HOTEL CARO โ” gabigol

By ellimaac

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By ellimaac

ESTOU NUMA FESTA de casamento. Mas não me sinto bem para comemorar devidamente. Não que eu não esteja feliz pelo Dudu e pela Paula, eu estou. Eu acho que depois de tudo que o Dudu enfrentou, ele merece ser feliz de verdade e ao lado de alguém que realmente o ame.

Não é a festa que me deixa mal. Bom, talvez seja. O lugar, eu acho. Não sei. Só sei que não estou me sentindo bem o suficiente para me levantar dessa cadeira e dançar junto dos outros, ou simplesmente caminhar até a mesa de doces e encher meu prato com brigadeiros

Estou desanimada. Com mal estar. Vontade de deitar numa cama e dormir pra sempre.

— Oi, Lu — olho para cima só para ver a pessoa que se aproxima de mim. — 'Tá tudo bem?

Raphael Veiga está... como eu posso dizer? Muito bonito. É a primeira vez que ele fala comigo hoje, e olha que nos vimos na casa do meu irmão antes de virmos para cá. Lá ele me cumprimentou com um aceno breve de cabeça e ficou mexendo no celular. Bom, eu também não queria conversar, então não fez diferença. Mesmo assim, me surpreende que ele venha falar comigo agora.

— Ah, oi — ofereço um sorriso fraco. — 'Tô bem, eu acho.

— Vem dançar com a gente — ele estende sua mão em minha direção com um sorriso amigável e contagiante no rosto. — O Scarpa 'tá parecendo uma lagartixa na pista.

Olho pra onde o povo está reunido dançando só para observar meu irmão dançando que nem um maluco. Ele realmente parece uma lagartixa, principalmente quando tenta mostrar o gingado que ele claramente não tem.

— Esse garoto tem uns parafusos a menos — digo rindo enquanto o observo.

— Ou a mais.

— É — concordo, balançando a cabeça e logo voltando a olhar pro Veiga. — Eu até iria, mas... 'tô sem disposição.

— 'Tá tudo bem mesmo? — Sua expressão muda de feliz para preocupado rapidamente. — Quer que eu faça alguma coisa?

— Não — ofereço um sorriso só pra ele saber que eu realmente estou bem e que não é nada demais. — Eu 'tô bem, juro.

— Quer um drink? — Ele oferece, nada convencido das minhas palavras. — Eu pego pra você.

— Não 'tô bebendo.

Veiga franze a testa e me encara por um momento bem longo como se estivesse lendo e descobrindo o que eu não disse, mesmo sem nada pra descobrir. Mas ele decide não falar sobre isso. Decide ignorar esse detalhe, mesmo que pareça estar fritando seus miolos, e volta a querer me deixar bem.

— Quer água então?

Suspiro com um sorriso.

— Água, eu aceito.

Ele balança a cabeça, pressionando os lábios e se afasta de mim para pegar o que me sugeriu.

Enquanto Veiga não retorna, pego meu celular e vejo que tem uma notificação. Uma mensagem. Clico na conversa e um sorriso surge na minha cara só em ver o nome que ela salvou quando estávamos voltando para a casa de seu irmão depois de o deixarmos no aeroporto.

Ele já te chamou pro Qatar?

Ele ia chamar?

SIM
Gabriel burro do caralho, vou socar a cara daquele imbecil

Ele falou pra você que ia me chamar, Dhiô?

Luanna, só vcs dois que ainda não perceberam que estão se gostando.
É OBV.

Ah, não sei

Nem termina de escrever oq tá digitando
Nem vem tentar me convencer do contrário, eu conheço meu irmão
E o pouco que te conheço, já sei que tá apaixonada

Não fala isso pra ele, pfv

Tá doida? Tô do seu lado. Gabriel vai se declarar, nem que eu o pressione até que faça isso.

KKKKKKKKK

Ele não te mandou mensagem?

Hoje ainda não.

Hj ainda não?
Eu vou arrebentar o Gabriel.

Ele deve tá ocupado

Pode ser, ele não falou comigo tb. Mas se eu souber que ele tá sem fazer porra nenhuma e não falou com a esposa dele.

Esposa??? KKK

Ai Luanna, já abracei vc, entendeu?
Não consigo imaginar o Gabriel com outra pessoa
Cê vai ter que aguentar a bronca agora

KKKKKKKKK só vc pra me animar msm

Onde cê tá?

Tô num casamento

Que chique.
Vou botar pressão no Gabriel falando que vc tá toda gostosona numa festa cheio de macho

Fala pra ele que eu tô com o Veiga, que ele morre

Vc tá com o Veiga?

Mais ou menos

Ai Luanna, q porra cê tá fazendo?

Ele tá me trazendo água, só isso
Não tô doida de fazer besteira

Eu sei que o Veiga é gato dms, maravilhoso, sentava até morrer. Eu sei q é dificil fugir da tentação.
Mas vc é mt bem casada.
Não esquece disso.

Tá bom KKKKKKK

Promete pra mim que não vai trair o Gabi

Prometo

Diz com convicção que isso não me convenceu

Eu prometo não trair o meu marido Gabi

Agora sim KKKKKKK
Vai encher esse cu de cachaça mulher e sai do cll

Desligo o celular no momento que Veiga retorna e se senta na cadeira ao meu lado, colocando o copo de água bem na mesa a minha frente e um pratinho cheio de empadinhas.

Olho para ele com um sorriso e ele me compreende.

— Eu sei que você ama empadinhas de frango — ele diz, roubando uma do meu prato. — Espero que te anime.

— Obrigada — pego o copo e dou um gole.

Quando menos percebo eu comi todas as empadinhas. Veiga tem razão, eu amo. E eu acho que o que faltava em mim, para me dar ânimo, era comida mesmo. Porque só foi eu me alimentar que eu já me sinto melhor.

— 'Tava com fome, hein. — Veiga brinca comigo ao notar o prato vazio. — Quer que eu pegue mais?

— Agora não — digo a ele, dando meu último gole na água. — Acho que vou fazer meu prato de janta. Mas daqui a pouco.

— É, o buffet acabou de ser liberado.

— Maravilha. Tomara que seja uma coisa bem gostosa.

— Queria que fosse Strogonoff, mó vontade de comer. Sua mãe que faz o melhor Strogonoff que eu comi na vida.

Concordo com o que ele diz sem pestanejar.

— Nossa, de verdade. Saudade da comida da minha mãe.

Acho que já vai fazer uma semana que não a vejo. Hoje eu vim direto pro meu apartamento e nem passei lá pra dar um cheiro na coroa. Tenho que fazer isso antes de voltar pro Rio ou eu vou me sentir mal a semana inteira.

— Lá no Rio, 'cê que prepara sua comida, Lu? — pergunta Veiga, curioso e interessado em manter a conversa.

— Que nada. Faz tempo que não cozinho — eu costumava cozinhar mais aqui em São Paulo que eu ficava o dia inteiro em casa. Agora trabalhando que nem uma condenada, não tenho tempo pra cozinhar. — Eu vivo de marmita. Se não fosse o Gabriel, eu...

Arregalo os olhos, percebendo que falei demais e Veiga não deixa de reparar.

Porra, fiquei tão a vontade com a conversa que esqueci que Veiga e o Gabriel não se dão bem, e a última vez que estiveram juntos no mesmo lugar sairam com hematomas pelo corpo e as mãos machucadas.

— Então 'cês tão juntos?

— Não é oficial — esclareço com medo que ele reaja mal, mas Veiga está o mais normal possível com esse assunto. — A gente 'tá só... só... ai, é complicado.

— Tudo bem — ele ri do que eu digo, uma reação que eu claramente não estava esperando. Jesus abençoou a vida do rapaz e o fez superar? — Eu entendo.

— Entende? — Arqueio as sobrancelhas em surpresa. — Da última vez, você não aceitou muito bem.

— Eu vacilei aquele vez, Lu — ele diz com certo remorso. — E eu não devo escolher por você. Fui um escroto.

— É, deu mó problemão. Gabriel e eu demoramos uma semana pra nos resolvermos e a gente só se resolveu porque eu meti muito o louco.

— Como assim?

— Eu dei pt numa boate depois de pegar um amigo do Gabriel. Se pá você conhece, o Matheuzinho.

— Luanna!? — Veiga me repreende em choque. — Ficou doida?

— Eu pensei que ele tinha pegado uma modelo lá. Fiquei com ciúmes.

— Mas ele pegou?

— Não — respondo, esfregando a testa pois lembrar dessa história me causa certa dor de cabeça. — Não pegou e no final acabei me arrependendo em dobro de tudo que fiz.

— Mas você tem certeza absoluta que ele não pegou essa mina?

— Certeza absoluta eu não tenho, né? Mas... — penso por um momento. Esse assunto foi mais esquecido do que conversado pra ser sincera. Gabriel e eu não mais conversamos sobre ele porque, porra, peguei o amigo dele, né? Já dei o troco. — Eu confiei no que ele me disse.

— Quem é a mina?

— Uma tal de Nathalia, eu acho.

— Nathalia Diniz?

— Essa mesmo, como você sabe?

Veiga encosta as costas na cadeira e faz uma careta, caçando o jeito ideal de me dizer como caralhos ele sabe dessa mina e dessa história em específico porque está na cara que ele sabe muito mais do que está dizendo.

— Ela é uma conhecida — é o que ele consegue dizer.

— Você pegou ela.

— Não — ele nega de imediato. — Não  peguei. Eu só conheço mesmo.

— Hum, e aí?

— Aí que ela me falou sobre um caso... Que ela 'tava numa festa na casa do... Gabigol e que ficou com ele.

— Quando isso?

Puta que pariu, não posso nem conter o aperto no peito em ouvir isso. Que porra.

— Ah, não sei, parça — ele coça a cabeça enquanto tenta se lembrar do que aconteceu. — Mas acho que foi depois daquele rolo nosso lá na sua casa. É, lembrei. Festa de comemoração pela Libertadores.

— Foi a festa que saiu a fofoca — penso em voz alta me lembrando do post do Gossip.

— Que fofoca?

— O Gossip do Dia postou que os dois ficaram nessa festa. Foi o que me levou a meter o louco também.

— Mas, Lu — ele toca em meu braço, inclinando o corpo pra frente —, eu não tenho certeza. A Nathalia me disse isso, mas ela pode ter dito pra se crescer na roda que a gente 'tava.

— Por que ela mentiria?

— Porque eu acho que ela queria ficar comigo e eu meio que recusei e ela começou a falar com a Key sobre o dia que ela pegou o Gabigol. Como eu 'tava com o Piquerez, acabei ouvindo.

— Espera — peço, erguendo uma mão e tentando entender essa história. Fiquei mais perdida do que no começo. — O que o Piquerez tem a ver com isso?

— Então, mano. — Veiga abafa uma risada, se encostando na cadeira de novo. — A gente foi num rolê aleatório porque o Piquerez ia pegar a Key.

— Key Alves? — pergunto surpresa. — Jogadora de vôlei?

— Ela mesmo.

— Caralho! Que fase que 'tá o Piquerez.

Veiga começa a rir junto comigo.

— Pois é — ele coloca uma mão na barriga enquanto tenta parar de rir. — Aí eu fui, né? Ser vela é minha segunda profissão. Mas eu acho que ele falou pra Key e ela deve ter entendido que era um 4 par, sei lá, parça. Só sei que eu cheguei e a Nathalia 'tava lá. Ela e mais meia dúzia de meninas, mas no geral fechou o grupinho entre nós quatro.

— Aí ela começou a falar do Gabriel depois que você deu um fora nela? — pergunto só pra ver se eu entendi.

— É, isso aí.

— Por que você não ficou com ela?

— Não 'tava afim.

— Hum — respiro fundo e tento ignorar o incômodo no peito. — Será que o Gabriel mentiu pra mim?

— Pergunta pra ele e tira essa história a limpo, pô.

— É — pego meu celular e por impulso mando uma mensagem a ele. Mando um simples "tá podendo conversar?". Acho que assim está bom, não vai assustar. — Mas não acho que ele mentiria pra mim depois de saber que eu fiquei com o amigo dele.

— Eu também não acho — Veiga concorda comigo, por incrível que pareça. — Não é uma coisa que ele faria. E também nem faz sentido ele mentir.

— Pois é. 'Tô parecendo paranoica?

— Não, Lu — ele nega com a cabeça e seu olhar é sincero. — Você ficou insegura, é normal. Conversa com ele e ele vai te explicar.

Assinto com a cabeça e trago essa confiança ao meu coração. Mesmo que o Gabriel tenha ficado com a Nathalia, eu não devo discutir. Afinal eu peguei o amigo dele por causa disso mesmo. Mas ainda me magoa saber que ele pode ter mentido pra mim.

Ainda estou esperando uma mensagem do Gabriel, mas acho que ele está treinando uma hora dessas. Mesmo assim, meu celular começa a vibrar e eu rapidamente o pego com expectativa ao achar que seria ele. Só que não é. O nome que aparece é o de Lucas, meu irmão mais novo.

Franzo o cenho e estranho esse inusitado ocorrido.

Lucas não costuma me ligar. Se ele já me ligou, com certeza foi porque minha mãe queria falar comigo. Ele, por si só, não faria questão de me ligar. Muito menos sem mandar uma mensagem antes.

Levo o celular ao ouvido e já espero ouvir a voz de minha mãe.

— Oi — digo e na outra linha escuto alguém suspirar e gemer. Oxi, mas que porra é essa? — Lucas?

— Lu... — ele geme, um gemido de dor. Meu coração se aperta de preocupação. — Luanna...

— Lucas, o que aconteceu?

— Eu preciso de ajuda — ele está soluçando. Talvez chorando. — Eu preciso de ajuda, Lu. Por favor, me ajuda.

— Lucas, o que aconteceu?

Veiga me olha assustado ao perceber meu tom. Estou preocupada, talvez começando a ficar desesperada, meu coração falta saltar da boca de nervoso.

— Eu me meti numa furada, Lu. 'Tô fodido. Os caras vão me matar.

— Calma. Calma. Pelo amor de Deus, me explica isso melhor. Na verdade, me fala onde 'cê 'tá? 'Tá machucado?

— Eles me deram uma surra — ele geme de novo e o ouço soluçar outra vez. Porra, ele não está nada bem. — 'Tô todo quebrado.

— Onde 'cê 'tá?

— Aqui na viela perto de casa.

— Aquela perto do campinho? Na rua da biqueira?

— É... — Lucas suspira alto e eu até penso que ele está se movimentando. — Mas por favor, não fala pro Gustavo. Ele vai fazer um alarde do caralho.

— Caralho, Lucas, em que merda você se meteu?

— Eu te falo depois, não posso falar aqui ou eles me marcam de novo.

— 'Tá — me coloco em pé com rapidez. — 'Tô indo.

Desligo a chamada e olho para Veiga que se colocou em pe junto comigo. Ele está assustado tanto quanto eu.

— O que aconteceu?

Não posso contar pra ele. Não posso confiar nele. Mas eu preciso de um carro, como eu vim de avião pra São Paulo, meu carro ficou no Rio. Não vou ter escolha.

— Veiga, você precisa me prometer pela sua mãe que não vai abrir a porra da sua boca pra ninguém, principalmente por Gustavo.

— Ué, por que?

— Promete pra mim!?

— 'Tá — ele assente meio perdido. — Eu prometo.

— Pela sua mãe.

Veiga bufa e revira os olhos.

— Prometo pela minha mãe. Agora me fala o que aconteceu, Luanna.

— Pega a chave e eu te conto no carro.

Ele ainda está confuso quando pega a chave do seu carro e seguimos caminho até o estacionamento onde rapidamente entramos em sua BMW. Ele dá partida e eu digo o que aconteceu enquanto o guio até a tal viela que Lucas está.

Levamos cerca de vinte minutos pra chegar e quando chegamos, desço do carros as pressa e começo a procurar pelo meu irmão. Mas está de noite e o lugar nem tem poste de iluminação. Está um breu do caralho.

Estou olhando em volta completamente perdida, Veiga ao meu lado chamando por Lucas até ouvirmos uma voz distante responder:

— 'Tô aqui!

Veiga liga o flash do celular e encontramos Lucas jogado que nem lixo no meio do matagal bem abaixo de uma árvore.

— Puta que pariu! — exclamo assim que vejo o sangue em seu rosto. — O que você fez?

— Me tira daqui primeiro — Veiga puxa o braço dele e o coloca em pé a base de gemidos.

Arrastamos Lucas até o carro e o colocamos no banco. Logo entramos também e Veiga não demora a dar partida.

— Vamos levá-lo pro hospital — sugere Veiga, olhando brevemente pro meu irmão deitado no banco de trás enquanto ele acelera pela estrada. — Depois informar sua família. Sua mãe deve 'tá preocupada.

— Não — meu irmão nega de imediato, a voz falha e sofrida. — A mãe vai infartar quando souber o que eu ando fazendo. Por favor, não contem pra ela.

— Lucas, o que diabos você fez, porra?

— Eu... — ele hesita pra me responder, envergonhado de si mesmo. — Eu fiz uma dívida com os caras.

— Que caras? — Veiga pergunta sem entender de quem ele está falando.

Mas eu entendo. Eu conheço bem quem são esses caras.

— Você 'tá usando drogas, filho da puta.

— Eu 'tô revendo pra conseguir uma graninha, Lu — ele tenta me convencer do contrário. — Mas... eles me disseram que eu ia vender as boas... eles me prometeram que eu ia ganhar dinheiro. Só que... eu não consegui vender no prazo e agora eles querem o dinheiro.

— Você é um imbecil! — bufo querendo pular pro banco de trás e bater ainda mais nele. — Quanto você precisa?

— 20 mil.

— Ah, não acredito — bato na minha própria testa e respiro fundo pra conter o nervoso.

— Porra, Lucas!

— Me perdoa — ele pede, suplicando. — Por favor, Lu. Me perdoa. Eu pensei que eu conseguiria. Eu só queria ganhar dinheiro.

— Lucas, você não precisa se rebaixar a isso pra poder conseguir dinheiro, caralho!

— Eu sei, eu sei.

— Mano e agora? — Veiga parece perdido ao dar a seta e entrar em outra rua. — O que a gente faz?

— E agora que a gente leva esse infeliz pro hospital e dá um jeito de deixar ele bem.

— A gente precisa avisar o Scarpa, parça.

— Não, por favor! Ele vai me matar — pede Lucas.

— Não dá pra contar pra ele. O Gustavo vai querer contar pra minha mãe — informo.

— Por favor, minha mãe não pode saber. 'Cês não podem contar pra ninguém, por favor — daqui a pouco Lucas está de joelhos, implorando para que a gente fique de boca fechada.

— Não dá pra não contar pra ninguém, parça. 'Cê mora com seus pais — Veiga informa o óbvio, e eu não tenho como discordar.

— Minha mãe não pode saber — digo a ele, ainda pensando numa solução. Uma que seja rápida e tire esse aperto do meu peito.

— Eles vão saber uma hora ou outra.

— A mãe vai morrer de decepção, mano. Não conta — diz Lucas, insistindo sem parar.

— E o que a gente vai fazer?

— Aí que porra! — bufo nervosa, encostando as costas no banco. Uma ideia maluca surge na minha cabeça, mas parece ser a solução mais rápida e que trará resultado sem prejudicar ninguém. — Você fica lá em casa até ficar melhor. Vou dar um jeito de arrumar esse dinheiro.

— Luanna, não — Veiga discorda com minha ideia, desviando o olhar da estrada pra me encarar. — Não pode ficar limpando as merdas do Lucas assim.

— E você quer que eu faça o que? — bufo, estou muito puta pra discutir minha decisão agora. — Ficar parada enquanto meu irmão é morto, porra? Tenho que ajudar.

Veiga pressiona os lábios e bate no volante, indignado e irritado.

— Eu vou ajudar.

— Não preciso da sua ajuda — digo a ele.

— Como você vai conseguir vinte mil reais assim do nada, Luanna? — Não respondo por isso ele continua. — Eu vou te arrumar essa grana e a gente leva esse segredo até o túmulo.

Olho para Raphael sem conseguir explicar a satisfação em meu coração por ele abraçar esse problema. Estou um caco mentalmente e meu irmão pode ser morto, é bom ter alguém pra ajudar.

— Obrigada — agradeço.

— É, mas se esse arrombado se meter com essas caras de novo...

— Ah, relaxa — garanto a ele. — Se o Lucas se meter em furada de novo, pode deixar que quem mata ele sou eu.

Veiga, um novo homem, um novo ser humano. Uma pessoa melhor KKKKKKK

Gente, eu to com muito crush nesse fdp pra escrever coisa ruim sobre ele. Então seguem esse Veiga mais legalzinho aí.

E me perdoem pela demora, essa semana foi muito difícil. Por favor, orem por mim e minha família. Mandem energias boas, rezem, qualquer coisa pra deixar todo mundo aqui bem. Obrigada.

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