Acaso

Door mgtorreautora

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Esta One-shot aborda uma duologia entre a busca pela paz e as mágoas da vida. Nessa viagem, Melanie é acomp... Meer

Parte 1

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Door mgtorreautora


         De repente, abro os meus olhos vejo a claridade, estou em uma cama de ferro por cima de uma colcha com pó, provoca-me alergia, e faltas de ar. 'que raio! Estou aqui a fazer' penso 'tenho uma tese para acabar', mordo o meu lábio inferior. Em seguida bocejo, tenho muito sono, e desejo muito dormir, mas sei que não posso, pois tenho um prazo a cumprir que é apertado cómodo só tem uma cama de ferro em dossel e uma espécie de cortina em seda leve da cor salmon, pendurada em quatro mastros erguidos até ao teto, é agradável ao descanso. Se bem, que a sujidade reina neste buraco de fim de mundo, o chão em madeira velha parecem as tábuas de um caixão enterradas cheio de sujidade, estou em um local insalubre não entendo 'qual pensão barata trata assim os clientes?' depois ainda vemos as manifestações todos os dias na televisão e na Internet de trabalhadores sem emprego, 'como uma pessoa que paga por esta espelunca?' Juro que não entendo, a janela com tábuas por fora, onde entra uma réstia de Sol apenas, atrai-me a simples existência de luz. Levanto-me, e movo-me até à brecha. As tábuas abaixo de mim rangem com o meu peso, mas não sou tão pesada, tenho a certeza disso, 'então porquê isto treme?'

           Alcanço finalmente o parapeito da janela, fico incrédula com o que vejo, espreito e parece o céu azul cheio de luz, espanto-me por que não vejo nada há volta desta casa na qual estou hospedada, não sei que sítio, que fim de mundo é este. Sento, na cama de ferro à espera, que apareça alguém e me informe onde estou, e também como alugar um táxi para que possa sair deste fim de mundo.

O que isto seja?

            Agora, que penso bem acerca disto, imagino que estas coisas se passam comigo, e se deve tudo a uma brincadeira de mau gosto. Magico algo, onde será que todos se esconderam.

O local em que estou?

Quem me trouxe para este fim de mundo?

           Procuro respostas, para o que me está a acontecer, embora saiba que aqui sentada não vá ter as respostas que tanto quero, nem vou puder sair deste lugar infernal, do qual nada conheço, há algo muito estranho, alguma coisa no meu coração me diz que vou passar aqui muito tempo. Tempo! Sorrio, com este pensamento, tempo é uma coisa que não tenho, pois estou em uma luta contra o tempo, quase num contra o relógio, para poder acabar a minha tese em paz, e preparar a sua defesa. Por me lembrar disso, olho mais uma vez para o cómodo não vejo o meu computador, não tenho telemóvel, vejo um espelho velho de latão.

          Deambulo até a um velho espelho de latão que nem tinha reparado que estava aqui e vejo a minha figura, uma jovem alta e magra, de uma magreza por muitas, desejada; mas por mim odiada de pele translúcida que pareço um fantasma; os meus grandes olhos verdes também não favorecem nada ao meu aspeto, e os meus cabelos cor de cenoura escorridos, difíceis de pentear, completamente lisos, nem o gel, nem os sprays produzem o efeito pretendido, são atributos que deixam muito a desejar nos ícones e padrões de beleza da época.

            'Agora para além de não saber onde estou, não tenho comunicações?' é demais... parece uma espécie de estalagem de quinta, daqueles hotéis de berma de estrada, onde nem chegam as comunicações, estou no escuro, sem saber o que fazer nem para onde ir. Revoltada, e sempre por os meus desejos serem uma ordem, passo por um buraco, e nem quero acreditar no que vejo, um grande e infinito corredor que não sei onde termina, um espaço escuro. Tremo, assustada, tenho ambição pelo desconhecido, então começo a minha expedição não sei o que me espera quando acabar este labirinto e decifrar os enigmas, algo emocionante espero eu.

          Encho-me de coragem para enfrentar o desconhecido, quando por azar a porta atrás de mim range sem a existência da mínima corrente de ar, sou obrigada a seguir para o frio, para o beco de algo que não conheço, mas confesso que acho muito estranho, ainda que não consiga lutar, contra a força que me convida a seguir, e me empurra para o escuro.

        Agarro-me a esta estrutura que se assemelha com a parede. Tenho medo em cair, tacteio até um lugar quando estico os braços e noto que a minha parede está quase a terminar, não sei se estou a andar, sinto as pernas trémulas, bambas como canas verdes.

         Fecho os olhos, rezo a Deus, nunca tive este costume, mas dado as circunstâncias nunca imaginei estar aqui, no meio do nada. Vejo algo, que até agora me tinha passado completamente ao lado, uma luz branca que me causa uma cegueira inexplicável se forma à minha frente, ainda que distante, a luz ilumina com intensidade um buraco, algo me diz que estou prestes a descobrir quem está por detrás desta brincadeira de mau gosto. Será que alguém me vai explicar onde estou? Talvez, resolva o meu assunto, e me leve embora, ou quiçá me volte as costas.

       Por um mero intuito, sigo a luz que a cada passo meu se torna intermitente, habituo-me a ela, e à medida que me aproximo, parece que me chama a segui-la. Tenho inúmeras dúvidas, mas agora parece que a única certeza é seguir esta luz forte, e branca na minha frente, como uma réstia de esperança, que me transmite paz. Então, continuo a busca por respostas para as minhas dúvidas, a partir de aquela luz que me aquece e me enche de alegria sei que esta minha condição vai mudar, ou para bem ou para o mal. Decido, então seguir a luz branca, à frente forma-se uma espécie de escadas para o piso inferior, vejo os degraus a luz entra no alçapão e começo a descer, com medo não sei o que me espera. Mas, acho tudo tão estranho:

Em primeiro lugar o facto de acordar num quarto totalmente desconhecido;

        Não me lembro de ter vindo aqui parar, como eu entrei em algo que não recordo, sou uma pessoa bastante ponderada, sem excessos na minha vida.

Segundo não saber onde estou;

       É de facto muito estranho, porque também há a inexistência de comunicações para chamar um táxi, ou por ventura telefonar ao meu orientador.

Terceiro não achar uma explicação coerente para o que acaba de acontecer;

       Ainda ninguém apareceu com uma explicação objetiva que me responda de forma clara às minhas dúvidas.

Quarto, ter uma luz que me dá paz;

       Torna-se muito estanho pois esta luz dá-me uma paz de alma e pensamento que me encanta, é bela e estou tentada a segui-la.

E, por último como se não chegasse, a escada.

        O mais estranho é, que sou levada e não tenho força para me opor então obedeço, torna-se muito mais fácil para mim, que sei que nada sou, desço, ainda que seja contra a minha vontade sinto que é isto que tenho de fazer. A luz entra por um espaço amplo, cada vez vejo com mais claridade, é estranho, mas sinto imensa paz.

      É nestes momentos de angústia que sinto a falta da minha tia velha Jacinta. Temo, apesar de tudo, cada vez me sinto mais segura, pisco os olhos aturdida uma ou duas vezes para me habituar à claridade, pois esta luz causa-me imensa cegueira, em seguida vejo ainda núbia que estou num espaço amplo, todo ele revestido a madeira castanha brilhante, existe também uma espécie de balcão, com uns altos bancos vazios, uma pessoa corcunda e com umas grossas correntes parece andar atarefada de um lado para o outro, aproximo-me do lugar, sento-me em um dos bancos, poiso os braços sobre a bancada, e vejo o vulto da mulher ainda sem rosto, porque está de costas, e veste-se de negro, quando se aproxima de mim, ergue os olhos:

—Já não me conheces? — Engulo em seco ao reconhecer esta senhora, os meus olhos esbugalham-se de espanto, gaguejo.

      Enquanto, a simpática senhora cruza os braços sobre si mesma, calmamente como era o seu costume, sorrindo sempre alegre e simpática, o meu queixo cai de espanto, e ao mesmo tempo de alegria, ao reencontrar aqui esta mulher maravilhosa a quem tanto quero, e a quem tanto devo, a lágrima que teima em cair nas piores alturas, verifico que já não tens o teu aparelho, que tanto te fazia sofrer.

— Já não tenho dores, querida Melanie.

    Assusto-me, como tu sabes o que penso? É realmente estranho; mas, tudo neste dia é estranho, até esta coisa, este sítio, acho que ainda não estou familiarizada com este lugar. A propósito deixem-me apresentar o meu nome é Melanie Amungsen, uma pessoa que procura explicações a todo o custo, que compreende o mundo por explicações lógicas com fundamentos válido, sou filha de pais divorciados, e estudo Arquitetura paisagista em Lisboa.

— Tia Jacinta — pausa. Olho-a espantada — mas como, a senhora está morta? — A pergunta é óbvia, tive no seu funeral, fui à leitura do seu testamento, sofri de saudades como uma louca, e tudo...tudo para encontrá-la viva.

§

       A adorável tia Jacinta sorri delicada, conheço esse sorriso de alguém que quer dizer algo, mas que não é permitido no momento, cala-se num impulso, como quem esconde algo.

—Tu ainda não sabes? — inquire como se fosse óbvio, se calhar deveria de saber o que quer que seja, mas ninguém me diz nada.

     Suponho que se trata de um sonho, é a única explicação plausível que encontro e daqui a algumas horas vou acordar e acabar a última parte da minha tese.

— O quê preciso de saber? — averiguo revoltada — O quê tenho de saber?

        'Sim! Estou angustiada, por que tenho a estranha sensação de que todos à minha volta parecem já saber algo que eu deveria de saber, mas que me é ocultado.' com o pretexto de que não compreendo o que quer que seja, começo a enervar-me, não gosto quando me ocultam factos que julgo serem importantes para mim, sou quem decido os factos que devo aproveitar, ou aqueles que devo rejeitar, só é a mim que me compete determinadas escolhas.

— Como é que chegaste aqui? — Molha os seus lábios com a língua. — Quem te trouxe aqui não te explicou?

        Avanço para um banco pensante à minha frente, e sento-me, sinto-me, leve como se estivesse a flutuar, estranho, mas nada digo, cada vez mais confusa em antes não via ninguém, estava angustiada e pedia no meu sufoco para ver alguém, agora vejo que é a minha tia Jacinta, mas sei que é impossível porque morreu, para além de me parecer estranha, também mente.

— Como assim, ninguém me trouxe aqui?

      Aliás tudo neste lugar é bastante estranho, parece morto, demasiado pacato para o meu gosto, sempre gostei de movimento. Até a aparição da minha tia Jacinta, que sei que morreu há cinco anos sorri-me com ternura e muito ternamente com aquele olhar meigo, uma mansidão de pessoa a melhor que conheço, desde sempre.

— Como é que chegaste aqui? — Inquire enquanto limpa o balcão.

      Vejo as suas correntes, agora que analiso friamente sei o que significam as suas más ações. Reflito algo, porém não consigo verbalizar, parece-me muito absurdo, no entanto, organizo de imediato mentalmente os factos:

— Acordei em um quarto, — parece-me menos idiota — estava só.

     Talvez um pouco disparatado, nada astuto da minha parte. Porém, seria incapaz de explicar o resto, não sei o que era aquele corredor sem luz, uma luz mágica por que entrei até às escadas.

— Quero dizer: — penso numa explicação mais convincente — não tinha as condições necessárias de dormida. — Pausa, para ganhar a coragem – não tem telefone, nem internet. — Agora, que penso nisso e formulo o meu pensamento, vejo o quão estranho é este lugar. — Como vou avisar a minha família e o meu orientador que estou aqui?

    A tia Jacinta para de limpar de imediato e cruza os braços sobre a barriga, morde o lábio, tentando arquitetar algo para que eu possa perceber. Todavia, desiste e só consegue dizer:

— A esta altura, — engole em seco, encaixa uma mão na outra — já todos sabem, que estás aqui.

      Engasgo-me, pensando preocupada como saberão? Que lugar é este? Porquê não me consigo comunicar?

—Táh! — pausa. — vou-te explicar até onde me é permitido... Não podes sair deste lugar nunca. Os teus amigos não sabem que tu estás aqui, mas supõem, têm fé. Entendes?

...

     De repente uma porta abre-se a claridade entra, e demora a fechar-se vejo uma silhueta que caminha falava só mas parecia que estava a conversar com a claridade que se forma a seu lado, sorria, chega perto de mim, senta-se noutro banco que está ao pé do meu, estava trajado com umas calças de ganga, uma camisa aos quadrados vermelhos e brancos e um grande chapéu castanho, preso ao pescoço, diz algo que me é impercetível. A tia Jacinta sorri e serve-lhe uma bebida num cálice, que beberica calmamente, deliciando-se com o seu conteúdo:

— Queres-me perguntar alguma coisa? — Oiço a sua voz melodiosa.

    Pisco os olhos aturdidos e verifico que falas comigo, apesar de ter tido sempre muitos pretendentes, nunca tive realmente jeito para homens, nenhum dos meus pretendentes foram corretos comigo. Todos os homens são brutos.

— E-eu? – A voz treme – que-ero conve-ersar.

     Gaguejo, não sei nada sobre ti, e dei nas vistas, é mal-educado, está tudo contra mim hoje, não sabes quem sou? Pergunto-me, como me podes ajudar. Enquanto, sorris, confiante, 'saberás o que penso? Bolas, espero que não!' seria humilhante, penso 'fogo! Estás a rir de mim.'

— Ah! — Pausa — Desculpa, sei que não foi bonito, olhares-me desde que cheguei, Melanie. — Assusto-me, — já agora, sou o Dante.

      Fico perplexa sinto o rosto a queimar, como este arruaceiro sabe o meu nome, tento-me acalmar, e fico perseverante com uma súbita ideia de que Dante me pode ajudar, uma vez que é o único ser humano que conheço e me aspira alguma confiança desde que cheguei, aqui a este lugar que me transmite alguma paz. É o único ser humano que conheço, neste fim de mundo, onde não existe uma viva alma, és tu o único que me aspira alguma confiança. Aproximo-me dele.

—Azrael, o Anjo da morte, já veio ter contigo? — inquires com um sorriso sincero. Ao mesmo tempo que me assusta, formulo várias hipóteses na minha cabeça. Todavia, nenhuma delas fazem sentido.

     Dante levanta-se, caminha ligeiro para a porta. Pisco os olhos incrédulos com as últimas revelações, 'como assim? Que anjo, da morte?' Sinto vontade de chorar, entrar em pânico. Contudo, tenho vontade de seguir este desconhecido. Pelo simples facto de me parecer uma pessoa mais confiável do que a tia Jacinta, e de não me proteger tanto, és bem capaz de me ajudares a voltar à minha casa, mesmo assim, parece que preciso de permissão para agir de acordo com o meu livre arbítrio. Parece que me conheces, sendo que nunca te vi. No entanto, rodas os calcanhares com um sorriso na ponta dos lábios grossos dás-me uma escolha:

— Vais vir — engulo em seco — ou decides ficar? — perscrutas em silêncio. No entanto, tenho a estranha noção que sabes exatamente o que penso. Não sei porquê, qual é a forma para que 'eu não sinta isto?' No fundo qual é a razão desta prova pela qual eu tenho de passar.

    No entanto, sinto-me como uma ovelha do teu rebanho que segue a seu pastor por que confio, e sei que ao fim desta caminhada nada me falta. Como todo o bom pastor levas-me a descansar em verdes prados e conduzes-me a águas refrescantes que sei se beber dessa água jamais voltarei a ter sede.

— Espera. — levanto-me, e sigo-te. Mesmo, sem saber para onde me levas, sigo-te porque confio em ti.

     Apresso os meus passos para o acompanhar de olhos fixos no chão, saímos daquele lugar tu à frente e eu mais alguns passos atrás como sinal de respeito por um guia, sei que pode parecer estranho seguir alguém que não conheço, porém sinto dentro de mim uma espécie de consciência moral, que me aquece sublinhando que este é o caminho. A tua voz suave e melodiosa interrompe-me os pensamentos:

— Sabes — Dante começa por dizer, numa voz bastante suave e verdadeira — a tua tia Jacinta não é uma boa companhia — encaras-me com os teus olhos que parecem raios de Sol florescentes — por isso, caiu nas giestas por ganância e cobiça.

      Engulo em seco, encaro os meus pés pensantes, sempre imaginei a minha tia Jacinta como a melhor pessoa à face da terra, coço a cabeça porventura mais confusa 'que existiu, pois lembro-me de ela me aconselhar, acerca da sua generosa herança', apercebo-me do inevitável 'nesse caso e se ela caiu, e então eu também caí?' aquela verdade assusta-me a ideia da morte. Todavia; atrai-me a noção de permanecer para sempre naquela paz que me atrai e me seduz, sem nada para fazer, não ter mais fadiga.

    Cada vez mais desde que aqui cheguei sinto paz, que queria há muito tempo. Paras a sorrir, pela primeira vez deixas que eu te alcance, tenho uma perceção introspetiva sobre o que disseste:

— Eu não posso morrer. — afirmo com os olhos embaciados, e postos no chão. Seguimos a par, o teu sorriso abre-se. — Tenho uma tese para acabar! — Digo tentando-me convencer mais a mim mesma, e por fim, percebo o quão ridícula sou.

         Tenho dúvidas em relação a tudo, a principal e a mais importante é talvez em relação ao anjo da morte, ainda não sei o que fazer, apenas que tenho de te seguir, sei que pode parecer absurdo, mas as minhas pernas estão ingovernáveis talvez, se trate de um erro, quiçá e eu possa regressar deste fim de mundo, não sei o que isto significa.

— Querida Melanie, — pausa — tu não te lembras, mesmo o porquê da tua morte?

       Desaprovo, só de ouvir a palavra 'morte', pela primeira vez estremeço perante tal possibilidade, sempre fui uma pessoa corajosa perante as adversidades que me proponho, 'será isto a minha morte?' mas por um segundo tudo faz sentido, na minha cabeça, 'será que estou mesmo morta?' De facto, não me lembro de nada, só me lembro de estar em casa quando recebi um Mail do meu orientador, a pedir que emendasse a última palavra do último capítulo que lhe enviei, nada mais. Engulo em seco e pronuncio:

— Não! — Respondo insegura.

        No fundo, penso que há uma forte probabilidade, revivo os últimos momentos e não me recordo de mais nada, Dante sorri, cada vez mais tenho a impressão de que se ri de mim. Fico confusa, e há minha volta existe uma paz enorme que eu talvez nunca senti.

—Isso, — pausa — estás no caminho certo. — declara Dante com a sua voz tranquilizadora que me transmitia paz.

          Mas, não uma paz qualquer, a verdadeira paz interior, a paz que nos deixa abandonar tudo e seguir um único caminho, firme e com os olhos postos num destino. A tão desejada sensação por muitos e por outros tão desperdiçada com guerras, discórdias e desuniões.

—Táh! Já vi que eu tenho de te mostrar. — pausa. —Tu saíste.

«Nesse momento, fez-se luz, de facto, há um pormenor que me esqueci de mencionar, revejo claramente, o momento em que Alice Smith, uma colega de intercâmbio que vive comigo, passa por mim para o quarto, para ir estudar, oiço o som da campainha da porta que tem um som estridente, o eco ouve-se por toda a casa. Deslizo elegantemente, até à porta e sem espreitar o ralo, abro a sorrir, quando por mero acaso, ou azar o meu sorriso se desfaz, o meu lindo rosto contorce-se, engulo em seco ao ver Conrado ali parado na minha frente.

«— O que tu queres?» inquiro aterrorizada, sei que nunca concordou com o fim da nossa relação, foi um perfeito anormal, Conrado sorri-me, com uma cara de poucos amigos, e de olhos escuros talvez noutra época achasse os melhores e mais lindos olhos do mundo e até justificasse as suas atitudes possessivas, como sendo e amorosas para comigo.

O meu 'ex' – noivo nem sempre fora tão delicado comigo, que era eu tinha muito ter medo de estar com ele, apesar de ter justificado as atitudes que o próprio toma dizia serem para meu bem. A verdade, é que era bastante frágil e precisava ser protegida, por isso, nunca concordou com o fim da nossa relação.

— Já me recordo — digo com extrema alegria, como se dependesse a minha vida, é a prova do quão errada estava — Conrado, o meu ex-noivo, apareceu e coagiu-me a sair com ele — como eu pude esquecer de um facto tão importante – para falar sobre a nossa relação. — digo num fio de voz as lágrimas escorrem encaro o chão com imensa vergonha.

     Ponho uma mexa de cabelo atrás da orelha, e revejo os acontecimentos «Pegou no meu braço e arrastou-me até a seu carro, até pelo simples facto de ser muito violento para comigo, como sempre eu compreendia como pequenos pedaços de amor, ou demonstrações de afeto, por que eu amo aquele descompensado, e sei que ele também me ama.»

— Não. — Assusto-me com a voz doce de Dante que me encara com os olhos embasbacados, não entendo, nego a mim, mesma — Conrado não te ama. — torno-me incrédula, e pergunto-me quem és tu que mal me conheces, para avaliar quem me ama, ou quem me odeia. — Quem ama não faz sofrer. — Concluis como se fosse óbvio — quem ama não faz aquilo que Conrado te fez, quem ama deve pôr uma pessoa num pedestal, e começar a viver para cuidar dela. O amor não é egoísta, antes pelo contrário é passivo cheio de ternura e afetos.

        Todavia, existe um tema que me incomoda, o facto de ver a minha tia Jacinta, 'que lugar é este?' Por que a tia Jacinta está morta, fui ao seu funeral via-a deitada naquele caixão. Agora, reaparece viva. Não é muito do estilo da tia Jacinta. Dante sorri-me com a minha dúvida, 'que raiva!' Suponho que sabe o que estou a imaginar, creio que vê os meus pensamentos mais profundos.

—Sim, é verdade, querida Melanie —assusto-me — a tua tia Jacinta está morta, — tenho medo da continuação– assim como tu...

           As palavras frias de Dante, é a confirmação de um estado que suspeitava, mas é-me difícil acreditar porque não concretizei nenhum dos meus sonhos, o de abrir uma galeria de arte, por exemplo, tenho tanta saúde para viver, ainda sou tão nova tenho vinte e três anos e uma saúde de ferro, sempre fui muito saudável, cuidei bem do meu corpo.

— Vamos ver os factos: primeiro foi a visita de Conrado, — foi ele quem me assassinou? Inquiro a mim mesma — o teu ex-noivo que quase te sequestrou, não foi Conrado que te matou — outra vez começo a ficar farta – digamos que ele foi um meio para alcançar a dura finalidade; segundo não devias ter saído naquela noite, e ficar calmamente a fazer a tua tese, uma má escolha saíres com Conrado; terceiro Conrado estava embriagado.

          Sabia, perfeitamente que estava embriagado, tive de sorrir perante tal afirmação afinal estava certa é como se algo dentro de mim abrisse os olhos para a realidade e por muito estranho que pareça sinto paz, mas eu o amo, não sou forte o suficiente para me conseguir libertar dele, esta é a realidade de uma relação disfuncional talvez, mas voltada num carinho e numa postura dócil, sim!

Sou cobarde,

                                                                            sou hipócrita,

                                                                                                                                                                        mas o amo com todas as minhas forças, sempre acreditei no nosso amor que podia dar certo, que podíamos enfrentar o mundo. Ainda que a maioria não aceitasse, a nossa relação tal como ela o é, uma relação de amor, de compreensão e cheia de bondade, confesso que às vezes discutíamos, ninguém é perfeito. Nos últimos anos, Con como eu lhe chamava, carinhosamente, tornou-se muito ciumento, achava piada aos seus ciúmes patéticos, no fundo é uma prova de amor, é a prova que ele me ama.

— Pois, pois, ... —desperto de meus pensamentos — pois, isso não é amor. — Nervosa, assusto-me, mais uma vez consegues ler os meus pensamentos, não entendo como o fazes. — Hey! Não temas — pausa — Ok! — Encaras o chão — vamos falar acerca de poderes, — pausa — mas em antes, quero-te levar a um sítio.

         Sobe uma mão, e um portal acho que é assim que se chama, uma vez que sinto uma energia especial vinda do outro lado da entrada, pegas-me na mão e fazes-me mais uma vez seguir-te, sem saber para onde, mas sigo-te. O Astro-Rei brilhante no alto queima a minha pele translúcida e brilhante, propriedades que nunca reparei que tivesse, aos meus olhos. Os barulhos dos motores fazem a minha dor da minha cabeça aumentar, paro admirada quando vejo diante de mim o cavalo equestre de D. José, sei que estou na baixa pombalina. Olho, imediatamente para Dante, tentando-o perceber, porém obtenho somente o seu sorriso sereno, que agora começa-me a irritar, não sei o motivo que tanto ri, começo a suspeitar que eu sou o teu motivo de divertimento, Dante aparece agora sério, com cara de poucos amigos.

—Querida Melanie — começo a ouvir a sua voz melodiosa — tens de acreditar mais em ti. —Pausa— não deixares as tuas inseguranças se apoderarem de ti, mesma.

         Formulo várias hipóteses mentalmente, mas nenhuma delas é a tal todas as minhas ideias parecem rudes para a minha vontade de tornar a vida de Alice num 'inferno' a título de vingança. Sorrio maquiavélica, ainda que não te entenda, tão pouco entenda o motivo pelo qual da nossa suposta 'viagem' a Lisboa, o quê me queres mostrar aqui. Nunca pensei sentir-me tão atordoada, com os barulhos da cidade.

—Sei que te pode parecer a maior confusão — começa por dizer Dante, mais uma vez interrogo-me como tu sabes aquilo que sinto? Sorris e paras 'olho para os dois lados não entendendo o motivo pelo qual paraste' – é aqui. – Afirmas com convicção, sorris como por encanto, não. Juro que não percebo, qual o motivo de sorrir tanto. — Sou assim...— assusto-me — dás-me as mãos.

          Estamos a sobrevoar a enorme praça que sou bem capaz de conhecer, mas os seus sons ficaram de um modo muito intenso, os sons da minha cidade ferem-me os meus ouvidos, os cheiros são muito intensos, o que me causa dificuldades respiratórias.

— Respira com calma — aconselha Dante — devagar.

          Sorri-me com confiança, quase me dando força para que continue, atravessamos as ruas, os carros passam por dentro de mim, é espetacular, esta sensação que sinto um desprendimento em relação a toda a humanidade, até a estranho, começo a melhorar, as dores de cabeça e as más emoções parecem-me externas. O meu guia de viagem para e roda sobre os calcanhares e como sempre sorridente, damos as mãos, voltados um para o outro, permaneço séria no meu respeito, como sempre o sou. Sinto-me a flutuar, sobre o solo observo as ruas a passarem, as nuvens acima da minha cabeça a passarem o mais rápido, os prédios gigantes que, agora, conheço e percebo que estou na minha cidade, a saudade que as imagens me transmitem, percebo que o meu Sam, o caniche que mora comigo deve sentir a minha falta, sinto saudades de acordar todas as manhãs com uma lambidela no meu rosto, suspiro quando vejo que estamos no hospital, estou bastante confusa com tudo o que me está a acontecer, já sinto a turbulência de outrora, mas desta vez já não tenho alegria ao rever todos aqueles que me eram chegados.

— É aqui, vamos – informas-me tu.

       Voamos o edifício e entramos pelo telhado, no entanto, não sei o que estou a fazer em um hospital se já aceitei que morri, e de facto, ninguém me dá a certeza, devo de estar na capela mortuária por que não faz lá muito sentido, se não for assim. Continuo atraída e em paz, a voar até que vejo a sala com cadeias vazias, de repente, ficam cheias, a sua mãe estava sentada a um canto da sala e o seu pai noutro, como sempre não se falam. Jade minha irmã mais nova está sentada ao pé de sua mãe, dando-lhe apoio.

— Mãe, — grito na esperança que me possa ouvir.

        Os meus olhos enchem-se de lágrimas, por constatar o que de facto pensava, que estava morta, a onda da minha voz quebra um vidro, pisco aturdida 'como eu fui capaz?' não sei, nunca aconteceu comigo em antes, nunca em antes tinha morrido.

— Ela não te pode ouvir — repreendes-me. — Aliás, não podes interferir com eles, nem alterar a sua história.

             Quando vejo um indivíduo de ombros largos com um ouriço-cacheiro sobre a cabeça que me sorri, imediatamente fico espantada ao perceber que ele se levanta e vem na nossa direção, vi um homem tão bem-parecido com uns braços fortes, traja uma camisola verde de manga curta, lábios grossos um verdadeiro Deus do Olimpo e desfila, em toda a minha existência até hoje ainda não vi homem mais belo, os meus olhos enchem-se de esperança, um brilho que queima e que faz arder.

— Ei! Não vais chorar, pois não?

          Quando vejo Conrado entrar na sala, com um café senta-se ao lado de meu pai, como sempre, parece-me de algum modo feliz, não sei qual o seu motivo, ainda que meu pai permaneça triste, então entendi que não há nada neste mundo cruel que o faça tornar mais feliz, 'porra!' Alonso acaba de perder a sua filha mais velha, é de natureza os mais velhos irem primeiro do que os mais novos por isso, é que os pais morrem em antes dos filhos, por muito insuportável que a dor deve ser, para quem fica, mas para quem parte também não é melhor. Neste mundo, não sei de nada o que acontece com aqueles que deixei, sei que começo a ganhar prática, similares à morte, não percebo o que está a acontecer, não entendo se dantes não sentia e agora sinto, mas a verdade é essa!

— Vês a Gema?

            Dante retira-me dos meus pensamentos, olho para ele sem entender, ao que se refere:

— Quem?

             O individuo para diante de nós e responde:

— Vê, Melanie vê-me e está com imensas dúvidas...

          Reviro os olhos, sei que não é educação, mas; não quero saber por que estou revoltada, não quero estar morta, desconheço Gema, apesar de ser bem-parecido, e de ter um sorriso torto verdadeiramente encantador, mas no fundo, penso que é morto, ou alguma alma caso contrário não me conseguia ver.

— Oh, desculpa! — pede com delicadeza — eu sou um espírita, consigo ver os mortos, é um dom que tenho.

             Gema explica que sempre viu os mortos, desde que ele esteve no cemitério e lhe deram um osso do inferno, a partir daí mesmo não querendo tem esse dom ou poder especial, o que comprova aquilo que eu já sei, persigo Gema que sorri ao olhar para o chão, e Dante então —, estou mesmo morta e já não há volta a dar só não entendo qual é a lógica por estar em um hospital e não em um cemitério, quando vejo que estou em um corredor de quartos não entendo e pergunto-me ' qual é o motivo de estar aqui?'

— Se fosse a si, — começa a dizer Gema — teria mais fé.

                  Ao contrário de Dante, que fala com uma certa melodia na voz, Gema fala com aspereza quase contrafeito até parece obrigado. Então, pergunto a Dante que caminha a meu lado:

— Ele é humano?

— Sim, ele é.

                 Tenho curiosidade por saber mais sobre Gema, já que não conheci ninguém assim deste lado da vida, uma vez que me recuso a penar que estou morta e que já não há volta a dar, e espero por algo que até agora não entendo para prosseguir adiante. Até que Gema abre uma porta e entra, permaneço estupefacta por que parece tudo menos um quarto, fico uma vez que Dante também fica à sua espera quando volvidos alguns segundos, Gema vem vestido de médico:

— Vamos?

            Permaneço estarrecida, como alguém encantado, sorrio doce pela primeira tenho um pensamento positivo desde que cheguei a este lugar, não acredito que possa regressar, quiçá talvez seja uma despedida da minha vida que deixa imensas saudades. Gema abre a porta, Dante atravessa a parede, 'e eu? O quê é, suposto fazer?' Dante mergulha a cabeça através da porta e ordena-me:

— Atravessa a porta — num tom menos gentil do que o habitual.

Semicerro os olhos, estranho um pouco:

— Como? Não sei.

           Por sua vez, Gema volta-se e roda os seus olhos para Dante, que abana a cabeça com certeza refletindo, algo que não entendo, nem sei como se sabe aquilo que se pensa. Gema é o único que entende a minha situação, em seguida, abre a porta. Entro naquele quarto, e a minha boca abre-se num "O" perfeito.

             Então —, vejo-me deitada, ligada às máquinas, com a cara golpeada, estou horrível, uma vergonha. Aproximo-me e vejo-me com as faces todas golpeadas. Estou ligada às máquinas, não percebo nada destas máquinas com umas linhas verdes. Reflito, como pude chegar até ali, estar deitada naquela cama, com tanto para aprender. De repente, a porta abre-se, entra Conrado o meu 'namorado' com um médico, ambos veem a Gema.

— O quê está aqui a fazer? — inquire Conrado com arrogância.

             Espera, Conrado conhece a Gema? Mas, como, porquê? Saberá que ele é espírita, espero que não. Agora, que as peças se encaixam todas e revejo a minha oportunidade de voltar. Gema o encara desconfiado:

— Tem a certeza, doutor?

                O rapaz de barba preta lia a prancheta do paciente com todos os dados de Melanie e acena com a cabeça, concordando que não terei melhoras e que é melhor a ajudar-me a fazer a passagem. Fico triste por deixar um mundo que conheci, quando por milagre, ouço a voz áspera de Gema:

— Prazer — estende a mão — eu sou novo aqui...

              Entro em desespero, então é real, penso que não tenho saída a não ser em aceitar a dura realidade da morte, jamais voltarei, não acordarei nunca as máquinas irão ser desligadas, como oiço o enfermeiro a dizer. Vejo, Conrado de costas, parece triste, os meus pais sentados encaram o chão, desejo me despedir deles no fundo dizer que está tudo bem, que estou bem, e preciso que eles também o estejam. Uma pessoa de bata branca com uma prancheta nas mãos atravessa-me, é impossível, eu sei, talvez para a maioria dos mortais, mas quando perdemos a nossa forma corpórea é bem provável. O som cantante dos seus passos no chão é algo muito barulhento que me fere os ouvidos:

— Família de Melanie Amungsen! — Os meus pais erguem-se de um salto e cercam o médico.

                 Porém sinto uma energia negativa que me puxa, como se alguém me quisesse mal não consigo filtrar da onde vem, no entanto; vai ficando mais forte, vejo Alice Smith é uma estudante de intercambio e com quem partilho o apartamento que acaba de chegar ao hospital, senta-se ao pé de Sue Boyle, minha mãe que há nove anos está separada de meu pai, e Roy o marido de minha mãe.

— Não, — oiço a tua voz — não é possível. — Sei que respondes ao meu pensamento, — provavelmente nunca mais voltarás, para perto dos que eram teus. — O teu tom de voz é calmo.

                Fico triste, verdadeiramente triste e a minha alma em alvoroço, apenas quero que Con sinta que estou aqui. Mas, a única porta que se abre é para um espaço hostil, com imensa claridade com a água cristalina e imensos barcos de madeira. Vejo as margens cheias de acorrentados, que saíam dos seus túneis presos uns aos outros, como se fossem escravos. Paro, a olhá-los parecem mineiros, mas, também havia mulheres e crianças.

— Tu estás a vê-los?

                Não respondo a Dante, estremeço de sofrimento, sinto como se cada um deles usa-se os meus pés e as minhas mãos, sinto-me vazia, enegrecida de dor e de tristeza porquê me tinha de acontecer a mim, tinha de morrer, justamente agora.

— A nossa boleia chegou.

                Os meus olhos encaram a frente arregalados e ainda mais incrédulos e confusos, vejo o cavalo branco alado que reconheço: Pégaso, no meio de tanta tristeza e deceção; estou feliz. Sinto a paz em mim, sei que vou ficar bem.

— É normal veres a Pégaso, querida Melanie. — A voz sonora de Dante faz-se ouvir enquanto sobrevoamos as águas incolores. Penso que paramos na outra margem, mas continuamos a subir até ao cume de uma montanha.

                    Passamos por um portal, e descemos do nosso meio de transporte. Faço uma festa a Pégaso que me trouxe um pouco da sua paz. De repente, estamos numa enorme sala, com uma criatura metade homem e metade larva com asas nas costas e nos braços um arco e flechas.

— Bem, Melanie incumbe-me a mim, a terrível tarefa de vos sentenciar.

                     Caio sobre os meus joelhos, nunca vi criatura com um rabo negro duas asas abertas perto dos braços, e um nariz arrebitado, a boca até quase a se unir os dois olhos amarelos redondos e as duas orelhas sobre a cabeça, veste uma túnica é mesma horrenda e monstruosa.

— Sou o Anjo da Morte, não temas. — Observo atentamente o teu ferrão, não tens dentes. — Oh, desculpa. — Esbugalho os olhos. — Esqueci-me da minha forma humana. — Transforma-se num humano.

                Nascem-lhe as pernas, gordas, cobertas por uma armadura de ferro. De repente, fica alto com dois braços fortes e na cabeça cabelo louro, os olhos azuis.

— Acho que não falta nada.

                 Se a situação não fosse triste quase tinha um ataque de riso, sinto a sensação de paz que me causa medo e angústia. Fico um pouco apreensiva, com tudo que se está a passar. Tremo, com nervos, quero sair deste sítio, acabar a última parte da minha tese, e a defender, tenho a certeza que tirarei o mestrado, em arquitetura

—Ah, — pausa — compete a mim dar as vossas sentenças. — Dante enruga a testa não percebendo o que de facto aquela criatura quer dizer. — Aos dois... chegamos a um ponto crucial, mas vamos por partes. — pausa — em primeiro lugar, Melanie. —Engulo em seco — não sabias o quê aconteceu? Agora já sabes?

             Permaneço há sua frente, sem saber o quê responder, por um lado quero voltar, por outro a paz atrai-me, tanto que a desejo para mim. É algo que nunca senti em toda a minha vida, estou num impasse, se depender de mim não sei qual escolher.  

                                                                                                                                                                              Fim?

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