Herdeiros - JJK

By kajoonie

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[EM ANDAMENTO] Melissa Carter tinha uma vida tranquila até seu pai se casar novamente com uma mulher que já t... More

EPÍGRAFE
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZESSETE
CAPÍTULO DEZENOVE
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM
CAPÍTULO VINTE E DOIS
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
CAPÍTULO VINTE E CINCO
CAPÍTULO VINTE E SEIS
CAPÍTULO VINTE E SETE
CAPÍTULO VINTE E OITO
CAPÍTULO VINTE E NOVE
CAPÍTULO TRINTA

CAPÍTULO DEZOITO

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By kajoonie

Em todos esses anos nunca me senti realmente atraído por ninguém. Cheguei a pensar que algo de errado havia comigo já que meus interesses eram bem diferentes da maioria dos meus amigos, sempre foram. Enquanto se empenhavam a conquistar mais mulheres e homens que do que podia contar, eu apenas me concentrava nos estudos, cursos e nos esportes. Nada além disso me fazia feliz. Talvez seja pela sensação de domínio e liberdade de se fazer o que gosta, ou simplesmente pelo desinteresse em acompanhar esse sentimento de acúmulo de corpos e prazeres. Pensava que isso seria uma mera distração do que realmente estava empenhado em conquistar. Os estudos e os treinos eram coisas pelas quais de fato valiam meu tempo.

Obviamente notava o nítido interesse de algumas colegas e até mesmo de alguns homens, já que nunca me viram com alguém podiam imaginar que apreciasse toda a diversidade de gêneros. Educadamente os dispensava ou apenas fingia ignorância quando a situação me permitia. É verdade que já tive alguns sonhos ousados que envolviam meus melhores amigos, mas nada que passasse apenas disso. Não ansiava em me prender a ninguém. Os papos eram sempre os mesmos, com intensa conotação sexual, mas nenhum envolvimento intelectual ou emocional. 

Taehyung disse uma vez que posso me enquadrar dentro do que chamam de sapiossexual ou demissexual. O primeiro ele me explicou que só sinto desejo por alguém que estou envolvido intelectualmente e o segundo só poderia surgir o interesse sexual se estivesse envolvido emocionalmente com a outra parte. Fiquei confuso na época, mas isso, talvez, explicaria a ausência de desejo sexual pelas pessoas que me cercavam. Eu prefiro não me rotular. Algumas conexões não necessitam de explicação, para mim elas só existem ou não. E na verdade nunca as senti, até o dia em que Melissa voltou para casa.

Confesso que já tentei me enquadrar dentro desses padrões comportamentais da maioria. Por incentivo de amigos, comecei a ver alguns filmes pornográficos, mas os mesmos sempre me entediavam pela maneira em que todos começavam e terminavam. Logicamente o objetivo desse tipo de mídia é viciar seu cérebro a ponto de conseguir sentir prazer por apenas assistir aquelas imagens de duas ou mais pessoas em um coito sem qualquer emoção. Definitivamente aquilo no início, talvez pelo sentimento de curiosidade, me excitou. Mas nada se compara quando em minha mente as cenas reais que presenciei de Melissa e aquele urso na casa da piscina. Ali não poderia haver o amor, mas havia uma entrega, mútua, picante com uma dose de paixão, talvez? Não sei bem, afinal sou leigo nesse assunto.

Em meus sonhos a imagem dela montada no colo de outra pessoa, me faz acordar duro e por vezes molhado. Em alguns desses cenários, era eu quem estava lá no lugar dele recebendo tudo o que a diaba poderia me fornecer. Só de pensar nela e em suas provocações já me fazem ficar assim, instável. Ao fechar os olhos imagino com toda riqueza de detalhes a textura de seus lábios envolvendo os meus. Consigo até mesmo ouvir os pequenos grunhidos que soltava entre nossos arfares quando aquele toque passou de casto a intenso. Deve ser por isso que beijamos de olhos fechados. Existem coisas que são mais bem apreciadas quando são sentidas e não vistas.

O cheiro dela ainda invade meu olfato somente pela lembrança. Ainda consigo sentir na pele o toque de suas mãos e o triscar leve de suas unhas cavando minha pele gentilmente. Seu peito pressionado contra o meu, fazendo nossos corações baterem praticamente no mesmo ritmo, em uma sincronia quase musical. Pensar em Melissa me faz querer tomar o primeiro voo e ir até onde está, tomá-la definitivamente como minha, mas aquela diaba é uma fera indomável. É preciso muito esforço e paciência para que ela ceda ao que sente por mim. E não falo somente do desejo impulsivo e carnal, isso é algo que sentia, no começo, agora as coisas estão mais profundas aqui dentro. Algo com raízes que vão além do que pode ser apenas tocado.

Nossa conexão foi muito além do alcançável, do tangível. Melissa é uma mulher inteligente, tempestuosa, fala com segurança e uma invejável coerência. Não se encolhe diante dos desafios e quando está ensinando a mim ou discursando à frente de um bando de engravatados, nada a faz tremer. Suas aptidões vão muito além de um rosto bonito e uma postura empertigada. O cérebro dela me fascina, ao mesmo tempo quando se revela frágil e vulnerável, minha vontade é apenas acolhê-la e protegê-la.

É tarde demais para deixar de lado a visão sublime da diaba e já me encontro excitado por causa disso. Desde a minha atitude animalesca, movido por um desejo insano por tomá-la, venho condenando e suprimindo minhas constantes ereções. Não quero que esse instinto faça de mim um homem primal, Melissa não merece ou necessita disso. Sexo ela pode ter com qualquer um, o que eu realmente quero é que ela sinta o que sinto, em relação a amor e cumplicidade. Recuso a me tocar motivado por essa insânia que me acomete às vezes. Ignoro meu baixo ventre fisgando dolorosamente e com isso aos poucos esse desejo carnal se esvai. Já me habituei às dores constantes e entendi que isso faz parte quando se quer alguém tão intensamente. Quero apenas separar instinto do que realmente sinto por ela, por isso me sacrifico, diariamente.

Prefiro desviar minha atenção a coisas primordiais que venho descobrindo sobre Melissa desde que Carol apareceu por aqui. Conversamos muito sobre as coisas favoritas dela, bem como me deu indícios que Melissa fora muito magoada em algum tempo no passado. Eu não queria parecer obstinado, e movido pela curiosidade, fazia perguntas à Carol até que perdesse a paciência comigo e me dava algumas respostas grossas e conclusivas, das quais sempre aquietavam minha abelhudice sobre algo que somente ela poderia me dizer se assim achasse adequado.

Dentre minhas descobertas sobre suas preferências, Melissa sempre comentava com a amiga que sentia falta de alguns cookies de banana, coco e com gotas de chocolate meio amargo que comia quando criança, mas ficou chateada quando soube que a renomada confeitaria havia fechado as portas há alguns anos. Um sorriso bobo estampa meus lábios relembrando que nas últimas noites, gastei algumas horas durante a madrugada e algumas centenas de gramas em ingredientes com receitas que encontrava na internet e toda minha habilidade na cozinha, ou a que achava que tinha, na tentativa de chegar ao sabor perfeito do cookie. O que me dei conta somente depois que era um desperdício de tempo, já que não conhecia o sabor da iguaria. Ficavam crus, mal passados ou assados demais até que por fim, a desistência me venceu. Ela teria que estar aqui para saber se são bons o bastante para que os apreciasse de fato. 

Desde então busco saber a quem essa confeitaria pertencia e se poderiam me vender a receita. Foi algo que me ocorreu apenas. Até que consegui ter acesso à algumas informações muito boas para ser verdade. A família da qual pertencia essa antiga confeitaria, havia aberto outra em um ponto distante da primeira e estava registrada sob outra razão social e nome fantasia, por isso não os encontrava. E deve ser por isso que Melissa não sabia de sua existência.

Essa informação guardei para mim e quando Melissa voltar a levarei até lá ou comprarei alguns com o objetivo de surpreendê-la, sendo que já sabia que mantinham dentre o biscoito favorito, as mesmas preparações que ela gostava como as tortinhas de limão que acompanhavam o chá de mirtilo que tomava quase todas as tardes com sua mãe.

...

Quando Carol me disse que passaria seus últimos dias de férias em uma viagem com Melissa, confesso que me senti abandonado. Estava acostumado com sua presença pela casa, às conversas altas e pude constatar que Melissa tinha razão em dizer que Carol era facilmente notada por onde chegasse. Ela é realmente barulhenta.

Hoje excepcionalmente papai me deixou sem ir até a empresa, aliás, me deixou com horários livres podendo fazer o que bem quisesse. Recebi a ligação de Carol assim que chegaram na casa de praia há alguns dias o que me deixou aliviado e apreensivo, por Melissa logicamente. Não deve ter sido fácil chegar lá e ver tudo vazio do que ela mais amava. Sinceramente, queria estar lá com elas e entendo que o motivo de estarem lá também me envolvia, mais especificamente minha ausência.

Levanto-me da cama e vou em direção ao quarto de Melissa. Já tinha se tornado um hábito visitar o cômodo vazio de sua presença, mas olhar que seus pertences ainda estavam lá me dava um certo conforto que em breve a diaba retornaria para atormentar minha sanidade. Abro a porta com cuidado e ao presenciar aquele silêncio sufocante, sem sua figura andando de um lado para o outro ou o perfume que pairava constantemente no ar indicando que acabara de sair do banho, ainda me causava esse sentimento de estranheza. Meneio a cabeça tentando deixar esse sentimentalismo invasivo de abandono de lado. 

Ela irá voltar, eu sei que vai! — Digo a mim mesmo mentalmente. 

Caminho até seu closet constando visualmente que tudo ainda estava do mesmo jeito que no dia anterior. Retorno até onde fica sua cama, aliso os lençóis perfeitamente esticados e que pedi secretamente para a empregada não os trocar até que ela voltasse e me deito sobre sua cama, onde ainda conserva sobre as fronhas dos travesseiros seu doce aroma. Os abraço como posso tentando sentir o calor do seu corpo, mas as peças da cama estavam frias, apenas pegando meu calor emprestado.

Afundo meu nariz contra o tecido aspirando fortemente o cheiro que despendia conforme eu esfregava minha cabeça contra ele. Ela me fazia falta e não evito o pensamento de que se ela se casar com outro ou até mesmo ir embora faz meus olhos arderem por conter lágrimas que me recusava a derramar. Como pude me apegar tão facilmente à ela?

Relembro nossos momentos juntos, não exatamente no ponto onde nossos corpos se uniam ou quando o desejo tomava conta do meu ser, e sim nos instantes em que conversávamos, nas palavras soltas que ficavam entre nós e até mesmo da maneira como implicava por cada sentença que saía da minha boca. Ah e o sorriso dela? Os verdadeiros eram raros e me sinto sortudo por ser o responsável por alguns deles. Cada detalhe dela, poderia ficar por horas pormenorizando, cada poro, cada linha fina que pudesse aparecer quando seus lábios esticavam. 

Tudo em mim estava fora de controle, mais uma vez, como um trem desgovernado. Ela me desestabiliza completamente.

Eu não consigo mais me conter diante dela e por mais que eu quisesse e até mesmo jurei fazer o contrário, eu não conseguia competir com ela. Mesmo porque nunca foi meu objetivo encabeçar a Carter Corp, só iria fazê-lo se Ethan assim exigisse, se Melissa assim não o quisesse, só então carregaria o fardo. De qualquer maneira estava me preparando para isso. Mas ela o quer tanto que se uniu a aquele urso somente para confrontar o pai, ou a mim.

Como pode ser tão cabeça dura a ponto de sacrificar a vida com alguém que ela não ama? Às vezes tenho vontade de pegar aquela diaba e dar um chacoalhão nela pra ver se acorda. 

Carol me deu esperanças mínimas quando disse que o objetivo da viagem era ficar longe de Theodore também. Não sei o que Melissa teme, mas porque ela não tem o mesmo medo com Theodore? Talvez por que não o ame e seria mais fácil de se livrar dele? Quanto mais penso a respeito, mais chego a essa conclusão. Ela não cede a mim porque tem medo do que sente. Será que sofreu alguma decepção tão forte que tem medo de se apaixonar? Só saberei com certeza quando me contar, se é que um dia isso irá acontecer.

Ouço meu cão ladrar no quintal dos fundos e isso me faz pensar; queria saber muito o que a fez mudar de ideia quanto a Bam. Será que conversou com ele? Não, que bobagem Melissa não o faria. Ou faria? No máximo deve ter se desculpado com o cão, assim como ela exigiu para mim que ficasse solto. Seja lá o que for que a fez mudar de ideia, nunca vi Bam tão feliz como agora correndo pra todo lado, quase derrubando as pessoas. Adestrá-lo está sendo trabalhoso. O cão é inteligente, mas parece relutar em deixar os hábitos antigos de lado, pular nas pessoas ainda continua sendo seu esporte favorito.

Resolvo me levantar e deixar o quarto de Melissa como o encontrei; em ordem. Não quero problemas com a diaba por estar entrando sem permissão no seu reduto de descanso. Não consigo evitar uma risada baixa ao relembrar de como ela foi áspera no primeiro dia, nas ordens expressas sobre invadir seu quarto sem autorização, e depois em como tudo mudou quando ficamos aqui mesmo compartilhando um filme que sequer ela queria assistir e até mesmo dividimos espaço sobre sua cama quando dormimos juntos. Nada nessa casa será o mesmo sem sua presença. Melissa mudou muito mais que apenas o ambiente, mudou a mim e creio que é algo irreversível.

Penso no quanto estou fodido por me apaixonar por alguém tão instável como ela. Ainda sim, não consigo avaliar muito claramente as consequências o que faz de mim também um ser instável. O amor talvez seja isso, uma maneira de se ferrar sorrindo.

Antes de descer as escadas escuto vozes de Ethan e minha mãe e me encolho numa parede próxima para que não me avistem. Achei que papai estava no trabalho, mas parece que mudou de ideia. Os acompanho com o olhar até entrarem na biblioteca. Mamãe parecia aflita e dizia coisas que não consegui entender já que sussurrava atrás de meu padrasto.

Cuidadosamente desço e grudo minha orelha na porta do escritório. Não costumo ser curioso quanto aos assuntos deles, mas algo me diz que tem algo a ver com Melissa e esse assunto muito me interessa.

— Sweetie está na casa de praia e dessa vez escapou de uma conversa. Pelo menos por alguns dias. — Mas o que tanto papai precisa conversar com Melissa? Pressiono ainda mais meu ouvido contra a porta. — Deixei que levasse adiante essa encenação burlesca de namoro, porque achei que iria cair em si e ver o absurdo em que estava se metendo. Theodore só se envolveu nisso pois visa a presidência da empresa. — Então quer dizer que o urso tem um propósito afinal?

— Querido deveria ter colocado de imediato às condições que aceitaria. — Minha mãe rebate com voz alterada. Nunca presenciei uma discussão calorosa entre eles e isso me dizia que algo estava muito errado.

— E colocar tudo a perder com esse "ódio" sem sentido que ela tem por Jungkook? Nunca! — Meu coração pesa sobre o estômago. O que tenho a ver com toda essa história? — O problema que Theodore foi esperto e deve ter contado a ela sobre meus planos para que assumisse a presidência. Quando propus a condição do casamento, ela teve reações claramente premeditadas. Ela se associou a Theodore para me confrontar.

— Não entendo aonde quis chegar quando falou sobre seus planos na frente dele. — Minha mãe rebate. Que planos são esses?

— Querida, conheço Theodore desde criança! Robert sempre foi um homem visionário e ambicioso. Sabe que o comportamento do filho em relação às mulheres é idêntico ao dele. Nunca foi um exemplo de fidelidade e jamais incutiu em Theo coisas básicas como ética e o filho cresceu sem qualquer caráter. Falando sobre isso sabia que ele se interessaria, já que seria vantajoso ainda mais depois do jeito que encarou Melissa naquela sala de reuniões. O meu erro, foi não pensar que eles seriam rápidos e se uniriam, ainda mais depois do que vimos no quarto de Melissa naquela manhã. Não sabiam que estavam se encontrando com frequência, agi com imperícia. — Nesse instante levo as mãos até minha boca contendo alguma verbalização surpresa da minha parte. Meu pai nos viu dormindo juntos?  — Eu fui um tolo de não analisar essa variável. — Ethan conclui num tom de voz mais baixo.

— Então precisamos dar um jeito de Theodore revelar quem é de verdade. Mas como? — O timbre que minha mãe usa é claramente de preocupação.

— Eu não sei. Por mais que eu pense em muitas soluções sempre acabam por prejudicar a relação que ela e Jungoo construíram. Talvez o melhor a se fazer é aguardar e observar. — Bem, Melissa e eu nos aproximamos muito nos últimos dias, mas ainda não entendo onde me encaixo nos seus planos. 

— Melissa diz estar apaixonada por esse rapaz, e isso é uma desvantagem. — Minha mãe diz e ouço seus passos pelo cômodo, ela parece bem impaciente.

— Isso é outra coisa pelo qual venho pensando. — Ethan agora diz numa voz calma. — Não faz sentido ela viajar para longe do namorado se está tão apaixonada e...

— São as relações modernas de hoje em dia, meu amor. — Mamãe o interrompe. — Ninguém fica preso ao parceiro, a melhor amiga dela está aqui, só quer aproveitar ao seu lado. Acho que ao invés de conversar com Melissa, deveria tentar com Caroline. A garota sabe muito mais de sua filha que qualquer outra pessoa no mundo. — Nisso ela tem razão.

— Se são tão amigas assim, e pelo jeito é bem leal, não me dará informações relevantes. Não interferir ainda me parece a melhor estratégia. — Ethan expõe e preciso concordar com seu ponto de vista, Carol jamais trairia Melissa.

— Talvez se eu conversar com Jungkook e tentar saber em que pé estão as coisas entre ele e Melissa... — Mamãe sugere, mas logo Ethan a interrompe gentilmente:

— Só se souber em como fazer isso, querida! Lembre-se que Melissa está namorando com outra pessoa, quer esteja apaixonada ou não. Droga! — Escuto Ethan bater em algo. Pelo barulho poderia ser na mesa. — Detesto quando as coisas que planejo saem do controle. Era simples: Jungkook e Melissa se aproximariam. E ambos poderiam se apaixonar já que sabemos o quanto o nosso menino é totalmente amável e ela não resistiria a ele, pronto! Namorariam e com um pouco de sorte, se casariam. Ou pelo menos que ela se uniria a ele somente para tomar posse das empresas e com o tempo o amor surgiria entre eles. — Preciso me apoiar contra a parede quando ouço a sentença final de Ethan. Então desde o início era isso que queria?

— Querido confesso que no início pareceu um bom plano, mas analisando tudo acho que esperou demais de Melissa. Ela sempre teve uma vida independente e por mais que a acompanhasse de perto sem que soubesse, o temperamento dela não é nada fácil. — Se mamãe soubesse o que já aconteceu entre nós, talvez mudaria seu conceito a respeito. — Penso. 

— Não se preocupe querido, tudo ficará bem. — Minha mãe conclui e seus passos parecem se aproximar da porta e antes que eu saia, escuto Ethan:

— Assim espero.

Dou a volta por trás da escada e saio pelos fundos atravessando a cozinha e correndo até a casa da piscina. Meu coração batia acelerado e quase o sentia subir pela garganta. Minha boca secou completamente ao me dar conta de que boa parte dos planos de meu pai, saiu como o esperado, exceto por Melissa ter desviado o percurso e ido para o lado oposto: Theodore.

Theodore estava nisso por uma razão e não era só pela paixão que diz sentir por Melissa. Estava interessado em comandar a Carter Corp. A ambição o motivou a selar esse acordo e talvez Melissa não saiba disso, preciso alertá-la. Preciso aguardar que volte, no entanto. Ou terá a desculpa perfeita para não me ouvir já que está fora e não quer falar comigo. Creio que até lá Carol não deixará que ela converse com o urso e frisarei quando me ligar novamente que deverá fazer isso. 

Contarei por cima sobre o que ouvi dos meus pais e mais detalhadamente quando chegarem. — Repenso melhor. — Talvez não seja uma boa ideia levantar suspeitas agora e lhe entregar apenas meias verdades.

Se Theodore é como meu pai diz ser, Melissa sofrerá consequências horríveis se chegar a casar-se com esse homem. Ele não é, e nem será digno de Melissa e muito menos de sua confiança. Preciso pensar mais em como agir sobre o que descobri e fazer com que Melissa enxergue quem é Theodore de verdade e sobre seus propósitos inescrupulosos. Ele não cederá a presidência da Carter Corp como ela planeja obter, mas preciso ir com calma e avaliar em como o acordo deles foi fundado.

Nesse momento preciso separar a paixão que sinto por ela, deixando de lado qualquer rivalidade sentimental no que diz respeito a Theodore. Apesar de querê-la muito, respeitarei a decisão que tomar. Se mesmo tendo conhecimento de tudo o que soube aqui, e assim ela levar essa clara farsa adiante, não me colocarei como obstáculo. Mas se ela optar em ficar comigo, poderemos chegar a um acordo que fique bom para ambos, mesmo que para isso eu reprima todo o amor que sinto por ela.

Desculpem pela demora em atualizar, mas 2023 está apenas começando e uma das minhas metas é atualizar com mais frequência as fanfics.

Ah só para avisar que amanhã, não teremos atualizações. O Wattpad passará por uma atualização e isso sempre deixa o aplicativo instável. Se der posto, se não, só quarta!

See you later guys! XOXO

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