Improváveis

By nalandalima39

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Kira é uma lutadora de Muay Thai que tem apenas um foco: melhorar a vida de sua família se tornando uma Lutad... More

Prólogo
1 - Olá, velhota
2 - Lutar até o fim
3 - Louco
4 - Lutadora
5 - Aprontando
6 - Até que você é legal
7 - Poço de simpatia
8 - Ferrou
9 - Não é o único
10 - Sem peninha
11 - Carrapata
12 - Ciúmes
13 - Maressa né?
14 - Príncipe
15 - Eu estraguei tudo
16 - Uma bela dança
17 - Incógnita
18 - Alguém no mundo
19 - Apenas amigos
20 - "Ju"
21 - Amuleto
22 - Beijo da sorte
23 - Amizade colorida
24 - Carinho especial
25 - Essa é a hora
26 - Apaixonada
27 - Velhos tempos
28 - Desafio
29 - Ajuda
30 - Plano B
31 - Reconciliação
32 - Recadinho
33 - Voltar
34 - Ele voltou
35 - A guerra ainda não acabou
36 - Muito apaixonado
37 - Cesta de 3 pontos
38 - Fotos
39 - Investigação
40 - Super estrela
41 - O mesmo por mim
42 - Culpada
44 - Você não entende, Julian
45 - Irmãzinha
46 - Espero que esteja feliz
47 - Culpado
48 - Ela come demais
49 - Dormir aqui
50 - Esclarecimentos
51 - Que sede!
52 - Esqueça o que tivemos
53 - Estrelas!
54 - Decisões
55 - Incompletos
56 - Seguir em frente
57 - Memória favorita
58 - VOCÊ?!
59 - Turbulência
60 - Carreiras comprometidas
61 - Fonte de ouro
62 - Não faz falta
63 - Pais, segredos e descobertas
64 - Me perdoe

43 - Meu pai

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By nalandalima39

Kira

Levei dias doloridos para perder aquele peso, mas eu falhei novamente e na primeira oportunidade, eu comi todas aquelas coisas cheias de calorias.

Quando eu vou ser como elas? Se é que um dia eu consiga chegar nesse nível.

Eu acho que a verdade é que eu sou uma fraca que precisa aprender a ter autocontrole, e isso precisa começar agora.

-----------

Julian

—Eu tenho sorte. —Eu disse a ajudando assim que a vi sair do seu apartamento desajeitadamente com uma mochila maior do que ela.

—Realmente, Juliano. Você ganhou o sorteio do hotel e só concorreu com um papelzinho. —Ela riu.

Eu a olhei com o sorriso bobo.

—Tenho sorte por estar indo pra esse hotel com você.

Ela sorriu genuinamente e me deu um beijo delicado e me olhou nos olhos.

—Eu sou a sortuda aqui.

—Netos! Tenham juízo, vou sentir saudades. —O meu avô apareceu na porta.

—São só dois dias, velhinho. Fica tranquilo.

—Neto, não está levando aquela sua cueca samba canção com desenho de bichinho não né? Pelo amor de Deus, a neta não merece ver isso.

A Kira de uma gargalhada.

—Obrigado, vô.

—Cuida dele, tá neta?

—Pode deixar, senhor Manoel. —A Kira me abraçou.

—Kira.—dessa vez foi o Tomás acompanhado da mãe até apareceu na porta.

—Oi Tom. —A Kira se abaixou na altura dele.

—Eu não posso mesmo ir com vocês? Eu prometo que vou me comportar.

—Dessa vez não pode, Tom. Eu sinto muito. Mas, quando voltarmos nós vamos sair juntos. —Kira garantiu.

—Vamos te levar pra jogar futebol e eu vou te ensinar a jogar basquete dessa vez. —eu disse e fiquei satisfeito ao ver que um sorriso se acendeu no rosto dele.

---------------

Kira

A nossa viagem foi tranquila e rápida, parecia um sonho muito real assim que saímos do carro e adentramos aquele enorme hotel.

O caminho até a entrada era cercado de vegetação e vários animais. O ar fresco me fazia querer respirar fundo a cada segundo. Havia muitas famílias e casais, ver aquelas crianças correndo felizes era tão satisfatório.

Na entrada, Julian fez a nossa ficha e fomos para a suíte que estava reservada para nós.

Assim que abrimos a porta do quarto perdi o fôlego. Nunca em toda minha vida eu fiquei em uma suíte, e essa era perfeita. A cama espaçosa, uma banheira gigante, e flores para todos os lados.

Em cima da cama havia um balde com champanhe e duas taças escrito "senhor" e "senhora".

Julian riu assim que viu as taças.

—Eu disse pra recepcionista que estamos em lua de mel pra ganharmos a sobremesa especial dos recém casados. Pelo visto, ganhamos mais do que isso, senhora Kira Savoia.

—Você não existe, Juliano! —Eu ri e o beijei.

Do outro lado do quarto, uma sacada com a vista direta para o lago.

Julian estava concentrado na paisagem.

—O meu pai costumava trazer minha mãe e eu num local como esse quando eu era criança. —Ele sorriu, mas não era um sorriso sincero.

Eu o abracei forte.

—Vamos resinificar essa lembrança. —Eu disse baixinho no ouvido dele e senti que ele assentiu. Em seguida olhou fixamente nos meus olhos e depositou um beijo delicado em meus lábios.

Algumas batidas na porta.

Julian abriu e por ela adentrou uma senhora com um carrinho com bandejas lotadas de comida.

—Muitíssimo obrigado, tenha um excelente dia! —Julian disse a senhora.

Ele havia pedido nosso café no quarto. Pães, bolos e sucos de todos os tipos.

—Que cara é essa miss simpatia? —ele sorriu. —Têm bolo de chocolate, que você ama!

É exatamente por isso que eu não consegui esboçar nenhum sorriso. Não sei se conseguirei ter autocontrole com toda essa comida na minha frente.

Ontem a noite o meu jantar foi uma banana, eu estava indo bem na minha dieta, eu não poderia pôr tudo a perder agora.

—Vêm, come um pedacinho! —ele insistia enquanto eu permanecia imóvel olhando para toda aquela comida.

Eu não deveria comer nada daquela mesa, mas não queria que o Juliano pensasse que eu estava louca. Então, eu comi as frutas. Pelo menos, elas não faziam eu me sentir tão culpada.

—É sério que você está comendo maçã, sendo que têm bolo de chocolate?! Eu não aceito isso, miss simpatia. —Ele disse cortando um pedaço de bolo pra mim.

—Você sabe quantas calorias têm nesse pedaço?

—E o que isso importa?

—Agora eu sou uma modelo de passarela, Juliano. —Eu disse e ele respirou fundo.

—Kira.

Só de ouvir Julian me chamar pelo nome, eu sabia que ele estava irritado.

Me encolhi de vergonha.

Fui surpreendida com um abraço que envolveu todo meu corpo.

—Eu odeio quando você se priva das coisas que gosta por conta desse trabalho de modelo, ainda mais porque eu sei que esse nunca foi o seu sonho. Miss simpatia, você é atleta. Lutadora de muay thai, um soco seu me deixaria em coma por 3 dias, e é isso que faz o seu coração acelerar, além de mim, é claro. —ele me beijou. —Eu sei que você precisa cumprir essa droga de contrato, mas se lembra quando você disse pra mim que tinha medo de perder a sua identidade? Não se esqueça de quem é Kira Wainberg, minha miss simpatia, que jamais recusaria um bolo de chocolate.

Eu sorri e chorei de emoção ao mesmo tempo. Ele tinha razão. Essa não sou eu. Eu preciso me reencontrar. Ele me entregou o bolo de chocolate e me observou comê-lo com o seu sorriso bobo no rosto.

Em seguida nós tomamos aquele champanhe nas taças de recém casados. Não costumamos beber, acho que por isso aquelas poucas taças bastaram para nos deixar alegres e "altinhos".

Julian me deitou delicadamente sobre aquela enorme cama. Eu o deixei bem a vontade para percorrer suas mãos e seus lábios por todo meu corpo enquanto eu observava cada movimento dele.

Meu corpo já estava familiarizado com seu toque, mas ainda assim, ele conseguia me surpreender mais a cada dia.

----------

Julian

Dois dias era pouco demais para aquele paraíso, tínhamos que aproveitar ao máximo.

—Já conhecemos bem o nosso quarto. Precisamos visitar o restante do hotel, miss simpatia.

Ela jogou uma almofada em mim pela piada de duplo sentido. Ela estava incrivelmente linda ao sair do banho com o cabelo ainda molhado e com a toalha envolvendo seu corpo.

—Eu nunca quis tanto ser uma toalha.

Ela riu.

—Você precisa de um banho gelado, se não é você quem não vai querer mais sair do quarto.

Eu sorri e assim fiz.

Logo estávamos do lado de fora do hotel fazenda com aquela vista linda e que transmitia muita paz.

Impossível não lembrar da minha infância ao ver todas aquelas crianças correndo pelo campo e se divertindo ao interagirem com os animais.

A Kira parecia uma daquelas crianças empolgadas quando o cuidador informou que poderíamos andar a cavalo. Mas só restou ela e mais duas crianças na fila, porque todas as outras tiveram medo de subir no cavalo.

—Olha aquela garotinha. Ela parece não ter medo algum! —Kira disse e apontou para uma menininha que estava acariciando a cara do cavalo, como se se conhecessem há anos.

—Ele é bonzinho! —A garotinha disse esboçando um sorriso sincero ao nos olhar.

—Nossa, é impressão minha ou essa menininha é parecida com você, Juliano? —Kira disse sorrindo de volta e acenando pra ela.

—Talvez os olhos dela passem essa impressão. —Eu disse a observando mais atento.

—Até o jeitinho de sorrir, o cabelo. —Kira olhou pra mim. —Ela é a sua cara.

Engoli seco.

Não poderia ser uma coincidência aquela criança ter a mesma marca de nascença que eu no joelho. Exatamente no mesmo lugar.

Me aproximei da garotinha enquanto Kira interagia com ela e com o cavalo.

—Qual é o seu nome, menina corajosa? —perguntei.

—Maitê e o seu?

—Oi Maitê, eu sou o Julian.

—Maitê! Chega de brincar com os cavalos! —Uma mulher jovem com vestido florido e óculos escuros a chamou de longe.

—Ah, mamãe! Deixa eu ficar só mais um pouco!

—Aquela é a sua mãe? —perguntei.

—Sim, e aquele chegando ao lado dela é o meu papai! —ela apontou empolgada para o pai dela.

Ao olhar na direção do dedinho apontado, senti como se a minha vida fosse um filme em câmera lenta. Tudo ainda parecia confuso, mas as respostas para meus questionamentos vieram mais rápido do que imaginei.

Era do meu pai que ela estava falando.

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