Ret 📿
Papo reto, um bagulho que me tira toda a paciência que eu já não tenho é ter que cobrar vagabundo e adivinha, o filho da puta do meu pai me coloca pra cobrar vagabundo.
Minha vida é uma desgraça mesmo.
Acabei de voltar da cobrança, hoje não precisei matar ninguém, um grande avanço. Cheguei e fui direto pra minha sala, não é porque eu sou bandido que eu não trabalho, pelo contrário, eu trabalho até demais.
Jota: Tá aí patrão, dei uma olhada na contabilidade e tá tudo certo. - Me entregou os papéis. - Se tu quiser conferir, fechô.
Ret: Valeu.
Conferi de novo e tava tudo certinho. Confio nem em mim, quem dirá nos outros.
Rato: Menor, ceis não vão acreditar. - Abriu a porta de uma vez e entrou. Encarei ele sério, falta de educação do caralho.
Ret: Faz o teu aí e fica namoral, irmão. Bagulho de ser fofoqueiro né legal não parça, vamo rever as paradas.
Jota: Eu também acho, bagulho feio.
Rato: Fofoqueiro não, comentárista de boatos. - Me veio o bagulho da página de fofoca na mente e eu neguei com a cabeça lembrando o quanto a Anna ficou bolada. - Mas e aí? Tu descobriu alguma parada sobre o bagulho do Lk?
Um dos vapores daqui do morro foi encontrado no meio do mato, bom, só a cabeça dele.
Ret: Ainda não, mas já sabe né? Fica na ativa, certeza que é bagulho do PCC. Vou falar com meu pai, precisamos estar preparados pra qualquer coisa. - Respiro fundo.
Jota: Pode ser coisa do Guto também, o novo de frente do Jacarezinho. Ele invadiu a Rocinha esses dias e eu ouvi falar que ele tá invadindo vários morros, ameaçando, essas paradas.
Ret: Não sei, Alemão nem tem treta com Jacarezinho.
Rato: Alemão também não tinha treta com Lins e adivinha?
...
Ret: Já disse que esse bagulho de grude não é minha praia cara, vamo chegar pra lá? - Me irritei em ver a mina querendo me abraçar, papo reto, coisa irritante.
Xx1: Desculpa. - Dei de ombros e me levantei vestindo a roupa. - Você já vai? - Se levantou. - Pensei que ia dormir comigo.
Ret: Ih pô, já falei que o bagulho é só sexo, tem pra quê ficar de grude, dormir junto e os caralho a quatro não, Marina.
Xx1: É Maisa!
Ret: Marina, Maisa, Batman, é tudo a mesma coisa! - Me estressei e saí da casa da garota, porra chata. Piei direto pra goma dos Coroa, entrei vendo a Thaynara deitada no sofá de bunda pra cima. - Eai folgada. - Bati na sua cabeça vendo ela levantar o olhar pra mim.
Thay: Chega perto de mim não, Filipe. - Me empurrou. - Feioso.
Ret: Me chama de tudo menos de feio, isso eu não sou. - Disse convicto.
Thay: Seu ego é do tamanho da minha vontade de morrer. - Dei risada e logo fiquei sério repensando as palavras.
Ret: Que vontade de morrer o que Thaynara, se enxerga garota. - Ela deu o dedo do meio e eu fui pra cozinha.
Maiara: Boa noite filho. - Sorriu e eu fui até ela dando um beijo na sua testa. - Acho que a comida ainda tá quente, quer comer? Veio pra dormir?
Ret: Só vim pra ver como você tava, relaxa.
Maiara: Come um pouco Filipe, você só come besteira na rua. - Disse brava.
Thay: Só come puta você quis dizer. - Gritou da sala e eu ignorei.
Ret: Relaxa, veia. - Ela me deu um tapa no ombro, levei a mão até lá acariciando. - Que isso, agressiva! Tá igual a Thaynara!
Thay: Me ama né Filipe. - Gritou lá da sala e eu ri debochado, coitada, iludida demais.