Uma suposta facção de balé •...

By callmeikus

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☆CONCLUÍDA☆ longfic • colegial • jm!kitty gang & jk!bailarino Jungkook estava no último ano do ensino médio... More

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04 | Déboulés
#ikusweek2021 crossover | parte 1
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06 | Relevé
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09 | Chassé
10 | Allegro
11 | Arrondi
12 | Avant, En
13 | Piqué
14 | Tombée
15 | Brisé
16 | Emboité
17 | Chainés
18 | Penchée
19 | Balancé
20 | Pas de Deux
21 | Battement
22 | Entrechat
23 | Dessus
24 | Glissade
25 | Rond de jambe
26 | Pas de valse
27 | Devant
28 | Échappé
29 | Raccourci
30 | Arrière, en
32 | Pirouette
33 | Écarté
34 | Passé
35 | Couru
36 | Dégagé
37 | Emboîté
38 | Tour
39 | Final | Changements
40 | Epílogo | Développé

31 | Effacé

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By callmeikus


Oiiiiiiiii, faccionáries!! Cês tão bem?

Coisa linda postar esse capítulo sabendo que Bolsonaro não vai ser presidente próximo ano aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

Boa leitura e, se gostarem, comentem, porque amo saber o que vocês estão achando!!

#EstrelandoOCoadjuvante

»»🩰««

 Depois da ida de Taehyung, Jungkook se aproximou. Tinha se liberado da aula há bons minutos, mas não queria interromper; aqueles dois pareciam sérios. Sem jeito, sentou-se ao lado do namorado, encostando as pernas. Não o agarrou demais porque, como de praxe, estava ensopado de suor.

— Como foi a aula, gracinha? — Jimin quebrou seu silêncio atônito com prazer. Gostava de ter segurança nas palavras que poderia dizer. Gostava de Jungkook, que sempre encarava suas palavras da forma mais bonita.

— Como sempre. E você e o Taehyung? Não parecem o de sempre.

Jimin não respondeu de pronto. Aproveitou para oferecer um pedaço do sanduíche natural, aceito sem cerimônias. Passou um tempo observando Jungkook mastigá-lo como um troglodita. O troglodita mais lindo do mundo. O troglodita muito distante daquele garoto tímido que mal aceitava ajuda. Preenchido de ternura, acariciou as coxas cobertas pelas calças esportivas.

— Não tá a fim de conversar? — perguntou Jungkook ao terminar o sanduíche e ir atrás de um biscoito de aveia e banana, alegre de conhecer a receita.

— Hm... Não sei.

— De boas, qualquer coisa tô aqui.

— Obrigado. — Jimin ofereceu um sorriso. — Se bem que... acho que quero conversar, sim.

Quase engasgou ao ver os enormes olhos castanhos serem direcionados a si, com uma intensidade de virar o mundo de cabeça para baixo. Não importava quantas vezes fosse o objeto de atenção de Jungkook, Jimin nunca se acostumou. Ele tinha uma forma muito particular e genuína de olhar. Assim como de sorrir, de enxergar a vida e de amar.

Jimin mordeu os lábios, contendo a vontade de beijar Jungkook ali mesmo, no centro cultural, todo suado. Mais confiante, explicou a conversa entre ele e Taehyung.

A conversa, rebobinada, não pareceu nada demais. Então, explicou seus sentimentos também. Mas seus sentimentos não pareciam querer ser representados por palavras. Então, apenas sobrou no ar uma sensação de estranheza, de distância e de incertezas.

— Hm... É oficial... — Jungkook ponderou.

— O quê? — Jimin perguntou afoito, todo cheio de esperanças.

— Você que é o profissional de resolver tudo entre nós dois. Eu não consegui nem entender qual é o problema do que aconteceu.

— Ah...

Jimin murchou. E, ao ver sua resistente flor-do-asfalto de ombros caídos, Jungkook enlaçou um braço pelo corpo alheio e complementou:

— Docinho... Realmente queria ter entendido. Me desculpa. Se quiser tentar contar de novo e de outro jeito pra mim, eu sou todo ouvidos, tá? Mas também não quero te cansar.

— Tudo bem, gracinha. Concordo que não é sempre que a gente vai entender os sentimentos um do outro... Obrigado por ouvir.

— Mas eu falei sério, tá?

— O quê?

— Que você é o profissional de resolver tudo entre nós! Tenho certeza que, pensando um pouco, você vai conseguir resolver!

— Ah... Espero. É que sinto que tem uma muralha enorme entre eu e o Taehyung. E você é o cara, entre nós, que sabe passar por muralhas. Você passou pela minha, mas não consigo derrubar o outro lado.

— Hm... Não sei bem o meu mérito nisso, de verdade. Eu acho que você no máximo jogou sua muralha em mim e, como minha cabeça é dura, ela quebrou.

Jimin, enfim, foi capaz de gargalhar; uma gargalhada espontânea, nascida do fundo dos pulmões e do âmago do coração. Jungkook derreteu-se ao ouvi-la.

— Você anda muito metafórico — Jimin pontuou, em um tom desafiador. — Está lendo meus livros de poesia?

— Talvez. Você dorme muito rápido, Belo Adormecido. E ama dizer que sou uma pedra dormindo, mas você nem nota quando me mexo na cama.

— É verdade... Você é um bobo, sabia?

— Óbvio.

— Te amo.

— Te amo. Mas enfim... O que eu quero dizer é que você que veio atrás de mim, me ajudou e depois deixou eu ver seu lado de florzinha cheirosa. Não sei se qualquer ser humano seria capaz de resistir a todo esse charme. Era como se você quisesse me conquistar desde o começo.

— Nem ouse! — retrucou Jimin, desafiador. Estendeu um dedo em uma ameaça que pairou, pairou, pairou e perdeu o sentido. — Se você não fosse um anjo, eu... Eu nem sei o que faria, na verdade. Todas minhas ações eram meio sem sentido. Eu não queria fazer bem, mas não queria fazer mal também... Então não sei como me livraria da responsabilidade de te apoiar se você não tivesse virado meu amigo...

— Seria esse o poder do destino? — Jungkook gargalhou e, ao olhar as horas pelo visor do celular, inclinou-se na direção de Jimin e deixou um beijo longo em sua bochecha. — Preciso ir pra aula, mas só concluindo meu pensamento: você também trabalhou pra quebrar sua muralha, então não é como se fosse algo desconhecido pra você. E, além disso, você e o Taehyung foram amigos durante todo esse tempo, não é? Apesar de ser diferente da sua amizade com o Hobi e comigo... você já fez parte dessa amizade. Acho que, se tiver alguma forma melhor de se aproximar do Taehyung, você que tem chances de saber qual é.

— Hm... Verdade. Vou pensar. Boa aula, gracinha.

Jungkook encarou o semblante pensativo e um pouco perdido de Jimin. Com um estalo, agarrou sua mão e o puxou para se levantar, com um sorriso enorme no rosto.

— Faz muito tempo que você não me assiste fazendo aula, meu docinho estudioso — Jungkook disse, entrelaçando seus dedos aos do namorado, cheio de cumplicidade. — As meninas e a professora tão com saudades, vivem perguntando de você. Faz tempo que você não é o Chim do meu Jey. O que acha de ir?

— Parece uma boa ideia...

— Agora sim, vou dançar como o melhor bailarino do mundo! — A afirmativa foi o suficiente para risadas soarem pelos corredores tão familiares. Sua segunda casa. A primeira, era a de Jimin. E a última, aquela que seus pais compraram.

— Por mim, você já é!

— Você sabe mesmo flertar...

— Gostou?

— Sempre gosto!

Jimin, de fato, foi muito bem recebido pelas alunas e pela professora. Elas sentiram falta de suas roupas "normais" e, para compensar, Jimin tirou da mochila alguns adesivos coloridos para unhas e colou no anelar de cada uma sentada ao seu redor. Gostava que, mesmo que só houvesse aparecido com suas amadas roupas poucas vezes, elas nunca deixaram de ser consideradas suas "roupas normais".

Momo deslizou pelo chão laminado enquanto calçava suas ponteiras e sapatilhas de ponta com uma habilidade impressionante. Inclinou-se na direção da orelha de Jimin para sussurrar:

— Que bom que você veio assistir o Jey, Chim. Ele fica mais alegrinho ainda com você aqui.

— Ah... — As bochechas de Jimin foram tomadas pelo mais puro escarlate. Não entendia o porquê. Era meio óbvio que seu namorado ficaria feliz com sua presença, não? — Que bom...

Momo abriu a boca para falar algo, mas parou no meio e só deu uma risada gostosa e cúmplice, de quem sabe das coisas. Terminando de ajeitar a sapatilha, levantou-se para pisar no breu* no canto da sala e, então, assumiu sua posição na barra, em frente a Jungkook.

Jimin sabia que ele o chamara para distraí-lo da preocupação. Talvez, distrair-se realmente fosse um bom caminho para chegar a uma resposta, pois sua mente focada já tinha se mostrado inútil e muito, muito ansiosa.

Foi pego de surpresa. Jimin achava que saber as motivações do namorado, que acompanhá-lo em alongamentos e que ser presenteado com uma linda coreografia, faria com que não ficasse tão distraído assim. Contudo, ficou.

Distraído. Vidrado. Encantado. Hipnotizado. Talvez não houvesse palavra que demonstrasse o suficiente sua perdição em cada movimento de Jungkook. Tão limpo, tão cheio de técnica e esforço. Muito diferente daquele garoto de quatro meses atrás. Era tão pouco tempo e, mesmo assim, tudo nele gritava dança: os músculos movendo-se por baixo das roupas, as mãos perfeitamente ajeitadas, os pés cobertos por sapatilhas pretas dominados de musicalidade, até em um mero exercício de aquecimento.

Jimin, mais do que nunca, agradeceu-se por ter se aproximado de Jungkook. Por poder vê-lo virar aquele bailarino lindo em sua frente, de costas eretas e de peito estufado. Nunca acreditara em dom, nem talento, mas, vendo-o ali, era como se Jungkook tivesse nascido para dançar. Algo como um destino implícito. Um amor de nascença, enfim lapidado. Jungkook o fazia questionar tantas coisas que passaram a vida sendo óbvias para si.

E a aula que deveria ser longa para espectadores, passou como um raio para Jimin. Jungkook parecia dono de cada pedacinho da sala. Do seu espaço na barra de ferro em frente ao espelho; da diagonal traçada por piruetas, de um canto a outro; de todo o ar que o contornava e parecia vibrar pelo calor intenso de seu corpo. Quando Jimin notara, Jungkook já estava em sua frente, guardando as sapatilhas em um saquinho para, enfim, acomodá-las na mochila.

— Vou falar com a professora, me espera um pouco! — pediu ele e correu em direção à mulher que desligava as caixas de som.

Momo, que tirava a sapatilha e a ponteira ao lado, deslizou para mais perto. O murmúrio de satisfação da garota em contorcer os pés descalços atraiu a atenção dele; ao observar o pé cheio de calos e de esparadrapos nos dedos, entendeu de imediato o alívio.

— Você não leu um livro dessa vez... — ela comentou, apenas para não deixar o silêncio pairar.

— Não... — Jimin respondeu, umedecendo os lábios com a língua. — A aula foi bem interessante.

— O Jey, né? — Ela deu uma risadinha respeitosa. Porém, ao ver as bochechas de Jimin corarem ainda mais, a risada flertou em virar uma gargalhada. — Relaxa, ele real ficou muito bom em pouco tempo, é compreensível. É a primeira vez que vejo alguém melhorar tanto tão rápido, e olha que eu faço balé desde os quatro anos.

— Sério?!

— Sério. Mas também é a primeira vez que vejo alguém entrando no balé tão "tarde", digamos assim. Ainda mais no avançado. A maioria daqui faz aula desde pequena, não é, Yerim? — Aumentou o tom de voz na última frase para chamar a atenção da amiga, já com a mochila nas costas e o cabelo longo livre do coque e amassado. Ela assentiu, corroborando para a argumentação.

— Ah, entendi... Bem, acho que o que mais faltava nele era técnica mesmo, que bom que deu para correr atrás.

— É verdade. E ele tem uma vontade a mais também, não sei. Acho que depende da pessoa. Eu gosto muito de balé, gosto de avançar entre as turmas, gosto de poder ser chamada pra dançar um solo nas apresentações de fim de ano, ser a protagonista de algum espetáculo. Mas... ir pras aulas desde criança foi o suficiente pra eu conseguir. Nunca cheguei a fazer um esforço a mais, sabe? É meio que só costume. Vir aqui, dançar durante a aula, apresentar. Acho que isso é diferente no Jey, ele sempre quer ir além.

Jimin se remexeu com a forma que o apelido do namorado soou nos lábios alheios. E, tamanho desconforto o fez perguntar:

— Você... gosta dele?

— Ah, não, só admiro — ela explicou, mas segurou uma risada que parecia desproporcional com a pergunta. Yerim, do lado, cutucou-a com o pé, também risonha. — Quem gosta é você, Chim.

Jimin baixou a cabeça e encarou as próprias mãos, tímido. Momo riu de novo, guardou as sapatilhas na mochila e se levantou. Yerim tirou de seus cabelos um grampo fujão.

— Enfim, parece que ele já tá terminando de falar com a prof — ela disse, checando os arredores e espreguiçando-se. — Vou pra casa, beijos pra você.

— Beijos! — ajuntou Yerim.

— Beijos... — reagiu Jimin.

De repente, Jungkook apareceu entre eles, abraçando Momo e Yerim pelos ombros e arrancando risadas. Com um biquinho dramático, resmungou:

— Iam embora sem me dar tchau?

— Eu dei ao seu representante oficial — Momo disse, apontando Jimin. Jungkook deu um sorrisão.

— É mesmo — concordou o bailarino, dando uma piscadinha para ambos. Soltou as garotas para ajudar Jimin a se levantar. — Tenho um recado final: próxima aula a pescada sai!

— Se você tá dizendo... — ela desafiou, erguendo uma sobrancelha e caindo na gargalhada logo depois. — Se não sair, vou reclamar com seu SAC oficial.

— Vou trazer ele na próxima aula também! — Jungkook abraçou por trás seu SAC oficial, Park Jimin, exibindo-o todo orgulhoso.

— Vocês são fofos mesmo! — Trocou uma olhadinha com a amiga, que revirou os olhos. — Bem, tchau, tchau, Jey e SAC!

Jungkook deu outra risada. Depois, despediu-se da professora, conduziu Jimin até a parte de fora da sala, vistoriou os arredores e puxou-o para um selinho bobo e alegre. Ambos riram, felizes e sem graça, indo em direção ao banheiro para transformar Jey em Jungkook trabalhador na loja de conveniências. Com a mesma cumplicidade de sempre, trancaram-se em uma cabine; Jungkook sentado na privada de tampa baixa e Jimin ali, encarando-o de cima com um tom mandão no semblante e um sorriso doce nos lábios enquanto tirava o pacote de demaquilante da mochila e via Jungkook fechar os olhos.

— Docinho... — Jungkook murmurou, ainda de olhos fechados enquanto o namorado removia a sombra com um lenço. A proximidade pareceu pouca, então afastou as pernas e puxou Jimin pela parte de trás das coxas, acomodando-o melhor no espaço livre.

— Hm?

— Eu combinei com a professora Joohyun de fazer alguns ensaios extras nos sábados, pra repassar a coreografia da Morte da Fênix, sabe? Ter um espelho pra avaliar meus movimentos e ela para me dar direcionamento técnico é importante.

— Fez bem, gracinha! Depois me diga o horário, posso preparar um lanche.

Jungkook conseguia enxergar o sorriso do namorado apenas pela doçura em cada palavra dita. Jimin era mesmo seu docinho. Por isso mesmo, doeu explicar:

— O problema é que a gente tinha combinado de gravar sua videoaula no sábado... A gente pode passar pra domingo?

— Óbvio! Falta um mês para a competição. Eu tenho uma vida inteira para produzir videoaulas.

Depois de tirar a maquiagem de Jey, usou o resto do lenço para tirar o spray de tinta vermelha de seus fios negros; chamas e cinzas. Talvez Jey estivesse destinado a virar fênix desde seu nascimento. Jungkook, acostumado com a ordem da sua destransformação, abriu os olhos, encarando Jimin profundamente.

— Se você usar isso como desculpa pra nunca gravar nada, vou fazer greve de beijo, docinho! — Jungkook ameaçou e começou a tirar suas roupas de balé; detestava tirar a camisa, pois tinha de se calar momentaneamente e, desde que Jimin o libertara, era apaixonado pela possibilidade de falar qualquer coisinha que quisesse.

— Nada, você vai me obrigar a gravar muito antes de eu sofrer esse risco.

Jimin riu, mas a risada minguou ao fitar Jungkook seminu. Estava acostumado? Deveria estar. De fato, ver Jungkook com tanta pele exposta era, sim, um costume. Um costume com o qual ainda não se acostumara. Não que fosse ruim, amava-o ver assim; não só por achar o namorado lindo, mas por acompanhar os músculos se desenhando por baixo da pele, principalmente nas coxas, como prova de que, enfim, Jungkook era o bailarino que sempre desejou ser. Também gostava de não enxergar mais as costelas tão aparentes.

— Apreciando a vista? — Jungkook brincou, apesar de rir um pouco de nervosismo. Se fosse o quarto de Jimin, decerto já estariam mergulhados em beijos afoitos.

— Sim. E é bom perceber que você não tá mais tão magro — Jimin concordou, com as bochechas vermelhas. Como carregava a mochila de Jungkook em um ombro, retirou dela a blusa de botão do uniforme da loja de conveniências e a passou pelos braços dele, como sempre.

Abotoar mostrou-se mais desafiador do que o normal. Desde que passaram de relacionamento difícil de explicar para amigos, essa era parte da rotina. Porém, desde que evoluíram para namorados e Jungkook ganhara passe livre para encarar Jimin como se pudesse enxergar toda sua existência, as mãos tremiam. E, mesmo assim, Jungkook nunca se ofereceu para se vestir sozinho. Nem se ofereceria. Ver as mãos trêmulas de seu docinho tão firme era um deleite.

Um último selinho antes de seguirem o dia e irem à loja de conveniências. O caminho era tão costumeiro; parecia talhado em cada passada pelo asfalto ainda quente do Sol da tarde, apesar do pôr-do-sol estar quase no fim. Os postes de luzes amareladas da cidade acendiam pouco a pouco, acompanhando o caminho deles. Um caminho mais quieto do que aquele da escola para a casa de Jimin que, por sua vez, era muito, mas muito mais quieto do que o almoço, quando amarras não existiam.

Nada fora da rotina. Tão normal que nem se esperava algo de diferente. Jungkook não esperava nada além de trabalho, estudos e ir para a casa dormir. Até ver alguém de canto de olho.

O coração acelerou e um buraco parecia ter se formado em seu estômago. As pernas já cansadas das inúmeras aulas de balé flertavam em falhar.

Seu primeiro impulso foi não fazer nada. Continuou o caminho, como sempre. Talvez sua cabeça tivesse pregado alguma peça. Ainda com o canto dos olhos, buscou de novo.

Não era sua cabeça; tinha visto certo, interpretado certo. Apesar de não ter sido notado de volta, Jungkook conhecia a pessoa do outro lado da calçada, cheia de sacolas de compras. Apressou o passo, quem sabe dar um propósito a todo aquele sangue que corria, energizado, por suas veias. Jimin, confuso, acompanhou-o e vistoriou os arredores.

Não encontrou nada. Tudo como sempre.

Chegaram à loja de conveniências. Jungkook sentia seus pulmões comprimidos. A respiração não era a mesma. A cabeça parecia leve. A boca, seca e inerte, contrastava com o coração exigindo ser ouvido. Deu um sorriso amarelo ao Sr. Won e à moça do turno anterior. Tinha quase certeza de que perguntaram se estava bem, mas a dúvida se havia respondido algo era ainda maior.

— Ei, gracinha, você está bem?

A fala vinha acompanhada de um toque em sua mão, por baixo do caixa, como sempre faziam. Mas o sempre já havia sido quebrado e, assustado, Jungkook recuou.

— É, com certeza tem algo de estranho com você... — Jimin murmurou, mordendo os lábios. Perdido sobre o que fazer, pois Jungkook, o grande amante de carinho físico, fugiu de seu toque. Suas mãos de unhas longas ameaçaram tocar o ombro alheio, até notar que não deveria tocá-lo e recuar. Várias vezes. — Quer conversar?

— Hm... Tá tudo bem.

Não estava tudo bem. Jungkook nem ao menos se lembrava de como tinha sentado atrás do balcão. Não fazia a mínima ideia de como tinha acertado o caderno de geografia, aberto em sua frente.

Jimin se segurou de novo, a mão buscava os cabelos de Jungkook no automático. Mordeu os lábios na tentativa de conter o medo inexplicável que contorcia-lhe o âmago.

— Gracinha... Queria te dar um carinho para te consolar enquanto não sei quais são as melhores palavras. Posso?

— Uhum...

Jimin começou a se aproximar, mas aquela sensação ruim e errada continuava. Então, trêmulo, suspirou:

— Você não parece muito certo disso...

— Mas falei "sim"! — Jungkook, até então aéreo, aumentou o tom de voz. Era para ter soado altivo, mas, talvez, tivesse soado ríspido.

— Desculpa... Só não queria te forçar a nada. Prefere começar a estudar?

— Eu...

— Vamos fazer assim: vou arrumar as prateleiras. Aí, você tem um tempo sozinho. Me chame, se precisar.

Jimin levantou-se da cadeira e se embrenhou pelos corredores da loja. Também era uma boa estratégia para si, porque o coração doía, e muito. Doía tanto que temia transparecer pelos olhos. Porém, ao contrário do esperado, o silêncio deu ainda mais espaço para a insegurança consumi-lo.

Não, não queria dar corda à sua mente. Em especial, por parecer muito egoísta colocar palavras na boca de Jungkook e sentimentos em seu coração.

Contudo, era egoísta. Era humano, pequeno e inseguro. As mãos tremiam enquanto tentava alinhar várias Pringles do lado uma da outra. Todos aqueles sentimentos que enclausurou e amaciou com amor gritavam em sua cabeça: de que Jungkook se arrependia em ter se envolvido consigo; bruto, mal dito. De que Jungkook se machucara por sua culpa; sabia que os arranhões e os hematomas estavam quase invisíveis, mas e o psicológico? Não estava dentro da cabeça de Jungkook.

Jimin não gostava do tipo de relacionamento que era capaz de oferecer, não depois daquele ocorrido. Ou talvez nunca tivesse gostado, e o acontecimento escancarou a ferida.

Até então, silenciara as vozes detestáveis de sua cabeça porque Jungkook dizia que ainda queria sua presença, que estava tudo bem. E Jimin fazia seu máximo para seu lado amargo não levá-lo a colocar palavras da boca de Jungkook, fazer decisões por ele. Sabia o quão perigoso era, por mais bem intencionado que fosse. Mas o silêncio e a estranheza... eram uma dupla que imploravam por uma justificativa. E a justificativa só poderia ser Jimin e sua violência.

De tão imerso em pensamentos, apenas notou a aproximação de Jungkook quando foi enlaçado por trás. Sentiu o peso do rosto em seu ombro, o toque dos lábios no pescoço e as cócegas feitas pelos fios negros na bochecha. O coração acelerou, mas os músculos relaxaram. Era paradoxal. E meio irracional. Na verdade, o amor era muito irracional, porque o desespero de se afastar do relacionamento deu espaço a uma certeza de queria passar o tempo de uma vida inteira com Jungkook.

— Oi, docinho...

— Oi, gracinha...

Passaram mais um tempo em silêncio, Jimin afundando no calor do corpo de Jungkook; Jungkook se estabilizando contra a postura sempre altiva do namorado. Suspiraram em uníssono.

— É pra ser sincero... — Jungkook murmurou. — Se eu não contar o que me deixou assim, você vai ficar triste?

— Já fiquei triste... — Jimin confessou. Depois, sentindo-se patético, acrescentou: — Desculpa...

— Não é pra se desculpar... Eu tava guardando pra mim pra não te deixar preocupado, mas foi o efeito oposto, né?

— Acho que sim...

— Vi um cliente dos meus pais na rua. Fiquei aterrorizado deles descobrirem tudo.

— Mas você está vestido com o uniforme da loja de conveniências. Eles sabem que você trabalha, não sabem?

— Sim.

— Então, não tem nada demais. Se esse cliente contar sobre mim, você pode falar que eu estava te chantageando, algo assim. A gente consegue pensar em uma mentira fácil.

— É... — Apesar de não querer corroborar com mais mentiras sobre Jimin, fazia parte de uma negociação já encerrada: a verdade entre eles era mais importante do que a mentira para os outros, por mais que a última machucasse, e muito. — Realmente, não foi nada demais... Acho que o fato de já ter acontecido umas coisas com meus pais e eu me deixou mais paranoico ainda.

— E o que já tinha acontecido?

— Isso eu quero guardar pra mim por mais um tempo... Não pra não te deixar preocupado, mas porque não sei se tô pronto pra falar. Parece que vai virar um problema maior se eu falar em voz alta, sabe?

— Sim, sei...

— Então... Já me desculpo por te preocupar enquanto fico quieto, tá? Vou fazer meu melhor pra mastigar isso direitinho.

— Já falei para parar de se desculpar comigo, gracinha! — Jimin virou-se entre os braços de Jungkook, ficando de frente. Quase uniram os lábios em um beijo, mas respiraram fundo e se afastaram com um sorriso decepcionado.

— Você poderia aceitar às vezes, sabia? Às vezes eu quero me desculpar comigo mesmo e te uso para isso.

— Pare de se desculpar consigo também! — Jimin ainda tinha um tom de sermão, aquele de quem sabia das coisas; sempre presente em sua armadura, mas agora confortável na garganta do Jimin docinho também. Terminou de alinhar as Pringles, mais tranquilo sem o fantasma da insegurança rodeando os corredores de seu peito.

— E vou falar o que quando eu me magoo?

— "Da próxima vez, vou tentar não te magoar".

— Se eu fosse eu mesmo, que no caso sou, não acharia isso muito consolador. — Jungkook empinou o nariz, como que desafiando Jimin a colocar sentido em cada palavra.

No fim, só queria ouvi-lo discorrer mais e mais. Beber daquele mundo interno de Jimin, tão ilimitado, fazia-o se encher um pouco de possibilidades mesmo dentro das suas barreiras.

Jimin riu, doce. Com as prateleiras já meticulosamente arrumadas, segurou o pulso de Jungkook e o puxou para trás do caixa. Enfim um pouco protegidos, Jimin acariciou o joelho dele antes de segredar:

— De vez em quando, promessas me assustam, ainda mais para mim mesmo. O peso do "eu vou fazer", às vezes, é grande demais. E aí, quando não faço, a derrota vem. O "eu vou tentar" me dá uma direção do que seria o mundo ideal para mim. Mas, se eu não conseguir, não sou fracassado. Porque só tentei, sabe? E posso tentar de novo, inclusive.

Jungkook não respondeu com palavras, apenas com aquele olhar profundo de pura atenção. Jimin às vezes estranhava o quanto ele prestava atenção em si, mas sempre amava sentir o peso da curiosidade sobre o rosto. Subiu a carícia para a coxa, mas bem perto do joelho, inocente; apenas para tentar conter a vontade de acariciar o rosto e os cabelos, uma armadilha que deixava-no louco de vontade de beijar o namorado.

— Então só tente — Jimin continuou, graças ao silêncio de ouvinte de Jungkook. — Se você conseguir, tudo bem. Se você não conseguir, tudo bem também. Tente de novo. Ficar ainda mais magoado por ter se magoado por ter feito uma promessa de não se magoar é muita maldade para um coração, ainda mais um tão macio quanto o seu.

— Falou o coração de pedra!

— O que posso fazer se você amolece o meu?

Ambos coraram. Não exatamente por vergonha, talvez por orgulho. Jimin amava ser capaz de proferir frases antes vistas apenas na sua amada literatura, e Jungkook não só gostava de recebê-las, como também da alegria estampada no rosto do namorado por conseguir proferi-las.

— Quanta proibição! Não posso pedir desculpas, não posso fazer promessas... — Jungkook brincou.

— Você pode fazer o que quiser, gracinha.

— Eu sei! Obrigado, de verdade, docinho. — Inclinou-se, no automático, para deixar um beijo nos lábios fartos, mas recuou com uma risada sem graça. — É por isso que você é tão compreensivo comigo mesmo agora que tô todo estranho?

— Sou compreensivo porque você me conquistou, gracinha. Eu não entendo tudo que você passa, mas você sempre me ouviu, então faço meu melhor para te ouvir também. E, mesmo nisso, às vezes eu falho. Falhei enquanto arrumava as Pringles. — Jimin riu, mas melancólico. Seu olhar perdeu-se nas próprias mãos. A direita ainda carregava tons de vermelho no punho, como uma prova daquela sua parte detestável. Achava que não a reencontraria. — Não tenho certeza se a gente só melhora, sabe? Seja muito ou pouco. Às vezes a gente piora mesmo, sei lá. Várias vezes eu tive algumas epifanias que eu achava, na época, que seriam uma lição de vida que me impediria de sentir algumas dores. Aí, caio na mesma dor e, no final dela, tenho a mesma epifania. E noto: "nossa, mas de novo? Por que não lembrei antes?". Sinto que algumas epifanias eu simplesmente esqueci, e nem vou ser capaz de perceber quando as tiver de novo.

— E aí, você promete tentar se lembrar delas, né? — Jungkook coletou a mão que Jimin encarava e acariciou os arranhões. Em vez de tentar apagar aquela cena de violência da cabeça, decidiu tentar aceitar o ocorrido, para ver como seria a digestão. Era uma parte que nem ele nem o namorado gostavam sobre Jimin, mas fazia parte da existência dele. — Hm... Pensando assim, é uma coleção de epifanias, né? Tipo o que a gente faz com memórias e momentos. Talvez a vida seja só isso, né? Uma graaaande coleção que, uma hora, vai embora com a gente.

— E o que você acha disso?

— Hm... Acho legal. A gente vai ter coisa pra falar, tipo seu pai.

— Papai? — Jimin riu. — O que vocês arranjaram, hein?

— Ele conversou comigo uma vez. E falou várias coisas que funcionaram muito pra mim. Quando perguntei, ele disse que era porque ele já era tiozão, viveu muita coisa. Isso deve ser a coleção dele, né?

— Sim... É uma forma curiosa de ver o envelhecimento.

— Gostou?

— Uhum, deu vontade de envelhecer ao seu lado.

— E é pra envelhecer! Prometo tirar o pó da sua coleção e colocar em pedestais as coisas que estivermos vivendo.

Encararam-se. As bochechas pintavam-se mais de escarlate a cada segundo. Risadas explodiram de seus lábios com a declaração um tanto quanto brega, mas os olhos transbordavam de amor. Transbordavam o quanto gostavam. O quanto sentiam. O quanto concordavam.

— Preciso mesmo esconder meus livros de poesia de você! — brincou Jimin, mas acariciou as pernas do namorado para deixar óbvio que era mentira.

— Não gostou do Jungkook poeta?

— É que é muito difícil ouvir o Jungkook poeta sem poder beijá-lo, sabe?

— Sei! Mas e aí? Você promete cuidar da minha coleção também?

— Se der certo, vou lustrar ela todinha.

Mais risadas, cúmplices. Mais de amor do que de humor.

— Sério, a gente fala cada coisa... — suspirou Jungkook.

— Acho que a culpa é da loja de conveniências. Como a gente não pode se tocar para demonstrar amor, tem que ficar criativo com as palavras.

— Nossa, então vou trabalhar aqui pelo resto da minha vida!

— Bobo!

— Sério. Obrigado. É muito legal poder falar tanto. Nunca pensei que teria tantos pensamentos assim.

— Então se prepare. Quanto mais você pensa e mais fala pensamentos, mais pensamentos aparecem para falar!

— Sério?

— Ah, não sei se é algo universal, mas acontece comigo — Jimin respondeu, subitamente tímido. Jungkook teve vontade de chorar em pensar que não poderia mais beijá-lo aquele dia. Queria sorver a existência de Jimin inteira, de verdade, até o fundo do seu ser.

Por tanto terem falado, e por tanto gostarem de falar — porque quando deixavam todas aquelas palavras, que nem sempre os orgulhavam, libertarem-se de seus peitos, eram invadidos por uma espécie exótica de leveza —, precisaram combinar focar nos estudos até a hora de Jimin ir. De verdade. Era como se a geografia implorasse para ser trocada por conversas sem muito nexo nem muito tópico.

Então, estudaram. Com as pernas coladas uma na outra como uma forma de compartilhar presença. Mas com pausas e separações para atendimento a clientes ocasionais. Ao menos, sempre que voltavam a estudar, as pernas também voltavam à posição de antes. Por mais que fosse complicado estudar com o coração acelerado de amor, era uma consequência alegre.

Alegre até chegar o momento de Jimin ir.

Como sempre, Jimin não queria ir, e Jungkook não queria vê-lo atravessar a porta. Como sempre, queriam ao menos trocar um último beijo — prestes a virar vários últimos beijos —, mas não poderiam. Então, sobraram olhares tranbordando significados, unhas longas afundadas em fios negros e mãos veementes acariciando a cintura musculosa pelas artes marciais.

Jimin se foi. Deixou o eco do sino da loja de conveniências e o conforto de sua presença para trás, dissipando como o calor de seu corpo o fazia na cadeira ao lado de Jungkook.

Tudo pareceu esvair rápido demais.

Jungkook, mais uma vez, não se sentia ele mesmo. Não ali, naquele grande vazio preenchido pelos zumbidos melancólicos das geladeiras, pelo relógio silencioso que mal acrescia minutos. O coração acelerou. Dessa vez, reconheceu mais rápido a raiva. Jurava já ter superado aquela solidão horrível.

Pegou da mochila seu caderno de matemática. Depois de Jimin, notou ser fácil começar: era só encarar uma equação que a mente já disparava as possibilidades de resolvê-la. Talvez fosse uma boa forma de fuga.

Conseguia, sim, pensar nas operações que precisava fazer. Encontrou, sim, vários xises, ípsilons e zês, mas o coração continuava a martelar. A respiração continuava entrecortada. Não conseguia fugir do pavor.

Eram seus pais, perseguindo-o de novo. Era aquele cliente que o viu na rua; aquele cara nojento da sua sala que presenciara Jimin protegê-lo; era a proposta da mãe; era o professor e a turma de testemunha do dia que resolvera fazer dupla com Jimin. Não queria esconder Jimin, não queria. Mas tinha medo das consequências. Tinha medo demais.

Pensou em todas as possibilidades de ser descoberto, desde as mais prováveis até as mais absurdas. Era infinito e desesperador. Quando viu, já tinha chegado a hora de fechar a loja. Varreu, aéreo e aflito. Desligou as luzes e trancou a fachada, engolindo em seco. Voltou caminhando para casa, ensurdecido pelos próprios pensamentos; tão altos na rua tão silenciosa.

Entrou em casa. Desligada, fria e vazia. Comeu alguma coisa só porque Jimin fez uma aparição em sua cabeça, alertando-o sobre a importância de cuidar da saúde; a única voz intrusa que gostou de ter ecoando. Subiu as escadas e atravessou o corredor.

Parou na frente da porta do quarto dos pais, encarando-a longamente. Ficou bons minutos lá e, como esperado, ninguém veio encontrá-lo; como o grande fantasma cativo daquela casa que era. Nem fantasma, talvez. Fantasmas eram elementos marcantes em histórias. Causavam emoções, arrepios, teorias sobre seu surgimento e passado. Talvez, Jungkook fosse um móvel.

Nem protagonista, nem fantasma misterioso, nem coadjuvante que ao menos vagava no fundo da cena. Um móvel, uma decoração. Árvore B. Sofá D. Havia vários sofás em sua luxuosa casa. Sim, fazia sentido ser o Sofá D.

Sofá D, então, caminhou até seu quarto, enfiando-se no chuveiro mais uma vez. Chorando no chuveiro mais uma vez. Queria poder arrancar todos aqueles sentimentos do seu peito, queria lembrar de algum dia cujo fim não era banhado em lágrimas. Queria, com um alicate, puxar tudo para fora e, quem sabe com um canudo, sorver todo o amor, positividade, paixão e protagonismo que às vezes sentia.

Tentou se lembrar das palavras de Jimin, de que nem sempre só se melhorava. Parecia até um prenúncio daquela noite escura. Encharcado, pegou o celular, esperando ver uma playlist do namorado para dormir bem. Nenhuma, mas havia sim, uma mensagem de "eu te amo" que ajudou o ar a chegar um pouco mais aos pulmões. Que fez Jungkook se sentir menos Sofá D. Talvez Sofá A.

Como queria parar a dor, tentaria resolvê-la. Verdade seja dita, não acreditava na resolução, porque não acreditava nas pessoas envolvidas. Contudo, precisava fazer alguma coisa. Ao menos tentar acender uma fagulha sequer de protagonismo. Ao menos lutar.

Secou o corpo, apesar de nem tentar mais interromper as lágrimas. Abriu a caixa de e-mails no celular e digitou um. Provavelmente desconexo; não sabia o que pedir, não sabia o que falar, não sabia se sua ideia fazia sentido. Digitou um punhado de palavras e enviou.

A notificação de "e-mail enviado" surgiu como uma espécie de maldição. Todo o ar pesava mau agouro. Jungkook largou o celular e deitou na cama, encarando o teto.

Encarou e encarou. A ponto de perceber em detalhes desproporcionais uma imperfeição na pintura. Encarou até cansar os olhos e, apesar disso, eles não se fechavam para que pudesse dormir. Não mesmo. Se as possibilidades dos seus pais descobrirem sobre Jimin e balé pareciam incontáveis; as respostas e consequências daquele e-mail eram infinitas.

Porque Jungkook enfim seria notado pelo pai. Não como filho dele, claro, aquilo já desistira. Mas como cliente.

»»🩰««

Hmmmmmmm, sinto cheiro de ✨vai dar merda✨

Ah, não se esquece de deixar seu votinho! 💜

Qual foi sua cena favorita? Eu gosto de gays fazendo gayzisse, mas também acho que me marca muito o jeito que o Jungkook se sente em casa, então diria que esse final!

Muito, muito, muito obrigada mesmo a todo mundo que lê, comenta, vota e dá tanto carinho pra minha bebê!! Não sei colocar em palavras o quão grata eu sou!

Beijinhos de luz e até 19/11 às 19:00! Amo vocês!

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