Ester
Me levanto da cadeira, pego as pastas de documentos das compras de alguns imóveis que Elias está querendo comprar e entro no escritório, vejo o mesmo com os cotovelos em cima da mesa e falando com alguém por vídeo, chamada no portátil.
Ao longo desse tempo aprendi a confiar no Senhor e descansar Nele, não adianta nada eu me preocupar porque não vou conseguir resolver sozinha. Por isso que eu não estou dando tanta importância para o que estou sentindo, mais para o que o Senhor disse.
Me aproximo e deixo as pastas em cima da mesa, estou quase abrindo a porta quando ouço Elias me chamar.
— Sim? — Respondo me virando de frente para o mesmo.
— Meus pais querem falar com você. — Ele disse sério enquanto eu andava em sua direção.
Sinto meu coração acelerar e tenho receio de meu rosto começar a corar demostrando que estou nervosa por ficar perto dele.
Durante essa semana que passou, evitei a todo custo ficar muito perto dele e parece que ele também teve essa mesma ideia. Me sinto um pouco triste, mais sei que é o certo a se fazer.
— Oi! Senhor e senhora Ferrari. — Falo sorrindo ao ver o casal mais velho através do portátil.
— Olá, senhorita Souza. — Senhor Ferrari, disse dando um sorriso sem mostrar os dentes.
— Que senhora, que nada. Já disse que pode me chamar de Melinda, mais se quiser dizer sogra fique a vontade. — Senhora Ferrari disse em português com seu lindo sotaque italiano.
Nem me envergonho mais com seus comentários, porque sempre é assim. Se dependesse de Dona Melinda, eu e seu filho já estaríamos casados com um bebê a caminho de outro, para que ela pudesse mimar.
— Mammina! Ti ho già detto di smetterla con quei tuoi accenni. — Elias exclama nervoso em italiano.
— E ti ho già detto di smetterla di essere lento e di sposare presto Ester, voglio avere dei nipoti da viziare. — Ela respondeu em italiano.
Fico perdida por um momento nessa conversa, pois, não sei italiano e a única coisa que entendi foi que tinha algo relacionado comigo.
— Está bem, mãe. Agora, temos trabalhos a fazer, tchau e beijos. — Ele disse desligando a vídeo, chamada.
— Por que você não esperou seus pais responderem? — Pergunto confusa enquanto olho para o mesmo que fica nervoso e desvia o olhar para o lado.
— Porque temos muitas coisas para organizar, enfim o que você veio fazer aqui mesmo? — Elias perguntou cruzando os braços.
— Vim entregar as pastas com os documentos de compras de alguns imóveis que você decidiu comprar. — Falo pegando os documentos e entregando na mão do mesmo que apenas assentiu com a cabeça.
Saio do escrito me perguntando o que foi que a Senhora Ferrari disse que deixou o Elias tão nervoso assim, pensando bem, melhor eu não saber.
[.....]
Coloco os documentos da próxima negociação em uma gaveta e tranco, pego a chave e boto em dentro da minha bolsa.
— Vamos? — Elias perguntou ao sair de seu escritório.
— Sim. — Falo colocando minha bolsa de lado e sigo o mesmo para dentro do elevador.
— Rodrigo vai com a gente? — Pergunto quebrando o silêncio.
— Não, ele saiu ainda agora para ficar em casa com a esposa parece que ela não está muito bem. — Ele disse sério, com os braços cruzados.
— Mais é algo sério? — Pergunto preocupada.
— Parece que é só um mal-estar normal, coisa de final de gravidez. Não entendi muito bem. — Ele disse enquanto saíamos do elevador.
Cumprimentamos as recepcionistas, atravessamos a rua e entramos no belo restaurante japonês que fica de frente a empresa.
— Olá, gostaria de uma mesa, por favor. — Elias falou sério para uma senhora que assente com a cabeça e nos guia em direção a uma mesa perto da cozinha.
— O que vocês vão querer? — Ela falou com um pequeno caderno de anotações e uma caneta em mãos.
— Vou querer primeiro a sopa missoshiru, depois um temaki e hot roll. — Falo dando um pequeno sorriso.
— Ok, anotado. E o senhor? — A atendente pergunta para Elias.
— Estava pensando em pedir um yakissoba, mais decidi experimentar o lámen, quero também guioza, niguiri e hossomaki. — Elias disse enquanto olhava para o cardápio.
— Certo, o que vai querer para beber? — Ela perguntou terminando de anotar os pedidos.
— Não sei, o que você pensa que devemos pedir para beber? — Elias me perguntou.
— Hum? Pode ser suco de acerola. — Digo enquanto amarro meus cabelos em um rabo de cavalo.
— Então, vai ser só isso mesmo. — Ele disse para a senhora.
— Ok, seus pedidos não demoraram a chegar. — Ela disse saindo de perto e indo para a cozinha.
— Confesso que estou com um pouco de fome. — Falo dando um pequeno sorriso.
— Sério? Pensei que você tivesse tomado café da manhã. — Elias disse sério, cruzando os braços.
Logo no início do meu trabalho na empresa, teve momentos em que fiquei tão atarefada que acabava esquecendo de comer e perdendo a fome. Isso fez com que eu acabasse tendo um problema no estômago. Graças a Deus fiquei bem depois de tomar os remédios e me alimentar da maneira correta.
— Não é isso que você está pensando. Eu apenas pulei o café da manhã porque tive um mal-estar, mas já estou bem. — Digo tentando o tranquilizar o que parece que fez o efeito contrário.
— Tem certeza? Você devia ter indo ao hospital. — Ele disse preocupado.
— Tenho, pode ficar tranquilo. — Falo dando um pequeno sorriso sem graça.
Eu não sou igual à Laura que consegue falar de todos os assuntos sem nenhuma restrição, ela conseguiria dizer que é porque aqueles dias estão perto de vir e é por causa disso que tive esse mal-estar.
— Bom apetite. — A senhora disse colocando os pratos em cima da mesa.
— Obrigada. — Agradeço a mesma que dar um pequeno sorriso e saio de perto indo atender outra mesa.
— Até que a comida, não é nada mal. — Elias comentou ao tomar um pouco do lámen.
— Verdade, esse restaurante abriu recentemente, mais já é um completo sucesso. — Falo dando um pequeno sorriso e comendo o hot roll em seguida.
— Como é que está indo os preparativos para a viagem a Milão? — Elias perguntou enquanto terminava o lámen.
— Está quase tudo organizado, falta só o senhor fazer a escolha se quer ficar na casa de seus pais ou no hotel? — Pergunto.
— Primeiro, eu já disse para parar de me chamar de senhor, me sinto velho quando você me chama assim. Segundo, vamos ficar na casa de meus pais. Não, o melhor e ficarmos em um hotel. — Ele disse pensativo.
— Eu sei, desculpe e questão de costume. Também, penso que não seja de bom-tom te chamar pelo nome no horário de trabalho. — Digo séria, bebendo um pouco de suco.
As pessoas na empresa já comentam que somos muito próximos um do outro, se não tomarmos cuidados. Vão aumentar as coisas e em vez de sermos apenas amigos, para eles, seremos amantes.
— Compreendo. — Elias disse sério e pensativo.
Meu celular começou a tocar, termino de tomar meu suco e atendo o mesmo.
— Oi! Laura. — Falo ao atender a ligação.
— Tenho uma ótima notícia para contar. — Ela disse animada.
— Que notícia é essa? — Pergunto curiosa, enquanto ajeito meus cabelos.
— O Daniel foi solto da prisão e vai poder voltar para o Brasil. — Laura fala em alta voz, demostrando sua felicidade.
— Louvado seja Deus! — Digo sorrindo contente. — E quando é que ele vem? — pergunto.
— Ele virá no próximo voo e deve chegar por volta de dois dias. Bem, eu só liguei para te contar, agora tenho que ir, pois, estou no trabalho. — Ela disse desligando a ligação após ouvir minha despedida.
— O que aconteceu? — Elias perguntou curioso.
— Você se lembra daquele irmão que eu te contei que foi preso na China pregando o evangelho? — Digo sem conseguir conter o sorriso.
— Sim, o que tem ele? — Elias perguntou confuso.
— Ele foi solto e vai poder voltar para o Brasil. — digo feliz.
— Que benção, finalmente poderei conhecer o jovem que largou tudo pelo evangelho. — Elias disse dando um pequeno sorriso.
Muitos cristãos ainda não entendem a urgência de pregar as boas novas, se esquecem que para muitas pessoas só existe o hoje e não tem o amanhã. Na maioria das vezes, podemos ser a última oportunidade de uma pessoa conhecer Jesus, mais infelizmente, ignoramos esse fato e vivemos de forma egoísta.
— Aprendi muito com o Daniel, ele é um exemplo de cristão que ama ao Senhor acima de todas as coisas e que ouve o pedido de socorro das pessoas. — Digo enquanto lembro das vezes que o grupo de jovens saiam evangelizando.
— Pelo que parece ele realmente é um jovem cheio da presença do espírito santo. — Elias comentou.
— Vamos, já são uma e quarenta e cinco. E tem uma reunião às duas com os acionistas. — Digo me levantando e pegando minha bolsa.
— Ok. — Ele disse entregando o dinheiro a atendente.
— Obrigada, voltem sempre. — Ela disse dando um sorriso educado.
Saímos do restaurante e quando estávamos atravessando a rua, uma moto vem em alta velocidade em nossa direção.
Sinto meu coração acelerar e tudo acontece de forma rápida, só tenho a reação de empurrar o Elias para o lado, impedido que a moto bata nele.
Caio no chão com o impacto e sinto algo quente escorrer pela minha cabeça. Por mais que eu tente ficar de olhos abertos, não consigo, sinto um cansaço e logo sou tomada por uma completa escuridão.
Pois, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, porque me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!
- 1 Coríntios 9:16
Traduções do Google Tradutor:
Mammina! Ti ho già detto di smetterla con quei tuoi accenni. - mamãe! Eu já disse para você parar com essas suas insinuações.
E ti ho già detto di smetterla di essere lento e di sposare presto Ester, voglio avere dei nipoti da viziare. - E já te disse para deixar de ser lenta e casar logo com a Esther, quero ter netos para mimar.