Alguns avisos desse capítulo para o bem da minha saúde mental.
Devido a alguns comentários, eu fiquei bem insegura com o desenvolver da história. A ideia está toda pronta na minha cabeça e alguns capítulos do futuro já foram escritos. Ou seja, eu não posso mudar o que foi planejado e escrito só para agradar alguns. Sinto muito por isso.
Então, se você não gostar do que vai acontecer nesse cap, eu peço, por favor, que não comente coisas negativas que podem me desmotivar. Eu não sou tão forte assim pra aguentar tudo kkk. Podem me perguntar no pv depois porque eu decidi fazer assim ou, pra alguns, porque eu decidi "estragar a história", que eu explico e você não desiste da fic. 'Tá bom, gente? É isso. Espero mesmo que vocês gostem!!
BOA LEITURA.
ME VIRO NA CAMA colocando o braço bem onde sei que terá o calor de alguém. Um corpo quente e pronto para que eu o abraçasse. Mas minha mão sente o frio e depois o vazio. E é então que percebo que estou sozinho no colchão.
Abro os olhos com força porque estou tão cansado que nem acordei de verdade. Eu não devia ter dormido tarde. Mas eu não podia ficar sem transar com minha futura namorada bem no dia de seu aniversário, né? Ficamos a noite toda fazendo isso. Fodendo.
Estranho o vazio ao meu lado e me obrigo a acordar para entender onde Luanna está.
Olho pro teto e me concentro nessa realidade.
É sempre assim. Eu demoro muito pra acordar, pra entender onde estou e processar que a vida é assim e não um sonho que a pouco eu vivia na minha cabeça.
Meus ouvidos começam a escutar o mundo funcionando ao meu redor. Ouço o barulho de carros na rodovia. De pássaros cantando. Do vento entrando na fresta da janela. Ou até de conversas bem distantes daqui.
Mas o que chama a minha atenção não é nada disso. E sim o som em particular de uma respiração pesada, seguido de um gemido e depois de alguém fazendo força para vomitar.
Me assusto com o barulho e me sento rapidamente na cama. Vejo a porta do banheiro aberta e a luz acesa. Saio de onde estou e corro em direção ao banheiro só para ver uma Luanna jogada sobre o vaso sanitário colocando as tripas pra fora.
— Ei — me aproximo dela, meio perdido no que fazer, mas a ajudando mesmo assim. Tirando o cabelo de seu rosto e o segurando para que não caia na sua frente enquanto vomita. — 'Tô aqui contigo. Respira.
Luanna faz força e vomita de novo.
Ela se apoia no vaso e fica nessa posição por um bom tempo, a respiração pesada, o corpo trêmulo e deixando meu coração apertado de preocupação. Deus do céu, o que essa mulher tem?
— Foi o bolo? — pergunto quando ela dá descarga e se coloca de pé. — Será que zoou sua barriga?
— Não — ela responde, gemendo. Solto seu cabelo só para que possa fazer um coque. Depois Luanna abaixa a cabeça na direção da torneira do lavatório e começa a lavar a boca.
— Se não foi o bolo, foi o que?
Luanna não me responde. Só fica com a cabeça embaixo da água por um momento. Depois fecha a torneira, seca o rosto e caminha para fora do banheiro, me obrigando a segui-la.
— O que você comeu ontem? — pergunto, muito preocupado mesmo. Ninguém acorda vomitando assim sem um motivo. Luanna está doente.
— Comida de avião — ela responde, virando em minha direção.
Está com as mãos na cintura. Usando uma camiseta preta minha, que virou um camisetão pra ela. Os olhos estão fundos e o rosto pálido. Mas já respira normalmente e não parece que vai voltar a vomitar.
— Talvez algumas besteiras. Mas já 'tô melhor — ela me garante, sorrindo. — O bom de vomitar é que depois que acontece, alivia, sabe? Já 'tô melhor.
Isso é verdade. Mesmo assim não é normal.
— Luanna, vamos ao médico.
— 'Tá doido? — Ela abafa uma risada. — Eu 'tô bem, preto. Eu juro. Foi só um enjoo. Comi demais ontem, fiquei pesada. Só isso. Aliás, eu não ando tão bem essa semana. Peguei uma virose na segunda-feira e ainda estou melhorando.
— Uma virose? Por que 'cê não me falou?
— Por causa desse fuso horário do caramba! — Ela bufa, fazendo uma careta engraçada. — De segunda pra cá, eu passei mal pela manhã. Só que de manhã no Brasil é de tarde aqui. E nesse horário você sempre 'tá no treino. Quando a gente ia se falar, eu já 'tava melhor.
— Mesmo assim devia ter me dito — eu gostaria de saber quando ela fica mal. Mas pensando bem, acho que ela não quer me preocupar, principalmente quando estamos longes. — Tem certeza que é só uma virose? Você foi no médico?
— Não porque foi só pela manhã. Depois eu ficava bem. Nada com que se preocupar.
Cruzo os braços e franzo o cenho pelo que me diz, processando aquela informação por mais tempo do que devia. Não é de hoje que Luanna anda estranha no sentido saúde. Não se alimentava direito, passava mal. Dor de cabeça. Agora enjoo. Isso parece...
Ai caralho.
— Ô Luanna — ela ergue a cabeça e seus olhos fundos me encaram com dúvida. — Quando foi a última vez que você menstruou?
— Que pergunta mais sem noção é essa?
— É porque, tipo... — ê merda, para de gaguejar, inferno. — Você... você 'tá enjoada e... sabe?
Luanna está enjoada. Uma semana vomitando. Não é de hoje que vem passando mal. Ontem ela estava com seios sensíveis. E ela nunca me disse que não dava pra transar porque estava menstruada. Então... só pode ser...
— Eu não 'tô grávida — ela balança a cabeça em negação. — Impossível.
— Impossível não é, né? A gente transa muito e... pode acontecer. — Ela continua balançando a cabeça.
Ela não sabe o que dizer, está confusa demais.
Pego minha camiseta jogada no chão e a visto, depois coloco uma bermuda qualquer.
— Onde você vai? — ela me pergunta.
— Vou comprar um teste de gravidez.
— Quê? — Luanna se surpreende. — Não precisa disso. Eu não 'tô grávida. Confia em mim.
— Você não tem certeza.
— Mesmo assim, eu não 'tô grávida. Não posso estar grávida. Nem tem como.
— Então não precisamos nos preocupar com o resultado do teste, né? — pergunto a ela, só para que ela fique sem ter o que me dizer. — Vou comprar só para alívio de consciência.
Luanna não sabe como argumentar para me impedir. Por isso vou mesmo assim.
Volto minutos depois com cinco caixinhas na sacola que eu comprei na primeira farmácia que eu achei. Comprei cinco testes diferentes e foram os que eu consegui ler em inglês, os outros que estavam num idioma impossível de ler, eu deixei lá mesmo.
— Toma — estendo a sacolinha pra ela. — Tem cinco tipos aí.
Luanna fica perdida quando a pega. Sem saber o que fazer, o que dizer e nem o que pensar.
— Gabriel, eu... — ela alisa a testa, confusa, olhando para a sacolinha em sua mão. — A gente sempre usa camisinha.
— A gente não usou naquela vez no meu carro, lembra?
— Mas eu tinha DIU e... — Luanna arregala os olhos, entrando em choque de repente e, então, com rapidez ela desaparece no banheiro e se tranca lá dentro.
Fico parado ali, sem saber ao certo o que eu devo fazer.
Minha vontade é encostar o ouvido naquela porta e ouvir qualquer coisa. Mas não é o que eu faço e duvido que seja algo que a Luanna queira que eu faça. Eu simplesmente me jogo no sofá, respiro fundo e me imagino tendo um filho.
No fim, quando Luanna finalmente sai daquele banheiro, eu já me acostumei com a ideia e ao invés de me surpreender com o olhar da Luanna e entrar em desespero, um maldito sorriso surge em meus lábios.
— E aí? — pergunto, já sabendo a resposta. — Filho, sim ou não?
— Isso não pode ser real — ela diz, a voz falha pra cacete e o olhar fixo no carpete.
Me coloco em pé e me aproximo dela.
— É real, preta — toco em seu ombro e esfrego levemente. — Mas fica de boa, 'tá? Hoje é final da Copa e... Olha aí, mais um presente de aniversário.
Ela ergue a cabeça pra me encarar e quando seu olhar se encontra com o meu, eu me arrependo na hora do que eu disse.
— Isso aqui não é um momento de felicidade, Gabriel — ela ergue a mão para esfregar os olhos e vejo seus dedos trêmulos. Depois se afasta de mim para se sentar na cama. Respira fundo, deixa os ombros caírem e então tampa o rosto com as mãos. — Porra, de tanto falarem se tornou real.
Não sei o que fazer e nem o que dizer para confortá-la. Ela claramente não se sentiu tão bem quanto eu com essa novidade. Nem sei se eu devia me sentir feliz assim. Afinal, sendo racional, Luanna não namora comigo oficialmente. Bom, estava prestes a se tornar oficial e agora, vendo como ela está se sentindo, nem sei se é o momento ideal para dizer que quero namorar.
Mas não vou desistir. Porra. É uma novidade. Uma novidade do caralho. Precisamos pensar e... ai mano, nem sei o que fazer. Porque as coisas não funcionaram de outro jeito? Eu podia já estar namorando com ela. Seria mais fácil pra nós dois.
Mas não estamos. Ninguém sabe. E pior, a família dela me odeia.
Agora vamos ter um filho e... eu provavelmente vou ser morto.
— Luanna — me ajoelho na frente dela e coloco uma mão em seu joelho, olhando em seus olhos, mesmo que estejam vazios e distantes —, isso é uma coisa boa.
É um filho, claro que é coisa boa. Vou acreditar no contrário como? Se eu quero ter um bebê em casa.
Luanna tira as mãos do rosto e me cara com certa impaciência.
Talvez eu morra antes mesmo do meu sogro descobrir que eu engravidei a filhinha dele.
— Coisa boa pra quem? — Sua pergunta é amarga e me surpreende. — Eu não... Gabriel, a gente nem é um casal.
— Claro que somos, Luanna — ela me olha e é como se não estivesse me olhando. Está estranha pra caralho. — A gente é um casal.
— Não. Não somos. Não temos nada oficial. O que... porra, o que vão pensar disso?
— Por que caralhos você 'tá preocupada com a opinião das pessoas?
— Porque eu 'tô grávida de um jogador de futebol! — Ela bufa, irritada. — E os seus fãs vão vir pra cima de mim. E...
— Eu não vou deixar isso acontecer.
Ela ri, desviando o olhar de mim e balançando a cabeça.
— Como se você pudesse controlar isso.
— Cacete — respiro fundo e aperto o joelho dela para que ela volte a me olhar. — Luanna, é só a gente namorar. — Merda. Merda. Não era pro pedido sair assim. Não era pras coisas serem assim. — Vamos namorar.
— Não vou namorar com você só porque estou grávida.
Puta merda. Isso me atinge com tanta força que as minhas palavras morrem na garganta. Meu peito dói como se meu coração estivesse sangrando.
— Isso é informação demais — ela continua falando. A voz carregada de emoções ruins, o olhar vazio que só de encarar me machuca. Essa não é a Luanna que eu conheço. — Não era pra isso ter acontecido. Não era pra eu... porra. A minha vida 'tá uma merda e isso ainda acontece. Que inferno!
— Luanna — limpo a garganta e tento neutralizar o que eu sinto. — A gente vai dar um jeito nisso.
— Como? — Sua voz se eleva. Uma necessidade clara de uma solução para essa grande questão indesejada por ela. — Me fala como, Gabriel?
— Não importa como! — Bufo porque é o que eu consigo fazer nesse momento. Eu também não sei uma solução. — A gente vai 'tá junto, porra. Eu 'tô contigo. Ouviu?
— Não — ela balança a cabeça, desistindo de olhar pra mim. Está em pânico, em estado de negação. — Não. Foi erro meu. Eu fui uma irresponsável. Eu que vacilei. Fui uma burra do caralho.
— Luanna, olha pra mim — peço e com muito esforço, ela me obedece. — Isso não foi erro seu. 'Tá longe de ser um erro e 'tá longe de ser culpa sua. A gente fez isso. A gente vai cuidar disso. É assim que vamos fazer. Juntos.
Luanna não assente, não concorda, não demonstra qualquer reação positiva. Ela apenas fecha os olhos por um momento, abaixa a cabeça e fica em silêncio.
Estou desesperado com as reações dela. Preciso que ela entenda que não é nada ruim o que descobrimos agora. Que vai dar tudo certo. Por isso continuo na minha falha tentativa de, sei lá, mudar o que pensa:
— É uma coisa boa — Luanna ergue a cabeça pra me encarar, mas permanece calada. — É um filho, cara. Nosso. Vamos fazer dar certo. Eu vou estar do seu lado. E eu quero que isso funcione.
Luanna me observa com atenção. Me analisa por alguns segundos bem longos, como se estivesse lendo minha mente ou olhando através da minha alma só para ter certeza de que estou sendo sincero. E eu estou. Puta merda, nunca fui tão sincero na vida. No fim, depois da análise, ela diz:
— Você está feliz — não sei dizer se isso foi uma pergunta ou uma afirmação. Mas respondo como se fosse uma pergunta.
— Óbvio. É meu sonho ser pai. E, mano, 'tô realizando isso com a mina que eu gosto — Luanna franze o cenho, meio surpresa e eu estou falando sem freio que nem penso direito se é o momento, apenas continua dizendo. — Eu gosto de você, Luanna. Quero ter esse filho contigo.
Eu espero que ela abra um sorriso. Que ela fique mega feliz com o que eu disse e se declare também.
Mas a Luanna que está na minha frente agora, não é a Luanna que veio totalmente empolgada pro meu quarto na madrugada de hoje. Não é a Luanna que conversa comigo todo dia. Essa Luanna aqui, é uma Luanna totalmente frustrada.
— Eu não 'tô feliz — é o que ela consegue me dizer. — Eu não 'tô triste. Eu não 'tô com raiva. Eu 'tô... — ela respira fundo e eu nem sei dizer o quanto aquele olhar me destrói. — Eu 'tô sem acreditar. Pra mim, eu vou acordar amanhã e tudo vai ter voltado ao normal. E eu... sinceramente, não sei qual realidade eu desejo menos.
— Luanna...
— Eu sei o que você vai dizer, Gabriel — a voz dela fica mais calma, mesmo que suas palavras não sejam as que eu quero ouvir. — Eu entendi o seu sentimento sobre... isso. Mas eu... eu preciso de um tempo pra processar o que eu quero. Minha vida 'tá um caos.
— Eu vou estar com você.
— Tudo bem. Mas eu preciso que você me entenda e me dê um pouco de espaço para que eu tome as decisões certas. Para que eu... — ela hesita, sua voz some e ela precisa limpar a garganta e piscar algumas vezes para afastar as lágrimas mesmo que não pareça que vá chorar. — Que eu tente organizar a minha vida. Não sei dizer se ser mãe é o que eu quero. Eu não 'tava esperando por isso.
— É — assinto, pressionando os lábios. — Eu sei.
— Por favor... — ela coloca sua mão em cima da minha em seu joelho, mantendo o contato visual. — Não conte pra ninguém. Não até eu... me decidir. E me organizar.
Eu quero contar pra todo mundo. Quero contar pros meus pais. Quero que saibam o quanto eu estou feliz.
Luanna não percebeu ainda o quanto isso é bom pra gente. E o meu medo é que nunca perceba.
— Eu vou fazer o que é melhor pra você — digo, a deixando um tanto mais aliviada. — E vou respeitar as suas decisões.
— Obrigada.
Ela se levanta, se afasta de mim e entra no banheiro sem dizer mais nada. Depois vai embora minutos depois sem dizer mais nada.
E, de repente, tudo que eu tinha planejado pra hoje, pra comemorar o aniversário dela e a pedir em namoro, foi pro ralo.
Esse desde o começo era o plot que eu queria trazer. Porque eu assisti o podpah e o Gabi falou que o sonho dele era ser pai. Ai eu pensei... e se eu escrever? Mas eu não quero que seja algo cheio de fofura. Eu não escrevo fofura. Eu gosto de novelão, vcs sabem. E um dos meus livros preferidos é A Conquista, que tem um plot de gravidez muito bem desenvolvido. Eu quero trazer essa vibe pra fic. E espero conseguir, assim como eu espero que vcs gostem.
Eu sei que algumas pessoas não queriam, talvez não gostem de plot de gravidez porque estraga o casal e o desenvolvimento da história. Mas, por favor, eu peço um voto de confiança. Se nada der certo no fim, eu sei que eu tentei kkk. Ter um plot de gravidez ou não, não vai fazer com que a fic seja boa. Não tem um fator que determina o que torna a fic boa ou não. É preciso saber desenvolver tudo que vc coloca na história, e eu estou dando o meu melhor pra conseguir fazer isso.
Agora é seguir com a história porque muita coisa ainda vai acontecer.