Faye estava na varanda do lado de fora da casa, sentada e descansando o queixo nas mãos. Ela estava olhando pro jardim, a grama verde, as sombras frescas das árvores e o caminho embutido no chão.
Harry estava em pé na soleira da porta, olhando para ela. Sua pele era pálida, quando deveria ter tomado sol nos meses de verão. Quando ela se sentou ali, Harry percebeu que ela era tão prisioneira na casa quanto ele. Ela tinha estado presa na casa como ele, não fisicamente, como ele, mas psicologicamente. Duas partes de uma pessoa, corpo e mente.
Harry caiu no chão, sem tirar os olhos de Faye e se encostou no batente da porta. Ele respirou lentamente. O cabelo de Faye dançava ao redor de sua cabeça, e quando ela olhou para o lado, Harry podia ver o sorriso em seu rosto e uma risada curta encheu o ar ao seu redor. Ela parecia um conto de fada, tão fora deste mundo.
Faye lançou um olhar sobre o ombro para Harry. Eles sorriram um para o outro, e tudo deixou de existir. As árvores e as pedra no caminho, soltaram-se do chão, e flutuaram para cima em uma névoa de nada, deixando os dois adolescentes em um lugar onde nada importava.
Faye lentamente se levantou e caminhou até Harry, que agora estava de pé. Cuidadosamente ela colocou as mãos no rosto de Harry antes de colar seus lábios nos dele. Corpo e mente em um só.
Harry não hesitou em colocar as mãos na cintura de Faye, pressionando-a no batente. Ele desgrudou seus lábios dos de Faye, só para colocá-los em sua mandíbula, e em seguida, em seu pescoço. Os dois se encaixavam como duas peças de quebra cabeça que haviam sido separadas por muito tempo, e Faye não queria nada mais do que ser do menino qua pressionava o corpo contra o dela.
"Você não pode sair." Faye sussurrou para Harry, quando se sentaram no sofá.
"É eu não posso." Ele respondeu, acariciando suavemente a cabeça de Faye.
"Eu sei, mas eu disse-"
"Eu sei o que você quer dizer." Ele interrompeu. "Mesmo que pudesse, eu não faria."
Ela ficaram em silêncio. Faye olhou para Harry. Ela não tinhacerteza do que faria sem ele, se algo podia separá-los. Ele estava com ela desde que ela se mudou, quando ela queria e não queria. Era inegável. Se havia alguma coisa como almas gêmeas, era isso. Uma história que habita dois corpos.
De repente, o som da porta abrindo e se fechando ecoou pela casa, seguido por uma voz gritando 'Olá'.
"Mãe?" Disse Faye em voz alta, dando a Harry um olhar rápido. "Espere aqui." Ela acrescentou em um sussurro e se levantou.
Catherine estava no corredor quando Faye saiu da sala de estar.
"Oi mãe." Disse Faye e sorriu.
"Oi, querida." Ela respondeu e deu um beijo na bochecha de Faye.
"O que você está fazendo em casa?" Perguntou Faye.
"Eu tenho uma grande notícia." Disse Catherine. "Eu pensei que nós poderíamos discutir o assunto durante o jantar. Você se importa de me ajudar? "
"Não, é claro." Faye respondeu.
Depois de um tempo, mãe e filha se sentaram na mesa com a comida a sua frente.
"Então" Faye começou com cuidado. "Você disse algo sobre uma boa notícia?"
"Oh, sim." Catherine exclamou com um grande sorriso no rosto. "O chefe de seu pai ouviu sobre como você passou todo o verão sozinha, porque nosso trabalho é em Londres. Então, ele ficou com nosso apartamento em Londres. A empresa está pagando."
Harry apareceu atrás de Catherine, olhando primeiro para ela e depois para Faye. Por um segundo, parecia que seus olhos escureceram um pouco, mas ele se concentrou. No entanto, ele não gostou da notícia.
"O quê?" Faye exclamou e se levantou abruptamente, fazendo a cadeira cair.
"Sim, ele não achava que estava certo de que uma jovem como você tivesse que viver sem seus pais."
"Bem, eu nunca viveria sozinha se tivessem conseguido um emprego mais perto de Westbrook ou se compraram um apartamento." Tanto dor e raiva percorreram o corpo de Faye. Seria esse o momento que tudo iria desmoronar? "Espere, então está me dizendo que nós..."
"Estamos nos mudando."