You Are A Cosmic Child | taek...

By mutacyon

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Jeon Jeongguk era muito novo quando decidiu percorrer o sonho americano. Ele conseguiu um restaurante, um apa... More

00; avisos
01. young folks
02. born to be wild
03. blue moon
04. renegades
05. je te laisserai des mots
06. a sunday kind of love
07. heartbreak warfare
08. coraline
09. nothing can change this love

epílogo. here comes the sun

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By mutacyon

As chaves fizeram um barulho gostoso quando caíram em cima do pote de vidro colorido que Taehyung fez na faculdade no ano passado. Ele ficou orgulhoso de ter conseguido mexer com o vidro quente e se empolgou ao colocar os estilhaços de diferentes cores na mistura translúcida, mas dourada pela temperatura abrasiva do fogo. A peça ficou bonita, tinha um formato estranho, quase como uma flor ao desabrochar no início da primavera, com algumas rugas e fissuras do uso frequente. Jeongguk gostou. Gostou tanto que decidiu que lá seria o lugar ideal para colocar as chaves e moedas perdidas, ou qualquer quinquilharia que pudessem encontrar por aí.

Acumular pequenos objetos faz parte dos costumes que um casal cria ao morar junto. Era natural que Taehyung e Jeongguk, portanto, fizessem o mesmo.

E ter pequenos costumes, dentro de sua casa com Taehyung, era o que fazia Jeongguk feliz.

Taehyung, os costumes e a casa deles.

Ou melhor, Taehyung, os costumes e o apartamento deles.

Era um pequeno apartamento, ok, situado em uma rua estreita, com uma calçada que só cabia duas pessoas em pé, mas extremamente aconchegante. Jeongguk amava os postes com lâmpadas redondas que faziam a noite ser clara e laranja. Amava as vizinhas idosas que cultivavam plantas e atraíam passarinhos e joaninhas para as varandas. Amava os beija-flores e amava o parque que ficava à esquerda, duas quadras a frente e do lado de uma padaria francesa, à l'ancienne.

Era perfeito e cheirava a paz e a amor. Cheirava a Taehyung com uma xícara de café, preso na varanda estreita, mas com grades brancas, atrás de um quadro enorme de pintura, tentando, da forma mais bela do mundo, pintar o céu. Paisagismo era o forte dele.

E tatuagens também.

Taehyung se inscreveu em um curso de tatuagem no mês passado e Jeongguk morria de orgulho dele.

O apartamento também tinha janelas grandes, no estilo antigo e colonial da palavra; arcos redondos no topo e parapeitos grossos. Mas, quando o sol batia nelas, no fim da tarde, a sala toda ficava laranja, e a visão do cabelo de Taehyung brilhando contra o contraste quente, trazia Jeongguk de volta para a rota 66, lugar onde toda essa história começou.

Taehyung também fez questão de pintar todas as paredes, não poupou uma sequer, e Jeongguk também não se importou com a escolha peculiar dos móveis e com o ladrilho amarelo da cozinha, bem como o tapete branco com a mancha rosa, fruto de quando Jeongguk inventou de transar com Taehyung enquanto segurava uma taça de vinho tinto. Era bonito e deles. Exatamente como era.

Jeongguk riu com a lembrança.

— Taehyung? — gritou para o vazio, checando, com o olhar, se algum sinal de que ele passou por ali se mostrava explícito o bastante.

O casaco estava jogado em cima do sofá azul e os chinelos estavam na porta, junto com todos os outros. A cozinha, no entanto, parecia intacta.

Jeongguk desamarrou os tênis e os colocou na sapateira. Agora, descalço, ele pôde sentir o contato da madeira com a sola dos pés; fresquinho.

De volta para a cozinha, ele notou que não havia nem sinal de cafeteira ligada ou de xícaras dispostas na mesa redonda com a toalha de girassóis.

Jeongguk suspirou feliz, seu ambiente sagrado estava intacto. Apesar de simples, era lá onde ele criava suas receitas, dando pequenos pedaços na boca de Taehyung que, desde então, havia se tornado seu principal crítico gastronômico.

A vida era boa.

Ele finalmente reabriu seu restaurante, mas com outra proposta dessa vez: comida simples e bem feita, com um toque francês, claro, porém com um preço acessível e tempero popular. As pessoas gostavam, faziam fila do lado de fora para conseguirem lugar. Jeongguk também contratou um barista sensacional, que fazia os melhores cafés e drinks do mundo. Ele se chamava Hoseok e, de vez em quando, mimava Taehyung até demais.

Seus pais também amavam Taehyung.

Como não amariam?

Era Taehyung em uma roupa fofa, com as bochechas vermelhas, sendo simplesmente o ser mais adorável do planeta Terra.

Era seu namorado.

Finalmente seu namorado.

A aliança que Taehyung escolheu, na verdade, era um colar em formato de sol e lua. Jeongguk estampava seu sol no peito com orgulho e felicidade, porque era uma forma de manter Taehyung com ele, do lado do coração que, completamente e verdadeiramente, o pertencia. Jeongguk o amava tanto que beirava a insanidade. Casaria com ele, adotaria crianças, o que Taehyung quisesse, e no tempo certo.

Caminhou pelo apartamento e entrou no quarto deles, vendo a cama arrumada, mas cheia do restante das roupas que Taehyung tirou do corpo. O chuveiro, no entanto, havia acabado de ser desligado. A água que caía parou de ressoar e Taehyung saiu de lá se secando, todo lindo.

Deslumbrante.

O vapor da água quente saiu logo atrás dele e Jeongguk notou, pelo chão não estar encharcado, que Taehyung não usou a banheira.

Eles tinham boas memórias dentro dela também, enquanto se amavam em pouco espaço, cheios de espuma e molhando todo o piso no processo. O corpo molhado de Taehyung era a parte favorita de Jeongguk de se estar vivo. Taehyung nunca deixou de fazer seu coração disparar, mesmo depois de tanto tempo.

Jeongguk tirou o casaco e o abraçou, mesmo molhado, mesmo pingando, porque, céus, era Taehyung, era seu lar e tudo que ele mais amava.

— Oi, lindo.

Taehyung sorriu. Jeongguk o abraçou pelas costas, deixou que a toalha caísse sobre seus pés, o puxou para perto, apertando a pele e permitindo que a água de Taehyung molhasse sua camisa de linho.

— Oi, amor — Taehyung respondeu, abraçando Jeongguk também.

Amor.

Jeongguk beijou as gotas de água que acumularam no pescoço de Taehyung em adoração. E, ainda com a boca nele, completou. — Você 'tá muito gostoso, sempre gostoso.

O cheiro do sabonete inundava seu olfato e as curvas suaves de Taehyung faziam maravilhas com a sua mente.

— E você é sempre bobo. — Taehyung sussurrou, perdido com os beijos e com o toque agressivo de Jeongguk em sua bunda, a apertando.

— Como foi a aula? — Jeongguk perguntou, sem nunca deixar de tocá-lo.

Taehyung agora cursava artes na faculdade de Seul. Sexto semestre, e ele era brilhante.

— Boa — respondeu. — Mas fiquei com saudades. Saiu mais cedo do restaurante?

Jeongguk se afastou um pouco, olhou dentro dos olhos de Taehyung e o beijou na ponta do nariz antes de prosseguir.

— Estou tentando delegar.

Taehyung lhe deu esse conselho, quando o trabalho com o restaurante começou a ficar turbulento e estressante demais. Jeongguk relutou em aceitar, porque ele não era o tipo de homem que realmente aceitava ajuda. Mas, por Taehyung, ele faria isso, para ter mais tempo de qualidade e saúde com ele.

Taehyung beijou Jeongguk no rosto e sorriu.

— Meu bom menino.

Jeongguk sorriu e o beijou rapidamente nos lábios.

— Sim?

Taehyung soltou uma risadinha gostosa.

— Uhum.

— Então me dá um beijinho. — Jeongguk fez um biquinho com os lábios e Taehyung rapidamente soube, pelo olhar faminto em seu rosto, que Jeongguk queria bem mais que isso.

Mas Taehyung tinha trabalho hoje e metas a cumprir.

— Ei, não, senhor! — Taehyung riu, tentando se desvencilhar. — Eu preciso terminar meu projeto e você sabe!

Jeongguk suspirou, insatisfeito, mas conformado. Assim como Taehyung o apoiava, ele faria o mesmo.

— Certo, certo.

— Vou colocar roupa. — Taehyung puxou Jeongguk pelo pescoço e lhe deu um selinho longo e demorado. Jeongguk o seguiu com a cabeça, quase cedendo a vontade de agarrá-lo, mas se segurou, fechou os olhos e contou até três.

Taehyung seria sua morte.

— Quer um drink? — perguntou, sabendo que Taehyung gostava de drinks antes de pintar.

Taehyung assentiu enquanto terminava de pôr a camisa.

— Um-

— Cosmic Child, eu sei — Jeongguk acertadamente apontou.

Taehyung sorriu, seus olhos brilhantes formando a visão que Jeongguk queria observar dali em diante, até o fim de seus dias.

— Eu te amo pra sempre — foi o que conseguiu dizer.

— Eu te amo pra sempre — e foi o que Jeongguk conseguiu responder.

.

Meu amor, eu sinto que o gelo está lentamente derretendo e parece que faz anos desde que esteve claro.

Lá vem o sol, e eu digo, está tudo bem.

☀ FIM ☀

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