Marriage of Convenience

By PetalaNegra0

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Constantine Hill, chefe da máfia italiana. Morgan Stanley, uma jovem metida em negociações de interesse. Os... More

𝐌𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬 𝐝𝐨 "𝐒𝐢𝐦"
𝐌𝐮𝐝𝐚𝐧𝐜̧𝐚 𝐝𝐞 𝐩𝐥𝐚𝐧𝐨𝐬
𝐌𝐞𝐬𝐦𝐚 𝐜𝐚𝐦𝐚
𝐔𝐦 𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥 (𝐢𝐧)𝐟𝐞𝐥𝐢𝐳
𝐀𝐣𝐮𝐝𝐚 (𝐢𝐧)𝐝𝐞𝐬𝐞𝐣𝐚𝐝𝐚
𝐑𝐞𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐬𝐨𝐧𝐡𝐨𝐬
𝐂𝐢𝐮́𝐦𝐞𝐬?
𝐏𝐫𝐞𝐬𝐭𝐞 𝐚𝐭𝐞𝐧𝐜̧𝐚̃𝐨
𝐌𝐞 𝐟𝐚𝐜̧𝐚 𝐮𝐦 𝐟𝐚𝐯𝐨𝐫
𝐒𝐨𝐛 𝐚 𝐦𝐞𝐬𝐚
𝐏𝐨́𝐬 𝐟𝐞𝐬𝐭𝐚
𝐂𝐚𝐬𝐭𝐢𝐠𝐨𝐬.
Não é um capítulo. Mas é importante!
𝐂𝐢𝐮́𝐦𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐧𝐨𝐯𝐨?
𝐃𝐨𝐜𝐞 𝐯𝐢𝐧𝐠𝐚𝐧𝐜̧𝐚
𝐏𝐨𝐫 𝐟𝐚𝐯𝐨𝐫, 𝐬𝐮𝐦𝐚
𝐏𝐨𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐨𝐜𝐞̂?
𝐏𝐨𝐫 𝐟𝐚𝐯𝐨𝐫, 𝐦𝐞 𝐦𝐚𝐭𝐞
𝐌𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐜𝐮𝐥𝐩𝐞
𝐃𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐨𝐬 𝐢𝐧𝐜𝐨̂𝐦𝐨𝐝𝐨𝐬
𝐏𝐚𝐫𝐚𝐛𝐞́𝐧𝐬
𝐄𝐬𝐭𝐫𝐚𝐠𝐚 𝐩𝐫𝐚𝐳𝐞𝐫𝐞𝐬
Pergunta rápida! Não é capítulo!
𝐀 𝐡𝐢𝐬𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐚 𝐬𝐞 𝐫𝐞𝐩𝐞𝐭𝐞.
𝐁𝐨𝐦 𝐝𝐢𝐚.
𝐏𝐫𝐚𝐭𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐬𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐞 𝐟𝐫𝐢𝐨.
𝐔𝐦 𝐩𝐞𝐝𝐢𝐝𝐨.
𝐆𝐚𝐫𝐨𝐭𝐚𝐬?
𝐌𝐚𝐬𝐜𝐨𝐭𝐞
𝐈𝐦𝐩𝐥𝐨𝐫𝐞.
𝐃𝐞 𝐢𝐠𝐮𝐚𝐥 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐢𝐠𝐮𝐚𝐥
𝐇𝐚𝐣𝐚 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐭𝐚𝐥
𝐀𝐭𝐞𝐧𝐭𝐚𝐝𝐨 𝐨𝐮 𝐚𝐬𝐬𝐚𝐬𝐬𝐢𝐧𝐚𝐭𝐨?
𝐂𝐨𝐦𝐚𝐧𝐝𝐨
𝐀𝐝𝐞𝐬𝐭𝐫𝐚𝐝𝐨𝐫
𝐀𝐦𝐚𝐝𝐮𝐫𝐞𝐜̧𝐚 𝐬𝐞𝐦 𝐬𝐮𝐫𝐭𝐨𝐬
𝐎 𝐜𝐮𝐥𝐩𝐚𝐝𝐨
𝐏𝐨𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐬𝐬𝐚 𝐯𝐢𝐝𝐚?
𝐂𝐨𝐧𝐯𝐢𝐯𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚
𝐌𝐞 𝐟𝐚𝐜̧𝐚 𝐬𝐞𝐧𝐭𝐢𝐫 𝐚𝐥𝐠𝐨...(𝑓𝑖𝑙𝑙𝑒𝑟)
𝐎 𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐨. (𝐹𝑖𝑙𝑙𝑒𝑟)
𝐀𝐭𝐞́ 𝐝𝐞𝐳
𝐃𝐞 𝐣𝐨𝐞𝐥𝐡𝐨𝐬
𝐍𝐨𝐯𝐚 𝐜𝐡𝐞𝐟𝐞
𝐍𝐨́𝐬 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐫𝐢́𝐚𝐦𝐨𝐬
𝐋𝐞𝐯𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐚𝐦𝐞𝐚𝐜̧𝐚
𝐈𝐧𝐭𝐞́𝐫𝐩𝐫𝐞𝐭𝐞
𝐔𝐦 𝐧𝐨𝐯𝐨 𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐨
𝐄𝐩𝐢́𝐥𝐨𝐠𝐨
AVISO
Pergunta rápida

𝐎 𝐩𝐚𝐠𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐞 𝐨 𝐭𝐫𝐨𝐜𝐨

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By PetalaNegra0


 Morgan

◇◇◇◇

Nós terminamos de arrumar a festa exatamente 20hrs, ainda falta uma hora e meia até que todos cheguem, eu marquei para as 21hrs.
Tine fez questão de avaliar como a casa estava, mas não tem uma expressão de "medo" no rosto, apenas se assustou quando viu Asterin coberto de sangue, com uma faca do lado dele.
Não segurei a risada, ela foi mais forte e alta.

- É falso!

- Porra. - Ele suspirou e colocou as mãos na cintura. - Ficou maluca?

- Não fui eu que fiz isso, foi a Íris!

- Ela nem está aqui para se defender.

- Por isso mesmo, e além disso, até Asterin está arrumado e você não.

- Eu teria ido, se parasse de reclamar com os funcionários sobre a decoração.

- Mas eu só estava explicando como eu queria, e minha roupa já está separada.

- Vai usar a de mulher gato? - Fez cara alegre.

- Não, a da Tiffany.

- Vou ser o Chuck! Ou não, não gosto desse filme.

- Uma pena, me lembro que o Damon disse que iria ser o Chuck. - Falei enquanto ia pro quarto, me arrumar.

- Como é? - Tine disse, me seguindo.

- Ele disse que ia ser um Chuck sem Tiffany.

- Você é uma Tiffany sem Chuck, só que não disponível.

- Quem disse? - Olhei para ele, enquanto pegava minha fantasia.

- Morgan, pare de insinuar como se estivesse solteira. - Ri baixo, sei que isso incomoda ele, igual quando ele me incomoda. - Vai acabar ficando de verdade.

Disse e seguiu para o closet.

- Duvido disso! - Nós dois sabemos que não vamos ficar solteiros de verdade.

Eu fui direto pro banheiro, tomei um banho e me vesti, a parte mais trabalhosa vem agora, a maquiagem. Poderia ter chamado uma maquiadora, mas queria me desafiar e tentar, já que nunca pensei em fazer algo assim.
Comecei a me maquiar, primeiro cuidados com a pele e depois a maquiagem pesada, base, contorno, corretivo... Tudo o que eu tenho, passei, Tine também me obrigou a passar, já que ficou parado na porta me olhando. Parecia estar querendo que eu usasse, finalmente, as maquiagens que me deu. Não queria, mas acabou se vestindo de Chuck, o ciúmes venceu qualquer outra ideia que tivesse. Também começou a se maquiar, fez alguns cortes no rosto e sombra escura nos olhos. Prestei atenção nisso, ele também me ajudou, passando o batom, fazendo as sobrancelhas e arrumando o meu cabelo. Nesse momento, parece mais meu amigo do que meu marido que comanda uma máfia.
Ele parou algumas vezes para roubar beijos, também adorou se enfeitar com o batom que estava na minha boca, me fez beijar o rosto e pescoço dele várias vezes, até a marca do batom fixar. Estávamos prontos às 21:20, algumas pessoas já haviam chegado.
Ele me ajudou a terminar de arrumar a cozinha e trancar os cômodos do andar de cima, as chaves ficaram escondidas na adega. Fomos juntos para a sala de estar, cumprimentar todos. Sim, a escola inteira vai dar uma passada aqui, viramos populares depois de sermos odiados, falsidade? Sim, porém, quero diversão, mesmo que metade das pessoas façam fofocas.
Todos chegaram às 22:30, a casa já está cheia, tem mais pessoas chegando e muitas bebidas sendo feitas na cozinha. Nick chegou nesse horário, fantasiada de coelha, tinha menos roupa do que normalmente, acho que é a desculpa dela para parecer uma assanhada sem ser julgada, não julgo ela.
Nick passou direto para a cozinha, atrás de bebida.
Não demorou para começarem a beber, dançar e se pegarem pela casa inteira, até na piscina eles fizeram questão de entrar.
Eu também não demorei para me perder do Constantine, ele sumiu em um passe de mágica. Não posso confiar nas costas para achá-lo, já vi uns 3 Chucks por aí, é impressionante como já é tudo manjado nas fantasias.
Continuei andando pela festa, fui pro andar de cima, até a área externa... nada. O encontrei depois de algum tempo, numa roda de pessoas, competindo para ver quem bebia mais shots.
Parei entre as pessoas, observando se ele iria ganhar. Ganhou com 5 shots na frente dos outros, acho que ninguém sabe que ele bebe álcool como água.
Me puxou assim que me viu, beijando meu rosto todo. Abraçou minha cintura.

- Vai borrar minha maquiagem.

- Vai continuar linda de qualquer jeito.

- Obrigada, mas você quem vai ajeitar ela.

- Farei isso com muito prazer.

- Aí, estão deixando umas 50 pessoas de vela nesse momento, sabiam? - Um dos meninos da mesa falou.

- Uma pena. - Respondi, olhando eles encherem os copos de bebida.

- Por que você não tenta agora?

- Porque não quero uma dor de garganta.

- Mas é fácil, tente só uma vez.

- Nem a pau.

- Podemos apostar.

- Já fizemos duas apostas e elas não deram certo.

- Fazemos outra igual.

- Ah não, nem pensar.

- Então tá bom. Tem medo de perder.

- Não tenho medo, só não acho legal propor algo do nada.

- Eu sempre proponho coisas do nada, estranho seria eu planejar.

- Tá bem, vamos apostar então.

- Escolha a aposta.

- Pode escolher. - Olhei para ele.

- Se conseguir... - Se aproximou do meu rosto. - Temos uma rapidinha no banheiro.

- Está bem.

- E aí casal? Vão jogar ou não?

- Eu vou jogar agora. - Fui até a mesa.

- Ela vai jogar por nós dois.

- Vamos começar. - Prendi meu cabelo em um coque.

O círculo ao redor da mesa se formou novamente, estou eu e mais três jogando.
Em menos de três minutos, o rapaz no final da mesa mostrou o temporizador no celular.

- 3... 2... 1... Valendo! - Começamos a beber.

Virando os shots, um atrás do outro. No total eram 10, ou 12, eu não sei, bebi tão rápido que engolia de dois em dois.
Não consegui acompanhar meus próprios movimentos, apenas virava um shot e já pegava outro. Bebi como se fosse água. Foi rápido, muito rápido. Vou agradecer o John por melhorar a minha agilidade. Os bêbados que me desculpem, mas estou a semanas sem transar, eu preciso disso.
Parei quando todos os shots acabaram, um ainda está terminando, os outros desistiram. Ri fracamente e limpei o canto da boca.

- Caralho, 15 segundos.

- Preciso ganhar a aposta.

- Aposta? - Ele olhou o Tine.

- É, aposta.

- E eu ganhei! - Falei comemorando.

- Ainda bem, glória ao bom Deus. - Ri.

- Agora podem continuar a competição. - Acenei com a cabeça, saindo.

- Oh, fiquem muito, muito bêbados. Só não quebrem a minha casa inteira. - Eles puseram as mãos nas testas, igual no exército.

- Sim senhor. - Rimos juntos.

Eu e Tine saímos juntos, entrando em casa. Só que várias pessoas estão vindo falar com a gente.

- Vá indo na frente. - Ele disse, beijando a minha bochecha.

- Certo. - Esperei ele dar outro beijo na outra bochecha.

Sai depois disso, mas me pararam no corredor para elogiar minha fantasia. É nessas horas que eu preferia a casa vazia como normalmente. Levei alguns minutos para chegar ao banheiro.
Assim que entrei, consegui descansar, soltei um suspiro longo. Esperei sentada na pia, enquanto Tine não aparecia, aproveitei para mexer no celular, vendo as fotos que tirei, apagando algumas, postando outras...
Em poucos muitos bateram na porta, sai de cima da pia e abri a porta. Tine estava com uma gravata nas mãos, franzi a testa sem entender o por que dele ter pegado uma gravata. Ele apenas pendurou na maçaneta, pelo lado de fora e entrou no banheiro, trancando a porta.

- Dá última vez que usamos um banheiro de uma festa, não terminamos.

- Dessa vez, a festa é nossa e o banheiro também.

- Mesmo assim, prefiro não arriscar. - Veio até mim.

- Temos um escritório, uma adega... Até um galpão, ainda quero trepar no galpão.

- Você nem coloca mais os pés naquele lugar, como quer trepar lá?

- O galpão é meu, e eu já vou lá a semanas.

- Mentiroso, é raro você ir junto comigo.

- Vou em outros horários, minha linda.

- Eu já pedi para ir comigo, mas você sempre nega.

- Não gosta do que eu tenho que fazer lá.

- Não gosto de tudo que vem de lá.

- Por isso vou em outro horário. - Disse me puxando para a pia.

Me pegou no colo e colocou em cima da pia, beijando o meu pescoço. Segurou meu cabelo entre as mãos enquanto se concentrava nos beijos e chupões, puxou devagar meu cabelo, me fazendo deitar a cabeça para trás.
A outra mão dele passeou pelo meu corpo, procurando quais brechas os dedos dele conseguiriam entrar. Ainda por cima do corset fino do vestido, ele esfregou os dedos no meu mamilo, fez bico quando viu que demoraria para tirar a peça.

- Para que vestir algo tão complicado? - Parou com os trabalhos, começando a tirar o corset.

- Vai dar mais trabalho ainda colocar de novo. - Me fez virar de lado.

Enquanto puxava as fitas para soltar o corset, despejava beijos nos meus ombros, fez questão de me elogiar. Apenas esperei até a peça de roupa cair do meu corpo.
Assim que isso aconteceu, voltou a me beijar, as mãos voltaram a passear por cada linha minha, como se nunca as tivesse tocado antes. As mãos apertaram os meus seios ao mesmo tempo que mordeu meu pescoço, arqueei as costas pelo contato.
Beijou meu pescoço enquanto descia as mãos, indo para debaixo do meu vestido. Suas mãos entraram em contato ainda por cima da calcinha, ele insinuou que ia fazer algo, mas ficou nas provocações.

- Já fazem semanas... - Resmunguei.

- Tem que valer a pena...- O vi rir em satisfação.

A boca dele se ocupou nos meus seios, as mãos dele se ocuparam embaixo do meu vestido. Finalmente afastou a minha calcinha para o lado e enfiou os dedos em mim, abracei o pescoço dele e deitei a cabeça, suspirando.
Ele fez questão de começar devagar, só para irritar, para que sentisse os seus dedos deslizando para dentro e para fora de mim facilmente de tão molhada que já estou, indo fundo e lentamente.
Arfei a cada vez que tirava e colocava os dedos dentro de mim, ele acelerou os movimentos de repente, não pretende me provocar muito mais, sei disso pela ereção na calça dele.

- Mais... Rápido...- Não foi um pedido, foi um apelo, implorei para que fosse mais rápido.

Fui atendida e beijada ao mesmo tempo, os dedos dele me estocaram com uma velocidade divina enquanto permitia passagem da língua dele na minha boca. Tine parou com os dedos e eu pude escutar ele desafivelar o cinto, a boca se separou da minha, me deixando ter fôlego de novo. 

Enquanto respirava fundo, ele se ajoelhou na minha frente, me puxou para a beirada da pia e sem aviso, me lambeu. Uma das suas mãos estava no próprio membro, e a outra fazendo movimento circulares no meu clitóris, enquanto sua língua passava por cada canto meu, me reivindicando. Puxei o cabelo dele, foi inevitável, assim como foi inevitável gemer alto e deitar a cabeça para trás encostando as costas no espelho da pia, senti uma onda de prazer subindo e descendo dentro de mim, acompanhada da sensação de estar indo ao céu.
Já não controlo mais minha boca, isso é um fato, meu peito sobe e desce rápido, Tine está me deixando sem ar e totalmente maluca.

- Tine... não aguento mais esperar. - Pareceu ser o que queria ouvir.

Me sinto uma pervertida estando desse jeito.

- Relaxe, mi amor. - Ele se levantou, ficando de frente para mim.

Antes que eu falasse algo, senti ele entrar, causando uma revirada de olhos e um suspiro pesado, mas de alívio. Já passamos da fase que ele espera para que eu me acostume, não tem mais essa pena, está estocando em mim de forma necessitada e faminta, sorri a cada gemido que saia da minha boca.
Uma das mãos foi pro meu peito, apertando e puxando ele, a boca foi pro meu pescoço, depois subiu de volta para a minha boca.

- Você é igual a mim. - Ele disse, num intervalo das estocadas. - Por isso nos encaixamos perfeitamente. - Não consegui dizer algo, apenas concordei com a cabeça. - O que eu faço com você, afinal?

Ele elevou a minha perna, para ter mais espaço, tombei a cabeça para trás, encostando ela no espelho.
Sinto ele ir fundo, levantei a camisa dele e levei minhas mãos até as costas, cravei minhas unhas a cada vez que sentia meu interior latejar.
O abracei com força quando senti meu corpo inteiro ter um espasmo, como se eu estivesse quase no meu limite. Gritei quando senti minha intimidade sensível e latejando ainda mais, se Tine não estivesse me segurando, eu teria caído de cima da pia.
Minhas pernas não param de tremer, meu peito sobe e desce e meus olhos estão ficando pesados. Cheguei no meu limite. Duas estocadas depois, meu interior ficou cheio, preenchido, chegamos ao ápice quase ao mesmo tempo dessa vez.
Tine colocou as duas mãos na pia, se apoiando e respirando fundo, me olhou com o cabelo caindo no rosto, sorriu satisfeito. Beijou meu rosto algumas vezes, sabe que estou com vontade de chorar, mas já ignora isso, sabe que é normal.
Me lembro de termos pesquisado porque isso acontecia, descobrimos que se chamava disforia pós sexo, algumas dormem, outras choram, eu choro sempre, me sinto mal e cansada sempre que acabo de transar.

- Melhor? - Tine perguntou, fazendo carinho nas minhas costas. Apenas assenti. - Quer voltar para a festa?

- Espere só um pouco. - Ele acenou com a cabeça, continuei acariciando minhas costas.

Beijou meu rosto mais uma vez, viu que meus olhos ficaram com lágrimas, talvez tenha prestado atenção nisso.

- Está tudo bem. No seu tempo.

- Eu estou bem, não é algo tão sério. - Ri baixo, secando meu rosto devagar.

- Bom, está melhor? - Concordei, ele me ajudou a descer da pia.

Me ajudou a vestir toda a roupa de novo, se irritou quando chegou na parte de por o corset, mas me ajudou a colocar. Ele odeia botões, quanto mais tiver, mais ele odeia.
Antes que eu saísse, fez questão de arrumar minha maquiagem. Tirando o tempo que passamos aqui, nada está fora do normal.
Ele segurou minha mão, me puxando para irmos para a cozinha. Imagino que para pegar bebida.

- Não esquece a gravata! - Escutei gritarem, Tine apenas ignorou.

Talvez ignorou porque iria enforcar a pessoa com a gravata.

- Vai beber mais? - Perguntou enquanto colocava bebida para si mesmo.

- Vou. - Esperei que colocasse para mim. Peguei o copo dele para adiantar.

Enquanto eu bebia, ele apenas conversava e misturava as bebidas, algumas pessoas começaram a conversar com a gente também.


Constantine

A festa fluía muito bem, sem denúncias, sem brigas, só adolescentes bebendo, fumando - transando. Mas, pelo menos o som não está incomodando os vizinhos.
Por volta da 00:00, as portas da frente foram abertas. Na festa, as pessoas já estavam um pouco mais quietas, conversando na piscina ou sala, jogando alguma coisa, se pegando, claro que os animados permanecem, mas eram poucos os que tinham energia para zoar sem ao menos um descanso. Quando levantei para ver quem tinha chegado, me arrependi amargamente.
Olhei em volta, vendo o quão cheia a casa estava, não era hora de um escândalo. Principalmente agora, a essa hora da noite.
Continuei olhando, procurando pela Morgan, mas ela não está. Não sei onde foi parar, estava comigo agora mesmo.

- Dando uma festa, não deveria pelo menos convidar seu pai? - Caleb disse, cínico como sempre.

- Volte outra hora, não gosta de metade das pessoas que tem aqui. - Por que justo agora?

- Na verdade, não gosto de muita gente, filho.

- Vá embora. - Só saia daqui.

- Não é um bom jeito para tratar o seu pai.

- Nem o seu sogro. - Scott disse, parando do lado do Caleb. Eu tive que rir.

- Para fora, os dois.

- Não seja mal educado, não foi isso que ensinei. - Aumentou o tom de voz, chamando atenção.

- Até porque não me ensinou nada útil.

- Como não? Trepava com qualquer um como se fosse uma puta, agradeça a mim, te dei as primeiras oportunidades. - Riu, vai começar a me constranger, tenho certeza.

- Cale a porra da boca. - Alguns babacas realmente riram, outras pessoas não entenderam.

- Oh, isso te incomodou? Agora está parecendo a sua mãe, só que ela é bem mais obediente. - Olhei para Scott e ele riu, imitou um cachorro. Mais específico, uma cadela.

- Veio só para fazer cena? E esse idiota do seu lado, um capacho? - Os dois me olharam. - É isso que você é Scott, capacho de quem manda.

- Sua esposa discorda. - Ele olhou em volta, procurando ela. - Onde está a Morgan? Ela está ouvindo essa barulheira toda?

- Minha esposa manda em você, a sua orelha já está melhor do último encontro que tiveram? - Inclinei a cabeça para o lado e coloquei as mãos nos bolsos.

Ele riu e me olhou, começou a andar pela festa, Caleb fez o mesmo.
Algumas pessoas começaram a sair da casa, como se estivessem com medo, outras estão tão bêbadas, que chamam eles para se divertir. Procurei pela Morgan em todo lugar, quero a encontrar antes deles, não precisa ouvir nada disso.
Não achei ela, não está em lugar nenhum.

- Você viu a Morgan!? - Parei a Nick no corredor.

- Bonne fête! - Foi o que me respondeu.

"Boa festa", só isso?

- A festa não vai ser nada boa se eu não encontrá-la. - Nick ficou séria.

- O que aconteceu?

- Nossos pais aconteceram.

- Eu procuro de um lado, você do outro. - Ela disse, levantando da mesa que estava sentada.

- Sim senhorita. - Comecei a andar assim que ela se afastou.

Fui ver no andar de cima, ainda não tinha ido lá.
Bati nas portas dos banheiros, olhei entre as pessoas... Olhei literalmente a casa inteira, mas não achei nada, nem um fio de cabelo loiro. Resolvi ligar para ver se ela atenderia, o celular fica no modo vibrar.
Ela atendeu, posso ouvir o barulho de onde está.

- Tine?

- Onde você está?

- Na piscina, o que foi?

- Caleb e Scott estão aqui.

- Caleb e Scott? Como eles estão aqui? Por quê?

- Sim, eu não sei nenhuma das respostas.

- Ah, certo... Onde você está?

- Andar de cima. Estão pela festa, cuidado.

- Tá bem. - Desligou.

Comecei a caminhar para baixo rapidamente, Morgan deve estar vindo até mim. Não conversei com quem falou comigo, passei direto por todos para chegar rápido.
Parei quando vi a pior cena, a que eu não imaginei. Caleb e Scott, parados na frente da Morgan. Acelerei o passo, parecia que quanto mais eu andava mais longe eles estavam. Eram só poucos metros porra, parecia um deserto inteiro!
Tudo ficou mais longe quando vi todos rirem de algo que o Scott falou, Morgan está olhando em volta, perdida. Quando finalmente cheguei até eles, empurrei os dois e fui até a Morgan, fiquei ao lado dela, com muita vontade de entrar na frente, de escondê-la de tudo que pudesse lhe causar algum mal.

- Que bonitinho, protegendo a mulherzinha. - Caleb ironizou.

- É o que se faz quando se tem o mínimo de decência. - Olhei os dois. - Não são decentes. São medíocres, ignorantes, idiotas.

- Está tentando causar algum impacto? Hum? - Ele veio até mim, chegou perto do meu ouvido. - Criança indesejada, fique no meu caminho e vai acabar se arrependendo.

- A criança indesejada é competente. - Olhei para ele. - Se vier aqui novamente, Caleb, vou matar você. E aquele idiota que sequer fala por si mesmo. - Encarei o Scott.

Posso sentir minha cabeça doer de tanta raiva que estou sentindo, meus dentes estão trincados demais, se eu me mexer, vou acabar o esganando na frente de todo mundo.

- Tenham uma boa noite de festa... - Disse antes de se virar e caminhar para fora.

Assim que saiu, a música parou, as luzes apagaram e ficou tudo escuro... Era só o que faltava.
As pessoas vaiaram e começaram a reclamar, suspirei e passei a mão no rosto, todos estão saindo, alguns saem reclamando, outros só estão quietos e seguindo a multidão.

- A festa acabou. - Eu disse, mais para mim do que qualquer outra coisa.

Ouvi um suspiro baixo e desanimado do meu lado, veio da minha esposa.
Ela apenas foi até o sofá e se sentou, esperando que todos saíssem de bom agrado. Apenas fiquei na entrada, me despedindo. Quando todos saíram, a luz voltou e a música voltou a tocar, mas agora, não tem mais ninguém na casa, apenas eu e ela. Tive que rir, ri de raiva, verdadeiramente uma gargalhada.
Enquanto eu ria, Morgan se levantou e começou a limpar algumas coisas, tirou a música alta e deixou a casa em silêncio.

- Não limpe nada.

- Não quero dormir na bagunça.

- O quarto está arrumado. Deixe tudo como está. - Ela parou de arrumar.

Observei ela indo para o quarto, tirou os saltos e levou eles na mão, desviando dos copos que estavam caídos no chão.
Isso foi uma declaração de guerra. Agora não haverão mais tentativas de acordos, Caleb e Scott vão receber de volta tudo o que já fizeram, em dobro. Começando por hoje.
Me levantei e fui pro quarto quando me senti mais calmo, entrei e fechei a porta, olhando o quarto. Fui direto até o meu celular, em cima da cômoda e o peguei, liguei para um dos membros do Conselho da máfia, especifiquei uma reunião, ainda hoje, infelizmente não posso descansar e pensar em passar o resto da noite na cama, já que preciso acabar com aqueles dois. Apenas fui para o banheiro, lavei o cabelo para tirar a tinta e me troquei rapidamente, fui até a Morgan, ela ainda está acordada, tirando a maquiagem.

- Vai vir comigo?

- Onde?

- Galpão.

- Por que vai pro galpão agora? - Me olhou.

- Vou tirar o Caleb do Conselho.

- Tirar ele do conselho? - Riu.

- Exatamente.

- Como pretende fazer isso? Ficou maluco?

- Tenho provas, tenho o comando, tenho o apoio. Não sei como não tentei antes. - Ela ficou quieta, me olhando.

Talvez não coloque tanta fé, mas eu coloco, isso precisa acabar.

- Vem comigo ou não?

- Vou por outra roupa.

- Espero no carro. - Eu disse, abotoando a minha camisa.

Ela acenou com a cabeça e foi direto pro closet, eu sai do quarto. Desci as escadas direto para o carro, John já tinha aberto a porta, estava me esperando.
Morgan não demorou muito, apenas alguns minutos e já estava no carro com a gente.
Saímos rápido de casa. Fomos calados o caminho inteiro, foi longo e angustiante. Minha esposa só falou para pedir os remédios, já que não tomou eles mais cedo, estava quase apagando do meu lado. Me desculpei por não lembrá-la mais cedo, ela disse que estava tudo bem e que não era minha função lembrar de remédios.

- Minha função é mantê-la bem. Prometi a sua mãe.

- Prometeu a minha mãe? - Me olhou.

- Prometi. Quando fui ao cemitério com você.

- Não sabia que tinha uma memória tão boa. - Deitou a cabeça no meu ombro.

- Ela funciona para o que me parece de extrema importância.

- Bom. - Suspirou, o peito dela sobe e desce devagar, antes estava acelerado.

Saímos do carro quando John abriu a porta, estendi a mão para a minha esposa sair do carro, caminhamos para a entrada do galpão lado a lado. Morgan não carrega mais aquele olhar assustado, acabou se acostumando com o ambiente. Aqueles que passavam por nós se curvavam, foi o que eu vi nas minhas olhadas de canto.
Seguimos para a sala de reunião, todos já nos esperavam, de pé. Incluindo Caleb e Scott a tira colo.
Entrei junto da Morgan, nos sentamos no final da mesa, agora tem duas cadeiras, a minha e a dela.

- Para que tudo isso a essa hora? - Um dos homens disse.

- Quero exigir a retirada de cargo para um de vocês.

- Quem seria e por quais motivos?

- Meu pai, Caleb. - Olhamos para ele quando riu.

- Isso é ridículo, não tenho motivos para sair.

- Tenho mais motivos do que imagina.

- Oh, me parece uma briga familiar irritante. - Outro deles disse. - Nos diga os fatos.

- Caleb está desviando lucro dos cassinos para o próprio bolso a meses, além de ter roubado diversos compradores. - Ficaram quietos, se olhando.

Talvez estejam esperando alguma desculpa esfarrapada do Caleb, mas ele não tem nenhuma agora.

- Tudo o que ele faz, vocês fazem melhor. Se fosse por consideração ou respeito, meu avô ainda estaria nesse conselho, senhores, mas não está.

- Seus motivos não são bons o suficie-

- Tem um prazo para tirarem ele do conselho, e o prazo já começou. - Morgan disse.

Confesso que senti uma pontada de orgulho.

- Não tem nada além de palavras, Constantine? - Caleb disse, arrumou a postura.

Balancei levemente a cabeça. O segurança da porta entregou pastas para cada um. Dentro delas tem tudo o que eu já disse e um pouco a mais...

- Caleb tentou me matar, o atentado contra mim foi a mando dele, assim como outros que não foram informados.

- E eu não duvido muito que não tenha tentado matar vocês, comprou silêncio de alguns... - Minha esposa começou a listar.

Todos prestaram atenção, Caleb está branco, mas está branco por nervoso.

- Ainda tem alguma dúvida? - Encarou o Caleb.

- São tópicos interessantes. - Todos olharam para o meu pai.

- Vão ser mais interessantes quando adiantarem a retirada dele do conselho.

Ficamos em silêncio, Morgan me olhou de canto, buscando alguma aprovação, a olhei extremamente orgulhoso. Ela abaixou a cabeça e sorriu aliviada, depois voltou a olhar para todos.

- Quem concorda com a expulsão dele?

Contando comigo e a Morgan, a maioria levantou a mão.
Está feito, Caleb vai ter a expulsão do conselho. Sorri fracamente.

- Bom, é a decisão da noite. Caleb está expulso do Conselho e de qualquer outra função nessa máfia.

- Seus idiotas... - Meu sorriso está ficando cada vez maior.

- Eu trancaria as portas de casa, se fosse você. - Disse enquanto levantava, saindo da sala com a Morgan. - Tenham uma boa noite, senhores.

Acenei com a cabeça quando saímos.
Fomos direto pro carro, rindo.

- Foi fácil, por que não fiz isso antes?

- Não sei, mas isso foi bom.

- Não acabou ainda. É apenas o começo.

- O começo?

- O começo da queda dele.

- Entendi.

- Bom. Agora podemos ir para casa.

- Está bem. - Voltamos para o carro.

John parece ansioso até demais, mas parece bem também.

- Só para saber, conseguimos.

- Sério?!

- Não demorou muito. Ainda duvidou?

- Que isso, nunca... Só um pouco.

- Bom, agora ele não faz mais parte do conselho.

- Não podia ouvir notícia melhor que essa. - Ele sorriu e arrumou o bigode.

- Vamos logo, bigodudo. - Nós três rimos juntos.

A ida para casa foi diferente da volta, teve muita coisa e risadas, muitas risadas.
Nós três contamos muitas coisas, principalmente John. E uma novidade que não estávamos esperando.

- Pietro quer que seja a madrinha dele. - Falou com a Morgan.

- Madrinha dele?

- Exatamente. Tine já é o padrinho, ele disse que quer: o par de tios legais. Ele quem disse.

- Se ele quem disse, eu aceito.

- Perfeito. - John sorriu.

Morgan também sorriu, olhou a janela. Eu deitei minha cabeça no ombro dela, suspirei. Agora que a adrenalina passou, me sinto cansado.
Ela fez carinho na minha mão, falando sobre algumas coisas. Prestei atenção em tudo, até pegar no sono de repente.

◇◇◇◇

Acordei quando já estava na cama, no meu quarto. John deve ter me carregado até aqui, talvez o cansaço seja tão grande que me pegou de jeito.
Só tem um abajur com a luz ligada, Morgan não está aqui, não está do meu lado. A procurei com os olhos pelo quarto inteiro, não encontrei nada, nem escutar um único suspiro eu consigo.
Me obriguei a levantar, foi só então, que a vi entrar no quarto, com uma bandeja pequena. Tem um prato, garrafa e com certeza remédios para pressão e dor.

- Que horas são? - Me ignorou e sentou na cama.

Colocou a bandeja no colo e olhou a TV, ligando ela.
O cabelo dela parece estar molhado, está usando roupas para frio também, talvez porque o ar-condicionado esteja ligado.

- Morgan? - Não me olhou, tentei ver se estava sem os aparelhos. Na mosca.

Me sentei na cama, fiz movimento para que ela percebesse e não se assustasse. Me olhou quando sentiu a cama se mexer e me viu sentado.

- Está bem?

- Uhum, que horas são?

- São quase 4 da manhã. - Olhou o celular. - 04:57, sendo exata.

- Por que ainda está acordada?

- Não consegui dormir, então só estou fazendo um lanche.

- Entendo.

- Pode voltar a dormir. - Sorriu, enquanto mordia o sanduíche dela.

- Perdi o sono.

- Quer um pedaço então?

- Não, obrigado. - Sorri, ela acenou com a cabeça.

Na verdade, tô com muito sono, só não quero dormir.
Morgan não demorou muito para dormir enquanto comia, o sanduíche ficou pela metade, os olhos dela fecharam devagar, ainda tentando prestar atenção na novela que passava na TV. Tirei o prato do colo dela e a cobri direito, desliguei a TV e a deixei dormir tranquila, me deitei junto com ela, quando fui abraçado.
Acho que nós dois precisamos de um pouco de sossego, só um pouco. Álcool, esforço e adrenalina, tudo isso combinado resultou em cansaço extremo.
Suspirei e fiquei quieto, só aproveitando um dos únicos momentos de paz que nós temos, um dos únicos momentos que podemos aproveitar para ficarmos juntos. No sono e nos sonhos, é lá onde ficamos felizes.
Em algum momento, eu também dormi, dormi enquanto abraçava uma das últimas pessoas que ainda posso chamar de minha.

◇◇◇◇

Ninguém nos acordou, nos deixaram dormir, meus olhos se abriram já às 11h da manhã, reparei nos comprimidos para dor de cabeça, acompanhado de vitaminas. Isso é coisa da Íris.
Beijei o rosto da Morgan, esperando que ela desse sinal de que estava viva, apenas recebi um suspiro e um beijo na bochecha.

- Eu já vou acordar... - Me abraçou.

- Acorde no seu tempo. Não precisamos pensar agora. - Beijei a bochecha dela.

Balançou as mãos como se pedisse para deixá-la dormir, foi o que eu fiz. A soltei dos abraços e beijos. Me levantei e tomei os remédios e vitaminas, depois, fui direto pro escritório, me preparar para a dor de cabeça que Caleb vai me causar, como sempre.
Me sentei na cadeira e comecei a trabalhar, arquitetando um plano para evitar meu pai e o carrapato que anda com ele. Ele está sem o cargo, facilmente é afastado de tudo, só que ainda tem alguns aliados, e isso é meio complicado de combater. Se essas pessoas estiverem ao seu lado mesmo depois de tudo, então terei inimigos.
A única vez que parei o trabalho, foi quando Asterin arranhou a porta, pedindo para entrar no escritório. Ou é fome, está na hora da ração dele. Apenas abri ela e ele pulou em mim, já está muito maior do que antes, o perfil de filhote travesso mudou para adolescente travesso, não é diferente de mim e de Morgan.
Asterin entrou e correu o escritório todo, brincando, depois deitou no sofá. Não era fome, era falta de Tine mesmo.
Voltei para minha mesa e continuei o que estava fazendo. Ele se levantou e veio até mim, parou do meu lado pedindo colo.

- Cara, não dá mais. - Ele fez choro. - Olha o seu tamanho.

Ficou fazendo manha, não resisto a manha dele. Apenas o peguei no colo com bastante esforço, ele lambeu meu rosto inteiro e só parou quando eu estalei os dedos.

- Não consigo brigar com você. - Ri nasalado, ele "sorriu" para mim. - Bobão.

Beijei a cabeça dele e continuei meu trabalho, com o Asterin no colo. O que foi quase impossível, confesso. Ele queria carinho o tempo inteiro, não sei o que está acontecendo com ele hoje, talvez esteja se sentindo sozinho ou carente, isso é falta de outro cachorro.
Sai dos meus pensamentos quando percebi alguém entrar no escritório, Morgan. Olhei para ela, esperando que falasse algo.

- Não está muito cedo para trabalho? - Veio até mim, coçando os olhos.

- Não é cedo para estar acordada?

- Já são quase meio dia.

- Não tem nada para fazer, podia dormir.

- Perdi o sono. - Me abraçou.

Retribui rápido, o Ast ficou entre nós dois.

- Vai ficar o dia todo aqui?

- Talvez sim.

- Vamos sair só um pouco...

- Para onde quer ir?

- Podemos ir na praia? - Me olhou.

- Praia? - Justo uma praia?

- Dizem que é bom ir na praia, ajuda a se acalmar. - Sentou no meu colo, depois de tirar o Asterin. - E eu nunca fui em uma.

- Nunca foi a praia?

- Não, deveria ter ido?

- Talvez, é uma cidade litorânea.

- Não me lembro de ir nenhuma vez que saí sozinha, e olha que foram várias.

- E o que fazia sozinha?

- Pegava livros emprestados na biblioteca e ia no parquinho, as vezes o moço me dava doces, mas só se eu ajudasse ele a vender.

- Saquei, sempre foi CDF.

- CDF? - Me olhou. - É uma sigla para nerd? Se for, ganhei olimpíadas de xadrez e matemática.

- É exatamente isso, você é uma gênia. - Sorri e dei um selinho nela.

Ela riu e deitou a cabeça no meu ombro, ficando quieta.

- O que está fazendo agora?

- Prevenindo Caleb e Scott.

- Prevenindo?

- Sim, eles vão querer dar o troco.

- Nós podemos dar o pagamento primeiro.

- Olha, o espírito vingativo nascendo em você.

- Me deixa. - Fez bico e cruzou os braços.

- Não disse que era ruim, mi amor.

- Mas parece estar reclamando.

- Não estou, pode continuar falando o que quer fazer. - Beijei o ombro dela.

Escutei enquanto ela falava. Confesso, ela deu ótimas ideias do que fazer, mas metade foram feitas para eu por em prática contra o Caleb, e não para ela. Morgan agora tem uma visão um pouco mais estratégica das coisas, só que ainda consegue ser inocente sem perceber, metade das coisas do que fala, não daria certo, ela vê muita novela com cenas de ação, está influenciando seu julgamento.
Mas, não vou proibir ela de ver as novelas, já que faz ela se sentir bem e ocupar o tempo com algo, acho que é uma forma de substituir as competições.

- Bom, então vamos a praia.

- Vamos? - Me olhou.

- Vamos. Quer uma casa na praia?

- Uma casa na praia? A gente nem consegue ir na esquina, quem dirá na casa na praia.

- Vamos conseguir, é um investimento futuro.

- Nós nunca investimos em algo futuro.

- Vamos fazer isso agora.

- Então quais vão ser os investimentos?

- Uma casa na praia, mais laser para nós. - Olhei para ela. - Uma namorada pro Asterin.

- Namorada pro Asterin? - Riu alto. - Pro nosso bebê!? - Continuou rindo.

- Nosso bebê está carente.

- Vamos arranjar uma namorada para ele então, ou só uma criança para ele brincar. - Asterin está sentado no sofá, nos olhando como se entendesse.

- Uma criança? Já basta o Pietro, eles dois são farinha do mesmo saco.

- Não quer ter uma criança? - Fez cara de choro. - Vai me tratar mal se eu tiver uma?

- Quero, mas ainda está cedo. - Segurei o rosto dela, para que as bochechas ficassem apertadas. - Nunca te trataria mal por isso, nem por nenhum motivo.

- Então não diga besteira enquanto eu estou grávida! Seu panaca! - O que?

- Em?

- Estragou uma surpresa de um mês que eu iria fazer! - Os olhos dela estão ficando com lágrimas.

- Estraguei o que? Por que? Eu nem disse nada.

- Porque agora ficou sem graça! Estragou o momento em que eu ia dizer que você vai ser papai! - Cruzou os braços.

Me obriguei a olhar para a barriga dela e depois nos olhos dela, a barriga e os olhos, a barriga e os olhos... Mio Dio.

- Papai? Eu?

- Não, o vizinho! - Começou a chorar, colocou as mãos no rosto.

- Mas... Ah... Oh... - Estou sem palavras.

Ela continuou com as mãos no rosto, chorando.
Pensei em tudo o que fosse possível para acalmá-la, mas até eu estou nervoso!

- Mi amor, eu não queria... - Fiz carinho nas costas dela. - Desculpe... Só não imaginava que isso aconteceria... - Ouvi um riso baixo.

O riso aumentou, ela limpou as lágrimas no rosto, ainda rindo. Eu caí nessa, realmente caí.
Ela pode não ter ficado boa em planejamentos, mas ficou boa em fingir as coisas.

- Relaxa, papai. - Continuou rindo.

- Qual é, não faz isso. - Suspirei.

- Por que? Não quer ter filhos?

- Justamente por querer que peço que não faça isso.

Não era um desejo ter filhos, na verdade, ainda me causa pânico. A ideia de que alguma criança passe pelo que eu passei com meus pais, medo de ser um pai ruim ou pior, igual o meu.
Imagino que Morgan também tenha receio sobre isso.

- Compramos biquinis pra você aquele dia, não foi?

- Sim senhor.

- Então vamos para a praia.

- Sério? - Concordei com a cabeça, ela sorriu.

- Agora mesmo. - Morgan se levantou e saiu correndo pro quarto, Asterin seguiu ela pensando que fosse alguma brincadeira.

Ri fraco e desliguei o computador, me levantei e segui os dois arteiros.
Quando entrei, Morgan já estava trocando de roupa.

- Preto ou vermelho?

- Preto. - Foi se vestir.

Vesti uma camisa leve e bermuda, calcei um chinelo e fui pegar uma coleira para o Asterin.
Ele saiu correndo quando percebeu que íamos sair, foi atrás de brinquedos e veio atrás de mim.

- Parece criança cara.

- Nosso filho, por enquanto. - Morgan disse, vindo até nós dois.

- Bom, vamos lá. - Disse terminando de por a coleira nele.

Fomos direto pro carro, Ast estava latindo e Morgan falando animada. Fui dirigindo dessa vez, para ser um momento só nosso.

- Quando aprendeu a dirigir? - Ela está me olhando, sentada no banco do passageiro com o Ast no colo.

- Quando John me obrigou a aprender?

- Ele que te ensinou?

- Sim. A alguns anos.

- Entendi... - Olhou a rua. - Pode me ensinar a dirigir?

- Posso, tem um estacionamento aqui perto.

- Vamos aprender hoje!?

- Se você quiser, sim senhorita. - Ela sorriu e beijou minha bochecha, Ast esperou ganhar um beijo também.

- Eu disse, ele está carente.

- Concordo, precisa de uma namorada. - Rimos juntos.

- Quem não precisa de amor na vida, né.

- Vamos arrumar uma namorada para ele ainda hoje? - Asterin começou a balançar o rabo, como se esperasse um sim saindo da minha boca.

- Mais um compromisso para hoje.

- Ótimo, vamos atrás de uma namorada pro nosso bebê adolescente.

- Depois da praia.

- Isso aí! - Continuei dirigindo enquanto escutava ela falar.

Chegamos na praia depois de pouco mais de 1h, o litoral é perto de onde moramos.
Saímos do carro e fomos direto para a areia, Morgan foi levando o Asterin, ele está quase que a arrastando, está animado demais para ser calmo.
Ela está tentando andar devagar, com medo da areia nos pés dela, talvez com medo de algum bichinho. Segui os dois, levando as cadeiras e o guarda-sol.
Eu parei para por as coisas na areia, Morgan e Asterin foram correndo até o mar... Ela vai voltar correndo quando sentir alguma alga nos pés, essa é a certeza que eu tenho.
Ri quando a vi voltar até mim e deixar as roupas e aparelhos, voltou até o mar e começou a entrar, Ast ficou na beirada, olhando e brincando na água. Ela começou a nadar, cortando as ondas, indo para onde elas não quebram. A praia está vazia por ser dia de semana e o clima não estar tão bom assim para um dia de laser, eu acho extremamente apropriado, assim Morgan pode ser ela.
Ela mergulhou, pulou, nadou de um lado pro outro, rindo e se divertindo. Acho que gostou da praia. Eu fiquei embaixo do guarda-sol, o sol ainda está muito forte para mim.
Ast veio até mim, segurando uma bolinha de brinquedo, a bolinha que eu mandei não trazer para não perder. Apenas a joguei para longe, na direção contrária do mar, para não ser levada. Ele correu atrás como um jato, latindo e correndo, pegou e voltou, esperou que eu jogasse de novo, ficamos nessa por um tempo. Também prestei atenção na minha esposa na água, ela não sabe nadar direito, mas quis ir sozinha, não voltou até agora, é ainda mais perigoso não ouvindo nada. Mas estou ilhado aqui até o sol estar menos quente.
Morgan saiu da água e veio até mim quando se cansou, se sentou do meu lado enquanto arrumava o cabelo.

- Onde está a água? - Entrego uma garrafa para ela.

Ela acenou com a cabeça agradecendo e começou a beber a água. Devolveu quando se hidratou e suspirou cansada, está com um sorriso de orelha a orelha.

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