Desejo Sombrio

By clouveri

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🔞🔞 ROMANCE DARK PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS 🔞🔞 Este livro contĂ©m obsessĂŁo, relacionamento tĂłxico, ab... More

CapĂ­tulo 1 - Estrelinha, Eu NĂŁo Queria Ser VocĂȘ
Capítulo 2 - Se Meta Sim Onde Não É Chamado
CapĂ­tulo 3 - Cada Assassino Com Sua VĂ­tima
CapĂ­tulo 4 - A Curiosidade Matou O Gato
CapĂ­tulo 5 - O Bem NĂŁo Compensa Merda Nenhuma
CapĂ­tulo 6 - Corra Ou Morra
Capítulo 7 - A Vingança É Bem Plena Sim
CapĂ­tulo 8 - Antes Mal Acompanhada Do Que SĂł
Capítulo 9 - Estripar É Um Bom Hobby
CapĂ­tulo 11 - InvasĂŁo De Sonho Culposo
CapĂ­tulo 12 - Manda quem Pode E Obedece Quem NĂŁo Quer Morrer
CapĂ­tulo 13 - Calmo Como Um CĂŁo Raivoso
Capítulo 14 - Quem Tem Pena É Galinha
CapĂ­tulo 15 - Fala VocĂȘ Primeiro e Depois eu Falo
CapĂ­tulo 16 - Eu Sou Uma Piada Pra VocĂȘ?
CapĂ­tulo 17 - Vou Tirar SĂł Uma "Cascona"
Capítulo 18 - V de Vingança? Não, é de Vai se F...
CapĂ­tulo 19 - Doido de Pedra
CapĂ­tulo 20 - Um Tapinha nĂŁo DĂłi
CapĂ­tulo 21 - Quem Brinca Com Fogo, Arde De Desejo
CapĂ­tulo 22 - Dois Pesos E Uma Medida?
CapĂ­tulo 23 - Uma surtada de leve, quem nunca?
CapĂ­tulo 24 - Fofocas Fresquinhas
CapĂ­tulo 25 - Nada Ă© tĂŁo ruim que nĂŁo possa piorar
Capitulo 26 - TĂŁo feio por dentro quanto por fora
CapĂ­tulo 27 - Doce Tortura
CapĂ­tulo 28 - S de Show ou de Sonsa?
CapĂ­tulo 29 - Ser falsa cansa, mas atuar Ă© libertador.
CapĂ­tulo 30 - Frio como Iceberg, molhada como um oceano
CapĂ­tulo 31 - Jogando a merda no ventilador
CapĂ­tulo 32 - Perder pode ser prazeroso
Capítulo 33 - A cor do perigo e da segurança é a mesma: Preto
CapĂ­tulo 34 - Vai Namorar Comigo Sim
CapĂ­tulo 35 - Morrer? SĂł se for de prazer
CapĂ­tulo 36 - Cutucando a besta com vara curta
CapĂ­tulo 37 - Um Grande Castigo Ă© melhor que um Pequeno Aviso
CapĂ­tulo 38 - Quem ama o feio, bonito lhe parece?
CapĂ­tulo 39 - Um mais um Ă© igual a um casal obsessivo

Capítulo 10 - Quem Ri Por Último É Um Idiota

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By clouveri

Jina

Estamos comendo na cozinha o delicioso macarrão que eu fiz.

Incrivelmente nos últimos minutos parecíamos realmente amigos.

Não resisto em fazer uma piada quando Heitor se levanta da mesa para se servir novamente de macarrão pela terceira vez.

- Nesse ritmo você vai acabar ficando com o meu peso. - Brinco.

Ele retorna para a mesa com o prato cheio e se senta esfregando as mãos umas nas outras.

- Já disse como isso está bom? - Ele diz simplesmente parecendo hipnotizado pela comida.

Isso me faz lembrar da mãe dele o amamentando.

Quer dizer... Aquela mulher.

Pela fome que ele está e pelo seu porte físico franzino... Será que ela só o alimentava daquela forma?

Não... Não quero pensar sobre isso...

- Já disse só umas 5 vezes... - Digo enrolando o dedo no meu cabelo.

- Não tem nenhum problema com o seu peso, Jina. Não deveria achar que a beleza está associada ao seu tipo de corpo, não é apenas ofensivo contra você mesma, mas contra todas as pessoas acima do peso. - Diz sério encarando o garfo que enrola um punhado de macarrão.

Engulo em seco.

Decido não comentar mais nada. Não quero conversar sobre minha baixa estima e muito menos sobre meu corpo.

Mas é de conhecimento coletivo que a obesidade é ruim pra saúde, então não é apenas uma questão estética, mas claro que não vou mentir que pra mim, é a estética que mais tem peso mesmo. Literalmente...

Ele falando assim... Quase parece uma boa pessoa.

É quase como se ele tivesse tudo para ser aqueles mauricinhos bem educados e politicamente corretos que na vida adulta se tornam advogado, doutor ou engenheiro...

Até posso imaginá-lo com mais corpo e um belo par de sapatos sociais com um terno feito sob medida.

É como se ele tivesse nascido para ser bom, mas o seu destino se desviou do rumo, pegando o caminho mais sombrio.

Não quero pensar sobre ele, eu quero ir embora, estou cansada. Ser dissimulada e aguentar as insinuações de Heitor exige muita energia e eu não dormi bem.

Só de pensar que ele vai exigir que eu o veja todo dia, me dá uma preguiça sem medida.

- Heitor, amanhã minha mãe está em casa. Não poderei vir visitar você. - Mudo de assunto e empurro a desculpa da minha mãe estar de folga para não vir vê-lo.

- Sua mãe é um problema... - Ele diz.

Há algo de sombrio em seu tom.

- Heitor, você não pode matar minha mãe! - Digo apressada.

Sério, não acredito que ele pensou nisso!

Mesmo que ele não tenha mencionado isso diretamente, ficou bem claro pra mim essa possibilidade ter passado na cabeça dele.

Ele para o garfo que estava indo em direção a sua boca e levanta seus olhos lentamente em minha direção.

- Por que não, Jina? Pelo pouco que eu sei, ela é parecida com aquela mulher, por que diz que ela não merece morrer? - Pergunta com a voz mortalmente calma.

Ele não pode estar falando sério.

Ele matou apenas uma pessoa, uma merda de pessoa, mas agora já está pensando em matar novamente?

Ele tem alguma compulsão? Acha que pode sair matando as pessoas por aí agora?!

Estou bem assustada com esse comentário dele.

- Ela não é como a sua... Como aquela mulher. - Digo firmemente, tentando não dizer que ele não pode matar pessoas. A última coisa que eu quero é desafiá-lo a fazer algo. - E eu não disse que ela não merece morrer.

- Oh não é igual? Vamos lá... Ela te deixa comer livremente ou raciona suas refeições? - Diz fazendo cara de pensativo enquanto seus olhos disparam para o teto.

Fecho as mãos com força e não respondo.

- Hm... Que tal, ela te bate ou machuca de alguma forma? - Diz apontando o garfo na minha direção e me encarando sorrindo sarcástico.

Desvio o olhar do seu nesse momento. Odeio gente se metendo na minha vida.

- Ah... Talvez ela a ofenda e xingue muitas vezes ao dia...  -  Diz com o sorriso desaparecendo  a única coisa que ela não fez ainda é abusar sexualmente de você direta ou indiretamente, mas posso apostar que coragem pra isso ela teria. Conheço bem esse tipinho.

Ok, agora quem quer matá-lo sou eu.

- Heitor, para. - Digo fingindo parecer triste - Você está sendo muito cruel.

Não deixa a máscara cair, não deixa a máscara cair. Não avança nele, não avança nele!

Sério... Eu nunca nem contei pra ele isso... Como ele sabe?

Talvez sejamos realmente parecidos.  Eu já pensei que gostaria que minha mãe morresse, porém... Seria problemático pra mim e... Não quero que ela morra, só quero sair de casa o quanto antes.

De toda forma, ela é problema meu! Não dele!

- Cruel? - Sua voz tem um tom de descrença mordaz. - Jina, eu matei uma pessoa, de uma forma bem mais do que cruel, eu diria que fui atroz, bárbaro, desalmado e facínora.

Ele está certo...  Mas porque há um brilho de mágoa em seus olhos?

- Heitor... Você... Vai matar mais pessoas? - Dessa vez eu o encaro, observando seus olhos intensos que parecem não ter desviado de mim um segundo sequer.

Eu não queria perguntar... Mas a forma como ele fala... do que pretende fazer.

Estou tentando decidir se ele é uma boa pessoa ou não ainda, mas as vezes ele parece ser bonzinho e outras parece ser um louco de caráter duvidoso...

Seu semblante muda de ácido para irritado.

- Por que? O que você teria a ver com isso? - Rebate.

Oh... Eu achei que ele só faria aquilo com aquela mulher, isso porque ela merecia. Mas eu nunca descartei também a possibilidade de ele ser um psicopata assassino que começasse a matar por impulso.

- Eu... Não tenho nada a ver com isso. Assim como você não tem nada a ver com a minha mãe. Ninguém se mete na vida do outro e podemos viver em paz e harmonia felizes para sempre. - Digo perdendo a paciência.

Sei que se eu lhe desse um sermão sobre ser um psicopata assassino as coisas só iriam piorar mas também sei que uma resposta ácida poderia irrita-lo também, só que minha paciência está no limite.

O surpreendente é que ele fica visivelmente mais calmo e volta a enfiar o garfo com macarrão na boca e mastigar com gosto.

Sério... Por que tudo com ele funciona ao contrário?

- Ok, Jina. - Diz de boca cheia e revirando os olhos.

Ok o que, porra?!

O encaro esperando que se explique.

- Sua mãe é problema seu, não vou me meter, eu não pretendo matar mais ninguém, só estava te irritando por que você também me irrita. - Ele suspira. - Não sou um assassino, você viu que eu não tive escolha! Se eu não enterrasse a faca na barriga dela, você estaria tendo um velório de caixão fechado por estar sem sua cabeça.

Engulo em seco. Ele está mais do que certo.

Meu cérebro empurrou essa lembrança pra puta que pariu, mas de fato... Ele me salvou também.

- Eu não vou mentir que eu queria matar aquela mulher, mas isso somente por que não tinha outro jeito de ela me deixar em paz, eu tive que escolher entre você e ela naquele momento e depois eu tive que escolher entre ela e eu... Eu escolhi você, eu me escolhi e é isso. Não quero nunca mais fazer isso, eu mal consigo lidar com tudo o que aconteceu... Se não fosse você, eu teria me matado.

Suas palavras me deixam sem fala...

Acho que estou sendo cuzona... Preciso parar um pouco. É só meu lado medroso falando mais alto.

Ele nem está mais me olhando, voltou a ficar 100% focado no macarrão.

Bom... Já sei como acalmá-lo pelo menos.

- Já disse como isso está bom? - Pergunta novamente me arrancando uma risada.

Vamos de 100 negativo a 100 positivo muito rápido.

- Bom... Preciso ir e amanhã não nos veremos.  - Digo me levantando e deixando o prato na pia.

Quando me viro para olhá-lo eu pulo de susto e o grito fica sufocado em minha garganta ao vê-lo há 1 passo de distância de mim.

Sério... Como ele faz isso? Ele é a merda de um vampiro? Um alienígena?

Osso é leve e não faz barulho, Jina....

- Esse não foi o combinado em momento nenhum, Jina. Além de eu não me lembrar de ter te liberado para ir embora. - Sua voz adquire um tom robótico mas persuasivo.

- M-minha mãe vai chegar em casa em algumas horas e eu preciso arrumar a casa. - Digo desconcertada pela sua proximidade e pela forma que me olha.

Que droga deu nele?

Muito perto! Odeio que cheguem perto!

- Como você disse antes, sua mãe é problema seu e não meu. - Diz e seus olhos vacilam para minha boca que está aberta em surpresa e depois retorna para meus olhos.

Abro a boca ainda mais, preparada para dar uma resposta, mas penso melhor e seguro a língua.

- Jina... - Diz olhando e mexendo no meu cabelo. - Seu cabelo é bem liso, como o macarrão espaguete.

- É uma comparação bem interessante, considerando que você amou o macarrão. - Digo dando um curto passo para trás e grudando meu corpo na pia.

Odeio que fiquem muito perto!

Ele avança um passo acabando com o espaço que criei entre nós. Nossos corpos quase se encostando.

- Eu amei o seu macarrão. O macarrão por si só não tem muita graça. Mas porque você o fez... Tinha algo de especial.

Ele está querendo dizer que gosta do meu cabelo por que ele é meu cabelo?

Não estou conseguindo acompanhar as insinuações dele.  Mas certamente devo ignorar e fingir demência, ele deve estar criando algum tipo de dependência emocial considerando a vida fodida que ele tinha.

E se ele ficar dependente emocionalmente de mim? Isso seria ruim?

- Ok... Ta fazendo aquilo de novo. - Digo colocando as mãos em seu peito o afastando com sorriso amarelo, empurrando meus pensamentos sinistros para a caixinha de "perigo, não pense!" dentro do meu cérebro.

- Aquilo o que? - Diz sem se mover.

Então eu saio pela lateral, colocando espaço entre nós.

- Deixando o clima estranho. Acho que você não sabe como se relacionar com uma amizade porque nunca teve esse tipo de relação... Mas você não pode se aproximar tanto assim das pessoas, existe uma coisa chamado espaço pessoal e você invade o meu com uma certa frequência. Também não pode fazer insinuações que sejam tendenciosas para o romantismo, faz parecer que você pode estar...

- Interessado em você? E se eu estiver? - Diz sorrindo de lado.

Porra... Ta difícil guiar essa conversa pro caminho que eu quero.

- Heitor!  Tenha um pouco mais de responsabilidade emocional! O que você faria se eu me apaixonasse por você?  - Tento fazer um drama.

Não é possível que eu me apaixonar por ele não seja considerado algo ruim por ele...

Mas o brilho em seus olhos faz com que eu comece a duvidar disso e tenha mais certeza sobre a dependência emocional dele.

- Você já não está apaixonada? - Inclina a cabeça para o lado. - Pensei que ter arriscado sua vida por mim e ser cúmplice de um assassinato, além de me salvar de cometer um suicídio, era um bom sinal de paixonite aguda. - Diz com pouca paciência.

Que merda! Ele sai deduzindo as coisas como lhe convém! Ahhhhhhhhh!

Cuzão!

Peste!

Arrombado!

Puro osso das terríveis aventuras de Billy e Mandy!

- Você... É inacreditável, sabia?! Não, eu não estou apaixonada e não, eu não quero me apaixonar por você nem fodendo. - Rebato irritadissima deixando minha máscara cair momentaneamente, mas em minha defesa, ele é irritante pra caralho.

- Uau! Nem fodendo? - Diz parecendo chocado, mas eu sinto que é um teatro, sinto que ele está brincando comigo.

Na verdade sinto que ele está me forçando ao limite para deixar meu posto falso de boa garota.

- Nem fodendo. - Repito.

- Isso me magoou um pouco. - Diz começando a se mover novamente em minha direção. - E se eu foder muito bem, você muda de ideia?

Eu reviro os olhos mas imaginar nós dois tendo alguma intimidade faz eu ter calafrios.

Claro que na nossa idade pelo menos uns 75% da nossa turma já não é mais virgem.

O que me faz pensar que como a mãe dele abusava dele... Ele também não é virgem...

Tá... Talvez uns 80% da nossa turma já tenha transando.

Mas isso não vem ao caso, a última coisa que eu quero é ter um namorado problemático, já basta um amigo - não desejado -.  Isso considerando que ele de fato esteja falando sério o que provavelmente não está.

E como ele pode ter tanta autoconfiança quando ele parece o Puro Osso?

Só se ele realmente foder bem...

Jina! Para de ser doente, cara!

Tá bom, parei... Foi só uma linha de raciocínio automática, não vai mais se repetir, desculpe.

- Já ouviu sobre responsabilidade emocional? - Insisti menos irritada, mas minha voz soando mais alta que o necessário.

Vou apelar para lição de moral pela última vez.  É o que uma garota boa e ingênua faria.

- Não faço ideia do que seja, mas a única responsabilidade que eu tenho é a da morte daquela mulher... Por enquanto, é claro, se quiser trepar posso me responsabilizar por sua virgindade também. - Diz rindo.

Sério... Mas que... Imbecil. Ele nem é tão atraente assim!

E quem garante que eu sou virgem?

E outra...

Ele não está traumatizado por ter sido estuprado por uma maníaca todo esse tempo? Achei que ele nunca mais ia nem pensar em qualquer coisa que tivesse relação com vagina e pênis.

Eu me recuso a dar ibope pra esse comentário hetero top.

- Quer dizer você entender como sua ações afetam os sentimentos das pessoas, Heitor. Você não pode paquerar uma pessoa se realmente não estiver afim de ficar com ela.

- Essa regra está na página que também diz que não posso matar pessoas? Porque se for... Eu rasguei ela e joguei na puta que pariu. - Pergunta ainda vindo em minha direção com um sorrisinho debochado no rosto.

Mas que porra!

- Porque pode ser doloroso.  - Digo andando para trás afim de evitá-lo e ignoro o último comentário.

- Jina, pare de se afastar de mim. - Diz com a tonalidade da voz mais grave, o seu sorrisinho sumindo.

Eu congelo no mesmo momento e em alguns passos ele me alcança.

Por incrível que pareça eu sei diferenciar quando ele está falando sério sem paciência como é o caso agora.

Suas feições se tornam duras, seus olhos ficam vazios e gelados como o everest e sua sobrancelha se franze em ar de superioridade.

- Você é tão obediente... Gosto muito disso. - Ele levanta o indicador e faz um traçado invisível de leve no meu maxilar. - Nem precisei te ameaçar...

Por onde seu dedo passa deixa um rastro de dormência em minha pele.

Ele está brincando? Eu estou confusa com esse garoto.

- Heitor, estou falando sério... Você não está me ouvindo.  - Insisto começando a ficar desesperada.

- E se eu estiver afim de ficar com você? Se eu quiser beijá-la aqui e agora? - Diz inclinado-se em minha direção.

Meu coração acelera instantaneamente e eu sei que isso não é bom sinal.

É o primeiro garoto que demonstra interesse em mim depois de anos e ainda é um assassino - possivelmente sem controle -.

Meu lado carente está urrando e se contorcendo como uma besta na jaula, mas eu o controlo com facilidade porque estou acostumada.

Quais a chances de isso dar merda?

- Bom... Eu diria que é uma pena, pois não estou interessada em você.  - Digo baixo.

- Mentirosa! - Ele me segura firmemente e me empurra contra a parede.

Não dói - ele não tem força o suficiente pra isso, mas estou assustada com o movimento repentino.

Eu o encaro assustada.

- Pode me soltar, por favor? - Peço sem encarar seus olhos.

Eu poderia empurrar ele e ele iria voar pro chão, mas de novo, não quero criar um sentimento nele de vingança... Ele é bom em se vingar... Bem hmm... Intenso.

Heitor pisca algumas vezes e depois se afasta e vira de costas pra mim.

- Pode ir... Jina. - Diz parecendo triste e confuso enquanto se afasta.

Quase sinto pena, quase!  Até ele acrescentar:

- Amanhã, passe aqui quando for levar o lixo.

- Por que está fazendo isso? - Questiono. - Você sabe muito bem que não direi nada a ninguém, por que está fazendo tanta questão de me ver todos os dias?

Seu psicótico de merda!

- Porque... Eu preciso muito de você, Jina. E também você prometeu,  prometeu que estaria comigo.  - Diz me encarando com um semblante triste enquanto desvia os olhos.

Sua resposta me deixa sem fala.

- Sim... Eu sei. - Digo cerrando os pulsos.

- Eu não tenho ninguém, Jina... Você é tudo que me restou e eu só quero que esteja comigo, não estou te pedindo mais nada além disso. É tão difícil assim pra você?

Sério... Quando que esse jogou virou e eu acabei terminando como a cuzona!?

Não... Eu não sou cuzona! Cada um com seus problemas, eu não tive ninguém para me ajudar a lidar com os meus, ele vai superar também!

Você não foi estuprada por anos... E também, não teve ninguém mas se tivesse... Teria sido bem mais fácil e eu certamente preferiria.

Foda-se! Foda-se! Foda-se!

- Desculpe... Eu fiquei um pouco estressada... Vou passar aqui quando for jogar o lixo. - Digo no automático sem emoção. - Tem bastante macarrão ainda e eu fiz suco. Achei alguns cereais no armário, mas se você quer ganhar peso a melhor opção de lanche e pão.

Ele não responde. Apenas da um sorrisinho e some da minha visão.

É... Parece que eu estou perdendo no meu próprio jogo...

Eu saio apressadamente de sua casa e vou pra minha.

Não dá pra entender.

Sinceramente... Por que eu não estou odiando o fato de ele fazer tanta questão de me ver? E que sorrisinho ridículo é esse brotando em meus lábios quando lembro da expressão de quase choro quando ele disse que precisa de mim?

Oh merda!

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