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Bem vindas Jikookas
Divirtam-se
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Mesmo que ele não tivesse intenção de tirar o fim de semana de folga, Jimin mal conseguia sair da cama para nada além de tomar banho e comer. Ainda sentindo que não dormia há dias, mesmo sendo quase tudo o que ele fazia, mal conseguindo atender as ligações de Taehyung e Hoseok.
Jimin entrou no pronto-socorro já vestindo seu uniforme. Não demorou mais de um minuto para ele perceber o clima tenso, embora houvesse apenas dois leitos ocupados naquela madrugada de segunda-feira.
— O que aconteceu? — Jimin perguntou depois de um 'bom dia' muito hesitante. Hoseok não estava por perto e Taehyung estava perto do balcão, anotando algo, seu olhar apreensivo em Jimin.
— Haverá uma reunião urgente daqui a pouco. — Taehyung respondeu calmamente.
— Mais como um anúncio, na verdade. — Foi Gwak Youngsoon, a enfermeira de 32 anos que assumiu os turnos da manhã, que havia respondido, com os lábios torcidos de irritação.
— O quê? Como... aconteceu alguma coisa?
— Não sabemos, mas ouvimos dizer que não são boas notícias. Não para nós.
O coração de Jimin disparou. Então é isso. Tudo terminaria ali mesmo. A emergência seria encerrada e qualquer um que não pudesse ser reatribuído seria demitido, e seria tudo culpa dele (JM). Chungho iria chutar a bunda dele de lá. Mas o que ele poderia fazer? Jimin havia tentado, mas a maioria dos pacientes que chegavam ao hospital não podiam pagar o custo daquele lugar e Chungho não dava a mínima. Que merda Jimin poderia ter feito?
Ele estava pirando e Taehyung notou no mesmo segundo.
— Ei, acalme-se. — Taehyung deu um sorriso. — Tudo vai ficar bem. Mas é melhor você ir para a reunião.
Jimin desejou ter ficado em casa. Ele não queria ouvir nada, e quando abriu a porta da sala de reuniões, com uma mesa de oito lugares de madeira escura no centro que era abraçada por enormes janelas com vista para a cidade, Jimin sentiu algo como um soco em o estômago. Na sala, havia apenas Chungho e Jungkook. Isso era um mau sinal e Jimin estava fazendo o possível para não mostrar nada, mesmo tendo perdido a capacidade de raciocinar adequadamente com tantos cenários ruins possíveis flutuando em sua mente.
— Bom dia, Jimin-ssi. — Chungho deu um sorriso desdenhoso. — Como foi o seu final de semana?
— Foi bem. Qual é o propósito desta reunião? — Jimin foi direto ao ponto, sentando-se em uma cadeira antes que seus joelhos cedessem.
— Ah, que bom. Meu fim de semana foi ótimo também, Jimin-ssi. Quer saber por quê?
Não, ele não queria, mas não era evitável. Em vez de responder, Jimin arriscou um olhar para Jungkook, que ainda não havia se mexido ou olhado para ele, apenas continuava brincando com uma caneta na mão.
— Tenho pensado muito sobre o que conversamos na sexta-feira, sobre a emergência. — Continuou Chungho, parecendo o único de bom humor naquela sala fria e insípida. — Eu estive pensando sobre esse nosso problema, mas então algo me ocorreu. Você sabe, Jimin-ssi, e certamente você sabe porque sabe tudo sobre este hospital, que temos um hospital parceiro em Miryang?
Jimin não ousou responder, seu rosto esquentando de raiva. Chungho estava zombando dele.
— Bem, acontece que este hospital está um completo caos, uma verdadeira bagunça. Uma vergonha. Então eu decidi. O departamento de emergência aqui estará fechado. Oh, não faça essa cara. É temporário.
Mas Jimin mal conseguia ver à sua frente, sua apreensão e medo lentamente se transformando em pura raiva. Tudo o que ele tentou lutar para manter estava escapando por entre seus dedos. Ele olhou para Jungkook. Você vai ficar aí?
— Enquanto isso, você e sua equipe serão enviados para Miryang.
— O que? — Jimin estava chocado. — Eu não consenti com isso.
— O que você esquece, Jimin-ssi, é que eu tenho o seu contrato em minhas mãos. É isso ou posso rasgá-lo. Você decide.
Isso não poderia estar acontecendo. Eles estavam brincando com seu trabalho, o trabalho de seus amigos. Brincando com o hospital. Jimin nem sabia o que dizer, sentindo seu controle aos poucos se esvaindo. Ou talvez ele nunca tivesse realmente controlado nada.
— Você estará fazendo uma boa ação. Ou o que, apenas os pacientes aqui merecem cuidado, Jimin-ssi? — Chungho já estava de pé, seu jaleco branco aberto revelando o terno preto por baixo, seu rosto desdenhoso não escondendo nada do quanto ele estava se divertindo. — E agradeça a este homem aqui. Aquele que o nomeou. — Com um tapinha nas costas de Jungkook, Chungho saiu da sala de reunião, sem se importar com a bagunça que estava prestes a fazer na vida de Jimin.
Mas, Jungkook ainda não olhou para Jimin. Ele o havia indicado. Porque? Quem ele pensava que era?
— Como você pode? — Foi o sussurro de Jimin. Desta vez, Jungkook olhou para ele, mas Jimin não conseguiu ler nada em seu rosto. — Por que você está nos enviando para Miryang?
— Seu departamento será fechado, Jimin. É isso ou você seria demitido.
— Devo ser grato então? — Jungkook não respondeu. — Por que você não fez nada para detê-lo?
— Há coisas que estão fora de minhas mãos. — Jungkook sussurrou, quase como se não quisesse que Jimin ouvisse ou soubesse, e isso fez Jimin hesitar por um segundo. Jungkook parecia chateado com alguma coisa, mas Jimin não conseguia se lembrar da da última vez que sentiu tanta raiva. Quer fosse irracional ou não, quer ele tivesse que se comportar ou não, ninguém o empurrava assim. Ele tinha seu lugar e precisava defendê-lo, mesmo que fosse inútil.
— Se você não pode fazer nada, por que ainda está aqui?
Jungkook olhou para ele novamente, desta vez seus olhos brilhando com algo muito próximo à raiva.
— Cuidado com o que você diz.
Levantando-se e olhando Jungkook diretamente nos olhos, Jimin riu amargamente.
— Tudo bem se você não quiser impedir que a emergência feche, mas me mandar para outro lugar como este? Sem ao menos falar comigo? Nós temos uma vida aqui. Você não pode fazer isso conosco.
— Como eu disse, as coisas estão fora do meu controle. Eu também não estou feliz com isso, e se isso provar alguma coisa para você, também estou sendo enviado para Miryang. — E piorou. Jimin queria rir enquanto batia no rosto de Jungkook. Você e sua equipe têm uma semana para sair do hospital e ir para lá. O departamento de recursos humanos está esperando com os documentos.
E com isso, Jungkook já estava de pé, claramente com a intenção de deixar Jimin para trás.
— Eu te odeio, você sabe disso, não é?
Jungkook se interrompeu, ficando em silêncio por alguns segundos.
— Como eu poderia não saber, amor?
— Não me chame dessa merda. — Jimin disse com os dentes cerrados, mal se segurando enquanto avançava contra Jungkook,, batendo o punho direto no peito. Jungkook nem reagiu. — Por que você voltou para a minha vida?
— Pare com isso, Jimin.
— Tudo o que eu... tudo isso...
Uma sucessão de coisas que estavam acontecendo passavam despercebidas por Jimin. Ele mal havia notado que estava chorando, lágrimas cruas escorrendo por seu rosto enquanto tentava o seu melhor para acertar Jungkook, que agora estava segurando seus punhos. Ele não havia notado que seu coração estava acelerado demais, seu rosto muito pálido, apenas quando uma dor o atingiu em cheio no estômago que Jimin parou de lutar, curvando-se.
— Ei o que aconteceu?
Jimin até tentou se forçar a responder, mas a dor o estava fazendo fechar seus olhos com força enquanto segurava seu próprio corpo. Ele havia negligenciado a si mesmo por muito tempo agora, ele teria que deitar na cama que ele havia feito.
— Jimin, olhe para mim. Ei, o que aconteceu? O que você está sentindo?
— Dor...
Não havia mais nada que ele pudesse fazer ou querer dizer, porque Jungkook não deveria estar segurando ele daquele jeito. Jungkook não deveria estar sentando ele com tanto cuidado, ou agachado na frente dele, a preocupação estampada em seu rosto. Desde quando você se importa?
— Você precisa relaxar. Aposto que isso é estresse. Você...
— Estou bem, apenas... saia.
— Você não está bem...
— Vá embora, Jeon Jungkook.
Não havia nada no que Jimin queria considerar agora. Evitando o olhar de Jungkook, ele esperou até esse ficar de pé, e com mais um olhar para Jimin, Jungkook saiu e fechou a porta. Jimin não sabia quanto tempo permaneceu naquele quarto, tentando regular a respiração, enxugando o rosto, ignorando a própria dor. Sentindo-se entorpecido com as preocupações, ele agora teria que encontrar uma maneira de contar a Taehyung e Hoseok e a todos os outros que estavam com seu próprio trabalho em uma linha muito tênue sobre o que acabara de acontecer. Mas agora, ele não queria dizer nada.
Sentando-se em um dos bancos de madeira no jardim no telhado do hospital, Jimin soltou a respiração lentamente. Ele deveria ir para Miryang ou apenas tentar conseguir outro emprego? Olhando ao seu redor, ele não tinha uma resposta para isso. Era como se tudo o obrigasse a desistir de Deoksu, mas ele não queria. Ele amava aquele lugar, embora tivesse sido difícil amar nos últimos meses.
— Por que você está aqui sozinho? — A voz irritada de Donghyuk alcançou Jimin, interrompendo seus pensamentos e assustando-o quando ele se virou para ver o homem em uma cadeira de rodas se aproximando.
— Devo te perguntar a mesma coisa? — Jimin contra atacou e Donghyuk bufou em resposta. — Você tem permissão para sair da sala, Donghyuk-ssi?
— Desde quando preciso de permissão?
Com isso, Jimin apenas sorriu e os dois ficaram em silêncio por algum tempo. O dia estava nublado e cinza, parecia que ia chover a qualquer segundo, uma brisa suave e fria bagunçando o cabelo de Jimin.
— Por que você está triste? Não que eu me importe. — Respondeu Donghyuk.
— Claro que não. — Jimin soltou um suspiro pelo nariz, ficando sério imediatamente. — Estão nos mandando para outra cidade, outro hospital, longe daqui.
Donghyuk não disse nada por alguns segundos.
— Este hospital precisa de ajuda?
— Parece que sim.
— Então vá. — Donghyuk disse, limpando a garganta como se quisesse encerrar a conversa. Mas Jimin estava sorrindo de novo, sentindo-se à vontade com o homem a quem se agarrara e que qualquer que fosse o destino que tivesse, ele não esqueceria.
— Qual simples?
— Por que você está complicando as coisas? Você é jovem. As mudanças nem sempre são ruins e, se forem ruins, você pode simplesmente mudar de novo. Não falo isso porque não quero vê-lo novamente.
— Uau, estou emocionado.
Foi sarcasticamente, Jimin estava tentando muito não rir.
— Doutor Jeon... Ele também vai?
— Infelizmente.
— Um, bom para ele. — Donghyuk tentou encerrar a conversa novamente, mas desta vez Jimin estava franzindo a testa, olhando para ele.
— Por que você diz isso?
— Ele está infeliz aqui. Como você ainda não viu isso?
— Esse é o único rosto que ele tem. Confie em mim.
Donghyuk bufou e sem dizer mais nada, deixou Jimin perdido em pensamentos novamente, um lugar onde Jungkook não era feliz. Ele não se importava com o que Jungkook sentia. De jeito nenhum.
— Quando você vai embora?
— Por quê? Você quer se despedir de mim?
— Não. Vou fingir que estou dormindo na hora.
Jimin estava rindo baixinho, seu coração um pouco mais leve agora, porque era isso que cuidar daquelas pessoas, estar perto delas e fazer parte de suas histórias de alguma forma fazia com ele. Isso deu propósito a toda a preocupação que nublava sua mente naquele momento e por causa disso, talvez ele também tivesse um propósito em Miryang. Desistir não tinha nada a ver com Park Jimin e ele queria rir de novo, talvez por puro medo ou descrença, porque iria escolher o caminho menos agradável de qualquer maneira.
Simples assim, com potencial para se tornar a coisa mais complicada.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Bem. Vimos que Jungkook errou em não pedir permissão por falar com Jimin antes. Mas será que foi para o mal? Porque ele fez isso? Também vimos sua sincera preocupação ao ver Jimin doente. O que Jimin tem? Vamos descobrir em breve.