Ecstasy

By laursmood

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Camila Estrabao sentia-se completa em seu posto de dançarina e acerca da calmaria de suas vivências, mas inte... More

The Show
Secrets
Truths and untruths

Show me

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By laursmood

Olá leitores quanto tempo... espero que considerem a demora e não desistam da estória, há muitas coisas sobre ela que fico insegura então sempre aceitarei de bom grado críticas construtivas...

Tenham uma boa leitura!

-

Narrador point of view

Um corpo tão frágil sob seus braços, por sua sorte chegou a tempo de a segurar com toda força possível existente em si para que a mulher não caísse ao chão, a via ali naquele exato instante em tempo paralisado, notando detalhadamente o quão delicados eram seus traços, a mulher estava tão perto de si, que era possível a sentir respirar lentamente, sua pele bronzeada a aquele instante tão pálida revestida por toda a dor e cansaço que a consumia.

Lauren prontamente chamou os médicos para que a atendesse imediatamente e a acompanhou até a sala onde estava, no final do corredor onde havia caído, Camila havia tido um desmaio por fraqueza e nervosismo intenso, estava deitada sob a cama do hospital, com os olhos trêmulos sinalizando que iria acordar em seguida, Lauren em momento algum a deixou sozinha, sabia que não tinha ninguém ali que tivesse o mínimo de empatia consigo, se remexeu inquieta ao ve-la abrir os olhos e a fitar em uma imediata confusão.

- Minha cabeça dói... - Foram suas únicas palavras.

- Precisa ficar em repouso, comuniquei seus familiares para que viessem te buscar. - Falou Lauren se levantando e caminhando em direção a janela daquela sala tão clara e sufocante que cheirava a remédios, definitivamente odiava hospitais.

Especificamente as lembranças que a trazia...

- Tudo bem... a quanto tempo fiquei desacordada?. - Seus castanhos se faziam inchados e um pouco avermelhados.

- Alguns minutos, não sei dizer ao certo, logo irá receber alta. - Foi breve.

- Observei a forma como olha para Manuel, sinto como se dividissemos o mesmo desprazer - Falou para a mulher que continuou mantendo sua exata postura de costas para si observando o movimento a fora.

- Não dividimos, você somente o despreza... eu o odeio.

Sua voz se fazia firme.

- Tudo em que o envolve se destrói por si só, não acho que irá entender. - Completou.

- Creio que assim como eu deve ter seus motivos... Me parece ser uma mulher muito boa Lauren, obrigada por ter me ajudado - Disse fazendo sua atenção se voltar a si, riu de canto como se surpreendesse com o relato contraditório a suas palavras.

Havia acabado de dizer que odiava alguém em seu tom mais rudemente sincero e aquela mulher enxergava em si... bondade?

Tamanha ironia.

- Não pode tirar tais conclusões sem ao menos me conhecer... e não precisa me agradecer, me alivio que esteja em bom estado.

- Confesso que por sua postura não entrega tal fato mas é sobre suas ações. - Disse a olhando, seus olhares estavam sendo compartilhados em meio a aquelas palavras.

- O que sabe sobre minhas ações? - Perguntou arqueando sua sobrancelha.

- Um pouco do que vi foi em sua matéria e em seus atos, foi gentil comigo.

A mulher a causava uma eterna análise.

- Leu minha matéria? - intrigou Lauren.

Camila apenas fez que sim com a cabeça.

- E o que achou sobre ela?

- Acho que é uma mulher muito forte por tudo o que passou e admiro o que faz com tamanha influência e privilégios, poderia pensar somente em si mas ajuda ao próximo, e talvez eu não acreditasse até que ocorresse comigo, se não fosse você provavelmente eu ainda estaria caída naquele corredor - Suas palavras a acertaram e a confortaram de forma singela, não era acostumada a ter pessoas que a declarassem admiração por sua... bondade.

A parabenizavam por seus números e lucros. Somente.

Foi a primeira vez em anos que alguém que não fosse de sua família a visse de tal forma, tão humana...

- Admiro também tamanha coragem. - Completou.

- Coragem? praticar motocross não é questão de coragem, até mesmo eu me considero insana por isso quando me cai a fixa do que vivo.

- Não... não digo sobre motocross, digo sobre assumir declaradamente que gosta de mulheres, vivemos em uma sociedade totalmente preconceituosa e sua coragem de amar deve inspirar muitas pessoas que sentem o mesmo que você.

Antes mesmo que pudesse formular uma palavra em resposta que de alguma forma pudesse a agradecer, batidas do lado de fora da porta se faziam cada vez mais intensas...

Se tratava de Óscar, assim que notou que era o homem pediu que entrasse, junto de si havia um casal, assim que Lauren pôde assimilar com cautela seus traços percebeu que eram os pais de Camila, ela era uma perfeita mistura de ambos, mais especificamente de seu pai, onde herdava maior parte de seus traços latinos exuberantemente perceptíveis.

Eles nada falaram, apenas foram as pressas em direção a filha a abraçando e analisando seu estado físico, se demonstravam preocupados ao extremo, sem a menor noção de onde Camila estava, havia saído as escondidas assim que soube do ocorrido pela televisão.

- Meu amor, não nos de um susto assim, nós estamos aqui para você! - Alejandro disse com os olhos marejados por estar junto de sua filha novamente.

Lauren observava quieta a todas aquelas trocas de carinho, a cena era tão linda de se ver que nem se passou por sua cabeça deixa-los a sós, ver Alejandro a lembrava dele... de como era consigo, da bondade e doçura de Mike, se sentiu confortável ao vê-los ali e se permitiu ficar, apenas os observando em silêncio.

- Estou bem papai, eu tive de vir, não era nada do que eu pensava, eu sinto tanto por não poder mudar essa situação... - Disse com a voz embargada.

- Ele ficará bem, não é sua culpa filha...

O homem desviou seu olhar de sua filha direcionando a Lauren que ao perceber a encarada se remexeu inquieta, talvez estivesse os atrapalhando... assim pensava.

- Com licença... - Pediu ao se mover em direção a porta mas parando seguidamente ao sentir um sutil toque. Era sinu mãe de Camila, faziam questão de ter a presença da mulher ali, havia socorrido sua filha. Gratidão era típico daquela família.

Não os incomodava.

- Fique querida... Alejandro e eu gostaríamos de agradecer sua gentileza.

Lauren sorriu sem jeito, não sabia lidar com tamanha informação, pareciam ser tão cuidadosos e amorosos uns com os outros que a cada gesto daquela família se surpreendia de boa forma.

- Não há de quê, e peço a vocês mil desculpas por sair tão as pressas, preciso comparecer a uma reunião de trabalho se me permitam a licença... foi um grande prazer conhece-los- Reverenciou com a cabeça em sinal de despedida e os deu um aperto de mão recebendo um sutil sorriso dos mesmos e se retirando da sala.

Minutos após Camila havia recebido alta, havia ido mais uma vez ao quarto de Shawn vê-lo, Alejandro e sinu esperavam do lado de fora, dariam esse tempo a ela, sabiam que era necessário.

Era definitivo, uma nova etapa de sua vida se iniciava, precisava seguir, jamais o deixaria para trás e sempre buscaria notícias do mesmo, mas precisava ser forte, voltaria para casa e retomaria sua vida mas não perderia as esperanças de que tudo ficasse bem. Pensava no quão difícil seria lidar com toda a distância de alguém que a dias estava tão presente, se aproximou depositando ao homem um breve beijo em sua testa e deixou a sala limpando as lágrimas em seu rosto.

A família passava pela recepção totalmente despercebidos que nem mesmo escutaram que a moça responsável pelo atendimento do local havia os chamado, talvez mais de uma vez.

Mais especificamente chamado...

- Camila! - Falou de tom alto para a morena que rapidamente se virou para ver do que se tratava.

- É você? Me foi deixado um envelope aqui na recepção para ser entregue a uma moça com esse nome e me deram a sua exata descrição. - Completou.

Camila estranhou o fato, mas nada disse, estava tão cansada e com pressa de ir para casa que apenas balançou a cabeça em concordância e pegou o envelope não questionando finalidade alguma do objeto, não havia psicológico para formular nada até então, apenas deixou o local seguidamente sem nem sequer olhar informação alguma.

-

Três horas depois...

" Olá Camila, venho por meio desse envelope para fazer um convite a você e sua família, deixo aqui três tickets para que assistam ao meu espetáculo de motocross que ocorre na semana que vem, soube por meio de meus seguranças que seu pai havia reagido com uma certa surpresa por ter sido eu quem havia a ajudado e que é um fã meu, é apenas um detalhe para que compense minha saída repentina e que me deem a honra de tê-los presente, irei aguardar a presença de vocês, espero que aceitem de bom grado. Os vejo na semana que vem"

Ass: Lauren.

- Oh meu Deus! Camila! - Gritou alejandro em uma euforia contagiante fazendo a mesma descer as pressas de seu quarto para ver do que se tratava.

O homem estava um tanto quanto... besta.

- O que houve papai? - Perguntou em confusão notando seu estado.

- Lauren Christensen nos convidou para assistir ao seu próximo espetáculo de motocross, olhe! era sobre isso... o envelope.

A mesma se aproximou confusa com a informação, tomando de seu pai aqueles papéis e vendo com seus próprios olhos, era tudo tão bem feito e detalhado em uma perfeita escrita que a deixou um tanto... admirada.

- Eu estava tão nervoso por você e ouvi que Lauren Christensen havia a ajudado e eu perguntei se era a mesma em que eu estava pensando e quando me confirmaram minha admiração por sua pessoa aumentou ainda mais, ela socorreu minha filha, eu não poderia ser menos fã dessa mulher agora - Disse o homem em estado emotivo.

Não estava alegre para eventos, sua vida era tão monótona e a aquela altura não sabia mais sobre por onde seguir, mas era inegável a alegria de seu pai... O via tão contente pelo convite, era significativo para si, se sentia grato e admirado.

Decidiu silenciosamente que pensaria na ocasião.

Camila ainda estava exausta por tudo e não sabia como estaria na próxima semana, tudo em si era incerto, havia feito um afastamento daquilo que mais amava fazer, sentia uma tremenda falta de suas meninas, havia conexão existente em si não somente com o que executava tão bem mas também relacionado a suas alunas.

- Eu não sei papai... eu realmente não sei.

- Compreendo que esta em uma dor tremenda, e é decisão sua esperar, não comandamos no que nos dói o coração não é? mas comandamos a forma em que lidamos com a dor, não peço que não a sinta porque isso seria impossível mas peço que se for decidir esperar por um amanhã melhor, comece por se permitir viver novamente, é tão jovem e bela para se martilizar desta forma. - Disse a tomando a mão em uma leve carícia.

Se permitir viver novamente...

Tentar...

Escolhas.

-

Uma semana depois.

Mendescross

A mulher olhava admirada para tudo a sua volta, toda a decoração presente. Celebravam naquele dia a importância da mulher em modalidades, Lauren fazia questão de que tudo saísse em homenagem naquele dia, não para si mas para todas as outras quarenta mulheres que fez questão de colocar em pista para que mostrasse para o público suas capacidades, não havia declarado nem deixado pistas sobre o diferencial em ocasião naquela noite, apenas havia feito a todos um convite normal e todos os ingressos seriam comprados sem declarações do que havia por trás, era como todos os outros. Adorava pensar na possibilidade de todos ali torcendo para as quarenta pilotos que estariam presentes.

Não correria naquela noite pois não queria atenção alguma sobre sua imagem, não era de sua intenção se vangloriar, seria apenas mais uma telespectadora assistindo a um espetáculo pela arquibancada. Independente de quem levaria a medalha, todas venceriam em conjunto, não queria que se tratasse de competição mas sim de uma vitória coletiva.

Tinha como grande ídolo Ashley Fiolek, uma ex-piloto profissional de motocross americano e dublê. Ela competiu no AMA Motocross Championships de 2008 a 2012. Fiolek é uma mulher culturalmente surda e se comunica através da linguagem de sinais americana e foi quatro vezes campeã nacional de motocross feminino da AMA.

Aquela representatividade incluía também diversas outras mil causas que como o exemplo de Ashley obtinham grande influência no motocross feminino.

" Sabe... um dia desejo te ver inspirando outras mulheres e dando a elas a oportunidade de chegarem onde você chegará, daqui anos irei te assistir tomando tudo aquilo que um dia foi meu com todo orgulho do mundo pois sei que com tua força de mulher será ainda maior do que eu fui, Lauren. Quero que isso seja feito por você pois tem seu lugar de fala nisso e imagino o quão grande será, eu vejo o teu futuro ainda mais promissor do que o meu foi, chegará onde nem mesmo eu poderei, minha doce guerreira. "

Se recordar daquelas palavras citada por seu pai em uma entrevista quando o perguntaram sobre qual recado daria a sua futura piloto a emocionou grandemente, estava ali como ele disse que estaria.

Havia acompanhado as mulheres até a pista até que cada uma se pusesse em suas posições até ser dada a largada.

- Tudo o que construo aqui hoje não é sobre benefício próprio, quero que todas vocês se sintam bem e inclusas, sabemos o quão difícil é correr tanto perigo e lutar contra o preconceito pelo que praticamos, hoje não será sobre competição, porque não somos nós umas melhores que as outras e sim melhores em conjunto, se trata de celebração, de mostrarmos quem somos, que a nossa adrenalina em pista nos renove a cada dia mais.

Foram suas palavras até as deixar a sós em pista.

-

music on* fighter by Christina Aguilera

Estava frio naquela noite e as botas grandemente chamativas da mulher ecoavam pela entrada do local, trazendo junto de si, especialmente em seu lado esquerdo a figura mais assumidamente boba que ja havia visto em toda sua vida, já em seu direito a figura feminina que continha o riso de toda a situação, estavam presentes em uma felicidade compartilhada.

A morena podia sentir que o passar dos dias havia cessado uma dose a mais de sua dor para que se permitisse estar ali...

Rumo a arquibancada avistando o local aparentemente preenchido por completo julgou não haver nenhum disponível para que se sentasse.

Até que pode sentir um breve toque em seu ombro que a fez se virar rapidamente.

Era um segurança do local.

- Pois não senhorita me permita que eu os acompanhe até um lugar disponível para se sentarem.

Camila apenas concordou sinalizando a seus pais que o seguissem. Era uma área coberta de difícil visualização dos demais, soava mais como um ambiente específico a sócios e familiares dos pilotos, Camila se admirava em saber que a mulher havia os cedido algo tão modesto, em outra ocasião talvez negaria aceitar tamanho convite mas observava como sua família estava feliz, em seus tempos mais dedicados a suas aulas jamais conseguiria os proporcionar tamanha alegria e estar presente ao mesmo tempo. Não havia voltado a sua rotina de trabalho ainda...

- Olhe os pilotos já estão quase saindo - Falou o homem ao ouvir o ronco dos motores ecoarem pelo local.

Camila olhou intrigada para a pista notando algum diferencial em questão ao observar cada piloto presente lado a lado.

- Há algo errado... não nota? - Perguntou a seu pai

- O que estaria errado?

- Os pilotos, olhe... não vejo o número oito. - Respondeu breve.

- Tem razão... será que ela não vem? -
questionou Alejandro.

Camila notou a seu lado um telespectador um tanto quanto inquieto, com traje de moletom todo revestido em preto e capuz deixando seu rosto imperceptível, totalmente silencioso com a cabeça baixa... Observou seu sutil movimento em levantar a manga deixando a mostra a parte interna de seu antebraço com uma pequena mas significativa informação no desenho que o compunha.

Um belíssimo dragão se interligando em sua própria calda em forma de oito. Havia se recordado de que era o mesmo dragão que estava presente nos tickets.

Fitou a informação como se tentasse formular o que desvendaria em poucos segundos. Era confuso mas certeiro.

- Você... - Recitou.

- Incrivelmente boa em charadas. - Falou em tom rouco relativamente baixo a fazendo sorrir negando com a cabeça. Os pais de Camila estavam tão admirados com toda a visão que não notavam o que estava acontecendo.

- Por que está aqui e não lá? - Questionou

- Apenas assista...

3...

2..

1.

A partida havia se iniciado.

Todas as pilotos corriam lado a lado em frequências semelhantes. Todos gritavam e se agitavam ao ver as chamas aos cantos da pista se acenderem a cada novo trajeto, era tudo minimamente pensado que se tornava simplesmente fascinante...

A piloto de número seis havia feito uma manobra inédita se destacando das demais. Havia executado o famoso heart attack, significado dado a quando o piloto inclina seu corpo para o alto, podendo chegar a ficar perpendicular á moto e esticar a cabeça.

Era uma manobra perigosíssima onde poucos conseguiam executar com tamanha maestria como havia sido, por tamanho impulso ao salto havia dificultado a passagem das demais pilotos a sua frente.

- Essa só pode ser Lauren, olhe como é Incrivelmente boa - Disse Alejandro fazendo a mesma segurar o riso.

Camila também achava graça de toda a situação o olhando em tamanha agonia ao tentar descobrir qual dos pilotos presentes ali seria Lauren.

Duas, três ou até mesmo mais pilotos haviam tentado ultrapassar a até então campeã, a de número dez por sua prosseguia mais próxima em um zig zag frenético levantando poeira de modo em que todos se agitassem. Não haviam outras hipóteses de uma suposta vencedora a não ser ambas.

- Oh não papai veja como essa também é boa, talvez ultrapasse Lauren assim - Ironizou fazendo a sorrir baixo enquanto o homem se prendia a ponto de não notar seu tom cômico.

- Lauren Christensen nunca perde. - Foram suas últimas palavras até notar que haviam poucos metros da chegada.

Dez e seis corriam juntas em uma disputa feroz sobre quem iria se ultrapassar, até que a de número dez em um rápido gesto de seguir em pé na moto pelo trajeto fez com que todos se surpreendessem visto que seguido disso a número seis também havia se levantado.

Ambas lado a lado em menos de três metros da chegada estavam em pé juntas e em um ato clemente se dando a mão em um seguro aperto fazendo a multidão gritar em euforia e confusão ao ver que haviam ultrapassado a linha juntas.

Haviam decidido de ultimato que venceriam lado a lado. E assim havia se encerrado aquela partida.

Todas as pilotos haviam se colocado lado a lado em cima de suas motos tirando seus capacetes revelando a todos suas identidades os chocando em demasiado positivamente.

- Isso foi simplesmente magnífico - Disse Camila ainda maravilhada com o ocorrido se virando em seguida visualizando a mulher a fitando sem dizer nada, se remexeu inquieta até que seu pai prosseguisse com a fala quebrando aquele momento.

- Faltou Lauren é claro mas tirando isso foi tudo perfeito...

- Senhor Alejandro creio que não deva ter notado mas estou bem aqui ao canto esse tempo todo... - Disse a mulher acenando para o mesmo que a olhava incrédulo de tal fato.

- Oh meu Deus nem mesmo eu percebi... creio que estamos velhos demais para eventos como este Alejandro. - Disse sinu por sua vez desencadeando mais sorrisos das mesmas que achavam simplesmente cômica toda a situação.

Em um determinado momento os pais de Camila haviam saído do ambiente julgando estarem famintos as deixando a sós em um completo silêncio até que Lauren o quebrasse.

- Eu estou tão orgulhosa por hoje mas sabe quando tudo o que queria era estar fazendo exatamente aquilo que ama? Não sei a que ponto isso pode se tornar egoista de minha parte... - Proclamou em uma espécie de desabafo para a mulher que foi atingida em cheio em um de seus maiores pontos fracos... claro que a entendia, estava a dias longe daquilo que mais a realizava.

- Não acho que seja egoísmo, é apenas um desejo intimo seu de fazer o que se ama, eu posso compreender muito... - Disse observando o local se esvaziar aos poucos, mantinha pouco contato visual com Lauren, já havia a visto frágil uma vez não gostaria que soasse infeliz estar ali, demonstrar em seu olhar certa tristeza poderia soar como ingratidão e não desejava isso... havia se permitido sorrir como não havia feito em dias...

Era grata por isso. Se não fosse seu convite possivelmente estaria em seus lamentos contínuos de sempre.

- Há algo que também ame fazer? - Perguntou em tom calmo, não soava inconveniente para si, apenas estava reflexiva sobre o assunto.

- Sou dançarina, em todas as vezes em que me vi em afastamento do que faço fui incompleta em todos os dias, e estou me sentindo assim. - Foi breve.

- Vai voltar Camila, não sou fã de acreditar cegamente em destinos mas talvez se exista, nosso amor pelas coisas nos unem a elas independente do tempo ou espaço em que elas acontecem, voltará para o que ama no momento em que estiver preparada. - Aquilo a fez finalmente quebrar o afastamento de seu olhar para encará-la, a entendia... também amava o que fazia, se fosse por dinheiro já teria desistido a muito tempo visto que o que possua a impossibilitaria de viver qualquer rastro de uma vida miserável em muitas décadas.

Pensar naquele fato a causava... admiração.

- Onde pratica suas aulas? - Perguntou

- Na UV Latin Dance Academy.

- Ótima escola... há muitas diversidades que exploram lá não é? - Sua atenção surpreendeu Camila, não era de seu costume alguém se interessar em seus assuntos, era uma simples dançarina.

- Sim... há desde ballet á jazz, mas treinamos em grande escala valsas em específico, eu apenas programo os passos e os coloco em prática... nada demais. - Completou.

- Há uma tamanha criatividade no que faz, não é como se tivesse um roteiro pronto em mãos, você mesma os monta e os executa, isso é fascinante... caso algum dia eu precise de uma dança sei onde procurar- Mencionou a fazendo elevar sua sobrancelha em certo... espanto.

Camila capturou sua bolsa como se procurasse algo, seguidamente dando a mulher ao seu lado um cartão com seu nome e contato profissional.

- Tome... caso precise.

Ela aceitou de bom grado colocando o mesmo em seu bolso.

Os pais de Camila haviam voltado e a chamado para irem embora pois o tempo estaria chuvoso e não queriam ter complicações em sua volta visto que Miami era um tremendo caos todo o tempo, a família havia se despedido de Lauren e minutos após estavam no conformo de seu lar. Camila havia terminado sua noite com um sentimento esperançoso após a conversa que tivera com aquela de olhos tão atentos ao que falava, foi uma ótima companhia e apreciava aquilo em seus pensamentos antes de adormecer.

Já em outro ambiente, em uma realidade paralela, certos olhos esmeralda se prendiam ao teto como de costume em suas noites de insônia, havia pensado talvez vezes demais em meio as conversas com a latina em como alguém como Camila se interessaria por Shawn... não que considerasse beleza um ponto principal mesmo que estivesse claro diante de si que era uma bela mulher... apenas sabia que era um garoto mimado em que vivia as asas de seu pai, apreciava a família de Camila e não imaginava como um povo tão bom se encaixaria junto de Manuel, um ser tão prepotente e arrogante...

Permitiu-se adormecer aquela noite com um último pensamento existente em si.

"Seu sorriso era assustadoramente lindo"


-

Os vejo no próximo capítulo...

Twitter: @saivtorw

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