Camellia

By Hunterina

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🏆 VENCEDOR DO WATTYS 2023! 🏆 O Madre Cordélia era o internato dos sonhos, mas havia se transformado em um p... More

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By Hunterina

emoções não são tão difíceis de pedir emprestado

quando "amor" é uma palavra que você nunca aprendeu

(give you what you like)





Daniel estava estressado.

Mas não era de hoje. A última semana de férias provavelmente tinha sido a pior da sua vida e agora, finalmente de volta no internato para o último semestre de aulas, ele preferia estar em qualquer outro lugar do mundo ao invés da sua própria pele. Talvez até em lugar nenhum.

Poder ir embora daquele circo dos horrores que ele chamava de casa era um alívio, mas infelizmente não era eterno — e a lembrança de que, após aquele semestre, não havia mais para onde correr além de enfrentar (e decepcionar) todas as expectativas  que caíram sobre ele era completamente desestabilizante.

A verdade que ele simplesmente evitou encarar durante a maior parte do Ensino Médio, mas chegou como um soco na cara com as perguntas incessantes de Leonora e Bryan durante um jantar, era que ele não estava pensando em fazer faculdade. Não imediatamente, pelo menos. Não com uma urgência como se um ano "parado" fosse destruir qualquer possibilidade de ter um futuro.

Droga, ele mal conseguia pensar no assunto sem precisar inventar um monte de desculpas. Coisas para convencer a si mesmo, aos seus pais... Porque com toda a pressão de Mario Beaumont, ele também começava a se achar um vagabundo por ter planos diferentes do que os que esperavam dele. Não ajudava nada que na última semana o assunto de todas as refeições tivesse sido o seu futuro.

Ele só evitava pensar no assunto. Como fazia com a maioria das coisas que lhe afligiam: os problemas com a família, a confusão que era sua vida amorosa, suas inseguranças e o medo constante de que eventualmente até  os amigos não aguentassem mais suas recaídas e ele terminasse sozinho. Sempre afogava todos aqueles problemas na primeira forma que encontrasse de ficar chapado ou se afastava de todos em um episódio depressivo para só voltar a responder quando se sentisse minimamente melhor. Mas, com o final do último ano de Ensino Médio se aproximando, seu pai estava cada vez mais incisivo na cobrança, e Leonora e aquele imbecil do Bryan colocavam ainda mais pressão com perguntas e opiniões não requisitadas. Até que o fizeram inevitavelmente encarar a realidade de que ele não queria seguir nenhum dos caminhos que sua família achava ideal.

Ele não tinha nada contra fazer faculdade. Na verdade, até pensava em cursar Psicologia ou História algum dia (o que criava outra leva de problemas, visto que Angela sequer considerava História uma opção válida e "pra que fazer Psicologia se você pode fazer Medicina"?), mas seu sonho era outro.

As pessoas tinham preconceitos infundados com a ideia de jogar videogame profissionalmente, mas ele conhecia o suficiente para saber que era uma profissão válida como a de qualquer outro atleta. O mundo era diferente da época dos seus pais, ou da sua irmã mais velha, e havia milhares de caminhos novos para seguir. Ele tinha talento, disposição para treinar e um contato que facilitaria sua entrada naquele ambiente... era mesmo loucura lutar por aquele sonho? É claro que se chegasse lá e descobrisse que não teria futuro como jogador, não teria problema em fazer uma faculdade como o seu pai queria, mas precisava pelo menos tentar!

Daniel era acostumado a ficar calado durante as discussões familiares e ouvir quieto sobre como "não ligava para nada" ou "não tinha qualquer ambição", mas toda aquela pressão, em conjunto com a repercussão do seu último vídeo e o stress que estava sentindo nos últimos dias culminaram para que não aguentasse mais apenas ouvir as coisas em silêncio. Quando se deu conta, já tinha vomitado que não tinha interesse em começar a faculdade no ano seguinte.

Então, o já-nem-tão-agradável jantar virou um verdadeiro pesadelo quando Mario Beaumont literalmente bateu na mesa e ameaçou dar uma surra nele, alegando que estava louco se achava que poderia continuar vivendo naquela casa sendo um vagabundo. Apesar de Leonora tentar colocar panos quentes na situação, Bryan apenas incentivou, insistindo que Daniel iria agradecer ao pai pela rigidez algum dia.

Então, porque sentia-se sufocado com coisas que não conseguia dizer ou resolver, ele começou a responder às ofensas. O que não ajudava em nada. Na verdade, piorava significativamente qualquer discussão ou gerava ameaças abertas de seu pai.

Ainda se fosse apenas sobre seu futuro... Afinal, a porcaria daquele vídeo e do seu suposto relacionamento com Bianca continuava virando assunto até dentro da sua própria casa. Angela achava absurdo que ele tivesse trocado uma "garota bonita de família boa e respeitada como sua ex" (mesmo que, na época, ela nunca tivesse disfarçado que não gostava do fato de Vanessa ser negra) por "uma bolsista".

Como se a enxurrada de comentários que recebia diariamente no Twitter especulando ou opinando sobre seu suposto relacionamento não fossem incômodas o suficiente. A pior parte é que queria defender Bianca, mas estava igualmente chateado com ela depois que a viu curtir outro comentário que dava a entender que ele precisava tomar uma atitude e a repercussão de tudo só aumentou. Porra, ele não queria soar como um cara frágil ou um babaca que considerasse ser gay uma ofensa, mas era uma merda ver o tempo inteiro pessoas supondo sua sexualidade só porque ele não estava pegando uma garota — que, na verdade, ele estava!

Além de tudo, Bryan com certeza tinha a capacidade de sentir a melhor hora para ser inconveniente, porque numa noite, após Daniel recusar o convite para fumar charuto com ele e seu pai, alegando que não gostava desse tipo de tabaco (na verdade, preferiria engolir um acesso a passar dois minutos com aqueles dois), o cunhado sugeriu provocativamente que ele tomasse cuidado para não ficar "gay demais". No que Daniel respondeu com "Lá na Alemanha você também se interessa pela sexualidade de garotos menores de idade?". Ele já estava esperando o tapa na cara de Mario, mas essa era uma das coisas que menos se arrependia. Ter deixado Emily mal porque ficou tão alcoolizado tentando afogar a crise de ansiedade na bebida foi mil vezes pior.

— E você, Dani, fez o que nas férias? — A voz bonita de Maria Alice o trouxe de volta para a realidade. Daniel piscou algumas vezes antes de seus olhos se encontrarem com as íris castanho-douradas da garota ao seu lado.

Ele precisou conter o riso. Será que deveria responder com sinceridade? Contar que passou literalmente o tempo inteiro trancado no quarto, bebendo mais do que dava conta porque só assim suprimia a vontade de cortar os pulsos?

— Ah, nada de mais. Minha irmã mais velha e a família estavam lá em casa, então a mãe não queria que eu e a Emily saíssemos muito. — Respondeu a primeira coisa (decente) que lhe veio à mente.

Era o primeiro final de semana no colégio após as férias e seu internato sempre sediava eventos de boas vindas para incentivar a interação entre os alunos de outros colégios. Além das garotas que já estudavam ali, via também alguns rostos conhecidos de outras instituições.

Parando para pensar, por que diabos estava no meio de uma rodinha de garotas mesmo? O fato de estar irritantemente embriagado não ajudava seu raciocínio, graças ao Gatorade batizado com qualquer porcaria que Bellini havia virado do seu cantil e oferecido na rodinha.

Lembrando agora, era óbvio que tinha sido coisa do Bellini e Twister. Estava no pátio principal conversando com os dois, perguntando sobre as férias e coisas do tipo, até ser arrastado em direção às garotas sob o pretexto de "matar as saudades e descobrir quem fez topless nas férias na Europa", nas palavras de Henrique. Agora, nenhum dos dois estava mais ali porque se ofereceram educadamente para fazer um tour pelo colégio com duas gêmeas intercambistas do colégio Nascimento que estavam visitando o Cruz e Souza pela primeira vez. Daniel só não achava que os dois pensavam com o pinto, porque sequer acreditava que eles eram capazes de pensar.

— Poxa, que droga! Minha família também me arrastou numa viagem para a Grécia, mas no fim acabou sendo legal. Eu andei de navio pela primeira vez... A parte ruim é que passei mal a viagem inteira.

Daniel deixou um riso sincero escapar. As garotas na roda conversavam sobre suas viagens de férias e mostravam fotos umas às outras, mas Maria Alice parecia genuinamente interessada em puxar assunto com ele. Apesar de fazerem o estilo patricinha-popular — Zoe não gostava muito de metade delas (mas não tinha vergonha de admitir que pegaria a maioria) —, eram garotas legais. Agradeceu mentalmente por não ver nem Nicole nem Marcela ali. Como sempre estavam nas mesmas festas e eventos, ele costumava ser amigo delas, mas depois do que fizeram à Bianca, não queria ver aquelas imbecis nem pintadas de ouro.

Ele realmente queria ser um pouco menos patético, porque apenas lembrar de Bianca já tinha feito seu coração errar uma batida. Com certeza era seu cérebro meio enevoado pelo álcool lhe traindo.

Desde o dia do beijo até o final das férias, haviam se falado muito pouco (o que era uma mudança abrupta com relação às vídeo chamadas quase diárias da primeira semana) e o clima estranho continuou por toda a primeira semana de aulas, quando Daniel mal pisou na Cyber Fever. Não era que estava evitando ela, apenas... tinha tanta coisa na cabeça naquele momento (e um pouquinho de rancor pelas indiretinhas que ela curtiu) que não sabia muito bem como lidar com a melhor-amiga-que-ele-beijava-periodicamente.

Ao seu lado, Maria Alice mostrava as fotos da galeria do seu celular enquanto contava sobre o projeto voluntário do qual fez parte na Grécia para a preservação da vida marinha. A garota tinha quase sua altura e parecia uma modelo com aquele corpo estreito e feições impecáveis. Todas as suas amigas a chamavam de "Ali". Para ser sincero, ela realmente era bem legal.

— Hm, Dani? — Todo o interesse no que Maria Alice falava se dissolveu no instante em que ouviu a voz familiar que veio de trás dela. Bianca falou tão baixinho que sua voz quase se perdeu nas conversas da roda, mas Daniel virou na sua direção como um cachorrinho que ouve a palavra "passeio".

Claro que ele não tinha sido ativamente escroto naquela semana. Respondia Bianca sempre, era só que... o assunto não parecia estar fluindo com tanta naturalidade. E provavelmente Zoe comentou que ele não estava nos melhores dias (aquela amizade das duas ainda o fascinava e assustava na mesma intensidade), pelas perguntas preocupadas que a segundanista começou a fazer.

Ele ainda a adorava. Provavelmente mais do que isso e... merda, esse era exatamente o tipo de pensamento que ele não devia estar tendo! A questão é que, com tudo que aconteceu e ainda estava acontecendo entre eles (tentou ficar alguns dias longe do Twitter, mas descobriu que alguém tinha feito um fan account para eles no Instagram também), em conjunto com a experiência merda das férias e sua conhecida propensão de descontar o estresse em quem definitivamente não merecia... seus sentimentos estavam uma bagunça e ele não sabia se estava feliz ou não de vê-la ali.

— Ah, e aí, Abelha? — Abriu um sorrisinho e teve uma súbita vontade de agarrá-la no mesmo instante em que a viu vestindo o uniforme do Madre Cordélia (a saia devidamente encurtada a uma altura que não fazia bem pro coração dele) junto com uma meia arrastão e coturno. E-girl linda e demônia do caralho. Quer dizer, cérebro idiota e embriagado do caralho.  — Tudo bem? Não sabia que você vinha.

Óbvio que não sabia. Ele não tinha convidado ela. Ou falado com ela desde quinta-feira.

— Ah, tudo sim. A Zoe me convidou...

— Ei, pera! Você não é a menina do clipe do Daniel que viralizou? — Lavínia, uma terceiranista do Cruz e Souza que falava gritando, perguntou.

Ele sentiu o rosto esquentar de imediato e percebeu que Bianca também desviou os olhos, um pouco corada.

— Ahn, não sei de que vídeo você tá falando — Bianca respondeu, olhando um pouco desconfiada para as garotas. Daniel se perguntou se ela pensava que seriam igual às meninas idiotas do Madre Cordélia.

Os ombros de Maria Alice murcharam um pouco quando as amigas começaram a comentar sobre o tal clipe viralizado. Daniel conteve a vontade de revirar os olhos. Tudo tinha que ser sobre isso agora? Ele se sentia tão... pressionado. Sua vida parecia assunto público e ninguém respeitava o que ele pensava — nem Bianca, curtindo aquelas indiretinhas.

O problema nunca foi ele não querer, apenas... saber que acabaria estragando tudo. Naquele momento, com toda a pressão da família e daquela nova vida de influencer que ele nunca tinha pedido — Bianca quem disse "Dani, fazer conteúdo vai te dar mais visibilidade e isso pode atrair a atenção de um time." —, estava prestes a explodir por qualquer coisa. E a verdade é que ele sempre seria assim, uma porcaria quebrada que não era capaz de manter relações sem descontar seus problemas nos outros, ou se isolar até afastá-los completamente, como foi com Emily.

Mas Bianca sabia disso. Ele explicou com todas as palavras que não podia corresponder daquela maneira e se abriu sobre os problemas com a sua família. E queria que todo mundo soubesse também. Que o que quer que eles tivessem não passava de uma amizade.

Sem pensar direito, pegou o celular e puxou Maria Alice mais para perto, envolvendo sua cintura fina com o braço. Abriu o rolo da câmera para mostrar as fotos das suas férias:

— Ok, não foi um navio, mas eu andei de barco nessas férias também, Ali. Meu pai foi falar com o sócio e levou a gente para conhecer o iate novo dele. — Daniel falou, mas percebeu meio tarde demais que parecia um babaca querendo exibir dinheiro. Não era algo muito raro por ali, mas a sua intenção tinha sido apenas retomar o assunto do barco. Que merda.

Bianca encolheu um pouco os ombros e fingiu se distrair com alguma coisa no celular, enquanto Maria Alice comentava, extremamente animada, sobre as fotos de Daniel e seu mais novo desejo de aprender a velejar.

— Escuta, Dani ahn... — Depois de quase um minuto sentindo-se deslocada ali (e respondendo uma ou outra pergunta das garotas que sequer conhecia), Bianca engoliu o orgulho e perguntou: — Sabe me dizer fica o quarto da Zoe? Ela não tá me respondendo.

Daniel, que em nenhum momento realmente ficou alheio à presença dela, desviou os olhos da foto de Emily passando mal apoiada na proa que arrancou uma gargalhada de Maria Alice.

— Ah, o quarto dela é o 402 do dormitório C, do terceiro ano. — Daniel se desvencilhou um pouco da estudante do Cruz e Souza para apontar na direção correta. Ele não queria se despedir de Bianca tão rápido, mas também não queria parecer impressionado com a presença dela ali. — Depois do prédio de esportes.

Como se não quisesse se afastar, Maria Alice colocou o cotovelo no ombro dele, apoiando o peso da mesma maneira que Zoe conseguia fazer, porque era igualmente alta. Bianca se sentiu um gnomo perto deles.

— É o meu dormitório. Quer que eu te leve até lá? — A garota de cabelos longos de cor chocolate perguntou, olhando Bianca de cima.

A estudante do Madre Cordélia a olhou de cima abaixo:

— Não precisa. — Respondeu e deu-lhe as costas, sem parecer se importar de ter soado meio cínica. — Não quero atrapalhar vocês dois.

— Eita. — Maria Alice arregalou os olhos, virando para ele. Sua expressão parecia genuinamente preocupada: — Será que falei alguma coisa errada?

Mas Daniel sequer a ouviu, os olhos azuis focados na segundanista que se afastava com passadas pesadas. Será que ela estava brava porque ele tinha abraçado outra garota? Se fosse isso, só provava que Bianca estava esperando dele algo que ele sempre deixou claro que não podia dar. Ou será que ele realmente foi? Pensando bem, podia pelo menos ter dado uma atenção para ela. Eles já não estavam se falando há alguns dias e agora ele fazia isso...

Quer saber? Ele não ligava. Sua vida não podia girar em torno de Bianca e dos maus entendidos envolvendo aquela amizade. Se ela estava brava porque ele estava com outra garota, não era culpa dele. Bianca sempre vivia agarrada nos seus amigos. Se ela fosse fazer tempestade por causa disso, o problema era dela.

Mas em menos de cinco minutos ele dispensou Maria Alice para ir até o quarto 402 do dormitório C.






Nota da autora:

Chega eu não aguento mais maltratar o Daniel!!! 😭

e o pior é que só começou

(sério)

E aí, amigos, tudo bem?

Antes de tudo, quero pedir desculpas por falhar a postagem semana passada. Esse começo de ano está sendo extremamente corrido para mim e esse capítulo foi um pouco difícil de acertar, então acabei não conseguindo concluir a tempo.

Vocês sabem o quanto eu odeio atrasar postagens então espero que me perdoem! Prometo que vou me esforçar muito para não deixar acontecer de novo.

Para compensar, vamos ter capítulo duplo essa semana, que será postado amanhã 💜

Essa parte é tão triste mas eu juro por tudo que os três grandes acontecimentos que vem aí vão compensar tudo................. pelo menos pra mim, que adoro um pouco de caos, tentativas falhas de mostrar superação e uma boa e velha p e g a ç ã o c o m ó d i o 🙏

Um beijo para todos vocês e espero que tenham um ótimo final de semana!

Até amanhã 😇

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