—... Oito... Nove... Dez! Prontos ou não, lá vou eu!
Maya se afasta do tronco da árvore e olha ao redor do quintal. Ela e sua família estavam na casa na montanha que tinham em Bedford, Virginia. Prendendo os cabelos escuros com uma presilha, a primeira filha de Mary e Joseph começa a correr pelo quintal a procura de seus irmãos.
Maya vê Carmela fazendo yoga no gramado, e resolve ir até a avó.
— Vovó, você viu a Lee e ou os J's?
— Estão escondidos, doçura.— coloca as mãos no chão e ergue o pé esquerdo — Quem você quer achar primeiro?
— Pela lógica, eu preciso encontrar o Jay. Johnny deve estar com ele, então é mais fácil.
— Assim você pega dois coelhos com uma cajadada só!— Carmela se levanta, olhando para a neta animada — E minha fofinha?
— A Lee é mais difícil, ela sempre sabe onde se esconder.— comentou mexendo os ombros — Me ajuda?
— Uma árvore.— Camela começou, voltando a sua yoga — Um tronco grande autografado, com galhos fortes que são capazes de abrigar seres vivos. Dois pássaros livres, repousando em um abrigo enquanto nobres homens vão para uma imensidão escura e fria, que está longe de ser finita. Seus olhos azuis e castanhos emanam agitação, apenas contando os segundos para se reencontrarem com seu bando.
Carmela encerra com as mãos fazendo formatos de pássaros, e Maya encara a avó como se ela fosse louca.
— Que foi?
— Bem que a vovó Ruby disse que a senhora tem um parafuso a menos.
— Aquela jararaca oxigenada!— Carmela arregala os olhos e começa a correr em direção a mansão — RUTHHHHH!!
Maya dá de ombros e começa a correr pela floresta, voltando a procura por seus irmãos, mas para automaticamente ao ver um tronco em que os quatro tinham escrito seus nomes. Era a casa da árvore, e a portinha feita por seu pai e seu avô George, estava fechada. Com um sorriso no rosto, ela começa a subir os degraus de madeira, e, sorrateiramente, consegue enxergar seus irmãos brincando com dois astronautas.
— ACHEI VOCÊS!
Assustados, Jason e Jonathan arregalam os olhos e gritam uníssono. Maya ri enquanto descia as escadas, escutando seus irmãos descendo logo atrás.
— NÃO VALE, MAY!
— ISSO NÃO É JUSTO!
Correndo como nunca havia feito antes, Maya chega até o tronco em que fizera a contagem e bate enquanto gritava os nomes de seus irmãos, rindo.
— Sua chata!— Johnny esbravejou segurando o boné em sua cabeça que estava virado para trás — Eu vou contar tudo para a mamãe que você está roubando! O MÃÃÃÃÃÃE!
Jonathan começa a correr para dentro da casa, fazendo seus irmãos mais velhos rirem.
— Achou a Lee?
— Ainda não.
— Então ainda temos chance.— ele ri — Vou comer um pouco da torta que a vovó Bibi comprou.
Maya concorda e Jason começa a andar em direção a casa, sendo parado pela irmã.
— Jay. Onde você acha que ela está?
Jason sorri e olha para o céu antes de virar o rosto para uma certa direção da floresta.
— Em seu lugar de paz.
Maya pensa por um pouco até imaginar o local em que sua irmã estava. Ela começa a seguir um caminho de pedras grandes, onde o chão era iluminado por luzes amarelas.
O sol já estava quase se pondo quando Maya vê uma criança com metade do cabelo ruivo preso por uma fita rosa, sentada no píer do lago. A mais nova estava tão entretida com o pôr-do-sol que nem percebeu a presença de outra pessoa no local.
— Pensei que estava brincando com a gente.— Maya fala enquanto se sentava do seu lado.
— E eu estava.— virou a cabeça, fixando os olhos azuis nos castanhos da irmã — Mas não resisti e vim para cá.
Maya olha para o lago parado e em seguida para a irmã.
— Não sei o que você vê de tão especial aqui. Está sempre do mesmo jeito!
— Você tem que ver além.— Marlee sorri para a mais velha.
Maya volta o olhar para o lago, tentando ver o que sua irmã achava de tão bonito no lugar.
— Não vejo nada.
— Anta.— Lee balança a cabeça em reprovação — O que você vê quando olha para as árvores?
— Mato, verde, verde, mato, verde e mais verde.
— E o lago?
— Mais verde.— Marlee revira os olhos.
— Você vê mato e verde, eu vejo casinhas.— a mais nova apontou para uma árvore onde dois esquilos estavam sentados em um galho — No lago em que você vê mais verde, eu vejo um espelho, um universo onde se pode voar mas não consegue respirar. E o pôr-do-sol é apenas a chave de ouro. Parece até que essas três coisas se misturam e deixam tudo mais bonito ainda.
Maya desvia o olhar da animação da irmã e volta a olhar para o horizonte. O lago cristalino refletia as árvores, agora em um tom escuro, com o céu alaranjado com poucas nuvens.
— Eu amo este lugar.— Marlee confessou — Se pudesse ficaria em Bedford para sempre!
— E deixaria Miami?— Maya arregalou os olhos — Achei que amasse Miami.
— E amo — a encarou — Mas amo a casa na montanha mais.— sorri e encarou um grupo de pássaros voando para o sul — Aqui é o meu cantinho especial. Meu lugar de paz.
— Vou lembrar disso quando estiver na praia de Miami e você catando folha do quintal.
As duas se encaram e riram, e em seguida, voltaram a encarar o lago em silêncio.
— Me promete uma coisa?
— Depende.
— Promete que você nunca vai me abandonar?— encarou a irmã mais velha.
— Por que isso do nada, Mar?
— Você é a minha melhor amiga, May. É a pessoa que eu mais confio no mundo inteirinho.— desviou o olhar para as pernas balançando — Tenho medo de algum dia a gente se separe. Eu, você, Johnny e Jay... Mamãe e papai... Você sabia que os pais da Karen Norman são separados?
— Lee...
— Todo mundo se separa algum dia. Mas eu amo tanto a nossa família que não quero quero que nada aconteça.
— Marlee, presta atenção.— tocou em seu braço e ela a encarou. Seus olhos azuis brilhantes estavam marejados — Nós nunca vamos nos separar, escutou? Nunca.
— Você só tem oito anos! Não sabe das coisas do livro da vida!
— Mas sei mais que você.— rebateu — E sei que nossa família nunca vai se separar. Não vamos deixar. Você me ouviu?
Marlee concordou e liberou suas lágrimas, que deslizaram por suas bochechas. Maya abraça sua irmã mais nova com todo o amor que sentia.
— Me promete que vamos sempre ser melhores amigas?
— Eu te prometo.— Maya sorri — Até o sol?
— Até a lua.
— Filhas?
As irmãs olham para trás e veem Mary descendo os degraus de pedra, como sempre, impecável com suas roupas básicas de um jeito que dava um ar mais chique.
— O papai já está tentando acender a fogueira. Vamos? Está frio e seus tios acabaram de chegar.
— Eu tenho que fazer uma coisa antes...— Marlee se levanta.
— O quê?
A garota sorri para a irmã antes de correr até uma árvore enquanto gritava "UM, DOIS, TRÊS, SALVE TODOS!"
━──────≪✷≫──────━
— MARLEE!— Maya grita enquanto se sentava.
JJ se assusta ao escutar o grito da namorada, se sentando ao seu lado. O casal estava deitado em uma grande pedra na beira do mar, local que desde que o loiro descobriu, se tornou o cantinho em que ficavam apenas eles.
— Gatinha?— a encara, colocando as mãos em seus braços para encara-la melhor — May, o que aconteceu?
— A-a... A Ma-marlee...— responde com dificuldade. Suas mãos tremiam e sua respiração começa a ficar ofegante.
— Shi... Calma, respira.— a aperta em um abraço enquanto passava as mãos em suas costas — Está tudo bem. Eu estou aqui. Você está segura. Sei que a Marly está bem. Ela está em casa, segura, lembra?
Aos poucos a respiração da garota foi desacelerando, e seus olhos cederam ao cansaço que foi o longo dia.
JJ suspira ao sentir o corpo pesar e a pega no colo, ajeitando-a em seus braços para voltar a cabana que fizeram com seus amigos.
Percebendo que os amigos se aproximavam, John B se levanta rapidamente da areia e corre até eles.
— O que aconteceu? Ela está bem?
— Foi ela quem gritou, não foi?— Kiara, que se aproximou com o resto do grupo, perguntou preocupada e JJ confirma.
— É a terceira crise só nessa semana.— Cleo comenta.
— Ela está com saudade de casa.— diz Sarah passando a mão nos cabelos castanhos da amiga.
— Com a família que ela tem, até eu estaria.— diz Peter, o ex-cunhado da garota.
— Ela não está se alimentando e nem dormindo direito. Esse cansaço só contribui com os gatilhos.— diz Pope, preocupado.
— Ela vai melhorar, tá legal?— JJ ajeita a garota em seus braços e passa pelos amigos, olhando para a namorada em seguida — Você precisa melhorar.
━──────≪✷≫──────━
Marlee se levanta de supetão ao acordar. Sua respiração estava ofegante, e ela colocava uma mão no peito, tentando de alguma forma, acalmar seu coração.
Seu lençol azul turquesa estava completamente encharcado de suor, sua garganta estava mais seca do que de costume, e a enxaqueca que começou a ter desde que sua irmã desapareceu, piorou ainda mais.
A mais nova dos Montgomery joga o lençol para o lado e passa a mão na testa molhada, colocando a franja para trás. Suspirando ao perceber pelo monitor do ar-condicionado que estava no mais frio, reunindo todas as suas forças, Marlee se levanta para abrir as portas da sacada e se apoia no parapeito quando sua pressão cai.
Estava tendo um temporal nesta noite em Outer Banks, e a chuva que pingava em seu corpo, aliviou o calor no mínimo possível.
Marlee sente sua garganta fechar e o peito do lado do coração doer ainda mais.
E a última coisa que Marlee Montgomery disse antes de cair no chão desacordada, foi o nome de sua irmã, a pessoa que ela mais desejava.
agora só quando a série estrear🙌🏼🙌🏼🙌🏼🙌🏼
do nada um povo começou a ler essa fic... de onde vcs vieram?🤨 (n tô reclamando, i love)
mudei a faceclaim do Jason pq não achei nenhuma cena boa do William pra por no TikTok 😭
(Inclusive, tem Spoiler lá)
15/12/2023