𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐬 | 𝙱...

Oleh aPandora02

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Conseguir um emprego como faxineira no maior centro executivo de direção da S.H.I.E.L.D. foi a luz no fim do... Lebih Banyak

❗Importante❗
~ Personagens ~
1 - Alpine
2 - Socializar
3 - Traidor Entre Nós
4 - Invasão
5 - Socorro
6 - Confia Em Mim?
7 - Rodovia (Parte 1)
8 - Rodovia (Parte 2)
9 - Companheiro Caído
10 - Lado Errado
11 - Eu Sou Daiana...
(Parte 2) 1 - O Pacto
2 - Passado E Futuro
3 - Suspeitos
4 - O que aconteceu?
6 - Sacrifícios
7 - Dallas
8 - Visita Ao Pesadelo
9 - Ruínas De Um Homem
10 - Viva Por Mim
(Parte 3) 1 - O Que Acontece Depois
2 - Seguir Ou Não Seguir?
3 - Em Frente
4 - O Que Você Omite?
5 - O Passado Sempre Volta
6 - Bons Amigos
7 - Um Novo Capitão América
8 - Digno
9 - Um Símbolo Ou Um Objeto?
10 - Um Quase
11 - Super-Soldados
12 - Convite
13 - Jantar
14 - Ameaça
15 - Ordens
16 - Zemo
17 - Madripoor
18 - Princess Bar
19 - Respira, Expira
20 - Brownie
21 - Certo ou Errado?
22 - Abra Os Olhos
23 - Dog Tag
24 - Crianças
25 - Pessoas Confusas
26 - Ponto Fraco
27 - Não
28 - Sem Fôlego
29 - Medo
30 - Silêncio
31 - Dor
32 - Liberdade
33 - Planos

5 - Sujeito Mascarado

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Oleh aPandora02

"Infelizmente, você cometeu o erro de me subestimar

Poderia, deveria, teria, mas você não fez, ha

É de um terapeuta que você precisa

Poderia, deveria, teria, que se foda

Garotinho

Com quem você pensa que está falando?"

(Little Boy - Ashnikko)

Inquietação era um estado que Daiana estivera muito há alguns meses, mas que apesar disso começara a reorganizar a sua vida tendo um novo emprego e um novo lugar para chamar de lar com Alpine. Embora as coisas fossem diferentes agora por terem Bucky por perto e aparentemente estável o suficiente por um tempo indeterminado, era inquietante tê-lo tão perto parecendo tão distante.

Pensar em Alpine tão longe e sem noticia alguma a entristecia, mas sabia que tomara a decisão correta em, antes de partir para uma nova busca do Soldado Invernal assim que viram seu rosto estampado outra vez nos noticiários, pediu folga do trabalho e deixou sua gata na casa de Melinda, dizendo que estaria fora por algum tempo e para não se preocupar caso não entrassem em contato. Todas aquelas emoções e pensamentos a mantiveram calada enquanto Sam e Steve decidiam o próximo destino, o qual ela apenas concordou e os seguiu.

Steve dirigia para o ponto de encontro marcado com Sharon. Esperava que a mulher não sofresse nenhuma consequência por se arriscar ao ajudá-los, mas seria eternamente grata a ela. Com o rosto virado para a janela, apertando as mãos em seu colo e controlando-se para não bater o pé no chão, durante toda a viagem sentiu-se desconfortável.

Não era irônico? Desejara tanto ter Bucky por perto e agora que o tinha por tanto tempo sentado ao seu lado no banco de trás do carro, era como se tivessem se tornado estranhos outra vez. E isso era triste. Como puderam chegar a este ponto?

Do outro lado do banco, Bucky não estava diferente. Apesar de toda a confusão que sua mente ainda precisava enfrentar, lembrava-se da mulher ao seu lado. Lembrava de como gostava de tê-la por perto, de como sentia um frio na barriga toda vez que a via passar pela porta, de como esperava ansioso que os passos ouvidos no corredor da base da HYDRA fossem os dela, e da decepção que sentia ao ver que na verdade era apenas um dos técnicos.

Não sabiam como agir, principalmente porque compartilhavam de um lugar apertado com outras duas pessoas, lhes tirando toda a privacidade que poderiam ter, e deveriam ter, para a conversa que ansiavam e temiam. Queriam saber como o outro estava, o que tinham passado... mas não era o momento. Como foram de duas pessoas que sorriam uma para a outra mesmo no inferno, e agora, livres, mal conseguiam se olhar nos olhos?

Pelo canto de olho, incapaz de resistir a curiosidade, o notava a observando discretamente da mesma forma que ela o fazia, deixando a ambos envergonhados quando percebidos no flagra e ainda mais desconfortáveis. O carro finalmente foi diminuindo a velocidade debaixo de um viaduto com pouco movimento. Desviou a atenção da janela lateral para o painel frontal assim que Steve, ao desligar o motor, desceu do automóvel e se dirigiu até o que estava estacionado logo afrente.

O silencio pairava pesadamente entre o trio que calados observavam a interação dos dois loiros, assistindo Sharon abrir o porta-malas e mostrar a Steve o que ela tinha conseguido recuperar. Podiam ver, mesmo dalí, o escudo brilhar.

— Chega 'pra frente o banco — com a voz rouca e séria, que a fez puxar fortemente o ar para disfarçar um pequeno sobressalto pro estar alheia, Bucky pediu a Sam no banco do passageiro em sua frente, quebrando o silencio.

— Não — imediatamente o respondeu sem hesitar, não lhe dando muita atenção e fazendo questão que notassem seu tédio.

O fusca que conseguiram era pequeno e apertado, principalmente para alguém com pernas longas como as de Bucky, encolhidas por muito tempo entre os dois assentos. Sentindo-as doloridas ao ponto de não aguentar mais a mesma posição, James tomou uma atitude que vinha se contendo a viagem toda para não tornar o desconfortável ainda mais estranho, mas que neste momento precisava mover-se para esticar ao menos um pouco suas pernas. Então arrastou-se lentamente para o banco do meio.

Este gesto pequeno foi enorme para os dois quando resultava em suas aproximações. O braço dele esbarrando no dela foi insignificante e passou despercebido aos olhos de Sam, que o lançou um rápido olhar sobre o ombro ao sentir a movimentação, sem desconfiar que apesar do semblante neutro de Daiana, ela explodia por dentro.

Esperava que Barnes não percebesse a forma como respirava fundo mais vezes que o que seria considerado normal, em uma tentativa, até então falha, de acalmar as batidas de seu coração. Fincou as unhas nas palmas das mãos e manteve-se paralisada com os olhos fixos nas duas únicas figuras fora dos carros.

Toda a sua postura, no entanto, se perdeu quando viu Steve Rogers, aquele velho cheio de regras e passo-a-passo para chegar em uma mulher, tomar uma atitude inesperada ao avançar e beijar Sharon na frente dos três. Daiana engasgou com o próprio ar e saliva, começando a tossir até seu rosto ficar vermelho e os olhos lagrimejarem.

Com tapinhas em seu peito, recuperou-se após longos segundos para encontrar Sam e Bucky a olhando como se tivesse nascido uma segunda cabeça ao lado da sua, ao mesmo tempo que Steve abria a porta do motorista e entregava a todos seus devidos objetos como se nada tivesse acontecido, mas suas bochechas estavam coradas quando Sam, sem perder a oportunidade, lhe dirigiu um sorriso malicioso.

Daiana queria poder ter tido a chance de dizer a Sharon o quanto era maravilhosa por não ter esquecido de sua vassoura adaptada, mas estava desconfortável demais para fazer estes comentários, até mesmo para implicar com Steve.

...

Tiveram a sorte de Steve ter contatos, e estes contatos, ao ouvirem sua versão da história, terem aceitado participar daquele possível e inevitável conflito, principalmente porque as várias tentativas de Stark de entrar em contato e convencê-los a retornar, deixava claro que se não conseguissem pará-los por bem, seria por mal. Precisavam ir até a Sibéria, não importava o custo, por mais que a ideia a deixasse nervosa.

— E uau — exclamou quem ela sabia ser Scott Lang, aproximando-se dela. — Você é a famosa Daiana? Eu ouvi falar de você — empolgado, apontou para ela com um enorme sorriso, virando-se para Wanda em seguida. — Você tem poderes legais, mas já viu o que ela faz com uma vassoura?

A ruiva franziu o cenho, com os braços cruzados, e inclinou a cabeça para o lado sem lhe responder, não achando que realmente valeria o seu tempo.

— Obrigada..? —Sentindo suas bochechas aquecerem, Daiana desviou o olhar para Steve ao seu lado, mas o homem apenas deu de ombros.

A conversa foi interrompida pelos alto-falantes do aeroporto e, assim que se calou, Bucky, deslocado e ainda próximo ao carro, traduziu para todos os olhares confusos:

— Estão evacuando o aeroporto.

— Stark — Sam revirou os olhos e cruzou os braços com sua rápida dedução.

— Stark? — Lang olhou de um para o outro.

Daiana questionou-se se haviam explicado, com detalhes, ao homem o que estava prestes a acontecer, o porquê de estarem alí, e as consequências caso algo desse errado, tal como os envolvidos e quem estava contra eles. Seria Scott assim tão estupido para aceitar cair de paraquedas em algo apenas porque quem o convocava era o Capitão América?

— Não temos muito tempo — Steve respirou fundo e caminhou até o carro, abrindo o porta-malas.

— E qual é o plano? — Daiana o seguiu.

— Ficar vivo? — Quem a respondeu, para a sua surpresa com uma pontinha de humor, foi o Wilson.

— Jura? — Fingiu surpresa. — Pensei que era uma competição de quem chega até o outro lado mais rápido — apontou para a direção, do outro lado do aeroporto, onde em algum lugar estava a nave que deveriam pegar. Precisavam apenas descobrir exatamente aonde.

Inclinou-se para dentro do carro velho e apertado para alcançar o seu cabo de vassoura.

— Vamos nos dividir — o que estava no comando, Rogers, fez um sinal para que todos se aproximassem para ouvi-lo, e assim fizeram. — Scott, eu preciso que você ponha o seu traje e diminua o suficiente para se esconder no meu escudo. Não quero que ninguém o veja, e aparecerá apenas quando eu der o sinal — o homem, que o ouvia atentamente, assentiu. — Wanda e Clint ficarão no estacionamento, Bucky e Sam no terminal — apontou para cada um respectivamente para ter a certeza de que o entenderam. Em seguida seus olhos pousaram em Daiana, quieta até então. — Daiana virá comigo encontrar Stark. Ele provavelmente não estará sozinho. Desconfiará da posição dos outros se eu aparecer sozinho, já que Scott estará longe de suas vistas, então a verão como um pouco menos ameaçadora — fez uma careta ao dizer aquilo, pois todos sabiam que era uma meia-verdade.

Tentou pôr em palavras de maneira que não a fizesse pensar que ele a via como sendo a mais fraca do grupo, o que também não deixaria de ser verdade. Afinal ela não tinha nenhum soro de super-soldado correndo em suas veias, não voava, não tinha fumacinha em suas mãos, não alterava sua massa corporal ou possuía uma mira impecável. Mas ela tinha um rosto bonito, olhar assustado e uma vassoura, bem conhecidos pela mídia e por quem iriam encontrar, que poderia fazê-los enxergá-la como alguém com quem não precisavam se preocupar e isso os faria abaixar um pouco a guarda. Daiana era, tecnicamente, a carta na manga. Uma arma secreta que facilmente passaria despercebida. Não era a mais habilidosa dentre todos, obviamente, mas definitivamente não era alguém a se subestimar ou descartar.

Ela assentiu tentando assegurar que não se afetara com aquilo, mas antes que algo mais pudesse ser dito antes de cada um assumir sua posição, a voz crua de Bucky se fez presente atraindo as atenções para ele:

— Daiana ficará comigo — a julgar pelo seu tom, ele não estava propenso a negociar aquilo. — É mais seguro.

— Eu sei me defender, obrigada — irônica, o respondeu incapaz de se conter.

Sentiu uma pontinha de raiva por justo ele, dentre todos, deixar ainda mais explicito que a via como incapaz de enfrentar algo daquela altura. Reconhecia que Daiana era forte e sabia se defender muito bem, afinal, fora ele quem a treinara para isso, mas tudo o que ele enxergava era que havia um penhasco de diferença entre derrubar homens comuns e derrubar um super-herói repleto de tecnologias, armas aprimoradas e habilidades sobre-humanas. Ainda que reconhecesse seu lado, Daiana achou desnecessário não apenas suas palavras em oposição, como também a forma como foram ditas, quando até mesmo Steve a queria na "linha de frente".

— Não foi isso que eu quis dizer — arrependimento o bateu com o olhar que ela o lançou. — Só acho que se estiver sozinho, Steve pode se concentrar melhor. E, se houver mais deles por perto, podem mirar em você para te fazer refém — apressou-se em se explicar mais para ela que para os demais.

A morena semicerrou os olhos afiados para ele. Em outras palavras, ele dizia novamente que ela era incapaz de lidar com a situação e seria um alvo fácil de se capturar para atrasá-los.

Porém, aquele não era o momento de debater e criar uma confusão. Daiana ainda tinha um pouco de senso de sobrevivência e ponderou suas palavras. De qualquer forma precisava voltar para Alpine. Precisava chegar até aquela nave e por mais que ela desejasse contrariá-lo para provar que ela consegue ao menos um pouco se virar sozinha, não poderia descartar totalmente seu ponto de vista.

Se alguém como Visão, por exemplo, estiver presente e decidir que irá fazê-la refém para chantageá-los, ele conseguiria facilmente sem esforço algum e Daiana sabia que seu cabo de vassoura não teria efeito no sujeito que ela conhecia de vista e da boca dos outros. Não queria ser uma pedra no sapato de ninguém, muito menos o motivo de fazê-los desistir de tudo e entregarem-se ao governo para serem presos, apenas porque alguém apontava uma arma para sua cabeça ou pior.

No fundo, apesar da situação atual entre eles, Daiana sabia que Bucky faria exatamente isso. Ele abaixaria as armas e se renderia com a condição de que a deixasse livre, sem se importar com o que planejariam fazer com ele em seguida. Sabia disso porque, por ele, ela faria o mesmo sem pensar duas vezes.

Como se esperando uma resposta dela, Steve manteve-se calado a fitando. Daiana suspirou pesadamente deixando seus ombros caírem e jogou as mãos para o alto.

— Tudo bem 'pra você? — Ergueu uma sobrancelha ao Capitão.

— Por mim está ótimo.

Estava resolvida a questão das divisões e rapidamente se separaram para assumirem suas posições. Sam, com o Asa Vermelha, tentaria encontrar o local exato onde estava a nave que deveriam pegar enquanto Steve distrairia Stark e os outros. Assim que a localização lhes fosse dada através do comunicador, todos deveriam se apressar para lá.

— Eu não quis... — Bucky, agachado ao seu lado, tentava encontrar as palavras corretas para corrigir o que deveria estar resolvido há minutos atrás. — Eu não acho que você seja fraca.

— Eu sei que eu não sou — orgulhosa, desviou o olhar de Steve que lá em baixo conversava com Stark que, como previram, não viera desacompanhado. O homem era ladeado por Natasha Romanoff e Rhodes em sua armadura. — Mas reconheço que não posso me comparar a vocês. Sei que, de todos, sou a que tem mais chances de morrer primeiro — soltou uma risada amarga.

A possibilidade real da morte a apavorava. Era assustador a maneira como uma pessoa pode deixar este mundo em questão de segundos, tão de repente de milhares de formas possíveis e inimagináveis.

— Não — seco, a cortou rapidamente, não querendo sequer ouvir aquelas possibilidades. — Eu não vou deixar ninguém te machucar de novo.

De novo. Aquilo doeu em ambos. De tantas memórias que foram privados, gostariam que as mais dolorosas fossem esquecidas.

Então Bucky também desviou o olhar das pessoas lá em baixo, quem eles observavam através do grosso vidro. Havia reconhecimento naquela troca de olhares. Havia carinho e havia saudade. Mas também havia dor. Uma dor maior por parte de Daiana, pois ela sabia de coisas que ele sequer poderia imaginar.

Da última vez que se viram, tiveram de Alexander Pierce a promessa de que só se reencontrariam na morte.

Da última vez que se viram, esqueceram um do outro.

— Encontramos — Sam avisou concentrado no aparelho que tinha em mãos, quebrando o momento que os outros dois estavam envolvidos e do qual ele estava completamente alheio. — Na pista norte.

— Vamos, agora! — Bucky levantou-se em um pulo assim que viu, a mando de Steve, Scott se revelar em seu tamanho normal, alarmando os outros que imediatamente se posicionaram para luta.

Não demoraria muito para que chegassem até eles e agora que tinham uma localização, precisavam se apressar. Enquanto corriam apressados, Daiana, bem mais ofegante comparada aos outros dois homens, mal conteve o grito ao ver algo, ou alguém, saltar e grudar no vidro lateral da plataforma, impressionantemente andando de quatro e sem cair. Aonde estava a lei da física naquele momento?

— Mas que porra é aquela? — Apontou para a figura mascarada vermelha, levando a atenção dos outros dois para lá também.

— Todo mundo tem uma bugiganga agora — Sam reclamou sem cessarem os passos.

Num segundo que desviaram o olhar, quem quer que estivesse se locomovendo através do vidro conseguiu pegar impulso de alguma forma, e com uma força surpreendente quebrou o grosso vidro como se não fosse nada. Sam foi atingido com um chute sem chances para se defender, sendo arremessado para longe deslizando no chão junto com alguns cacos de vidro.

Daiana paralisou com os olhos arregalados ao observar mais de perto que de fato era uma pessoa num traje justo com designe de aranhas e teias. O sujeito, que tinha a altura aproximada da dela, virou-se rapidamente para Bucky ao perceber sua aproximação e com um reflexo impressionante, tal como a força que deixou a mulher boquiaberta, conseguiu com apenas uma mão parar um soco do punho de vibranium de Bucky, igualmente chocado. Nunca antes alguém se equiparara a ele daquela forma além de Steve, mas o Capitão possuía o soro nas veias. O sujeito mascarado, por outro lado, eles não tinham como ter esta certeza.

— Você tem um braço de metal? — A voz jovial tornava tudo ainda mais embaraçoso. Era mesmo um adolescente? — Isso é muito maneiro — a empolgação do garoto era invejável.

Daiana se aproximou por suas costas com o cabo de vassoura erguido e o movimentou para acertar sua nuca. Adolescente ou não, menor de idade ou não, ele estava no seu caminho e no time rival. Não esperava, porém, que os sentidos do outro fossem tão apurados e num piscar de olhos ele tinha a mão livre segurando no ar a arma da mulher, bloqueando seu ataque.

— Ei — exclamou ele, ainda empolgado. — Eu conheço você — disse a ela com uma naturalidade que a fez se questionar se o garoto, ou rapaz, entendia a gravidade da situação para se concentrar tanto em trocar palavras no meio de uma luta.

Não ouviram mais nenhuma, porém, quando Sam, rapidamente recuperado, passou por eles como um vulto vermelho no ar, rápido demais para que seus olhos acompanhassem e levou o mascarado com ele.

— Você está bem? — Os olhos de Bucky a varreram preocupados enquanto Daiana se abaixava rapidamente para recuperar o cabo de madeira.

— Ele parou o seu soco? — Ainda descrente do que havia presenciado, ignorou sua pergunta, voltando a correr ao lado do Soldado para a direção que Sam fora.

— Cuidado! — Agarrou seu pulso e a puxou para perto dele, levando-os a alguns poucos centímetros para longe do local onde ela estava, e onde uma grande e pesada placa informativa caiu, rachando o chão com seu peso.

Assustados, olharam para cima encontrando Sam em uma batalha com o novo sujeito não identificado. Este que, aparentemente, soltava teias ou o que quer que fosse de suas mãos, mas era flexível e forte o suficiente para sustentá-lo em vários saltos.

— Aquilo 'tá saindo dele? — Juntou as sobrancelhas completamente impressionada, ao mesmo tempo em que estava horrorizada.

Era um misto de emoções.

— Daiana, foca aqui! — Bucky continuou a puxando para que seguissem caminho, desta vez mantendo os olhos no alto também.

Vendo que Sam estava enfrentando dificuldades sozinho, Bucky agarrou o pedaço partido de outra placa mais afrente e, aproveitando que o mascarado estava de costas para eles sobre um dos pilares de ferro que sustentavam a estrutura do teto, usou de braço de vibranium para conseguir lançar sem muita dificuldade a pesada placa em sua direção.

Ficou claro para Daiana que os sentidos do estranho eram extremamente aguçados quando ele sequer precisou se virar para ver a placa, e simplesmente desviou como se a sentisse se aproximar. Ao vê-lo conseguindo agarrar no ar o objeto desviado com aquelas teias, Bucky e Daiana se apressaram em se esconder atrás de pilares diferentes.

— Amigão, perdeu isso aqui? — Ouviram a voz mais jovem gritar pouco antes de parte do pilar de gesso, onde Bucky se escondia, fosse arrancada pela placa devolvida.

Por sorte, Barnes não foi atingido.

O Homem-Aranha, distraído em atingir Bucky que se escondia atrás do pilar agora danificado, foi surpreendido por Sam que conseguiu chutar suas costas, fazendo com que se desequilibrasse e fosse ao chão, mas o Wilson teve o mesmo destino pouco mais afrente quando o do traje vermelho levantou-se rápido para atirar teias em sua jetpack, fazendo-o parar de funcionar. Daiana tomou a iniciativa e outra vez tentou atacá-lo pelas costas com o cabo de vassoura.

Não sendo tão rápido quanto antes, mas ainda assim provando de seus reflexos e sentidos apurados, o outro conseguiu desviar parcialmente do golpe, tendo seu antebraço atingido quando o ergueu para proteger o rosto. Não lhe dando tempo para se recuperar, a mulher avançou contra ele, desferindo, ou tentando, outros golpes que eram todos desviados e não revidados.

— Olha só, moça — dizia apressado enquanto recuava entre agachamentos e rápidos movimentos do tronco para um lado e para o outro, mantendo seu rosto distante da arma dela por saber que a maior parte de suas vítimas eram apagadas com um golpe na nuca. — Eu não bato em mulheres.

— Devo te agradecer por isso? — Grunhiu erguendo o cabo sobre a cabeça para golpeá-lo.

A frustrava ainda mais a cada inútil golpe desviado. Estava realmente se esforçando e colocando toda a sua força naquilo para não passar de uma cena ridícula para ela e gastar em vão suas energias.

— Bom, então me desculpe por isso — abaixando para desviar do cabo que passou furioso por cima dele, o Homem-Aranha rapidamente se ergueu outra vez para empurrá-la forte o suficiente para que tropeçasse nos próprios pés.

Daiana teve as costas batidas contra um corrimão, onde suas mãos foram rapidamente presas por aquela coisa pegajosa semelhante a teias, mas que claramente não eram. Eram flexíveis e resistentes demais, tendo apenas a aparência frágil.

— Fica aí — o mais jovem teve a audácia de mandar antes de jogar outra teia para cima, tomando impulso para saltar.

Sam apareceu rapidamente interrompendo seu caminho, jogando-o contra outro pilar próximo a eles. Desviando o olhar da batalha que travavam logo acima dela, Daiana resmungava todos os palavrões conhecidos enquanto forçava os punhos cerrados para cima, mas sem sucesso algum em conseguir se libertar.

Seja lá o que fosse aquilo, e se realmente saia de dentro dele, era irritantemente resistente e mesmo com todo o seu esforço, não aparentavam terem sido danificados mesmo que minimamente. Grunhiu em frustração jogando a cabeça para trás, buscando respirar fundo para não gastar toda a sua energia inutilmente, ainda que estivesse ofegante de momentos antes com todos aquele vãos golpes desperdiçados que apenas atingiram o vento.

É, talvez esteja na hora de admitir que eu seria mesmo um peso morto para Steve lá em baixo.

— Você está bem? — Abriu os olhos e encontrou Barnes se aproximando ofegante e parando em sua frente.

Por cima dos ombros do homem, e subindo um pouco mais o olhar, viu que Sam ainda enfrentava resistentemente o sujeito mascarado.

— Estou presa — reclamou forçando novamente os punhos para cima, mas sem sucesso.

Bucky finalmente abaixou o olhar para suas mãos presas no corrimão por aquelas falsas teias e, com a mão de metal, sem esforço algum conseguiu arrancá-las e libertá-la. Imediatamente a mulher se afastou de onde estava presa, conseguindo respirar melhor novamente.

— Eu que deveria te perguntar, quase foi atingido por uma placa — disfarçou sua real preocupação com ele, utilizando de um pouquinho de humor.

Pareceu funcionar quando este soltou uma fraca risada nasalada, que tão rápido quanto surgiu, sumiu ao conseguir capturar um movimento pela visão periférica. Em primeiro momento Daiana não entendeu porque o homem abruptamente a empurrou para o outro lado fazendo-a cair no chão, mas não tardou em ter sua resposta ao entender que ele se colocou na frente de Sam, que era arremessado na direção deles, para livrá-la do impacto e amortecer a queda do outro quando caíram no andar de baixo junto com os cacos partidos do vidro do corrimão ao qual ela estava presa momentos antes.

Sentiu o coração subir à garganta e o ar lhe fugir dos pulmões, com os olhos arregalados fixos no local que eles antes estiveram, mas que num segundo não mais estavam. Sentindo os joelhos fracos, as pernas bambas, os passos incertos e as mãos trêmulas, chegou o mais rápido que conseguiu até a beirada sem se importar com os pedaços de vidro que machucaram um pouco suas mãos ao se arrastar até lá.

O grito entalado na garganta foi engolido outra vez e pôde respirar um pouco mais aliviada ao ver que os dois corpos caídos no andar de baixo ainda se moviam, mesmo que houvessem machucados sangrando em ambos. De onde via, nada parecia quebrado neles.

Deus... não faça isso comigo de novo, pediu mentalmente num suspiro aliviado.

Não tinha certeza se eles teriam a mesma sorte caso a queda fosse maior.

Não muito distante dela, viu o sujeito mascarado e causador de seu breve quase infarto pousar em outro pilar. Consumida pela raiva da sensação de pânico momentâneo que ele lhe causara por atingir Sam e Bucky daquela maneira arriscada, foi cuidadosa com todos os seus movimentos desde se erguer e alcançar o cabo de vassoura no chão, até se aproximar silenciosamente dele.

Próxima o suficiente, de acordo com os seus cálculos, mediu a distância e a força que deveria utilizar, pois, diferente dele, ela estava no chão e não indo contra todas as leias da física estando lateralmente agachado em um alto pilar.

— Olha, gente, eu adoraria continuar aqui — dizia ele de onde ela conseguia ouvir, aparentemente apenas para os dois homens caídos, sem perceber a gradativa e silenciosa aproximação da mulher por suas costas.

Ou talvez, por ter facilmente se livrado dela antes, a tivesse notado e a ignorado, julgando que não era uma ameaça a se preocupar realmente. Talvez Daiana estivesse descobrindo que sua melhor arma contra as pessoas era fazer com que pensassem ser fraca e um problema a menos, assim abaixariam a guarda para ela, lhe permitindo uma vantagem.

— Mas eu só tenho uma coisa 'pra fazer hoje, que é impressionar o senh...

Tanto Bucky quanto Sam, assim como o próprio falante, arregalaram os olhos surpresos, este último quase se desequilibrando e caindo de onde estava, quando algo atingiu forte e certeiramente sua nuca com brutalidade. Levou alguns segundos piscando os olhos levando a mãos para o local atingido que agora latejava e manchara suas mãos enluvadas com o próprio sangue quando levadas ao local atingido. Sua audição capitando o som bem conhecido de madeira se chocando contra o chão. Levou mais alguns segundos após essa percepção para assimilar que a madeira era do cabo de vassoura adaptado utilizado pela mulher que até então ignorara.

Olhando ao redor, encontrou-a atrás dele juntando um grande pedaço de pedra caída de um dos pilares quebrados para arremessar em sua direção novamente. Em seus olhos via a raiva que dissipava totalmente a imagem que tivera dela antes. Como pôde lhe dar as costas desta maneira? Se repreendia pelo pequeno erro.

— Ai — resmungou então antes de esticar o braço para ela, mirando a pedra em sua mão para se certificar de que ela ficaria presa e quietinha desta vez.

Planos estes, porém, que foram a tempo interrompidos quando algo se grudou em seu pulso pouco antes de lançar uma teia. Franziu o cenho para o pequeno objeto metálico de garrinhas alí grudado, para no segundo seguinte os outros três o assistirem ser arrancado de lá pelo fiel Asa Vermelha de Sam.

O rapaz gritou pelo susto e sumiu de vista quando no caminho se chocou contra a parede de vidro, o pequeno drone o levando para o lado de fora e longe deles.

Ooie :)

• Na verdade, era para este capítulo sair apenas na Terça porque passarei 4 dias, a partir de Sexta, fora de casa e consequentemente sem internet :( MAS, preocupada em deixar vocês sem atualização por tanto tempo, me apressei na correria a terminar de revisar na sexta mesmo (ontem) e se postei esse no Sábado, é porque consegui algum sinal de internet ♥

• Pois bem, novamente percebemos que Daiana sabe de algo que Bucky sequer desconfia... o que será 🤔🤔

• Todo mundo conhece a Dai kkkkkk 

• Não que a Dai seja fraca, mas eu quis enfatizar que ela não é forte como os outros, justamente porque é comum. Ainda assim possui habilidades adquiridas por treinos.

• Por falar em treinos... então quer dizer que o que ela sabe foi o Bucky quem ensinou? 😏 kkkkkk

• Eu tô amando a interação de vocês, é muito especial para mim E... Alcançamos mais de 1k de visualizações e mais de 200 favoritos ❤ ✨ 🎊

• ✨Me desculpem qualquer erro✨

• ❤ Espero que estejam gostando ❤

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