The Bloody House (Romance sáf...

By demonlestat

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"Se o amor não machuca, então por que tenho cicatrizes por todo o meu corpo agora?" Ainda me lembro de todos... More

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Forgotten Souls - 2
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The Bloody House - I

Twilight

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By demonlestat

A igreja soou com 7 batidas, uma seguida da outra anunciando a chegada da noite. Eram 19 horas, eu já estava de pé e o resto da cidade também, diferente de Marie que ainda dormia em seu caixão.

Mesmo que dormissemos em caixões, a cama em nosso quarto tinha muitas utilidades, ainda que dormir não fosse uma delas. Fazíamos amor na cama, líamos livros na cama e também servia para me lembrar da minha vida como humana, pelo menos era nisso que eu gostava de acreditar.

Era a primeira vez que eu acordava antes que Marie. Às vezes eu fazia isso de propósito, demorava de levantar para não ter que procurar por sangue, afinal, era mais fácil quando Marie fazia a parte mais difícil e eu apenas ficava encarregada de dividir a pessoa com ela.

Marie ainda dormia e não havia sinais de que ela iria acordar por agora.

Me vesti com um de seus casacos, era longo mas ao mesmo tempo elegante. Coloquei minhas botas e saí de casa, que mais parecia meu esconderijo pessoal nos últimos dias.

Antes quando eu andava pelas ruas, eu não costumava a pensar nas outras pessoas que eu encontrava, mas agora, tudo o que eu podia pensar eram nelas. Eu conseguia ouvir cada pensamento que elas tinham, não só isso, como seus corações palpitando dentro de seus corpos. Podia sentir o cheiro do sangue quente que encontrava em suas veias e isso me fazia desejar elas mais do que qualquer outra coisa.

Uma moça loira de repente trombou em mim, derrubando seu caderno de anotações. Seu cheiro era ótimo, algo sobre sua feminilidade e delicadeza me atraía, seu sangue oarecia ser doce. Viajei meus olhos sobre ela pensando em como seu corpo era convidativo, em como sua pele parecia morna, diferente da minha. Ter um pouco dela dentro de mim não seria algo tão ruim.

Ela se desculpou e continuou o seu caminho preocupada com seu sobrinho que estava no hospital. Pensei em várias formas de tirá-la daquela rua sem que as pessoas ao redor notassem, em como eu iria sugá-la. sozinha, sem a companhia de Marie. Mas foi um pensamento passageiro, ela já se encontrava longe quando pensei sobre matá-la.

Isso me assombrava, o desejo de matar alguém. Eu já imaginei diversas maneiras alternativas de me alimentar sem ter que sacrificar a vida de outras pessoas. Matar apenas pessoas ruins, matar apenas animais, mas nada daquilo soava certo. Eu não conseguiria sobreviver apenas do sangue dos animais, não era o suficiente para saciar minha fome nem se eu matasse uma fazenda inteira, eu precisava do sangue humano em minhas veias. Depois do que Marie me disse sobre todas as pessoas terem atitudes ruins e boas, eu me peguei pensando se eu realmente estava olhando para a pessoa por inteiro ou só pelas atitudes que poderiam condená-los.

Já tinha se passado um bom tempo desde que eu tinha começado a caminhar. Eu já estava no meu antigo bairro. A igreja estava aberta como sempre, o padre estava lá e parecia me observar de longe, eu não conseguia ler o que ele pensava enquanto me olhava, mas eu não liguei muito também. Pensei em entrar e falar com ele, mas não me atrevi. Eu sequer merecia o olhar dele e dentre todas as pessoas dessa cidade, ele poderia ser um dos únicos a perceber a mudança demoníaca que aconteceu em mim.

O vento estava tão forte que levava meu cabelo para longe. Eu quase podia escutar o barulho dele, pedindo para me levar para longe daquele lugar. Parei em frente a minha velha casa. Eu não sei o que eu esperava, mas ela estava vazia, não havia sequer sinal de alguém já tinha morado ali dentro.

Não tive muito tempo para olhar e nem queria. Observar de perto o meu passado, só o fazia mais difícil de ser esquecido.
Já estava ficando tarde e a minha fome estava se aumentando com o passar do tempo. Eu precisava procurar por alguém.

Não era fácil fazer isso. Eu estava no meu bairro onde conhecia maioria das pessoas e todas elas pareciam sorrir para mim, eram pessoas que eu conhecia desde a minha infância, eu não podia matar alguém daqui.

Sentei na praça observando as pessoas de longe, apesar do vento forte, o clima estava agradável, a lua parecia sorrir enquanto iluminava a terra.

Olhei de longe cada pessoa. Suas risadas, seus pensamentos, suas preocupações e até seus batimentos cardíacos. Todas elas tinham algo que eu não tinha, vida. Elas davam risada e faziam piada sobre coisas bobas e eu as invejava, sequer tive tempo para fazer essas coisas quando estava viva. Desde pequena eu já trabalhava, quando era criança eu ajudava minha mãe a vender os bolinhos que ela fazia com a ajuda de tia Emma precisávamos de uma renda extra, meu pai estava doente naquela época, eu não podia cyudar do bar eu era muito nova pra isso, então, eu saia anunciando os bolinhos pela vizinhança. Depois de um tempo, as vendas caíram drasticamente e tínhamos mais prejuízo do que lucro.

Olhei em volta a procura de alguém interessante. Meus olhos pousaram sobre um homem que tinha 45 anos. Ele estava encostado numa árvore fumando um cigarro enquanto olhava de uma forma esquisita para as adolescentes que conversavam e davam risada do outro lado da praça.

Eu me aproximei dele, fiquei do seu lado, seus olhos logo se grudaram em mim, ele agradecia aos céus pelo presente divino que tinha sido mandado sem saber que o presente não vinha dos céus, nem perto disso. Ele parecia nervoso, nunca tinha encontrado alguém tão fascinante, ele não aceitaria um não de uma jovem como eu.

— O clima está bom. — Ele disse sorrindo ficando mais próximo de mim. — Você fuma?

— Não, não fumo. — Ele sorri tragando seu cigarro e depois deixando a fumaça sair da sua boca.

— Você mora aqui? Nunca tinha te visto antes.

— Bom, moro. Meu nome é Eva. Talvez tenha visto, mas não tenha notado. — Coloco meu cabelo para trás da orelha agora observando seu rosto.

— Eu nunca teria esquecido esse seu olhar mesmo que tivesse visto por apenas dois segundos. Prazer, sou Matheus — Ele sorri.

— Acho que não teria te esquecido se tivesse te visto também, Matheus. — Dou uma risadinha forçada.

— Bom, o que acha de sairmos daqui? Você quer beber algo?

— E se eu negar?

— Eu não acho que você vá negar. — Ele sorri e toca na minha mão. — Você está gelada. Talvez queira ir para um lugar coberto?

— Sua casa?

— Seria um prazer.

Ele jogou o cigarro no chão e apagou pisando nele antes de sair da praça e eu o segui.

Ele me levou de carro até sua casa. Era imensa, não tão grande quanto a de Marie mas ainda era impressionante, ele tinha um bom dinheiro. Isso me fez pensar que muito provavelmente ele era uma pessoa com influência na cidade, matá-lo talvez não fosse uma ideia tão boa como parecia ser de início. Mas eu já estava ali, sendo levada até sua sala de estar, sentada em seu sofá branco e o deixando me secar até morrer por falta de sangue em seu corpo.

— Você quer que eu te sirva algo? — Ele fala de repente se sentando ao meu lado tirando meu cabelo do meu ombro e beijando ele, seu movimento me deixou enojada.

— Eu não quero, obrigada.

— Certo. Agora, Eva, por que está aqui? Me diga a verdade, você pode ser direta.

— Porque você parece ser alguém interessante.

— Você já parece ter bastante dinheiro julgando pelas suas vertes ou você consegue isso dormindo com caras? — Ele sorri e beija meu ombro novamente, agora segurando minha mão.

— Talvez. — Respondo me deixando levar pelo seu jogo. Se ele achava que eu era uma garota que tinha interesse em seu dinheiro, então, que ele achasse isso.

— Me diga o que você quer... — Ele me puxou para mais perto e sussurrou no meu ouvido. — Posso te dar o que você quiser. Nunca encontrei uma mulher tão bela como você.

— Vamos para o seu quarto. — Digo me levantando.

— Você realmente é direta, achei que seria um pouco mais tímida, mas eu também gosto muito de mulheres diretas, Eva. — Ele me pega pelo braço e me leva até seu quarto. Subimos as escadas devagar, ele segurava minha cintura me guiando, até chegarmos. Era lindo, as cores eram vivas, diferente do de Marie, tinha uma cama enorme no centro e um espelho grande na parede.

— Você pode fazer o que quiser. — Falo no seu ouvido e ele me segura pelos ombros se sentindo o homem mais sortudo do mundo.

Não pensei duas vezes antes de enfiar os meus dentes em seu pescoço. Seu corpo logo caiu no chão de choque, eu sabia que era prazeroso nos primeiros segundo até se tornar uma dor agonizante, era como conhecer o inferno em terra firme. Seu corpo começou a se debater, ele pedia por socorro em seus pensamentos mas seus lábios não se movimentavam. Sua blusa que antes era azul claro, agora estava encharcada com seu sangue num tom de vermelho vivo.

Me abaixei ao seu lado e coloquei minhas presas do outro lado de seu pescoço. Estava com tanta vontade de fazer aquilo que quase continuei o sugando quando ele morreu. 

Eu não tive o prazer de dividí-lo com Marie e ela não poderia nem sonhar com o fato de que matei alguém importante. Mas como eu daria fim em seu corpo? Eu não sabia fazer as mesmas coisas que Marie, não tinha a mesma experiência que ela e aquilo me deixou em pânico. Passei minha saliva em seu pescoço e aquilo milagrosamente fez com que a marca das minhas presas desaparecesse. Eu já tinha visto a Marie fazendo isso antes.

Agora, eu só tinha que enterrar o seu corpo.

Levei-o até o carro e o joguei no porta-malas. O veículo que ele dirigiu até sua casa mais cedo, agora levava seu corpo morto para ser enterrado. Peguei as chaves nervosamente e liguei o carro. Eu não sabia dirigir, até segundos atrás. O que não te contam sobre ser um vampiro, é que você consegue aprender a fazer as coisas apenas assistindo alguém fazer elas. Bem, mesmo como humana já tinha visto muitas pessoas dirigirem, não era difícil pra mim.

Dirigi até a entrada da cidade. Seu corpo era leve como uma pena. Joguei o cadáver para o lado e comecei a cavar a terra úmida com as minhas próprias mãos, a lua me olhava do alto, sendo a única convidada desse enterro. Quando o buraco já estava fundo o suficiente, eu arrastei seu corpo e o coloquei lá dentro. Seus olhos abertos me encaravam com a frieza que apenas os demônios e os mortos tinham, até eu parar de encará-lo e cobrir seu corpo com terra até ele não poder ser visto mais.

Eu estava inteiramente suja com o lamaceiro, minhas botas estavam como se tivessem sido pintadas de marrom com a lama. A parte mais fácil já tinha sido feita de qualquer forma.

Voltei para o carro perdida. Agora eu só tinha duas coisas que eram praticamente impossíveis de serem feitas. Uma, mentir para Marie e dizer que apenas me alimentei de um bêbado qualquer, dois, entrar em casa sem que ela perceba o quão suja eu estava.

Marie conseguia me ler, qualquer coisa que eu dizia ela podia simplesmente dizer se era verdade ou não. 

Fiquei parada no carro com as mãos no volante me encarando no espelho do carro, já se passavam das 21h, Marie já teria acordado e provavelmente estava procurando por mim. Encarei meu reflexo que era fantasmagórico, mas meus olhos brilhavam como se fossem fogo.

Fui embora daquele lugar e segui para a cidade, deixei a janela do carro aberta para que o vento batesse em meu rosto e levasse o desespero que estava sentindo embora. Segui para a casa da minha tia. Não havia outro lugar no mundo para qual eu pudesse ir.

Saí do carro inteiramente suja e bati na porta. Assim que ela abrisse eu inventaria uma história, "meu carro capotou e eu caí na estrada", "fui assaltada e eles me jogaram na estrada de chão". Ela iria me abraçar e me oferecer um chá e um banho.

Minha tia saiu de casa tomando um susto. Seu rosto ficou pálido, ela vestia um pijama rosa que fazia com que sua palidez fosse ainda mais nítida.

— O que... — Ela parecia tão nervosa que estava tremendo. Seus olhos subiram e desceram me checando em completo choque. Eu tinha esquecido. A porra do sangue do Matheus ainda estava no meu rosto e na minha roupa. Minha imagem não era refletida no espelho, eu não conseguia ver claramente. —  O que houve com você?

— Tia, eu posso explicar. Eu sofri um acidente, eu... Preciso da sua ajuda. Preciso entrar. —  Falo tentando acalmá-la mas ela se derrama em lágrimas.

O desespero que ela estava sentindo estava me fazendo sentir ainda pior. Tento entrar na casa. Mas ela me impede. Olho em volta procurando por Lily mas ela não parece estar presente, talvez tenha saído com o marido da minha tia para a igreja ou para a praça onde íamos quando eu tinha a idade dela. Olhei o rosto da minha tia e ela estava apavorada, tentei entrar em casa novamente mas ela não deixou. Sua mente estava tão confusa quanto a minha, eu procurava por respostas mas só recebia perguntas.

No momento que tentei empurrá-la da frente da porta ela encostou seu terço em mim.

Aquela porra queimou. Eu gritei de dor e andei três passos para trás. A minha pele estava queimada, o sinal da cruz tinha ficado marcada no meu braço e ardia mais que o inferno. Fui tomada pela raiva do momento e a segurei pelo pescoço tirando-a do chão. Seus olhos estavam pedindo por misericórdia. Só quando percebi o que estava fazendo que deixei seu corpo cair. Olhei para as minhas próprias mãos paralisada, o que eu tinha acabado de fazer? Os olhos de tia Emma se enchem mais de água e ela levanta e fica parada me olhando como se esperasse que aquilo fosse um pesadelo.

— Eu vi satanás em você, filha. Mas não acreditei. Eu vi o demônio em seus olhos naquela noite em que você apareceu no bar, mas eu ignorei. — Ela pareceu sair do transe e começou a chorar desesperadamente depois de dizer aquelas palavras. — Você é terrível. Quem você matou?!

— Eu não fiz nada.. Tia. Me escute, eu.... — Não tinha mais nada para ser dito. Ela me empurrou e bateu na minha cara, o que fez apenas com que ela se machucasse e continou chorando. Eram lágrimas de desespero, ela viu que minha pele não era mais humana. Ela me bateu e sentiu que como se tivesse socado um rocha, o terço que antes era abençoado tinha se estraçalhado em seu pescoço e deixado uma marca de queimadura em mim. Ela me olhou com um olhar perdido, ela sentia uma dor agonizante como de uma mãe que perde uma filha, como de um pastor que perde seu rebanho. Era uma dor febril que eu até mesmo conseguia sentir mas eu não conseguia chorar, apenas olhei a cena com descrença.

— O padre te viu hoje mais cedo. Ele disse para o meu marido e eu fui correndo para lá com Lily quando ele me disse, porque eu estava procurando por você! Quando você prometeu que ia nos visitar, eu esperei. Fiz seus pratos prediletos e até dormi no bar esperando que você fosse passar pela porta. Mas hoje, quando fui na igreja eu já não tinha mais esperanças, e então o padre me disse tudo filha. Que você andava sobre as sombras da noite, que viu seus olhos sem vida, os mesmos olhos que eu encarei naquela noite que você esteve no bar. E todo mundo na cidade estava comentando sobre você... Que você dorme com uma mulher... Foi ela, não foi? — Ela faz uma pausa como se esperasse que eu respondesse e depois que não houve resposta ela continuou. — Eu te imploro, Eva, nunca mais volte. Leve sua vida homossexual e demoníaca para longe dessa família. Espero que Deus tenha pena de sua alma algum dia, filha. Eu te amo. — Ela limpa suas lágrimas e entra para dentro de casa batendo a porta. Consigo escutar ela chorando mais e reforçando as trancas da casa como se isso fosse ajudar.

Eu tinha acabado de perder a única pessoa que eu amava nesse mundo. E isso doía mais que a porra do terço em meu braço. Eu não me reconhecia, quem eu era? O sangue de Marie me mudara tanto assim? Olhei para a porta da casa da minha tia pela última vez e eu sabia que ela estava rezando o pai nosso enquanto ficava se ajoelhava na frente da imagem de Jesus Cristo, pedindo para que me enviasse para o inferno de onde eu nunca deveria ter saído.

Essa não era a pior parte, talvez fosse, mas eu não queria pensar sobre ela.

Como eu iria falar para Marie sobre isso?

Como eu deveria explicar para ela que minha tia acha que sou um demônio, que eu tinha matado um homem importante e que agora tínhamos que sair dessa cidade para não amanhecermos com um grupo de religiosos em nossa porta segurando tochas de fogo, prontos para queimar nossa casa e nós duas juntas?

Respirei fundo e deixei a casa da minha tia.

Voltei para o carro nojento do Matheus, queria controlar minha raiva mas eu não conseguia, eu sentia tanta raiva que eu juro por todas as criaturas divinas ou não, que poderia me jogar de um penhasco nesse carro. Mas ao invés disso, mordi meu pulso, o que não foi o suficiente. Mas já me fazia sentir o gosto de sangue de novo, o que me acalmava.

Dirigi de volta para casa. Não tinha como esconder a verdade de Marie, era impossível. Eu já estava suja, o que me incriminava, ela só poderia olhar para mim e saberia toda a verdade.

Estacionei o carro e olhei para dentro de casa. As luzes estavam acesas.

Entrei para dentro de casa e antes que eu sequer tivesse tempo para sugar o ar que estava em volta de mim Marie me jogou água, não qualquer água, água benta.

Na hora meu corpo ardeu, era o mesmo que jogar ácido em um ser humano. Me senti queimando, meu corpo caiu no chão e eu comecei a tremer. Era a sensação de morte, eu estava morrendo. Era isso que eu sentia.

— Você é uma idiota. Que porra você acha que está fazendo?! — Ela cospe na minha cara e eu continuo no chão, sentindo aquela dor terrível que parecia se espalhar pelo meu corpo. Eu até conseguia sentir o meu próprio cheiro queimando. — Me diga. A sua ideia brilhante era colocar a polícia na nossa cola, comer uma loira fodida ou contar para sua família inteira o que somos?

— Loira?... —  Essas são as únicas palavras que eu consigo dizer. Marie arranha seu pulso deixando seu sangue derramar e o levou até minha minha boca. Sem sequer exitar, eu suguei o sangue dela, no mesmo instante, minha pele já não ardia mais, não existia nenhum ferimento, nada. Era incrível, eu nunca conseguiria me acostumar com aquele tipo de coisa. Me levantei e olhei para o seu rosto confusa. Eu não tinha raiva, na verdade, eu queria sentir aquele sofrimento. Eu merecia ele.

— Sim. — Marie tira de trás do sofá a cabeça da garota loira que eu tinha visto mais cedo e joga até mim. O rosto pálido e mórbido da garota vem rolando até parar em meus pés.— Que porra...

— Você quem a desejou mais cedo. Não é?

— Eu desejei matá-la. Não foder com ela.

— NÃO MINTA! — Ela diz tão alto que eu tinha certeza que ela tinha acabado de assustar toda a vizinhança. Ela se aproxima de mim segurando o meu rosto com uma mão apertando com força. — Odeio mentiras. Odeio traições.

— Eu não...

— Temos problemas mais importantes agora. — Ela solta meu rosto olhando com desprezo para o corpo da garota de mais cedo.

— Marie... Me desculpa, eu não sabia quem aquele homem era, muito menos que o padre diria algo sobre mim... — Eu quase imploro para que ela me perdoe.

— Você não se mete. Eu irei resolver as coisas sozinha, como deveria ter sido desde o início. Vou dar um jeito no padre charlatão depois irei dar fim no corpo do defunto antes que a polícia o encontre.

— E a minha tia?

Marie não responde.

Ela pega o corpo da garota loira que estava de trás do sofá e embrulha em um saco plástico preto, depois coloca a cabeça junto e desaparece. Eu não iria perguntar o que aconteceu com ela.

Marie voltou no crepúsculo, o sol estava quase apontando no céu quando ela chegou. Eu não perguntei o que ela tinha feito. Seu rosto estava sereno como se nada tivesse acontecido. Estávamos sentadas do lado uma da outra na cama, ela lia um livro que eu não entendia a língua e eu a observava quieta, tentando adivinhar o que se passava sobre sua mente.

— Temos que ir em um lugar. — Marie diz abaixando o livro e colocando um marcador na página que tinha parado.

— Qual lugar?

— Romenia. Onde minha família mora.

— Você não era dos Estados Unidos? E o que vamos fazer lá?

— Você sempre faz muitas perguntas.

— E você nunca as responde.

— Minha família faz um encontro todo ano no casarão, outros vampiros vão também. É um momento para reestabelecer vínculos.

— E por que Romenia?

— Porque é de onde minha família é. Sem mais perguntas.

Ela se virou para pegar o livro que tinha deixado na escrivaninha e ignora por completo minha existência.

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