You Are A Cosmic Child | taek...

Od mutacyon

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Jeon Jeongguk era muito novo quando decidiu percorrer o sonho americano. Ele conseguiu um restaurante, um apa... Více

00; avisos
01. young folks
02. born to be wild
03. blue moon
04. renegades
05. je te laisserai des mots
06. a sunday kind of love
07. heartbreak warfare
08. coraline
epílogo. here comes the sun

09. nothing can change this love

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Od mutacyon

Oi, gente! Como o prometido, aqui está o último capítulo de You Are a Cosmic Child. Não demoramos tanto dessa vez, né? hehe. As notinhas ficaram no final dessa vez.

Tenham uma boa leitura e, pra fecharmos essa viagem da melhor forma possível, comentem bastantão pra gente! Vai ser maravilhoso ler todos os comentários de vocês <3


Não esqueçam da tag lá no twitter #yacctaekook

Jeongguk sabia exatamente para onde ir.

Ele pegou um táxi e voltou pela rota 66 assim que terminou de ajeitar as coisas dentro da mochila. O destino era certo e Jeongguk passou ao motorista, um senhorzinho calvo e um pouco rabugento, a localização exata do local onde Talita havia pedido por descanso.

Mas, independente disso, se precisasse começar pela primeira cidade da rota, torcendo para que, no meio do caminho, encontrasse Taehyung em algum lugar, mesmo que todos aqueles quilômetros de rodovia levassem mais de um dia; por Taehyung, Jeongguk faria.

Ele sentou no banco de trás, com a mochila em cima dos joelhos, e encostou a cabeça na janela. O motorista o encarava através do retrovisor, claramente curioso, porque seus olhos estavam inchados, seus óculos escorriam pelo nariz e suas bochechas estavam vermelhas, mas Jeongguk encarou as luzes coloridas do porto de Santa Mônica uma última vez e fechou os olhos, desejando que tudo isso fosse apenas um pesadelo gerado pela sua mente cansada e insegura.

Mas, quando abriu os olhos outra vez, alguns minutos depois, ele continuava dentro do táxi, com um coração dolorido e rachado dentro do peito.

— Pode ir, motorista — disse, dando três tapinhas no topo do banco dele. — Estou pronto.

O motorista acenou com a cabeça, como um soldado que acata a ordem de seu superior, e começou a dirigir para longe. Enquanto se afastavam, Jeongguk sentiu cada emoção que viveu ali perdendo a força. Elas não pareciam mais tão intensas e também não pareciam mais as melhores que ele já sentiu na vida. Era como se o seu cérebro já estivesse trabalhando para esquecer que elas aconteceram um dia, como se já estivesse se preparando para mais uma decepção.

Mas Jeongguk não queria esquecer. Ele queria sentir a dor, porque a dor seria a melhor lembrança de que todos os dias que passou ao lado de Taehyung foram reais, então ele beliscou a pele do braço, mordiscou o próprio lábio até sangrar e passou toda a viagem pensando nos bons momentos.

As estrelas pareciam mais brilhantes agora que Taehyung estava voltando para casa. Não tinha percebido antes, nem mesmo quando deitou-se ao lado de Jeongguk no chão cheio de poeira e pediu para que ele olhasse para cima. Elas eram brilhantes, sempre soube disso, mas, naquele momento, sozinho em um terreno aberto e potencialmente perigoso, cercado por árvores secas, bolas de feno e pequenos animais curiosos, Taehyung parou para pensar na magnitude de todo aquele brilho.

Ele dirigiu por algumas horas. Ou, talvez, só por alguns minutos. Estava em velocidade máxima, mas não pensava em diminuir ou em parar, porque tudo o que queria era chegar no pequeno apartamento em que vivia, tomar um banho quente e demorado, comer uma comida chinesa na frente da televisão e dormir por horas.

O vento batia forte contra o seu capacete. Por causa da proteção, o barulho dele não deveria soar tão incômodo aos ouvidos, mas Taehyung estava além do limite de velocidade permitida e o capacete tornava-se, pouco a pouco, completamente inútil, o que era até que bom, porque se ele caísse, se perdesse o equilíbrio ou se batesse na traseira de uma carreta, morreria na hora. E esse era um tipo de pensamento que surgia na sua cabeça às vezes, quando se sentia encurralado e sem respostas.

Jeongguk o encurralou. Jeongguk o pressionou. Jeongguk o distraiu demais. Isso era o que a parte doente do seu cérebro dizia. A parte saudável, o 1% de todo aquele caos, dizia que Jeongguk só queria vê-lo bem. Que Jeongguk só queria amá-lo. Que Jeongguk realmente gostava dele e que faria de tudo para demonstrar isso. Mas a parte saudável era pequena, ela quase não dava conta dos inúmeros sentimentos negativos e conflitantes que Taehyung se via tendo na grande maioria das vezes, então a voz dele perdeu força e, quase que instantaneamente, a parte doente tomou as rédeas da situação e o mandou voltar para casa antes que o coração se despedaçasse.

Taehyung era refém dessa parte doente, então ele obedeceu. Não hesitou, sequer pensou demais, apenas recolheu as próprias roupas jogadas pelo quarto, encontrou as chaves de Talita em algum lugar e foi embora, dirigindo desesperadamente para longe de tudo aquilo, para longe do único homem que já quis namorá-lo para valer e ensiná-lo como é ser amado de verdade. Ele não sabia, nunca soube, e parecia tão assustador, uma coisa boa demais para ser real.

E era nisso que Taehyung pensava, e na dor quase visceral que estava sentindo no coração, quando um trânsito repentino o obrigou a diminuir a velocidade até parar de vez. Não havia trânsito naquela rodovia, ela era expressa e de rápido acesso, mas, naquela noite, havia um, e parecia que duraria horas.

Por isso, Taehyung decidiu encostar a moto. Ele já dormiu no chão várias vezes. Já dormiu no frio várias vezes. Mais uma noite não seria um problema, ele poderia fazer uma fogueira, deitar de barriga para cima, contar as estrelas e continuar pensando em Jeongguk. Seria, até, um jeito distorcido de estar perto dele. Daqueles olhos enormes, curiosos e assustados. Um pouco apaixonados também. Taehyung sentiria muita falta dos olhos dele, e também da boca dele, das mãos dele, do sorriso dele. Temia sentir falta de Jeongguk para todo o sempre, mas era um homem adulto, e um homem adulto sabe lidar com as consequências de todas as suas decisões, inclusive a de deixar para trás a única pessoa que chegou perto de demonstrar qualquer afeto por ele.

E, então, lá estava Taehyung. Deitado de barriga para cima, com uma fogueira ao lado, as mãos cruzadas na barriga, pensando na magnitude do brilho das estrelas. Era mais fácil pensar nisso, do que em Jeongguk. E em tudo que eles poderiam ter sido se a sua cabeça não fosse tão fodida. As estrelas eram imensas, bonitas e reconfortantes, mas elas estavam longe, tão longe, assim como os seus pensamentos, que viajavam até elas e se perdiam em algum momento.

Pelo menos, uma lágrima escorreu pela lateral do seu olho, e isso fez Taehyung perceber que estava realmente vivo. Que ainda respirava. Que ainda tinha um coração batendo dentro do peito. E que, algum dia, talvez, pudesse ser amado.

Durante o trajeto, Jeongguk não pensou em nada. Foi até surpreendente perceber que estava com a mente mais limpa agora do que quando partiu de Santa Mônica. Talvez fosse a tristeza terminando de sugar toda a sua energia. Jeongguk não tinha mais condições de continuar pensando em todas as coisas que aconteceram, sabia que acabaria entrando em pane muito em breve, por isso, provavelmente, seu cérebro decidiu só desligar por um momento, e quando as lindas luzes de Santa Mônica começaram a ficar para trás, Jeongguk apoiou a cabeça na janela, com os óculos embaçados praticamente esmagados no rosto, e fechou os olhos.

Ele escolheu não se despedir do lugar. Choraria se o fizesse. E seria constrangedor, porque o motorista já estava curioso o suficiente sobre ele e sobre a expressão de derrota mais do que visível no seu rosto. Então, Jeongguk apenas fechou os olhos e começou a contar os segundos, estranhamente ansioso para sumir logo dali e cair na estrada que, dias antes, percorreu com um completo estranho, que agora tinha todo o seu coração bem na palma das mãos.

Quando os segundos se transformaram em minutos, Jeongguk abriu os olhos. Agora, já estavam dentro da rota 66, em direção ao seu ponto de partida. Há alguns dias, Jeongguk estava enchendo uma mochila com algumas roupas frescas e pensando no que faria primeiro quando chegasse no seu destino. Ele pensou em beber uma margerita, que provavelmente teria gosto de bunda, e passear descalço em cima da areia quente da praia. E sozinho. Completamente sozinho. Com óculos de sol na cabeça e um coração partido dentro do peito. Se lá atrás, quando seu restaurante faliu e sua namorada decidiu ir embora, perguntassem a Jeongguk como ele se imaginava recuperando a própria fé, ele daria esse cenário como resposta. E, se lhe questionassem, dizendo que, na verdade, ele estaria, agora, indo de encontro a um homem que conheceu por acaso, depois de chorar por ele em cima de uma cama macia de hotel, Jeongguk daria uma boa gargalhada.

Mas, bom, era exatamente onde ele estava nesse momento. Ele se sentia um pouco perdido, apesar de tudo. Se não encontrasse Taehyung, ou se fosse negado outra vez, quando voltasse para casa, teria que recomeçar do 0. Teria que girar uma chavinha dentro da cabeça e tentar viver normalmente, como acontecia com milhares de protagonistas de milhares de filmes e livros de romance. Por Deus, Jeongguk nunca imaginou que, um dia, estaria nessa posição. Ele até tirava sarro disso quando Alice insistia para que ele fizesse uma maratona de filmes melodramáticos com ela. Era ridículo, era não ter o controle do próprio cérebro, Jeongguk faria o possível e o impossível para não estar passando por isso, contanto que não custasse esquecer a existência de Taehyung. Se custasse, então Jeongguk preferiria conviver com essa dor insuportável dentro do peito para sempre.

E isso era tão humilhante.

— Vai custar uma fortuna.

Jeongguk piscou e obrigou o cérebro a voltar a funcionar. O motorista falava com ele, observando-o pelo retrovisor.

— O quê? — disse com uma voz rouca e morta.

— O quê? — O motorista franziu as sobrancelhas.

— O que você disse?

O motorista riu e soltou um assobio.

— Vai custar uma fortuna. — Ele apontou para a estrada com o queixo.

— O que vai custar uma fortuna?

— Fazer a rota inteira. Fazer a rota inteira vai custar uma fortuna para você.

— Ah... — Jeongguk rolou os olhos e voltou a apoiar a cabeça na janela. — Tudo bem.

— Você é herdeiro, por acaso? — E o motorista riu mais uma vez. — Porque, se for, me avise. Eu posso tentar cobrar mais caro, né?

Jeongguk não o respondeu. Isso era claramente impossível. Mas, mesmo assim, mesmo com o seu silêncio, o motorista continuou tagarelando. Ele engatou em uma conversa sobre herdeiros e disse que tinha um sobrinho herdeiro. O pai do menino, seu irmão, era muito rico. Levantou uma empresa de pneus no meio do nada e, agora, estava colhendo os frutos ótimos do investimento arriscado. O menino, segundo ele, era mimado e esnobe, e não se importava com o resto da família. Isso o deixava chateado, porque ele cuidou do menino quando ele era um bebê chorão e insuportável. E, na última semana, blá blá blá. Porra, Jeongguk não se importava. Ele estava pouco se fodendo para aquele motorista e para o sobrinho dele. Queria só ficar em silêncio e tentar encontrar Taehyung.

Percebendo que Jeongguk não estava para conversa, o motorista parou de falar. No mesmo instante, o carro também começou a parar. Jeongguk olhou para ele, irritado e pronto para xingá-lo, pensando que, porra, o cara só podia estar fazendo uma gracinha, mas quando moveu os olhos para frente, Jeongguk pôde perceber o trânsito horrível a alguns metros de distância deles.

Puta.

Que.

Pariu.

— Porra, só pode ser brincadeira! — gritou, inclinando-se para o meio dos bancos da frente para ver melhor. — Não acredito!

O motorista não respondeu. Aparentemente, ele ficou chateado por Jeongguk ter escolhido permanecer em silêncio quase a viagem inteira. Ao invés de responder, ele apenas chacoalhou a cabeça e apontou para o trânsito com o queixo.

— Aqui nem deveria ter trânsito! — continuou reclamando. — O universo me odeia!

Quando o motorista não respondeu, Jeongguk se jogou no banco e quase bateu com a cabeça na janela. Se ele pudesse, bateria. Preferiria desmaiar até o fim da viagem, porque, agora, ele nunca encontraria Taehyung. Ele tinha perdido a chance. Perdeu tempo demais chorando e se lamentando. Comendo um cachorro-quente horrível e pensando em apagar Taehyung da memória. Taehyung realmente tinha partido. Foi para longe e continuaria indo para longe. No fim, Jeongguk não conseguiria encontrá-lo. Era aquele negócio de estar destinado a ter tudo dando errado na sua vida. Talvez Jeongguk estivesse destinado. E isso era uma merda, porque ele nunca acreditou em destino antes, mas, com Taehyung, Jeongguk só... Ele passou a acreditar. Era fácil acreditar em destino quando se estava ao lado de Taehyung. E era por isso que estava doendo tanto não tê-lo por perto agora.

Que merda.

Jeongguk encostou a cabeça na janela e olhou para o lado. Uma infinidade de motos ultrapassavam os carros, buzinando e acenando. Jeongguk se lembrou de Talita e de como foi divertido viajar em cima dela, apesar de todo aquele terror inicial. Porra, até de Talita ele estava sentindo falta. Aquela moto velha, barulhenta e com a cor toda desbotada... Exatamente como a que estava estacionada bem no fundo do acostamento esquerdo, escondida entre uma árvore e outra.

Jeongguk se sobressaltou. Ele deu um pulo e enfiou o rosto na janela. Abriu-a com os dedos trêmulos e respirou o ar úmido daquele lugar. Ele piscou, esfregou os olhos por baixo dos óculos e encarou melhor a velha moto estacionada bem ali.

Era mesmo Talita. Ele reconhecia a pintura descascada e o banco todo fodido. Ele reconhecia o motor cheio de poeira e os guidões levemente tortos. Era Talita. Realmente Talita. E, se Talita estava ali, Taehyung também estava. Ele precisava estar.

— Eu vou descer — anunciou ao motorista. — Eu vou descer aqui!

— Ei, mas e o meu pagamen-

— Está no crédito! — Jeongguk gritou e abriu a porta. Estava com a mochila nas costas e com a coragem praticamente esmagando o coração. — Tchau, obrigado!

— Ei, garoto, como você pretende voltar para casa?! Aqui não tem ponto de táxi!

Do lado de fora do carro, Jeongguk olhou para ele. Foi um olhar cheio de esperança. Ele estava confiando no universo uma última vez.

Então, depois de sorrir, Jeongguk fechou a porta do carro e correu em direção a Taehyung.

Taehyung estava quase dormindo ali, abaixo das estrelas, com pequenas lágrimas nos olhos, quando escutou alguma coisa. Passos curtos primeiro. Depois, apressados. Ele olhou para o lado, sem conseguir enxergar muita coisa por causa do escuro, e esperou que fosse algum motorista irritado com o trânsito. Se fosse, Taehyung teria um pouco de companhia por algumas horas. Ele estava se sentindo muito sozinho desde que foi embora de Santa Mônica e não sabia como lidar com isso. Durante toda a vida, Taehyung foi sozinho. Ele acabou se acostumando. Foi o jeito que encontrou de sobreviver. Agora, pela primeira vez, ele estava sofrendo os efeitos da solidão, e eles pareciam rasgar o seu peito de dentro para fora.

Então, bom, Taehyung queria muito companhia. Ele esperou receber um turista estressado e com calor, balançando a gola da camiseta para frente e para trás, mas o que recebeu, no entanto, foi uma voz baixinha e abafada gritando de longe algo um pouco esquisito.

O quê? Não poderia ser. Talvez fosse coisa da sua cabeça. Uma imaginação carinhosa depois de um desalento.

Mas, então, de novo, agora mais próxima e mais corajosa.

Taehyung se sentou com dificuldade e encarou o escuro vazio. Não havia nada ali, mas havia a voz. Lentamente, ela gritava:

"Taehyung!"

"Taehyung!"

"Taehyung!"

E, então:

"Eu amo você!"

"Eu amo você!"

"Eu amo você!"

Sim. Era ele. Jeongguk. Jeon Jeongguk. Ele estava ali. Mas, como? Como havia o encontrado? Como ele...

Jeongguk surgiu por entre as árvores secas. Ele corria e parecia esbaforido. Tinha os óculos escorregando pelo nariz e os olhos completamente arregalados. A mochila estava nas costas, mas Taehyung tinha quase certeza de que ele a pegou com pressa antes de...

Do quê?

— Jeongguk...? — Foi a única coisa que Taehyung conseguiu perguntar antes de Jeongguk se jogar de joelhos na sua frente e pegar suas mãos com desespero. — O que você-

— Eu te achei! — Ele gritou. Tinha um sorriso enorme no rosto e respirava com rapidez. — Meu Deus, eu te achei!

— Você me achou... — murmurou. Estava de sobrancelhas franzidas e não entendia o que exatamente Jeongguk estava fazendo ali. — Como você... O que você está fazendo aqui?

Jeongguk controlou a respiração. Aos poucos, ele deixou de estar afobado. Em questão de alguns minutos, ele respirava mais tranquilo. A respiração tranquila dele era tão familiar, fez Taehyung sentir vontade de morar dentro dela.

— Taehyung... — Ele disse o seu nome mais uma vez, olhando dentro dos seus olhos. — Eu amo você. Eu amo você 'pra valer. Eu nunca amei ninguém desse jeito. Eu sou um pouco desajeitado e não sei me expressar muito bem. Mas o que eu sinto aqui dentro... — Jeongguk levou suas mãos até o próprio peito. O coração dele batia rápido e com força. — É verdadeiro. Eu sei que você tem os seus problemas, e eu sei que nenhum deles é sobre mim, mas eu estou disposto a te mostrar que posso fazer você feliz apesar de todos eles.

Taehyung arregalou os olhos. Por instinto, ele tentou se afastar. Ele sempre se afastava. Inclinou o corpo para trás e quis fugir de Jeongguk. No entanto, antes que pudesse se levantar e sair correndo de volta para Talita, Jeongguk fez carinho nas suas mãos e tudo dentro do seu peito se acalmou.

— Jeongguk... — Taehyung ficou. Ele olhou para Jeongguk e sentiu pequenas lágrimas pincelando o canto dos olhos. — Eu não sei o que dizer.

E ele não sabia mesmo. Ninguém nunca havia insistido desse jeito. Quando ele ia embora, as pessoas o substituíam. Era fácil substituí-lo, ele não era realmente suficiente. Partindo, Taehyung não olhava para trás, mas, infelizmente, colecionava cicatrizes. Ele tinha várias cicatrizes. Às vezes, passavam a faca por cima de algumas delas. Às vezes, queimavam com bitucas de cigarro. Mas, às vezes... Não, ninguém nunca havia beijado todas elas. Ninguém nunca havia sido carinhoso com todas elas.

Mas Jeongguk estava sendo. Pela primeira vez, Taehyung podia sentir alguém beijando e cuidando de todas as suas cicatrizes.

E foi impossível não chorar.

Ele se jogou nos braços de Jeongguk e chorou no ombro dele. Jeongguk passou os braços pela sua cintura e encaixou o rosto no seu ombro. Jeongguk não chorava, mas Taehyung podia senti-lo sorrindo um pouquinho. A curva do sorriso fazia cócegas na sua pele quente e um pouco amortecida. E isso era bom, porque significava que ele estava feliz. Quando alguém pareceu realmente feliz ao seu lado?

— Eu sei... — Jeongguk voltou a dizer. — Que você está com medo. Eu também estou. Mas acho que, se estivermos juntos, vai ser menos assustador.

— E você vai ficar? — Taehyung perguntou sem tirar o rosto do ombro dele.

— Eu vou. Eu prometo.

— Promete?

Lentamente, Jeongguk levantou a sua cabeça. Ele olhou dentro dos seus olhos. Ele estava mesmo sorrindo, e era um sorriso tão lindo. Taehyung queria guardá-lo dentro do peito para todo o sempre.

— Eu amo você, Taehyung. — Então, Jeongguk apertou suas mãos com mais força. — Mesmo, mesmo.

O sorriso que rasgou o seu rosto foi libertador.

Taehyung se inclinou para frente e beijou Jeongguk na boca. Ele segurou na sua cintura com dedos gentis e carinhosos e beijou a sua boca de volta. Taehyung nunca tinha sentido gosto de esperança em um beijo antes e ficou muito feliz por sentir nesse. Significava que, às vezes, a vida não precisava ser tão amarga assim.

— Obrigado por vir atrás de mim — disse. — Isso me deixou muito feliz.

— Jura? — Jeongguk soltou um risinho. — Fiquei com medo de você me chutar de volta para Santa Mônica.

Taehyung riu, secando as pequenas lágrimas dos olhos com os polegares.

— Eu nunca faria isso. Só se você-

— Xingasse a Talita ou algo assim. — Jeongguk rolou os olhos. — A moto com necessidades humanas.

— Exatamente. — Tocou Jeongguk no queixo. Foi um toque delicado e sutil. — Que bom que você não xingou a Talita.

— É, e falando na Talita... — Jeongguk olhou para trás com preocupação. — Eu larguei o meu táxi e não tenho como voltar para casa. Me diz que ela está funcionando?

Taehyung balançou a cabeça.

— Ela 'tá. E funcionando muito bem. — Jeongguk abriu a boca para responder, mas antes que ele dissesse algo, Taehyung o interrompeu com um beijinho na boca. — Mas eu acho que nós podemos passar mais uns dias em Santa Mônica. O que você me diz?

O sorriso de Jeongguk cresceu.

— Há uns dias, se você me sugerisse isso, eu te chamaria de maluco. Mas, agora, eu acho que essa é uma ótima ideia.

— Mesmo?! — perguntou com animação. — Mesmo, mesmo?!

— Mesmo, mesmo. — Jeongguk se inclinou para beijar a sua boca. — Vamos?

— Vamos!

Jeongguk se levantou primeiro e esticou a mão na sua direção. Taehyung olhou para ela por alguns segundos, amando a sensação de ser amado e cuidado, e se levantou com a ajuda dela.

E o fim da viagem em Santa Mônica trouxe não só memórias lindas e inesquecíveis, mas também o amor mais puro e intenso que eles já sentiram. 

.

Se eu for um milhão de milhas para longe, eu escreveria uma carta a cada dia. Porque amor, nada, jamais pode mudar esse amor que eu tenho por você


Foi uma viagem longa e cheia de surpresas. Honestamente, essa é uma das minhas fanfics favoritas. Foi muito gostosa de escrever e eu não poderia estar mais feliz com todo o trabalho que fizemos aqui. Esperamos que vocês tenham gostado também. Muito obrigada pela oportunidade e até a próxima! <3

Maria/Lccecold: Essa foi uma longa jornada, tanto para Jeongguk e Taehyung como para eu e a ju. Foram altos e baixos. Desistências e recomeços e é exatamente por isso que eu estou tão feliz e orgulhosa de tudo que construímos aqui. Obrigada por terem acompanhado e permanecido! Beijos e até a próxima <3

Pokračovat ve čtení

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