Em uma outra vida, eu serei o...

By mariihreis

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EM BREVE LIVRO FÍSICO FINALIZADA | taekook | séc XVIII | romantismo | romance epistolar | +18 Kim Taehyung e... More

Trailer
01. Asas são feitas para voar
02. A ambiguidade consome cada partícula sã que me resta
03. Gostaria que o dia não findasse
04. À mercê de sensações confusas e paradoxais
05. No céu, uma miscelânea de cores. Em mim, de sentimentos
06. Talvez eu nunca possa tocar o céu
07. Perdidos em palavras não ditas
08. Que te custavas ter-me neste engano?
09. Culpa e santidade
10. Que seja eterno enquanto dure
11. Talvez em uma outra vida
12. Quando este mundo será diferente?
13. O Inferno é tão quente quanto pecar?
14. O sigilo ainda não me sacia
15. Meu devoto coração é todo teu, apenas teu
16. Aflição de ser água em meio à terra
17. Lembro do vazio me abraçar
18. E se amamos, sobrevivemos
19. O Sol surge com a Aurora, o Amor surge com Daehy
21. Meu anjo
22. Meu garoto
23. O voo alçado
pré-venda do livro físico aberta!

20. Quero abrir minhas asas e experimentar o tutano doce da liberdade

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By mariihreis

OLHA QUEM VOLTOU! 🥳 Senhor, foi até rápido, né?

Como vc está? Me deixe saber!

Me bateu uma baita inspiração, por isso escrevi bem rapidinho. Espero muito que gostem da leitura, eu amei esse capítulo!!! 🥺

Lembre-se de comentar sempre que possível. Isso me motiva mais do que vc imagina 💜

02 de novembro de 1790.

Querido Diário,

Precisei reunir forças para te escrever hoje, após vários dias apenas refletindo todas as descobertas sobre mamãe. Não consigo nomear o que estou sentindo. É muito estranho, sabes? Viver 15 anos da tua vida ao lado de alguém para depois descobrir que na verdade tu não conhecias essa pessoa direito.

Vou partir do início. Sobre como encontrei o endereço da remetente. Trabalhar no serviço postal da vila me ajudou muito nisso, mas já era algo esperado, não foi à toa que escolhi esse emprego. Foi necessário o acesso a documentos sigilosos, os quais apenas funcionários podem ter.

Aproveitamos que o pai de Jeongguk está viajando — afinal, ele não pode sequer imaginar que o filho mantém contato comigo — e fomos juntos à respectiva casa. Fica no final da vila, bem afastada de tudo. É uma construção humilde, já antiga, feita de madeira e com um cercadinho do mesmo material. Apesar de toda singeleza, dali emana uma energia agradável.

Conferi o endereço no meu papelzinho mais uma vez antes de bater na porta. Jeongguk deixou um aperto no meu ombro ao notar como eu estava nervoso. Eu não sabia o que esperar disso. Não sabia se encontraria o amor da vida de mamãe, ou se não encontraria absolutamente nada. Porém, não importa quantas expectativas criei antes de chegar até ali, nenhuma delas sequer se aproximou da verdadeira história.

Uma jovem moça, com olhinhos gentis e curiosos, atendeu a porta. Parecia ser mais nova do que nós. Revezou o olhar entre mim e Jeongguk antes de dizer:

"Bom dia. Como posso ajudá-los?"

"B-Bom dia", cumprimentei. "Por acaso a senhorita Jung Nabi ainda mora aqui?"

Ao ouvir esse nome, a mocinha contraiu as sobrancelhas. O olhar, antes tão afável, se tornou penetrante.

"Quem sois vós e o que querem com ela?"

O tom de voz ríspido me atordoou, então dei um passo para trás. No entanto, talvez percebendo meu desconforto, Jeongguk se pronunciou:

"Chamo-me Jeon Jeongguk e este é o Kim Taehyung, filho da Kim Dae-"

"Meu Deus", ela arfou surpresa e colocou ambas as mãos na boca. "Tu és o Taehyung? Kim Taehyung?"

"S-Sou", respondi um tanto desconfiado com tantas mudanças de expressões.

"Meu Deus!", repetiu, clamando aos Céus. Tinha um sorriso incrédulo nos lábios finos. "Não acredito, este dia realmente chegou! Estás muito diferente, oppa! Por favor, entrem, entrem."

Troquei olhares com Jeongguk e ele se mostrou tão confuso quanto eu. Porém, deu de ombros e, num gesto com a cabeça, me incentivou a entrar na pequena casa. Havia organização e limpeza e, embora os móveis e a decoração fossem simples, era tudo muito acolhedor e cheirava a bolo recém assado.

"Por favor, fiquem à vontade. Vou apenas preparar um chá e trazer pedaços de bolo. Não demoro!"

"Não precisas se incomodar..."

Entretanto, ela já havia saído da sala. Ficamos apenas eu e Jeongguk no cômodo, em completo silêncio, observando tudo ao redor. Com sutileza, ele segurou a minha mão e passou a deixar um carinho ali. Foi o que me acalmou, pois meu coração estava em pressa. Era como se ele já soubesse o que estava por vir e o quão difícil seria absorver todas as informações.

A jovem voltou com uma bandeja com xícaras de chá e três pedaços de bolo.

"Sintam-se à vontade", falou enquanto colocava as xícaras próximas de nós. "Comas o bolo, Taehyung oppa. Sei que vais gostar, tua mãe quem me ensinara a receita."

"Juras? Que coincidência fazeres logo hoje."

"Não acredito em coincidências", disse conforme mantinha contato visual comigo. Limpei a garganta, constrangido.

"Desculpe-me, mas como se chamas?", finalmente perguntei, coçando a nuca.

"Jung Aerum", sorriu. "De fato não se lembras de mim, mas não o julgo. Muita coisa deve ter te acontecido desde que tua mãe se fora."

"Certamente...", respondi cabisbaixo. "Desculpe-me não me lembrar de ti. O que és da Jung Nabi?"

"Sobrinha. Devo pedir perdão pela forma como os recepcionei na porta. Normalmente, quem vem atrás da titia são sempre pessoas mal intencionadas, por isso agi na defensiva."

"Mal intencionadas?"

"É, com boatos absurdos sobre a morte dela."

"M-Morte?", estremeci. Meu peito apertou. Era uma das notícias que eu não esperava receber.

O rosto dela se metamorfoseou de novo. Dessa vez, observava-me com pesar. Ao enfim concluir que eu não sabia de muitas coisas, Aerum decidiu me contar toda a história.

Jung Nabi, tia dela e o amor de mamãe, era uma simples costureira. As duas se conheceram num baile que teve aqui em Mansan, o qual os meus avós foram convidados e por isso mamãe foi. Desde então, uma amizade floriu entre as duas. Depois, elas descobriram, juntas, qual era o sabor do pecado sob os lábios uma da outra. Consigo imaginar o que ambas sentiram, ninguém melhor do que eu para saber como algo tão certo pode parecer tão errado.

Desde então, mamãe passou a visitá-la com frequência em Mansan. Nabi dividia a casa com a irmã mais velha, mãe de Aerum, a qual sempre se mostrou acolhedora sobre o envolvimento das duas, então nunca foi um problema receber a mamãe lá. Porém, alguns vizinhos começaram a desconfiar das duas.

Nesse momento da narração dela, fitei Jeongguk, pois o pai dele veio imediatamente na minha cabeça. Ele, por teu turno, não quis levantar o olhar.

Os boatos alcançaram os ouvidos da vovó e do vovô, que logo providenciaram o casamento dos meus pais, 3 anos depois que as duas se conheceram. Por um lado, os boatos cessariam. Por outro, era a alma das duas que choraria.

Jung Nabi pediu para fugir, mas a mamãe negou. O motivo? Nem mesmo Aerum sabe. Noto, agora, que se ela tivesse fugido, eu não teria vindo ao mundo. Dentre as circunstâncias atuais, não sei definir se isto é vantajoso ou não.

O amor das duas sobreviveu durante 20 longos anos. Com toda a narrativa de Aerum que ouvi naquele dia, no decorrer dessa semana consegui acessar alguns fragmentos de memória. Lembro de passear no jardim público com mamãe e de ter uma outra moça conosco. Também lembro de observá-las juntas no banco da colina enquanto eu pegava florzinhas no campo. Recordo, também, da carícia que mamãe deixava na mão dela, tão ingênuo que era quase imperceptível.

O amor delas sempre esteve diante de mim, mas nunca percebi pois para mim soava impossível. Afinal, o símbolo de casal ideal, na minha mente, era o papai e a mamãe.

Aerum me contou tudo isso para realizar o último desejo das duas. Ambas queriam que a história vivida por elas não morresse e pudesse ser contada de geração para  geração. Estou tentando fazer isso ao transcrever tudo para tuas páginas, Diário. Quero mantê-las vivas aqui dentro de mim.

"Como se deu a morte de Jung Nabi?", questionei.

"Lembras que falei dos boatos da vila sobre as duas?", assenti em resposta. "Isto chegou ao padre da igrejinha. Portanto, foi determinado que houvesse julgamento em praça pública. Minha tia foi levada e... e a acorrentaram na viga de madeira no meio da praça", teus olhos começaram a brilhar, úmidos. "Titia não resistiu aos maus tratos. Ela tentou, mas tua carne era mais fraca que o ódio deles. Ela fora assassinada por heresia."

Comecei a tremer. O pranto veio numa forte onda, devastando tudo dentro de mim. Senti como se o mesmo tivesse acontecido comigo, senti sobre minha pele cada violência que Jung Nabi sofreu. Jeongguk me envolveu em teus braços, em busca de acalmar minha aflição, mas havia uma maré de sentimentos cá dentro. Principalmente medo. Medo do mesmo acontecer comigo ou com Jeongguk.

Ele e Aerum, que também choravam, respeitaram o meu momento. Após longos minutos de pranto, quando já estava mais calmo, reuni coragem para perguntar:

"E a morte de mamãe? Tu... tu sabes de algo?"

Eu estava cheio de receio, realmente não me senti pronto para saber a resposta. Mas precisava saber. Aerum arqueou as sobrancelhas, de repente muito atenta. Então, levantou-se e foi até uma pequena cômoda da sala onde estávamos, abriu a gaveta e tirou de lá um envelope fechado. Pelo teu estado, dava para ver que era antigo.

"Ninguém melhor do que tua própria mãe para te contar isso, oppa", entregou-me com uma reverência educada.

"É uma carta?", senti um frio no estômago ao segurá-la.

"Sim, escrita para ti. Fiquei responsável por entregá-la, no entanto não consegui achá-lo quando fui para Haeinsa. Mas o destino o trouxe até aqui hoje", sorriu.

Assenti devagar, ainda um tanto baqueado com todas as informações. Eu só queria voltar para casa, absorver tudo o que escutei naquele dia e ler a carta de mamãe. Por sorte, Aerum entendeu meus sentimentos e não se importou quando falei que precisava ir embora. Ela disse que eu poderia visitá-la sempre que quisesse, pois assim como mamãe foi bem-vinda ali, eu também era.

Voltei para casa e li a carta. Não sei se vou conseguir te descrever o que senti, Diário. Ou o que ainda estou sentindo. Mas tem um vazio infindável aqui dentro. Sinto um peso em cima de mim, uma coisa que monta em minhas costas e me faz ficar estático onde quer que eu esteja, seja na cama, na sala, na cozinha ou no trabalho. Tanto faz, mas está aqui.

Lembro a primeira vez que senti isso, o vazio. Estava na cozinha da nossa antiga casa, em Haeinsa. Fui preparar um chá e simplesmente minhas forças foram roubadas e passei a lembrar de mamãe. Foi horrível.

Então, ao longo dos anos, isso foi se tornando cada vez mais comum, até que passou a ser uma rotina. Entretanto, eu tentava lutar contra, sabes? Por exemplo, mesmo sentindo um peso em cima de mim, eu ainda tentava caminhar. Contudo, meus passos se tornaram mais lentos, passei a ficar mais cansado, suspiros escapavam da minha boca com mais frequência. Mas eu continuava.

Gostaria de conseguir nomear essa coisa estranha que sinto. Ela sempre esteve aqui, Diário. Em alguns anos, ela esteve mais afastada, apenas me observando de longe, em outros, conseguiu se apossar mais de mim. Após ler a carta deixada por mamãe, ela me abraçou de fato.

"Vamos fugir, Jeongguk."

Pronunciei de repente. Estávamos na casa da colina, eu deitado na cama e Jeongguk sentado na cadeira de balanço, lendo um livro. Ao ouvir o que eu disse, ele fechou o livro e franziu o cenho.

"O quê?"

"É, fujas comigo. Não temos mais motivos para ficarmos aqui em Mansan. Já descobri porque mamãe se foi e Mayumi já sabe do nosso amor. Não temos porquê continuar aqui."

Ele se levantou e caminhou até a cama. Sentou-se ao meu lado e se virou em minha direção.

"E para onde iríamos?"

"Para bem longe. Para qualquer lugar bem longe daqui, Guk."

Ele assentiu e segurou em minha mão, talvez por notar a minha urgência. Havia um esboço de sorriso em teus lábios. Este sempre fora o desejo dele.

"Por que isso de repente?", quis saber.

"Já disse, não há motivos para continuar aqui em Mansan. Amo a colina, amo nossa casa, mas corremos perigo. Não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar o nosso mundo. Não quero que tenhamos o mesmo fim da mamãe e da Jung Nabi. Merecemos ser felizes, Jeongguk."

Afinal, esse era um desejo de mamãe também. Ela queria que eu fosse feliz.

Ele por fim se deitou ao meu lado. Encostou a testa na minha e permanecemos em silêncio conforme nossas respirações abrasadoras se encontravam. Meu peito, em sintonia com o dele, batia firme.

No fundo, eu sei que o que me manteve de pé em todos esses meses de grandes desafios, foi o meu amor por Jeon Jeongguk. Por isso estou disposto a lutar por ele. Jeongguk não só trouxe claridade para o meu mundo, mas também me mostrou que é possível brilhar mesmo em meio à escuridão. Mostrou-me que é possível querer estar preso por vontade.

Como dizia Camões:

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer;

É querer estar preso por vontade;

Mas como causar pode teu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

"Guk", chamei enquanto alisava os cabelos pretinhos da franja dele. Observava cada traço impecável de teu rostinho, os cílios retilíneos, a boquinha cheinha, as bochechas afáveis, o nariz redondo.

"Hm?", balbuciou sonolento.

"Amo-te dois passinhos além do infinito."

Ri soprado com a maneira pela qual ele se moveu no meu abraço, todo surpreso — como se fosse novidade que eu o amava. Em seguida, ele expôs o sorrisinho mais lindo do mundo inteiro antes de se aconchegar mais no meu calor.

"Amo-te terna e tragicamente", respondeu, deixando um beijo singelo em minha testa.

E, de repente, coube o mundo inteiro naquela miúda casa da colina.

﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋

03 de novembro de 1790.

"Haeinsa, 10 de maio de 1785.

Querido Taetae, meu filhinho,

Talvez tu não possas me entender neste momento em que lês minha carta, mas mais tarde, quando fores mais velho, entenderás. Entre tantas certezas que tenho agora, a maior delas é que tu, de alguma maneira, ainda compreenderás o meu lado e acolherás a minha dor.

Mamãe precisa ir, filho. Acredito que seja inevitável tu pensares no quão egoísta eu estou sendo, entretanto, faço isto porque detesto a ideia de que a minha melancolia te atinjas de alguma forma. Quero que sejas feliz, porque eu não posso ser. Não totalmente, não da forma como minh'alma deseja.

Não venho aqui pedir desculpas, pois sei que sofreras muito desde que parti e não serão meras palavras que irão curar a ferida profunda em teu peito. Também não é como se eu não estivesse acostumada a ter o perdão negado. Afinal, isso me fora contestado a vida inteira. E está tudo bem. Prefiro isso a precisar negar quem sou de fato. 

E a mamãe é um pássaro, filho, e quero apenas voar. Quero abrir minhas asas e experimentar o tutano doce da liberdade. Não pertenço a nenhuma gaiola, preciso partir.

Quero amar sem medo, querido. Quero fechar os olhos sem precisar agradecer por ter sobrevivido mais um dia e sem implorar para que eu sobreviva no dia seguinte.

Tudo se tornou pior quando tu vieste ao mundo, porque todo o amor que eu sentia se concentrou num serzinho lindo que és tu. A partir do momento em que foras gerado em meu ventre, eu já sabia que tua vida corria perigo. Por minha causa.

Se algum dia pensares que mamãe não te amava, leias esta carta novamente. Ou lembre-se dos nossos risos, das nossas conversas, de como meus olhos se acalmavam ao pousarem em ti. Lembre-se, também, dos dias ensolarados na colina ou no campo, nas estradas. Lembre-se das nossas noites de histórias e cantoria. Lembre-se de mim, filho.

Encontrarei-o em uma outra vida, quando poderemos ser felizes juntos.

Com amor,

tua eterna mamãe."

Não sinto raiva dela, nem penso que ela fora egoísta. De forma alguma a julgo pela escolha que fizera. Na verdade, nem sei se devo mesmo chamar de "escolha". A meu ver, ela fora envenenada por essa sociedade doentia a ponto de sucumbir. Uma coisa que mamãe não tem, é culpa.

Eu a amo e sinto saudades dela. Ela só queria amar e ser amada, e a negaram isso.

Apenas me pergunto, Diário, se aquele passarinho que passou a morar aqui comigo não poderia ser a mamãe. Espero que seja, vou gostar de saber que ela enfim conseguiu o que tanto queria.

Apesar de todo o vazio aqui dentro, sinto que finalmente posso abrir minhas asas e voar. Não tenho mais nenhuma amarra aqui em Mansan, todas as minhas perguntas foram respondidas, agora só me resta voar.

Até mais ver, Diário.

﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋

05 de novembro de 1790.

Querido Diário,

Mais do que nunca, fugir se tornou urgente. Agora não é mais uma escolha, é uma questão de sobrevivência.

Ontem fui surpreendido por três batidas rudes na minha porta. Eu já sabia que não era o Jeongguk, mas mesmo assim abri a porta. Tolo, tolo, tolo. O meu retrato com ele estava visível na parede.

"Pois não?", perguntei ao homem que nunca vi na minha vida, tentando ao máximo não abrir tanto a porta para ele não ver o retrato.

"Venho por ordem do senhor Jeon para averiguar o estado da casa alugada. Por gentileza, permitas-me entrar."

Embora ele tivesse procurado ser educado com as palavras, teu tom demonstrava toda a falta de paciência que sentia. Também não era um simples empregado do pai de Jeongguk, pois estava muito bem vestido. Parecia, na verdade, algum amigo do senhor Jeon. Jeongguk confirmou minha teoria quando descrevi a aparência dele.

Mesmo amedrontado, permiti tua entrada. Ele entrou e, de primeira, o retrato passou batido. Ele averiguou todo o local com atenção, houve momentos em que tocou objetos e livros, como se procurasse por algo. Algo o qual pudesse me incriminar de alguma forma.

Foi então que ele viu. Viu o retrato. Teus olhos semicerraram e ele se aproximou do quadro. Tocou a tela com cuidado.

"Interessante... Quem são?", questionou, e não sei dizer se ele estava sendo irônico ou se apenas queria ouvir da minha boca que éramos eu e Jeongguk.

"Eu e meu irmão", fechei as pálpebras ao mentir, rezando para que ele acreditasse.

E eu sei que ele não acreditou, Diário. Antes de ir embora, ele disse: "vi o suficiente, obrigado", então montou no cavalo e partiu. Por isso, troquei de roupas rapidamente e corri até a mansão da Mayumi e do Jeongguk para contar tudo a ele.

"A primeira coisa que ele vai fazer quando papai voltar de viagem amanhã, é contar tudo para ele", Jeongguk disse, aflito. "Precisamos fugir amanhã antes da Aurora."

Concordei e voltei para casa a fim de arrumar todas minhas coisas. Também escrevi uma carta para papai, uma para Mayumi, outra para Yoongi e mais uma para o meu emprego, avisando porque não irei mais.

Agora a Aurora já está por vir e só estou esperando Jeongguk chegar para partirmos. O mais interessante de tudo isso é que nessa noite sonhei que estava voando. Percebo, então, que a hora chegou.

Até logo, Diário.

﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋

Quem acertou a teoria sobre a morte da mãe do Tae? Hehehe 👀

Calma, ainda será mostrado qual a parte da mãe do Jeongguk nisso e porque o pai dele é tão otário. Vai dar pra entender tudo certinho 🤭

Quem amou o "eu te amo" deles? Confesso que sou rendida demais 🥺

Agora restam só mais dois capítulos :( não tô bem!
Entrei de férias hoje, então espero terminar a história antes que minhas aulas voltem

Kissus, espero voltar logo! Obrigada por terem lido 💜

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Hashtag da fic: #sigilotk

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