Feverish And Sour - Jikook

By Melzinha632

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Médico┊𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢𝐝𝐚 Park Jimin é ótimo em cuidar das pessoas, mesmo quando não consegue evitar que sua... More

Avisos e Cast
1. Um: Prólogo
2. Dois
3. Três
5. Cinco
6. Seis
7. Sete
8. Oito
9. Nove
10. Dez
11. Onze
12. Doze
13. Treze
14. Quatorze
15. Quinze
16. Dezesseis
17. Dezessete
18. Dezoito
19. Dezenove
20. Vinte
21. Vinte um
22. Vinte Dois
23. Vinte três
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4. Quatro

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By Melzinha632

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Nos capítulo anteriores vimos que Jimin e Jungkook vivem em pé de guerra. Também vimos que Jimin foi transferido do hospital Deoksu em Seul para o hospital Gimoon numa cidade chamada Naei-dong. Agora veremos como foi essa mudança e o que vai acontecer no novo hospital.

Boa leitura a todos!
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A viagem de carro de Seul a Naei-dong durou quase 4 horas, um pouco menos se você tivesse a sorte de não pegar tráfego. O domingo havia chegado mais rápido do que Jimin havia planejado, passando a semana inteira arrumando sua papelada, seu apartamento, mas em algum momento daquela semana, enquanto ele arrumava suas coisas e percebeu que a mudança era real, ele aceitou. Um pouco, pelo menos.

O que ele temia aconteceu. Houve uma comoção e comentários incrédulos e raivosos e a maioria das enfermeiras que trabalhavam no pronto-socorro decidiram pedir demissão, mas para sorte de Jimin, ele não estava sozinho. Sentado ao lado dele, Taehyung permanecia olhando para o cenário à sua frente movendo e desaparecendo conforme eles se moviam, dando lugar a lugares onde nunca haviam estado e prometendo algo que ainda não tinham certeza, abraçando-se em sua jaqueta jeans. Percebendo que ele estava com frio, Jimin fechou a janela no mesmo segundo. No banco de trás, Hoseok cantarolava "omg, so what? - NIve", que estava tocando no rádio.

Já passava das 9h e eles haviam acabado de voltar para a estrada depois de uma rápida parada para comprar um café, chegando finalmente na metade do caminho. Jimin, de fato, precisava de litros de café, do jeito que seu corpo sempre se recusava a acordar cedo. No porta-malas, malas cheias de suas vidas, no banco da frente, um Jimin tentando silenciar sua mente.

- Eu sinto muito.

Era a terceira vez que Jimin dizia isso desde que os três entraram no Hyundai Tucson preto, e ele não tinha intenção de dizer de novo, mas seus dedos começaram a apertar o volante com força novamente. Taehyung deu um tapinha carinhoso em sua coxa e colocou a mão sobre ela antes de tirar o telefone do bolso. Hoseok, por outro lado, estalou a língua.

- Nós já dissemos que você não tem motivos para se desculpar, Jimin-ah. - Hoseok estava sorrindo e puxou levemente o cabelo da nuca de Jimin, fazendo-o resmungar. - Hum? Ficaremos bem. Temos um ao outro.

- Eu sei, mas me sinto culpado do mesmo jeito. Eu deveria ter feito alguma coisa, feito mais.

- Mas não havia nada que você pudesse fazer. - Taehyung o assegurou com uma voz suave e levemente sonolenta. - Chungho não dá a mínima para o pronto-socorro. Deveríamos nos surpreender se ele nem abrisse mais o lugar?

- Esse é o meu maior medo agora. - Porque realmente era. Jimin estaria mentindo se dissesse que não passou noites pensando nisso. - Três meses parece uma desculpa esfarrapada.

- Mas são apenas três meses. - Hoseok tentou e seu tom era esperançoso. - Só precisamos ficar aqui por três meses. E não vamos desistir. Chungho é um babaca, mas colocamos nosso suor naquele lugar. Então voltaremos.

- Estamos nessa merda pelo resto da vida. - Taehyung confirmou, dramaticamente.

- Isso soa um pouco extremo.

Um silêncio veio e se estendeu. Os documentos diziam explicitamente que os três enfermeiros, incluindo o Dr. Jungkook, foram transferido para Hospital Gimoon por três meses, com possibilidade de prorrogação, se necessário. Depois disso, nenhum deles tinha ideia do que aconteceria com seu trabalho. Ou com o departamento de emergência. Um passo de cada vez, Park Jimin. Respire. Mas merda, ele estava pensando demais nisso de novo.

- Ei, Jiminie. - Hoseok riu porque Jimin estava resmungando novamente, quase inconscientemente. - Sabe do que precisamos? Uma distração. O picante e interessante.

- Devo me preocupar? - Taehyung brincou.

- Shh. O que vamos apostar desta vez?

- Aqui vamos nós...

Jimin tentou protestar, mas na verdade estava segurando o riso. Havia aquela coisa em Hoseok que tornava impossível não tornar o dia de alguém melhor. Ele fazia de tudo para deixar qualquer lugar mais leve, com sua risada alta e alegre, comentários positivos e elogios na ponta da língua. Por isso, e por ser bom no que fazia, era um enfermeiro perfeito. Talvez ele fosse exatamente o que Gimoon precisava naquele momento, mesmo que fosse exatamente o que ele havia dito a Taehyung e Jimin dias atrás, quando Jimin disse a ele que eles haviam sido transferidos. Poucas coisas tornavam aquela bagunça mais leve e Jimin agora estava rindo com dois deles.

- Devo lembrá-lo que Jungkook estará lá também? - Hoseok apontou, sua voz cheia de humor.

Sabendo exatamente para onde aquela conversa estava indo, Jimin revirou os olhos antes mesmo de Taehyung começar a rir.

- Oh merda, eu esqueci disso por um momento. Por que você acha que ele vai também?

- Para ficar de olho em nós. O que mais seria?

Jimin continuou se culpando, mas toda vez que colocava os olhos em Jungkook durante aquela semana, ele tinha que morder a língua. Se ele estava nessa estrada agora, era culpa daquele bastardo. Jungkook ainda teve coragem de perguntar a Jimin, naquele tom passivo-agressivo que só ele tinha, 'se ele estava animado para sair dali'. Jimin estava saindo de uma hemorragia externa e Jungkook parecia um alvo melhor para as gazes cobertas de sangue que carregava do que para o lixo. Se ao menos ele pudesse fingir que Jungkook não existia, mas agora os dois teriam que se forçar a se aguentar por três meses. Deve haver algo errado com a sorte de Jimin porque era inexistente.

- Eu não sei. É estranho. - Taehyung falou novamente, a diversão escondida em uma expressão dramática de seriedade. - Ele ferra com a gente, com Jimin especialmente, mas ele ainda o chama de 'amor' o tempo todo.

- Isso é o que eles chamam de flertar com o inimigo.

- Eu juro que se vocês dois continuarem conversando eu vou parar este carro e jogar vocês dois para fora.

- Grosseiro.

E eles provocavam um ao outro e riam de suas preocupações. Jungkook flertando com ele? Oh não, você teria que ver de longe para pensar algo assim, porque de perto, Jungkook era completamente frio. Elw olhava para Jimin sem nenhuma expressão e quando havia, era de desgosto. Ele havia chamado Jimin de 'trabalho desagradável' uma vez. E quando os dois estavam no ensino médio, Jungkook começava aquele jogo estúpido de encarar só para perguntar minutos depois 'o que você está olhando, Park Jimin?'. Jimin poderia apostar dez dias de folga que Jungkook o odiava.

Ainda assim, Jimin agarrou o volante com força novamente. Várias razões desta vez.

Naei-dong era uma vila com população pequena, prédios antigos e onde provavelmente todos se conheciam e Jimin já podia ver idosos andando pelas ruas e crianças correndo, o dia ensolarado e frio emoldurando o que ele agora teria que se acostumar vendo todos os dias. Saindo do carro de jeans e suéter cinza, Jimin viajou antes mesmo de pensar em comprar um casaco mais quente. Ele deu uma boa olhada no prédio de tijolos marrons que abrigava o complexo de apartamentos onde eles ficariam. Era um dos poucos complexos ainda disponíveis na cidade e Chungho havia se gabado de como ele cuidou bem das coisas e de como o trio deveria estar agradecido. Besteira.

- Todo mundo com suas chaves? - Hoseok, certificando-se de ter o seu próprio, espelhando o movimento dos outros dois que confirmaram. - Onde está Jungkook afinal?

- Não chame esse nome. - Jimin alertou. - Ele pode acabar aparecendo.

Taehyung e Hoseok ficaram no primeiro andar e Jimin, com a chave do apartamento 302 na mão, subiu para o terceiro andar, bocejando de vez em quando. No momento em que colocou a mala de lado e ia abrir a porta, viu o próprio Jungkook se aproximar, todo vestido de preto e arrastando a própria mala, parecendo prestes a roubar doces de crianças e pisar em inocentes.

Então o desagrado de Jimin lentamente se transformou em alarme quando ele percebeu que Jungkook estava indo em direção ao apartamento 301.

- Você deve estar brincando comigo. - Jimin falou baixinho, uma risada sem humor escapando de seus lábios.

- Parece que seremos vizinhos de novo, amor. - Jungkook estava gostando da expressão no rosto de Jimin.

Para Jimin, parecia que ele continuava sendo punido. Como se não bastassem todas as vezes insuportáveis ​​que esbarrou com Jungkook pelos corredores do hospital, cenário que muito provavelmente se repetiria, agora ele teria que tolerar o risco de encontrar o homem recém acordado pela manhã ou completamente exausto no final do dia. Merda de azar.

O quarto era simples, com móveis de madeira e uma pequena cozinha, mas Jimin não era exigente. Na verdade, tudo o que ele fez foi rastejar para baixo do chuveiro e depois cair na cama, adormecendo quase imediatamente, mas, como sempre, incapaz de dormir direito. À noite, vestindo um moletom largo, ele saiu pela porta do apartamento em silêncio e desceu para o apartamento de Taehyung, onde ele, Taehyung e Hoseok dividiram quatro pacotes de ramyeon. Taehyung, riu alto quando Jimin disse que havia apenas uma parede separando-o de Jungkook. Hoseok queria apostar em quem seria o primeiro a sair do fundo do poço e deixar todo o prédio louco. Jimin não tinha argumentos contra isso.

Na manhã de segunda-feira, o relógio mal marcava 6 horas da manhã e o sol ainda nem havia nascido quando Jimin acordou com barulhos vindos do apartamento ao lado. Ele não conseguia nem imaginar o que Jungkook estava fazendo, sons aleatórios ultrapassando-o e atingindo-o exatamente onde ele era mais sensível. Os 20 minutos restantes de sono foram desperdiçados porque ele estava furioso, olhando para o teto branco enquanto esperava, procurando seu telefone na mesa de cabeceira, seu cérebro mal acordado. Então a parede parecia inexistente porque de repente Jimin podia ouvir o som de talheres contra a louça e, numa raiva sonolenta, teve a ousadia de procurar o número de Jungkook, mandando uma mensagem na conversa privada.

Jimin [6:12 AM]
Por que diabos você está fazendo tanto barulho?

Em resposta, um ruído ainda mais alto. Propositalmente.

[...]

Gimoon Hospital era e não era o que Jimin esperava ao mesmo tempo. Esperava o prédio de quatro andares localizado bem no centro da cidade, que parecia implorar por uma reforma, pois havia feito algumas pesquisas antes da viagem. O que Jimin não esperava e definitivamente a pior parte era o quão lotado o lugar estava. Todos os assentos da sala de espera estavam ocupados, os visitantes discutiam, mas foi quando Jimin entrou pelas portas de vidro duplo, com Hoseok e Taehyung bem ao lado dele, que ele se deparou com o verdadeiro caos. A sala de emergência de paredes brancas com 10 leitos separados por cortinas verdes estava totalmente ocupada. Apenas duas enfermeiras estavam por perto, uma delas simplesmente encostada na longa mesa no outro extremo, parecendo entediada como se não houvesse um homem sangrando bem na frente dele.

- Merda. - Taehyung respirou, olhando para a cena da mesma maneira atordoada que Jimin.

Havia tantas pessoas parecendo que nem haviam sido questionadas sobre o que havia acontecido, nervosas ou chorando, que Jimin não deu a mínima se ele ainda não estava de uniforme. Pronto para tirar o paletó, já dando um passo a frente, Jimin foi interrompido quando uma figura emergiu do local. No jaleco branco, "Dr. Kim Namjoon" e ele era exatamente quem eles deviam estar procurando.

Parecendo cansado e um pouco perdido, Namjoon era todo alto e os cabelos escuros contrastavam com a armação preta de seus óculos que não escondia o olhar penetrante que ele tinha. Ele era bonito e tinha um sorriso amigável ao se aproximar.

- Bom dia. Você deve ser de Deoksu.

- Ah sim. Sim. - Hoseok sorriu de volta, os quatro trocando pequenas reverências. - Jung Hoseok.

- E você deve ser Kim Taehyung e Park Jimin. - Levantando as sobrancelhas, Jimin ficou impressionado por ter acertado em cheio. - Eu sou Kim Namjoon. Médico de emergência e diretor temporário aqui. Bem-vindo à bagunça.

E ele estava sendo gentil.

- O que exatamente está acontecendo? - Taehyung perguntou.

- É... vamos sair primeiro. Vou te mostrar onde estão seus uniformes.

Então Namjoon os levou para fora da sala, seguindo pelo corredor até apenas duas portas de distância. Atrás de um deles, uma sala de descanso que lembrava muito o hospital Deoksu, com um grande armário de onde Namjoon tirava batas verdes da mesma cor das das cortinas.

- Mais ou menos um mês atrás, o ex-diretor renunciou e faz muito tempo que não temos um diretor que fica por muito tempo. - Começou Namjoon. - Fui escolhido após uma votação não muito democrática. Eu tive que assumir, mas antes disso ele já tinha deixado uma bagunça de merda aqui para eu consertar. Equipamentos quebrados, salas fechadas, nosso pronto-socorro nem funciona mais de noite ou madrugada porque não temos pessoal para cobrir o plantão.

- Você está falando sério? - Jimin ficou atordoado e nem tentou esconder. - E o que acontece com quem precisa de cuidados?

- Eles precisam viajar para as cidades vizinhas. Estou tentando, mas para conseguir qualquer coisa para este hospital é só papelada e papelada e quase tudo que eu peço está sendo negado. Eu nem sei como consegui a ajuda de vocês, mas estou feliz por ter feito isso.

Apertando o uniforme contra o peito, Jimin mal havia notado que eles seguiram Namjoon para fora da sala enquanto conversavam, quando teriam que ficar e se trocar. Era tudo tão absurdo, tudo que Jimin mais odiava ver funcionando em um hospital, que não conseguia entender como ninguém tinha vindo ajudar ainda.

- Que porra é essa. - Hoseok tinha uma carranca no rosto. - Quem está causando tudo isso?

- Tem algo a ver com Song Chungho? - Jimin arriscou, incapaz de se conter.

Desta vez, Namjoon deu um sorriso cansado.

- Bingo.

- E quanto a Jeon Jungkook?

A pergunta de Taehyung mais curiosa do que qualquer outra coisa deixou Jimin imóvel. Ele olhou para Namjoon, esperando por uma resposta, de alguma forma esperando ouvir algo ruim e ainda apreensivo com a perspectiva. Ele podia esperar ouvir que Jungkook havia causado tudo isso também. Que ele também era o culpado por toda aquela merda. Ele não ficaria surpreso, mas ainda assim, Jimin estava apreensivo. Ele não poderia esperar nada diferente. Poderia?

- Jungkook, na verdade...

Mas Namjoon não terminou a frase porque no exato momento em que se virou, Jungkook estava se aproximando do corredor. Ele estava vestindo jeans, uma jaqueta preta e uma camisa preta com o logotipo do reator arc do Homem de Ferro, mochila pendurada no ombro, cabelo preto caindo suavemente sobre a testa e Jimin queria um pouco, só um pouco, sorrir com a cena. Mas no momento em que seus olhares se encontraram, o mundo pareceu girar mais rápido, desconfortável, nauseante, pesado de sentimentos abafados.

- Jeon Jungkook, prazer em finalmente conhecê-lo. - Namjoon o cumprimentou calorosamente e Jungkook devolveu o aperto de mão.

- Da mesma forma, Namjoon-ssi.

- Então, - Namjoon colocou os óculos de volta no lugar, um sorriso malicioso mostrando suas covinhas. - preciso voltar no ER* (*emergency room. Emergência, ponto socorro) agora, mas espero poder mostrar a vocês o hospital mais tarde. E enquanto estamos todos aqui, o ER precisa de apoio, mas também precisamos na ala de adultos.

- Eu posso ir, sem problemas. - Hoseok ofereceu prontamente.

- Ótimo. Taehyung e Jimin, para ER então?

- Conte conosco. - Taehyung piscou dramaticamente e Jimin sorriu tanto com isso quanto em confirmação para o homem na frente dele.

- E Jungkook, estamos precisando de apoio na ala de adultos, mas ouvi dizer que você trabalhou no pronto-socorro também...

Ficou claro o que Namjoon estava pedindo e um silêncio se estendeu. Jimin olhou para Jungkook desta vez enquanto processava o fato de que Jungkook também havia trabalhado na mesma área que ele e ele não tinha ideia. Mais do que isso, Jimin ficou intrigado com a expressão no rosto de Jungkook, que piscou algumas vezes e, embora não tivesse sorrido, seu olhar claramente endureceu, mesmo que sutilmente. Quando ele falou novamente, sua voz estava sem emoção.

- Sinto muito. Não trabalho mais no pronto-socorro.

- Tudo bem. Sim. Claro.

Não havia tempo para pensar em mais nada. Jimin não teve tempo de analisar o quão estranho era aquele momento, pois nos segundos seguintes, barulhos de comoção e vozes alteradas e altas encheram a sala até alcançá-los.

- O que...

Jimin se trocou rapidamente e quando os quatro voltaram apressadamente para o ER, ele não precisou olhar para trás para saber que Jungkook não os estava seguindo. No centro da confusão estava uma mulher parada perto da entrada, segurando nos braços uma garotinha que parecia pálida demais para não se preocupar. Jimin se aproximou rapidamente, usando luvas, notando que era a mulher que gritava seu desespero, lágrimas grossas escorrendo pelo rosto.

- Já disse que fui a primeira a chegar. Cheguei às 4 da manhã. Minha... minha filha... Você pode fazer algo de uma vez?

Ao lado dela estava aquela mesma enfermeira que Jimin tinha visto antes, parecendo nem um pouco chateada ou alarmada com a cena, muito pelo contrário, ele estava olhando para a mulher como se ela não passasse de um grande incômodo.

- E nós já dissemos que temos outros pacientes na sua frente, então...

- Eunsoo-ssi, afaste-se, por favor. - A voz firme de Namjoon teve um efeito imediato.

- Olá. - Taehyung se aproximou desta vez, a voz gentil enquanto seu olhar astuto observava a situação. - O que aconteceu?

- Ela está com dor. - Ficou claro que provavelmente era uma mãe, pela forma como sua voz era selvagem e carregada de emoção nervosa, seus braços apertando a garota com força. - Eu não sei... apenas...

- Está tudo bem. - Jimin a assegurou quando uma maca foi colocada ao lado deles. Sem perder tempo, ele fez menção de pegar a menina, o que a mãe prontamente permitiu. - Tudo vai ficar bem. Vamos levá-la agora.

- Você pode nos dizer o que aconteceu? Quantos anos ela tem? - Taehyung estava tentando reunir as informações de que precisavam e acalmá-la ao mesmo tempo, o que não era uma tarefa fácil.

- Ela tem oito anos. Ela tem sentido dor por alguns dias, mas... mas já passamos por isso. Ela tem doença falciforme. Eu dei a ela os remédios, mas a dor não estava indo embora. Ela só piorou...

Ouvindo isso à distância, Jimin observou Namjoon começar a tomar seus sinais vitais, procurando por sinais de infecção ou desidratação e todos estavam lá. Olhos arregalados e assustados, a garota estava pálida, os lábios secos, o rosto coberto de suor grudado nos cabelos escuros na testa.

- Precisamos de um hemograma completo. - Afirmou Namjoon, verificando sua saturação de oxigênio, um olhar agradecido para Jimin.

E quando a garota viu a seringa de plástico que Jimin estava preparando, seus olhos se arregalaram ainda mais, mexendo-se em um choro silencioso.

- Shh. Está tudo bem. Sooah. - Jimin usou o nome dado e ela ficou alerta por um segundo antes de reclamar novamente.

- Eu não quero...

- Eu sei. Serei rápido, prometo. Olhe para isso. Diga-nos quanta dor você está sentindo agora. - Jimin deixou na mão dela uma pequena escala para avaliar a dor com carinhas coloridas que ele havia encontrado em uma das gavetas e antes que Sooah pudesse responder, Jimin já havia perfurado a veia e se preparado para coletar o sangue. Hiperestendendo seu pequeno punho, ele extraiu sangue arterial quando Sooah começou a se mexer novamente. Ela havia indicado que estava sentindo a dor número 9, a penúltima cara triste, o que não era um bom sinal, embora não fosse surpreendente dada sua fisionomia.

- Vamos com analgésicos intravenosos e hidratação por enquanto. Ela não teve febre, o que é um bom sinal. Vou falar com a mãe dela. - Namjoon considerou, tirando as luvas.

- Deixe o acesso venoso comigo. Os materiais estão aqui? - Taehyung estava de volta.

- Eu vou... - Então, quando estava se afastando, Jimin sentiu uma pequena mão segurar seu dedo indicador, parando-o, e um sorriso tranquilizador lentamente apareceu em seus lábios. E ele acabou ficando mais 5 minutos.

As coisas estavam longe de boas naquele hospital. Cercado por isso, Namjoon estava lutando para consertar as coisas, mas Jimin podia ver claramente o quão cansado ele estava, como as coisas pareciam fora de seu controle. Ele refletiu sobre como provavelmente Namjoon não queria essa posição, mas ainda assim a assumiu por causa do hospital e o admirou um pouco mais. Ele até pensou em Jungkook, mas descartou o pensamento imediatamente, tentando ignorar seu incômodo pelo fato de que ele havia se recusado a ajudar tão pronta e inabalavelmente. No meio da tarde do primeiro dia, Jimin preparou um café forte, entregando-o a Namjoon e Taehyung sem dizer uma palavra enquanto tomava seu próprio café.

Nada se acalmou no restante daquele dia e nos três dias seguintes. A maioria dos casos eram condições dolorosas que precisavam de uma investigação cuidadosa, mas ocasionalmente apareciam casos de trauma, causando muita perturbação. Foi depois de uma dessas que Jimin descartou suas luvas cobertas de sangue, quando Seo Boyoun, a enfermeira loira brilhante que também ficou no pronto-socorro, proferiu um pedido de apoio, com a voz cheia de humor.

- Oh garoto... Cama 1 perdeu o acesso novamente. Alguém com mãos mágicas aqui?

- Jimin-ah.

Taehyung chamou e passou carregando lençóis para deixar na lavanderia, rindo quando viu Jimin revirar os olhos porque Taehyung gostava de chamá-lo de mãos mágicas desde anos atrás, quando os dois estavam na faculdade.

Jimin sentiu-se um pouco nostálgico enquanto se dirigia para a cama 1. Cinco anos atrás, Jimin pensou que ele e Taehyung não tinham nada a ver um com o outro. Ele estava tão imerso em tentar se sair bem, fazer tudo certo e tirar boas notas, que mal viu os meses passarem até conhecer Taehyung, com seu sorriso maroto, piadas dramáticas e grande facilidade em fazer Jimin se divertir. Taehyung mostrou a ele um pouco da vida e Jimin o ajudou nas coisas em que era bom. Apesar de suas diferenças, os dois não conseguiram se separar desde o momento em que começaram a dividir um quarto juntos no dormitório da Universidade Nacional de Seul. Poucas pessoas sabiam exatamente como Jimin se sentia,

- Você está horrível, querido. - Taehyung estava sentado em uma das cadeiras na pequena mesa na sala de descanso do primeiro andar, bem na frente de um sonolento Jimin segurando uma xícara de café gelado.

- Obrigado. Você não parece muito diferente.

- Oh, me fale sobre isso. -Taehyung esfregou os olhos com as palmas das mãos, passando-as pelos cabelos escuros em uma fileira e jogando-os para trás. - Estou exausto. É sexta-feira e adoro as sextas-feiras, mas agora só consigo pensar na minha cama.

Jimin assentiu com um murmúrio cansado. Era depois do almoço e ele estava sentado ali por menos de 10 minutos, provavelmente a segunda vez naquele dia, depois de esbarrar em Jungkook quando foi no terceiro andar para ver um Hoseok que parecia tão cansado quanto ele. Inclinando-se sobre uma mesa escrevendo algo em um pedaço de papel, Jungkook olhou para Jimin se aproximando com aquela xícara de café nas mãos, seu olhar se estreitando em suspeita quando Jimin deu um pequeno sorriso travesso.

- O quê? Quer que eu pegue um café para você? - Jimin perguntou, seu tom falsamente gentil.

- Você provavelmente vai cuspir no café.

- Como você sabia?

Apesar de serem vizinhos agora e morarem no mesmo prédio, os dois não se viam muito. Jungkook passava a maior parte do tempo no terceiro andar do hospital, ocasionalmente aparecendo no primeiro andar para conversar com Namjoon.

Certa vez, Jimin tinha acabado de voltar da sala de suprimentos carregando uma caixa de agulhas quando percebeu que era Jungkook andando à sua frente no corredor movimentado, uma mão escondida nos bolsos do jaleco branco, falando ao telefone. E encarando-o de forma mal-humorada, Jimin fez um movimento como se fosse jogar a caixa naquela cabeça dura. Oh, como ele queria. Mas então Jungkook de repente olhou para trás e Jimin abaixou o braço no mesmo segundo, seus lábios se esticando desta vez de uma forma furtiva e sem culpa. Jungkook apenas revirou os olhos e continuou andando e então Jimin viu que no final do corredor, bem a frente deles, havia um vidro espelhado e ele quase quis rir por ter sido pego.

Nada como provocar Jeon Jungkook para melhorar seu humor.

- Vocês dois estão horríveis. - Namjoon entrou na brincadeira e Taehyung acabou rindo. - Bem-vindo ao clube, novamente.

- Eu poderia dormir um dia inteiro e não é como se eu realmente pudesse dormir direito. - Jimin respirou, cansado de ter problemas para dormir.

- Então esqueça de dormir hoje. O que vocês estão fazendo esta noite?

- Sem planos. - Taehyung compartilhou já com interesse.

- Meu namorado tem um lugar, como hambúrgueres e cerveja. Vamos hoje à noite. - Namjoon mal terminou de sugerir e Taehyung respondeu em um piscar de olhos.

- Você com certeza pode pendurar seu chapéu em nós.

- Você não disse que estava cansado?

- Eu não vou dizer não ao álcool.

Jimin começou a rir.

- Ah-Namjoon-ssi, eu queria falar com você sobre uma coisa. - Disse Jimin.

- Sou todo ouvidos.

- Eu estava pensando... Pode parecer uma ideia fora da caixa, mas sobre o pronto-socorro funcionando 24 horas por dia... Seria possível?

Sem uma resposta imediata, Namjoon apertou os lábios e Jimin achou que não era um bom sinal, mas ele tinha que tentar. Todas as manhãs o pronto-socorro ficava lotado de pessoas que não podiam ir aos hospitais vizinhos e tinham que esperar, às vezes quase 12 horas para serem atendidas. Era puro problema e Jimin não conseguia ver nenhuma solução rápida além de se disponibilizar para trabalhar nos outros turnos também.

- Sim talvez. Mas pode levar tempo e muita papelada. Precisaríamos de pessoal para cobrir os turnos, principalmente um médico, porque acho que eu sozinho não conseguiria.
(Só esclarecendo que NJ é o único médico, os outros são enfermeiros, que pode fazer quase tudo, mas tem situações que só o médico mesmo. E NJ como único médico não pode trabalhar 24 horas, todos os dia. Por isso precisa de outro médico que no caso seria JK)

- Eu sei. - Jimin assentiu. - Eu não estou pedindo para você se sobrecarregar mais. É só... eu sinto que precisamos fazer algo. Posso fazer o turno da noite, mas precisaríamos de alguém para cobrir as manhãs.

- Eu posso ficar de manhã. Taehyung ofereceu prontamente. - Mas ainda...

- Ainda assim, não é o suficiente. - Com um pequeno sorriso abatido, Namjoon acrescentou. - E quanto ao médico, acho que temos um bom aqui...

O nome de Jungkook estava implícito no ar.

- Ele já disse que não. Quem o convencerá? - Taehyung se perguntou, olhando diretamente para Jimin.

- Absolutamente não.
  


CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
──── ──────── ────
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶

Bem, vimos que o hospital Gimoon está com muitas dificuldade. Será por isso que Jungkook enviou Jimin e sua equipe? Porque Jungkook não quer trabalhar na emergência? Será que Jimin vai conseguir convencê-lo? Bem, em breve descobriremos. Beijos galera. (⁠◠⁠‿⁠◕⁠)

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