Era inicio de tarde quando retornavam à fazenda.
Estavam famintos. E não fizeram cerimônias ao se servirem de churrasco e feijão tropeiro.
Igor olhou a sua volta, Marcela não estava em lugar algum.
Após comerem, alguns homens se juntaram para baforar, outros simplesmente se juntaram as esposas ou se jogaram sobre as redes espalhadas pela varanda do casarão.
Igor decidiu ir tomar um banho, e tirar o cheiro de cavalo pós cavalgarem metade do dia.
Aquele dia estava sendo o seu melhor aniversário em anos.
Após retirar toda a roupa, percebeu com desgosto que não havia água no chuveiro do banheiro do seu quarto.
Enrolou-se então na toalha, pegou seus pertences e seguiu para o banheiro principal da casa. Que mais parecia um vestiário. E corria um vento terrivelmente frio através das janelas grandes de madeira. Quando era criança, considerava aquele banheiro assombrado.
Agora homem feito, o cômodo não tinha o mesmo pavor de quando na infância, mas continuava sendo um cômodo muito frio do casarão.
Retirou sua toalha, deixou seus pertences próximo e pegou seu sabonete. Abriu a ducha, aguardou que aquecesse, e em seguida, adentrou a água.
A corrente de ar frio que percorria o banheiro, unindo a água quente do chuveiro, lhe trazia arrepios.
Igor resmungava.
Na verdade, ele estava mesmo era xingando.
Estava tão distraído no banho, que não percebeu que era observado. Ao abrir os olhos e encarar a garota a sua frente, quase gritou de susto.
- Puta que pariu! – Ele estava considerando que aquele banheiro não era mais assombrado. – Você me assustou!
Marcela riu.
Igor admirou seu sorriso pela primeira vez.
- Estamos quites, agora! – Ela informou, o encarando nu, de cima a baixo. E deixou o banheiro.
- Sua... – Igor riu. Ele iria chama-la de atrevida, mas teve de se convencer que aquilo havia sido bem audacioso.
Ele gostou!