai?

Enquanto andava em direção ao escritório de Snape, só conseguia pensar no quão cansado estava de estar cercado por pessoas que nunca achavam nada do que ele fazia suficiente. 

O sonserino repassava mentalmente cada uma das malditas cartas de Lúcio Malfoy na sua cabeça, enquanto batia na porta do escritório de Severo Snape. O professor de Poções era a única pessoa a quem ele podia perguntar sobre a sua teoria de que Lúcio colocara um espião atrás do filho para vigiar minuciosamente seus passos.

Sem obter resposta após bater durante dois minutos, o garoto apenas abriu a porta.

Apesar de constantemente juntar esperanças de que não tornaria a ter outra conversa desgastante com Burnier, o corvino sempre aparecia nos lugares mais inesperados. Como naquele momento, sentado na cadeira do professor de Poções, empilhando envelopes.

— Ah, é você! — Josh exclamou, então sorriu. — Oi!

— Onde está Snape? — Draco perguntou.

O corvino deu de ombros antes de responder:

— Saiu. Não sei para onde.

— E o que você está fazendo aqui?

— Detenção. Fiz um comentário na aula que ele não gostou. Algo sobre como seria engraçado se alguém ateasse fogo na Umbridge. — Ele deu uma risadinha. — Pensei que ele fosse rir.

— E ele não riu? Que surpresa.

— Não é?

— Quando ele voltar, diz que eu preciso falar com ele.

— Por quê? — Josh levantou as sobrancelhas. — Ele é seu amigo também?

— Pode só fazer o que eu disse?

— Ei, você não negou que eu sou seu amigo. — O corvino apontou, fingindo um semblante emocionado.

— Você não é meu amigo. — Draco fez questão de deixar claro.

— Tarde demais. Sabe o que alguém que é meu amigo faria? Me ajudaria a acabar minha detenção mais rápido.

— Não sou seu amigo. — Draco reforçou.

— Rude. — Josh destacou. — Mas eu já estou acabando. Por que precisa falar com Snape?

Seus problemas familiares definitivamente não eram da conta dele.

— Como você sabia aquilo sobre a Pansy em Hogsmeade? — Draco mudou de assunto.

— Eu tenho uma namorada fofoqueira. Como você descobriu aquilo sobre a Pansy?

— Eu tenho um sobrenome importante.

— Não é melhor que a minha namorada fofoqueira. — Josh falou, orgulhosamente. Draco conteve a vontade de revirar os olhos. Ele era tão ridículo quanto Audrey. Talvez por isso os dois fossem um casal. — E então? Você gosta menos da Pansy agora que sabe que ela se interessou por um reles "sangue-ruim"?

— Seria meio hipócrita da minha parte fazer isso, você não acha? — Considerando que a linhagem sanguínea de Olívia não foi a primeira coisa que ele perguntou quando a conheceu. — Até mais, Burnier.

Draco se virou e saiu antes que Josh achasse mais tópicos de conversa. Sua última conversa com o corvino havia gerado nele uma incômoda dor de cabeça, além de um pesadelo irritante em que Lúcio Malfoy conseguia ouvir tudo o que o filho estava pensado, então gritava para todo mundo que esses eram os pensamentos de um traidor de sangue.

Ele encontrou Snape algumas horas depois e, para seu azar, nada que ele soubesse poderia ajudar Draco a descobrir quem o estava espionando. Teria que fazer isso sozinho. A Sonserina te mantém esperto à mesma medida em que te come vivo se você não for. E Draco aparentemente não andava sendo esperto o suficiente. Bem, precisava mudar isso.

— Burnier. — Ele abordou Josh no corredor, após o café da manhã no dia seguinte. Milagrosamente conseguira encontrar com ele sozinho. Burnier estava sempre cercado, senão por Olívia, Audrey e pelo monitor irritante sabe-tudo da Corvinal, então pelo time de Quadribol ou por qualquer uma das quinhentas pessoas que ele devia conhecer.

— Oi. — O corvino encarou-o com desconfiança. — Ah não. Você nunca vem falar comigo. Por que eu acho que isso significa algo ruim?

— Por que seria algo ruim? — Draco cruzou os braços, sorrindo. — Somos amigos, não somos?

— Hmm... eu não tenho mais tanta certeza.

— Preciso da sua capa de invisibilidade. — Draco disse.

Josh ficou em silêncio por um momento, então começou a gargalhar como se ele tivesse contado alguma piada.

— Você não pode estar falando sério. — E riu ainda mais.

— Estou.

O sorriso no rosto do corvino sumiu.

— Nem morto! — Josh exclamou. — Não. Nunca. Jamais. Eu já disse "Não"?

Ele bufou.

— Eu preciso mesmo, Josh.

— Por quê?

— Porque... não confio muito nos meus colegas da Sonserina ultimamente.

— E já confiou algum dia?

— Nunca fomos uma unida panelinha de compartilhamento de segredos, se é o que você está perguntando. Não era isso que era importante. Há sempre um jogo de hierarquia acontecendo. Eu costumava estar no topo, agora... não é a mesma coisa.

Não era a mesma coisa. Queria que isso se devesse 100% ao fato de um deles estar espionando-o, mas Draco sabia que também estava ligado ao fato de ele próprio não ser mais o mesmo. Se fosse, aquele estaria sendo seu melhor ano em Hogwarts. Conhecera Você-Sabe-Quem pessoalmente, era membro importante da Brigada Inquisitorial. Umbridge contava com ele para tudo. Só que conhecer Você-Sabe-Quem foi uma grande decepção e ele odiava Umbridge. Não deveria, já que seu pai a achava uma mulher útil para os interesses do Lord das Trevas, mas Draco não conseguira evitar. Ela era simplesmente desprezível. E aquele deveria estar sendo um ano fantástico, mas não estava. 

Isso, continue pensando como um traidor. Isso vai acabar muito bem para você, seu idiota.

— Bom, não sei se entendi direito. — Josh franziu a testa. — De qualquer forma, não acho que confiar neles seja a melhor ideia do mundo.

Draco precisava que ele entendesse por que precisava da capa. Será que faria tão mal assim ser sincero com ele? Quis matar Josh depois de sua última gracinha de mentir para ele sobre escrever uma carta para Lúcio Malfoy? Sim, quis. Mas agora... bem, precisava dele. E não tinha outra ideia.

— Meu pai fez alguém da minha Casa me espionar.

— Te espionar? — Josh repetiu, espantado. — Quem?

— É o que eu quero saber, gênio. Mas ele constantemente me manda cartas falando de coisas que ele não teria como saber se não estivesse aqui, o que me leva a pensar, é claro, que alguém que está aqui anda falando com ele.

— Mas... que loucura! Pensei que seu pai confiasse em você, por que você está sendo vigiado?

— Aparentemente, eu já fui um Malfoy melhor. — O humor ácido não foi proposital, embora se encaixasse perfeitamente bem ao que ele sentia no momento.

Tentou se lembrar de alguma ocasião em que seu pai estivera plenamente satisfeito com ele, mas nada lhe veio à cabeça. Mesmo antes de Hogwarts, suas falhas eram constantemente apontadas.

— Seu pai me lembra o meu pai. — Josh deu uma risada que estava longe de parecer alegre.

— O que o seu pai trouxa teria em comum com o meu? — Draco perguntou, incrédulo.

— Seu pai odeia trouxas. Meu pai odeia bruxos. — As palavras saíam da boca dele como se não fossem nada. — Mas tem razão, eles são diferentes. Seu pai deve gostar de você.

A perspectiva de que eles poderiam viver realidades paralelas o fez ficar estranhamente incomodado. O pai de Josh parecia ruim. Não era o caso do seu pai. Lúcio Malfoy não era um pai ruim, ele era só... só um pouco...

— É. Eles são muito diferentes. — Disse de imediato.

Josh ficou em silêncio por vários instantes até acrescentar:

— Draco. Você já pensou no que aconteceria se você trocasse de lado?

Já. Era um tipo de pensamento que fazia sua mente entrar em curto-circuito.

— Não, porque eu não faria isso. — Foi o que disse.

— Não estou dizendo que faria, mas, se você fizesse, o que seu pai faria?

— Me deserdaria. — Draco deu de ombros, como se isso nunca tivesse passado pela sua cabeça também, mas tinha. — E não estaria errado.

— Não estaria errado? — Josh ficou confuso. — Ele é seu pai. Ele deixaria de amar você se você não fizesse o que ele quer?

Draco começou a rir.

— Do que diabos você está rindo?

— Você tem uma ideia muito romântica do que significa família. — Draco disse.

— Romântica?

— É. Você e a Audrey, aliás, vocês pensam igualzinho.

— Ei. — Josh fechou a cara.

— Vocês acham que tudo se trata de amor, que uma família consiste em uma casinha feliz com abraços e sorrisos.

— Mas isso é...

— A minha família é muito mais importante que isso. — Draco colocou em palavras aquilo que aprendeu quando era criança. — Não se trata de amar meus pais ou não, eu devo isso a eles. Se me amariam menos caso eu deserdasse, eu não sei, mas com certeza me valorizariam menos. Que valor eu teria se virasse um traidor?

Pôde dizer que Josh estava chocado pela tempo que ele levou para responder.

— Cara, não é... não é a minha ideia que é romântica. — O corvino hesitou de novo, lançando a ele um olhar que beirava a pena. — É a sua ideia de família que é completamente deturpada.

Draco engoliu em seco. Depois de aprender Oclumência, impedir que suas emoções transparecessem em seu rosto se tornara incrivelmente fácil. Ainda assim, esconder seu desconforto depois do que Josh falou requeriu um esforço acima da média.

— Vou te emprestar a minha capa. — Josh cedeu, mudando de assunto. — Mas, se estragá-la, eu te mato antes que seu pai tenha essa chance

Draco gargalhou, o que surpreendeu ele mesmo.

𖨡

Eram cinco da tarde quando Blásio Zabini adentrou o dormitório masculino do quinto ano. Suas roupas haviam sido despejadas sobre a cama e o chão, além de livros, pacotes de comida, cartas, jogos, tudo que era seu estava espalhado. O seu malão estava próximo ao banheiro, com uma das fivelas arrancadas.

— Eu pensei em jogar pela janela, mas imaginei que você deveria guardá-lo para lembrar disso. — Draco estava na parede oposta, com os braços cruzados e os olhos cinzas fuzilando-o. Com um murmúrio e um aceno da varinha, ambos ouviram a porta ser trancada. — E nem foi na sua bagagem que eu achei o mais interessante.

Draco estava segurando pela outra mão metade de um pergaminho, escrito do início ao fim com a caligrafia fina de Blásio. Draco havia esperado no Corujal o dia inteiro, escondido embaixo da capa de invisibilidade de Josh. Nunca desconfiara de Pansy, afinal, sabia coisas demais ao respeito dela para que a garota fosse um perigo. Crabbe e Goyle não possuíam cérebro suficiente para esconder isso dele. Daphne, Nott e Blásio eram suas últimas apostas. Blásio era o único cuja correspondência estava endereçada à Mansão Malfoy. Para Lúcio Malfoy, mais especificamente.

— Você descobriu. — Blásio não se deu nem o trabalho de fingir sentir culpa.

— Você estava me espionando. Meu pai anda escrevendo para você, não é? Para te mandar ficar de olho em mim.

— É, combinamos bem antes das aulas começarem. — Blásio começou a recolher suas roupas, irritado. — Mas, sim, sou eu. Não precisava disso tudo. Não tinha nada na minha bagagem. Não sou tão idiota.

— Não precisava? — Draco se aproximou dele, com o rosto vermelho. — Quem você acha que é para ficar de olho em mim?

Blásio parou por um segundo, surpreso.

— Está mesmo zangado comigo, Malfoy?

— Ora, é claro! Tem ideia de como você tem me ferrado para o meu pai?

— Você acha que era isso que eu queria? — Blásio exclamou. — Acha que eu queria perder o meu tempo ficando de olho em você?

— Bom, eu esperava que não. Aparentemente, me enganei.

Blásio bufou.

— Eu não posso desobedecer, seu idiota! Seu pai é o braço direito do Lord das Trevas, caso você não saiba, e ele me deu uma ordem! A minha família não pode ficar em falta com a sua. Principalmente agora. Eu precisei obedecer. Se quer ficar com raiva de alguém, Draco, fique com raiva de você mesmo!

— De que merda você está falando? — Draco retrucou, irritado por Blásio estar falando como se a culpa fosse dele por estar sendo vigiado.

— O único motivo de seu pai ter me mandado fazer isso é porque está preocupado com você! — O garoto exclamou. — Você tem agido estranho ultimamente. Sei que tenta disfarçar, mas quem te conhece pode perceber. Você não se diverte, não entra na onda das brincadeiras, você... anda sério o tempo todo. Seja lá qual for o seu problema, dá um jeito e se resolve consigo mesmo, porque, acredite, espionar você não é como eu gostaria de passar o meu quinto ano.

Draco encarava-o, furioso.

— Seja lá o que estiver acontecendo com você, supera. — Blásio esfregou o pescoço. — Porque seu pai parece prestes a te matar em cada carta que ele manda. É melhor você achar um jeito de sair dessa.

Draco manteve o olhar fixo nele. Não sabia o que pensar. Não sabia o que fazer.

— É melhor você não contar nada disso para ninguém.

— Não vou, acredite, odeio bancar o dedo-duro. — Blásio revirou os olhos, enquanto pegava seu malão e o colocava de volta na cama. Ele parou por uns segundos antes de acrescentar: — Não entrei na Brigada Inquisitorial, porque sabia que teria que te vigiar lá também, e realmente não estou a fim. Mereço uma folga, e você merece ao menos um pouco de privacidade. Olha, eu tenho mesmo tentado limpar a sua barra, mas, não importa o que eu diga, ele parece focar sempre no que você faz de errado. É... cansativo.

— Ele é assim. — Draco resmungou.

— Eu sei, Draco, seu pai é doente. — Blásio exclamou, olhando nos olhos dele.

Poucas vezes em Hogwarts, eles dois tiveram uma conversa realmente sincera como aquela. Blásio era muito frio e fechado, mas, nesse momento, Draco lamentou não ter se empenhado mais em virar amigo dele. Talvez, se pudesse confiar em Blásio o suficiente para contar seu conflito em relação a Você-Sabe-Quem, não se sentiria tão sozinho. Mas, bem, agora era tarde. Além disso, Blásio jamais entenderia. O Malfoy duvidava muito que Blásio ou Pansy ou Daphne ou Nott algum dia duvidaram do Lord das Trevas.

Esse, Draco percebeu, era um defeito que apenas ele possuía.

— Olha, eu não sei o porquê e, sinceramente, não quero saber... — Blásio Zabini tornou a falar. — ... mas você não é mais o mesmo desde o início das aulas e você precisa ser, porque o Lord das Trevas voltou, logo estaremos nos formando, vai chegar a nossa vez de ganhar a marca e finalmente fazer algo importante. Você sabe disso, não sabe? Isso é o que esperamos a vida inteira.

— Eu sei. — Draco disse, sentindo um nó se formar em sua garganta.

— Eu espero que saiba, porque não parece.

𖨡

— Então era o Zabini o tempo todo? Mas que traíra. — Josh olhava para ele, perplexo.

Ele estava no vestiário de Quadribol. Draco fora devolver a capa, e vinha contando o que tinha descoberto desde então. Estava matando tempo para adiar o momento de ter que voltar ao salão comunal da Sonserina. Não queria ficar lá. Não confiava em ninguém lá. Não confiava em ninguém em Hogwarts, na verdade. Não mais.

Mesmo no salão comunal com seus colegas sonserinos, ele fingia se divertir com coisas que não o divertiam mais, como aproveitar os privilégios da Brigada Inquisitorial. Em casa, fingia não sentir ódio por Voldemort. Mesmo ali agora, não podia falar a Burnier o que de fato pensava, porque tinha que manter a imagem do sangue-puro mesquinho que precisava que Josh acreditasse que ele era. Tudo o que Draco queria era ir a algum lugar em que não tivesse que fingir nada, mas esse lugar não existia mais, porque ele destruíra sua amizade com Olívia de propósito.

— Você parece prestes a vomitar. — Josh observou.

— É. — Ele bufou, dando meia volta para voltar para o castelo, que mais parecia uma prisão do que qualquer outra coisa.

⊱⋅ ──────────── ⋅⊰

Um capítulo feliz, graças a Deus!

Enfim, espero que aos poucos vocês estejam conseguindo entender um pouco como funciona a conflituosa e perturbada mente de Draco Malfoy.

Não esquece de deixar seu ⭐ e seu 💭

Um beeeijo para quem quiser

A gente se no próximo capítulo! 💜

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