O ômega do Conde | Namjin

By kseokjinautt

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Por um instante, Seokjin sentiu medo. Sabia que no luxuoso salão toda a nobreza aguardava, ansiosa. Queriam c... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29

Capítulo 30

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By kseokjinautt

Aconchegou-se melhor na cama e abriu o livro com cuidado. Observou o sumário e depois foi diretamente para o capítulo 3, com o objetivo de continuar a leitura iniciada na noite anterior. Era o sexto livro que lia na última semana. Depois do pequeno desentendimento com marido, havia preferido dividir seu tempo entre os afazeres da casa, as aulas de etiqueta, a montaria e a leitura.  

Não que estivesse evitando o marido... 

A quem queria enganar? Na verdade, estava sim, precisava admitir. 

O ômega não sabia como agir depois de vê-lo tão irritado. Não queria fazer fofoca ou tirá-lo do sério, pelo contrário, queria animá-lo e mostrar-lhe que Jae-hyun não merecia seu amor, mas tudo havia dado errado e agora o alfa estava bravo e decepcionado com ele.

"E nós estamos irritados com ele também! Não esqueça disso!" Black lembrou-lhe, inflexível.

Sim, seu lobo estava extremamente desgostoso com a atitude do alfa. Nunca fora do tipo que aceitava desaforos, e aparentemente nem Namjoon escaparia da sua fúria ao ser contrariado.

Seokjin suspirou, um pouco cansado daquela situação. Queria viver em paz com Namjoon e construir um casamento feliz com ele. Contudo, sempre que acreditava que estavam se aproximando, algo acontecia e o alfa se afastava novamente, fazendo-os voltarem a estaca zero.

Por que era tão difícil entendê-lo? Por que nunca conseguia acertar com ele?

Uma onda de frustração o tomou. Não queria passar a vida toda tomando cuidado para não irritá-lo, controlando suas palavras e ações perto dele. Queria poder ser ele mesmo, sem medo.

Não achava que nunca deveriam brigar. Pelo contrário, entendia que atritos eram comuns em qualquer relacionamento, mas o que não podia suportar era um certo ar de desinteresse do marido em mudar as coisas.

Queria aproximar-se do alfa, conhecê-lo e tornar-se alguém importante em sua vida. Contudo, não poderia fazer isso com a enorme barreira que o conde mantinha erguida entre os dois. Mesmo quando deixou que se aproximasse minimamente dele, Seokjin ainda sentiu que ele o mantinha distante. 

Como poderia entendê-lo se o alfa nem ao menos o deixava se aproximar? Como ser um marido melhor sem conseguir conhecer completamente o marido?

O ômega fechou o livro, sentindo-se exaurido.

Será que algum dia poderiam pelo menos construir uma amizade? Será que algum dia poderiam ser companheiros de verdade?

"Jinnie, isso só será possível quando Namjoon curar as próprias feridas. Por enquanto, tu precisas proteger-se. Não aceite qualquer coisa vindo dele por medo de desagradá-lo. Coloque-se em primeiro lugar, pequeno. Não deves ser responsável por algo assim, por manter esse casamento em pé sozinho. Se Namjoon não está pronto para ter você, mantenha-se longe dele. Não deixe que ele te fira por estar ferido." Black aconselhou, em um tom mais brando. 

Leves batidas na porta atraíram a atenção do ômega.

— Entre, por favor. — disse, após largar o livro que ainda segurava ao lado na cama.

A porta se abriu, revelando Hoseok. O alfa estava vestido com trajes formais.

— Milorde, vim avisar que estou indo ao centro do condado para resolver alguns assuntos antes de irmos à capital. Devo voltar logo após o almoço.

— Namjoon irá com você?

Em um movimento quase imperceptível, o alfa olhou na direção do quarto do patrão, pensando se devia ou não falar a verdade ao ômega. Era para o alfa acompanhá-lo. Na verdade, era imprescindível que fizesse isso. Contudo, ele não estava em condições naquele momento.

Decidido a manter discrição, apenas disse:

— Irei sozinho, milorde.

— Certo. Então até mais tarde. 

O alfa fez uma pequena reverência e depois se retirou, fechando a porta ao sair. 

Seokjin não era bobo, sabia bem porque Namjoon não iria com Hoseok até o condado como de costume. Ficara acordado na noite anterior à espera do marido e vira quando e em que estado ele chegara em casa. 

Já passava de meia noite. O ômega observava pela janela, escondido na penumbra do quarto, a entrada da mansão. Namjoon chegara em sua carruagem junto a dois criados, os quais o ajudaram a descer e o seguraram para que não caísse, já que no primeiro passo que dera sozinho, quase fora ao chão. Junto a eles, Hoseok chegara montado na égua de Namjoon. Possivelmente fora buscá-la junto ao patrão em alguma taverna na cidade.

Seokjin sentiu seu coração apertar ao ver o estado do marido. O alfa subira com dificuldade, tropeçando nos próprios pés, os degraus que davam acesso a varanda e a porta principal do casarão. Estava completamente bêbado, isto era óbvio. Não era a primeira vez nos últimos dias que ele retornava assim para casa.

O ômega suspirou e abraçou o próprio corpo, um pouco angustiado. Queria ir até o marido, ajudá-lo, mas duvidava que o alfa quisesse vê-lo. Era melhor ficar ali, no quarto, sem chamar atenção. Assim, não pioraria a situação.

Voltou para a cama, mas não deitou. Ficou atento aos sons do corredor, esperando algum sinal da aproximação de Namjoon e dos outros. Quando ouviu alguns múrmuros, indicando a circulação de pessoas, levantou e foi até a porta para ouvir melhor.

— Me solta!

Era a voz de Namjoon, Seokjin reconheceu. Ele parecia irritado.

— Desculpe-me, milorde, mas... — uma outra voz respondeu, um pouco mais baixo, mas logo foi interrompida.

— Me solte! Me solte agora! Está machucando o meu braço... — o conde falou ainda mais alto e Seokjin pôde ouvir o chocar de corpos e algo bater com força na parede.

— Oh, desculpe-me, desculpe-me... — a segunda voz disse, com angustia.

— Precisa tomar cuidado com o ombro esquerdo dele, Seonghwa, ele ainda sente dores por conta do ferimento. — Seokjin conhecia a terceira voz, era de Hoseok. — Podem ir, eu cuido dele a partir daqui.

Ainda no quarto, o ômega pôde ouvir passos se afastando e depois, mais baixo, novamente Hoseok:

— Milorde, apoie-se em mim, sim? Assim poderei levá-lo para o quarto.

— Me deixe em paz, Hoseok!

— Apenas quero ajudá-lo, senhor. Vamos, segure-se em mim, não o deixarei cair.

— Não preciso de sua ajuda, posso fazer isso sozinho! Por que não vai procurar um alfa por aí para se divertir e me deixa em paz?

— Namjoon... — A voz do alfa soara surpresa, mas ao mesmo tempo triste. E aquela fora a primeira vez que o ômega ouvira o criado chamar o conde pelo nome. Geralmente, Hoseok o tratava de modo formal, apesar de ter crescido junto com o alfa. 

Recompondo-se, o criado pediu mais uma vez: 

— Vamos, senhor, por favor. E cuidado para não fazer barulho, milorde Seokjin está dormindo.

Após alguns segundos de silêncio, Seokjin pôde ouvir um suspiro assustado e depois o barulho novamente de algo, ou alguém, caindo. Dessa vez, achava que o impacto tinha sido no chão.

— Machucou-se? Por isso eu disse que deveria segurar-se em mim, não está nem se aguentando em pé. Venha, vamos. 

O alfa lúpus resmungou algo, mas, depois, o ômega apenas ouviu a porta do quarto ao lado ser fechada. Hoseok tinha conseguido levá-lo para o cômodo finalmente.

Enfim, pôde respirar minimamente aliviado. Pelo menos o alfa estava em casa, em segurança. Não no seu melhor estado, mas vivo, inteiro.

Demorou a dormir pensando no alfa. Por isso, quase perdera a hora naquela manhã.

Com a cabeça cheia novamente, desistiu de ler o livro. Levantou da cama e decidiu andar um pouco pelo jardim. Talvez um passeio pela propriedade o ajudasse a acalmar os nervos. 

Vestia uma calça de linho marrom e uma blusa folgada, de mangas compridas, bege. Trocou os chinelos que costumava usar no próprio aposento por botas de couro e depois desceu as escadas, procurando por Jimin. Encontrou-o na copa, junto a outros criados. Poderia ser impressão sua, mas Seokjin sentiu que todos pararam de falar quando o viram chegar.

Sentindo-se um pouco constrangido, o ômega encolheu um pouco a postura. 

— Ji... — chamou, timidamente.

O ômega loiro, que estava de costas, logo se virou para encarar quem o chamava. Assim que o viu, o criado caminhou sorridente até ele.

— Precisa de algo, milorde? 

— Não, está tudo bem. Só vim avisar que vou dar uma volta, mas não demoro. 

— Eu vou com você! — prontificou-se, já indo buscar as próprias botas em um depósito que ficava aos fundos.

— Não, não precisa. Ficarei pelo jardim apenas. 

O ômega parou e se voltou para encará-lo.

— Mas eu gostaria de acompanhá-lo, senhor. Isso se não tiver problema. 

— Não, não há. Só não quero atrapalhá-lo.

— Não o está atrapalhando, milorde. Meu Jiminie estava apenas conversando. — Sra. Park certificou-se de responder, com um sorriso no rosto. 

— Bem, se não tiver problemas, por mim tudo bem...

— Vou só calçar as minhas botas! — Jimin respondeu e depois voltou a andar.

Pouco tempo depois, os dois já saíam da mansão lado a lado.

— Posso ser um pouco indiscreto, Ji? — o ômega mais velho perguntou, assim quando desciam os degraus da varanda. 

O ômega loiro o olhou de relance e assentiu. 

— Claro, Jin.

— Vocês falavam sobre o Namjoon quando cheguei? Ou sobre mim? — o ômega arregalou os olhos, aparentemente surpreso com a pergunta. — Não precisa dizer sobre o quê falavam, apenas me diga se o assunto era algum de nós. Eu estava ouvindo vozes, mas, assim que cheguei à copa, encontrei um silêncio bastante atípico. É óbvio que pararam de falar quando me viram chegar.

O ômega mais novo juntou as duas mãos em frente ao corpo, e, depois, direcionou o seu olhar para elas, parecendo pensar em como respondê-lo. Vendo a aflição do jovem, Seokjin decidiu não pressioná-lo. Por que mesmo queria saber aquilo? Talvez, fosse melhor que nem soubesse.

— Tudo bem, não precisa me contar... 

— Não, eu quero falar. Acho que você tem o direito de saber. — o mais novo voltou a encará-lo. — Só estou pensando por onde começar.

O ômega moreno olhou em volta, estavam cercados de alguns criados que cuidavam do jardim.

— O que acha de andarmos até o rio, hum? Acho que lá teremos mais privacidade.

Jimin assentiu e os dois seguiram o caminho para o bosque em silêncio. Seokjin, apesar de ter chegado a pouco mais que três semanas, era quem guiava o caminho. Já o tinha feito tantas vezes naquelas três semanas que poderia seguir por ele até no escuro. 

Ao avistarem a límpida e transparente água do rio que cortava o bosque, os dois diminuíram o passo. Já estavam longe o bastante da propriedade.

Seokjin olhou para o céu, entre a copa das árvores, e sorriu minimamente. Gostava daquele local, sentia-se em paz ali. 

Os dois ômegas sentaram-se no chão, próximo a margem do rio. Por alguns segundos, decidiram se manter em silêncio.

— Já está com as malas prontas, Ji? — o conde perguntou, casualmente, ainda com o olhar perdido na paisagem. — Se Namjoon acordar a tempo, viajaremos antes do sol se pôr. 

— Sim. Tudo pronto. — um pouco mais baixo, o ômega continuou: — Falávamos sobre o milorde Namjoon na cozinha. Ele... Bem, ele chegou um pouco mal ontem.

— Eu sei, eu vi de minha janela.

O loiro voltou-se para o patrão, surpreso.

— Estava acordado ainda?

— Não consegui dormir sem ter notícias dele. — o moreno deu de ombros, como se aquilo não tivesse tanta importância, apesar de ter.

— Você o ama bastante, não ama?

Por um momento, Seokjin ficou sem palavras. Isto que sentia pelo alfa era amor? Poderia denominar assim? Ou seria apenas admiração? Paixão? Não sabia definir.

Percebendo o constrangimento do patrão, Jimin decidiu cortar o silêncio.

— Foi uma loucura. Mandaram avisar que ele estava quase desmaiado em uma taverna. Hoseok e alguns outros alfas foram buscá-lo na carruagem. Quando chegaram lá, milorde não queria ir embora. Brigou e gritou com eles, sendo preciso que outros alfas do local os ajudassem a contê-lo e colocá-lo na carruagem. Hoje de manhã, aparentemente, não fala-se de outra coisa no condado. Milorde Namjoon sempre teve um comportamento impecável. Às vezes bebia sim, mas nunca ficou no estado que estava ontem em público. Todos ficaram espantados... 

Seokjin suspirou, cansado. Queria poder ajudar o marido, mas não sabia como. Era capaz de piorar a situação se tentasse alguma coisa.

— Há uma outra coisa também... — o loiro voltou a falar, mas agora com mais cautela. Seu olhar, de repente, ficou um pouco mais triste. — Desde a semana passada que o milorde Namjoon começou a se comportar de modo estranho. Além de beber, não tem cumprido com todos os seus compromissos. Como é algo inesperado, estão especulando os motivos. Um deles é que vocês estão brigados. Algumas pessoas sem noção alguma estão culpando você por tudo, dizendo que deve ser um ômega difícil, que está tirando a atenção do marido do que é importante. — com o rosto mais corado, de raiva, uma carranca tomou conta do rosto do loiro. — Mas não se preocupe. Todos que tiveram coragem de dizer isso na minha frente ouviram um monte! Bando de desocupados, intrometidos! 

 — Pior que, em parte, eles têm razão. Namjoon e eu não estamos bem. — o ômega comentou, com tristeza.

— Oh... Vocês brigaram realmente? — o moreno assentiu, com uma expressão triste. — Mesmo que tenham brigado, isso não dá o direito de ninguém o culpar por nada! Milorde Namjoon já tinha tais comportamentos antes. Só se preocupava em esconder melhor.

— Sério? — Seokjin perguntou, surpreso.

— Sim. Não é a primeira vez que Hoseok o cobre em alguma atividade porque milorde bebeu demais. Assim que voltou da Europa, ele costumava fazer isso algumas vezes. Contudo, fazia na biblioteca ou no escritório, então só alguns criados da casa sabiam. Acho que, toda vez que ele está sob pressão, ele foge um pouco para a bebida. Hoseok disse que esse foi um costume que ele aprendeu quando estava fora. Se os pais dele o vissem... ficaram decepcionados, com certeza.

— É um comportamento um pouco destrutivo, eu diria. — o ômega suspirou, pensativo. — Pensei que era devido a acontecimentos recentes, mas, se é algo antigo, é mais complicado do que pensei. — virando-se para o amigo, perguntou: — E quais as outras hipóteses que surgiram para o comportamento dele?

— Huum... Ouvi que alguns acham que se deve pelos horrores da guerra. Milorde Namjoon viu e viveu muita coisa no Japão. Outros, acham que o condado está falindo. Por isso, milorde voltou, para tentar salvar as finanças daqui. Como não está dando certo, está depressivo.

— E qual a que tem mais aderência pelo povo?

— A sua... Quer dizer, de vocês estarem em crise. — o ômega moreno meneou com a cabeça, sentindo-se decepcionado. Mal havia chegado e, aparentemente, algumas pessoas já o odiavam. Desviou o olhar para o rio, pensativo. — Jin, não ligue para eles. Eles não sabem o que dizem. São preconceituosos, acham que sempre a culpa é do ômega. 

— Por que as coisas não podem ser um pouco mais fáceis? — murmurou, mais para si do que para o amigo. 

— Como?

— Ji, se eu te contar o que aconteceu, você promete guardar segredo?

— Eu? — perguntou, surpreso. Seokjin assentiu, apreensivo. Não aguentava mais, precisava desabafar. — Claro. Sou fiel a você, Jin. Nunca contaria a ninguém algo que seja confidenciado a mim por você. 

Após um suspiro, Seokjin contou-lhe tudo, começando pela vida que levava, da primeira vez que viu Namjoon, quando caiu em seus braços durante sua fuga de casa, o casamento e os acordos que fizeram, e, principalmente, sobre o amor de Namjoon por seu primo, Jae-hyun, e o que contara a Namjoon da última vez que conversaram. Jimin ouviu tudo, em silêncio, demonstrando seus pensamentos apenas por suas reações de surpresa ou sutis xingamentos, principalmente direcionados a tia e ao primo de Seokjin, enquanto ouvia o que o outro dizia.

— Não acho que o problema seja só o Jae-hyun, sabe? — o ômega loiro assentiu, afirmando compreender o que ele dizia. — Eu vi como Namjoon mudou após a guerra. Não deve ter sido fácil para ele, principalmente depois do acidente. Ele ainda tem um certo complexo com a cicatriz e o braço. Não gosta quando o tocam nesses lugares, ou apenas o encaram. Acho que a situação com Jae-hyun foi apenas o estopim. Ele amava muito o meu primo, acho que ainda ama... Você devia ver como ele o olhava. Era bonito de ver, sabe? Os olhos dele brilhavam. Após todos os horrores que viveu no Japão, acho que o mínimo que ele esperava era ser bem recebido pelo homem que amava. Mas, em vez disso, Jae-hyun foi cruel e insensível. Machucou-o onde mais doía, ao falar das feridas de guerra. 

— Que homem mais odioso! — Jimin afirmou, com repulsa. Não conseguia imaginar como alguém poderia ser tão ruim.

— O pior é que eu vejo o quanto o meu marido está quebrado por dentro, mas me sinto de mãos atadas. Quando tento me aproximar, ele me afasta. Quando consigo algum avanço, algo sempre acontece e acabamos nos afastando novamente. — O ômega meneou com a cabeça, chateado. — Queria poder ajudá-lo, de verdade. Namjoon me salvou de um futuro incerto e perigoso, e eu queria retribuir o favor. Mas, realmente não consigo. E preciso aceitar isso. Aceitar minhas limitações como esposo dele apenas no papel.

— É uma situação muito complicada, Jin. Principalmente agora que descobriu que foi traído, deve ser difícil para ele confiar nas pessoas, principalmente nos ômegas. — comentou, pensativo. 

— Meu lobo sempre tenta me consolar dizendo que não cabe a mim o dever de curá-lo. Acho que ele está certo. Tudo ainda está bastante recente, acho que precisamos esperar mais tempo até que ele consiga lidar com tudo o que aconteceu.

— Sim, isso! Minha mãe sempre me diz que o tempo cura tudo. Daqui a alguns anos, sei que tudo estará melhor! Um dia você conquistará um lugarzinho no coração dele! Você é um belo ômega, sempre tão calmo, prestativo, cuidadoso. Ele logo verá isso, tenho certeza.

Seokjin sorriu, mas seu sorriso era triste.

— Prefiro não me agarrar a essa esperança. O que mais quero, na verdade, é que possamos ser pelo menos amigos. Quero ter uma boa convivência com ele. Tendo isso, abro mão do amor e da paixão. 

— Mas... mas... Não, isso não. Você verá, tudo dará certo entre vocês. Não há como ele não se apaixonar por você um dia, Jin. Só se ele for muito burro.

Pela primeira vez no dia, Seokjin riu, diante do tom indignado do ômega. Jimin era uma graça.

— Mudando de assunto. Esta será a sua primeira vez na capital?

— Sim. Nunca saí de Baekje antes.

— Posso te mostrar a cidade quando chegarmos lá. Mesmo que eu não saísse muito, conheço alguns lugares bem bonitos.

— Seria ótimo! — o mais novo se animou. Porém, logo depois, desanimou um pouco. — Isso se não for atrapalhar nos seus compromissos.

— Namjoon apenas me informou sobre o casamento. Acho que, tirando esse evento, estarei livre. — Seokjin deu de ombros. Não pensara bem no que faria durante a viagem a Seul além de comparecer ao casamento do amigo do marido.

— Então eu aceito! — afirmou, sorridente. Seokjin sorriu de volta. 

🍂🍁

Sem delicadeza, o alfa puxou as cortinas expeças que bloqueavam a luz solar. Voltando-se para olhar o homem esparramado na cama, cruzou os braços e depois balançou a cabeça negativamente. Era tão frustrante vê-lo regredir após ter melhorado tanto.

Na cama, ainda deitado, Namjoon gemeu. Seu corpo, aos poucos, foi-se dando conta da claridade do ambiente, deixando o alfa incomodado. Ele puxou um travesseiro e colocou-o sobre o rosto, afim de voltar a dormir tranquilamente. Contudo, poucos segundos depois, o travesseiro foi puxado de suas mãos.

— Desculpe-me, senhor, mas não posso deixar que durma novamente. 

— Me deixa em paz... — o lúpus resmungou, virando-se de costas e buscando esconder os olhos com o antebraço.

— Não, não posso. Precisa levantar e comer alguma coisa, senhor.

O alfa puxou o antebraço do patrão, descobrindo o seu rosto. O conde abriu os olhos devagar, mantendo-os semicerrados por conta da luz. Fez um movimento em direção ao criado, pretendia empurrá-lo, mas conteve-se ao sentir tudo girar e uma forte dor o atingir. Sua cabeça parecia que ia explodir. 

— Hoseok, que inferno! — reclamou, com raiva.

— Milorde, precisa levantar-se. Não pode dormir o dia inteiro. Temos uma viagem marcada e nem ao menos comeu algo hoje ainda. Precisa levantar e se recompor, ou não aguentará a viagem.

— Que se dane essa viagem, me deixe em paz. — o alfa voltou a fechar os olhos. Apesar de claridade ainda incomodá-lo, ainda era melhor do que mantê-los abertos.

Hoseok colocou as mãos no quadril, analisando a situação. Namjoon ainda parecia derrotado demais para levantar. Deveria insistir em tirá-lo da cama ou não? 

Àquela hora, todos já sabiam do estado do conde. Talvez, já presumissem que ele não fosse viajar mais como previsto. Mas, ao mesmo tempo, Hoseok sabia que se não tentasse até as últimas medidas, o seu patrão ficaria com raiva dele quando estivesse sóbrio. 

Após coçar a nuca, um pouco sem jeito, decidiu puxar as cobertas do alfa. O primeiro puxão fez com que o corpo do alfa lúpus se mexesse, fazendo resmungar mais uma vez, mas não conseguiu livrá-lo das cobertas. Uma segunda e terceira tentativas foram necessárias até que o arrancasse os lençóis. 

— Vamos, senhor. Não me faça recorrer a medidas extremas, como a que usei naquele verão em Veneza. 

O lúpus abriu os olhos e seu rosto logo adquiriu uma carranca.

— Se jogar água em mim como fez daquela vez, juro que será a última coisa que você fará na vida, Jung.

— Vamos, então levante. Não quero morrer hoje. — disse o alfa, bem humorado. 

Mesmo desgostoso, o conde, com movimentos lentos e contidos, sentou-se na cama. Ainda não tinha aberto completamente os olhos, e a cabeça estava baixa. Pós uma mão na testa, para apoiar melhor a cabeça, e fechou os olhos novamente.

— Adie essa viagem, não sei se aguentarei horas balançando numa carruagem até a capital.

— Tem certeza que é isto que deseja? O casamento já é amanhã, começará à tarde. Se formos apenas amanhã, terá que ser bem cedo e ainda chegaremos em cima da hora. Indo hoje, poderá curar a ressaca lá na capital mesmo. 

Namjoon levantou a cabeça e abriu os olhos.

— Por que ainda me deixa beber vinho? Sempre acaba comigo no dia seguinte.

— Eu não estava o acompanhando, milorde. Não me deixou ir com o senhor.

— É óbvio. Tentaria me convencer a não beber.

O alfa o encarou, confuso. 

— Então era para impedi-lo ou não?

— Ah, esquece. — respondeu, aborrecido, ao massagear as têmporas com a ponta dos dedos.

— Já tomei a liberdade para pedir que preparassem um banho para o senhor. Está tudo pronto. Talvez a água esteja um pouco fria agora, mas isso ajudará com a ressaca.

— Isso é tortura. 

"Deveria pensar nisso antes de beber dessa forma novamente. Não é só você que sente os efeitos depois" Uma voz resmungou em seus pensamentos. Não, só faltava essa. White com certeza encheria a sua cabeça o dia todo.

"Por favor, não comece." pediu, apesar de saber que o lobo geralmente ignorava os seus pedidos.

— Quer que o ajude no banho? — Hoseok perguntou. Namjoon o encarou e ele já trazia consigo as roupas que ele deveria usar após o banho.

— Acho que se não me ajudar, não conseguirei nem levantar dessa cama.

Seguindo as ordens do patrão, Hoseok ajudou-o a levantar e o levou até a banheira. O primeiro mergulho na água fria foi o mais difícil, mas depois, um pouco mais desperto, foi-se acostumando com a água gelada. 

Após o banho, Hoseok também o ajudara a se enxugar e a se vestir. Por fim, ainda penteou os cabelos dele. E, por um momento, Namjoon arrependeu-se por tratá-la tão mal assim que acordara. O que seria da sua vida sem Hoseok para cuidar dele sempre?

— Obrigado. — murmurou, quando o alfa terminou.

— É o meu dever, milorde. 

— Você sabe que não. É mais que um criado para mim, Hoseok. É meu braço direito, um irmão mais velho. Não deveria ter que prestar serviços de criado pessoal ainda. Nem ter que ficar me seguindo e me impedindo de cometer besteiras por aí.

— Prometi ao seu pai que sempre cuidaria de você, e é o que estou fazendo. Estar aqui, servindo a esta casa, a você, é mais que um trabalho para mim. Não precisa me agradecer, eu que sou grato. — Namjoon sorriu minimamente. Lembrar-se do pai ômega sempre o fazia sentir-se minimamente mais feliz. — Mas, se me permite dizer algo, senhor, por favor, evite situações como esta novamente. Armou uma pequena confusão ontem. Todos em Baekje já sabem que bebeu bastante na taverna de Ji Chang-wook, tanto ao nível de não se aguentar em pé. Todos estão comentando sobre a dificuldade que foi colocá-lo na carruagem. 

— Merda... — balbuciou. 

— E não para por aí. Estão culpando até mesmo o milorde Seokjin, acreditando que ele seja culpado pela sua bebedeira de ontem. Uns, por achar que ele não é um bom marido, e que não sabe cuidar do senhor; outros, por acreditar que ele que o deu motivos para beber. Não é justo que ele mal tenha chegado ao condado e já esteja enfrentando tais acusações e ofensas. 

— O que? — Namjoon perguntou, preocupado. Como aquilo fora acontecer?

— Sabe como a maioria das pessoas por aqui pensam. Acreditam que um esposo deve ser responsável pelas ações do marido. Além disso, eles não o conhecem, ele não fez aparições públicas ainda. A única coisa que sabem é que o senhor se casou com um ômega forasteiro, que não pertence a região. É até esperado que tenham dúvidas quanto a índole desse ômega que agora é conde deles, mas nunca foi visitá-los.

— Ai, droga. — o alfa colocou a mão na testa, sentindo a dor de cabeça aumentar.

"Nem preciso dizer que a culpa é sua, né? Queria escondê-lo, olha no que deu." White resmungou, mas Namjoon o ignorou.

— Por isso, há algumas semanas, falei sobre ser importante o milorde Seokjin fazer algumas aparições no condado. Ele precisa conquistar o povo.

— Quando voltarmos, consertamos isso, certo? Por enquanto, abafe essa história.

— Será difícil abafar, todos já sabem. É a única coisa que se fala em Baekje hoje. 

— E o que sugere então? Fingir que nada aconteceu?

— Eles querem um motivo para o seu deslize. Dê-os o motivo. Ou pelo menos algo em que possam acreditar que seja o motivo. O que está feito, está feito. Não os convencerá que não era o senhor ontem, mas poderá salvar a reputação de milorde Seokjin.

— Pelo visto, já andou pensando em tudo. Tem alguma ideia de qual motivo posso lhes oferecer?

— Há algo que também está sendo comentado. Alguns acham que as lembranças da guerra o fizeram beber. Acho que este motivo tanto salvará a reputação de Seokjin, ou pelo menos a melhorará, quanto relembrará a todos que o senhor foi defender o reino da Coréia na guerra contra o Japão. Lembrará a eles de que é um herói do reino.

Namjoon ponderou por alguns segundos. Para ele, espalhar que estava derrotado por lembranças de guerra apenas o fazia parecer fraco. Mas, entre isso e deixar que Seokjin seja crucificado, preferia que todos os olhos recaíssem apenas sobre ele.

— Você pode conseguir que isso se espalhe, Hoseok?

— Sim. Já pensei em pessoas específicas que podem espalhar e dar veracidade a este boato.

— Então assim o faça. E, por favor, tente tirar as atenções de Seokjin. Quando voltarmos, pensamos nisso de aproximá-lo do povo de Baekje.

— Certo. Cuidarei disso antes de sairmos. Se me der licença... 

Namjoon assentiu, então Hoseok se curvou e depois deixou o quarto, pronto para colocar o seu plano em prática. Enquanto isso, o alfa lúpus caminhou até a janela do quarto e observou o jardim, onde, tantas vezes, encontrava o esposo. Infelizmente, ele não estava lá naquele momento, e, quando estava prestes a desviar o olhar, viu-o ao fundo montado em Hela, possivelmente chegando de um passeio.

O ômega estava lindo, com os fios negros jogados para trás, por conta do vento. Possuía uma postura impecável sobre Hela, e, realmente, os dois pareciam se dar bem, pois Seokjin vinha a uma velocidade considerável sem qualquer problema. Quando parou, desceu facilmente da égua e depois lhe acariciou a crina. 

O alfa sorriu ao observar a cena. Seokjin parecia tão bem, tão livre, que Namjoon se condenou por sempre prejudicar a relação dos dois. Estavam sem se falarem direito há dias, tudo porque não tinha coragem de pedir desculpas ao ômega por ter agido mal com ele. Além disso, com as suas ações imprudentes, metera-o em meio a fofocas maldosas.

"Enquanto isso, Seokjin continua sendo um bom ômega, cuidando da casa, esforçando-se nas aulas de etiqueta e dança, tudo para ser aquilo que você deseja. Deveria se envergonhar, Namjoon, e pedir-lhe desculpas de joelhos. É o mínimo que ele merece." White bradou, e, dessa vez, Namjoon não tinha como discordar. Sentia-se culpado. 

Saiu do quarto e desceu as escadas, em direção a cozinha. Pediria algo para comer antes de saírem. Sua cabeça ainda doía, e seu estômago estava embrulhado, então teria que ser algo leve.

Quando chegou à cozinha, encontrou apenas a Sra. Park lá. Ela o preparou um lanche e ele comeu ali mesmo, escorado na grande mesa de madeira que havia no cômodo. Os dois não se falaram muito, a ômega aparentemente havia percebido que Namjoon não queria muito conversar naquele momento.

Já estava terminando o seu lanche quando ouviu risadas. Uma delas, conhecia bem, era de Jimin. A outra, descobriu apenas quando viu o marido entrando pela porta lateral na cozinha, batendo no chão as botas sujas de lama e areia. Ele sorria abertamente, e ainda ria um pouco, e Namjoon só conseguiu pensar como aquela era a primeira vez que o via tão feliz. Nem ao menos conhecia o som da sua risada espontânea.

Quando o ômega o notou, o sorriso se desmanchou aos poucos, e os dois se encararam, como se os Park não estivessem também com eles.

— Boa tarde, Seokjin. — disse, educadamente.

— Boa tarde. — Seokjin respondeu, da mesma maneira.

— Já está com tudo pronto para a viagem?

— Sim. Minhas malas estão feitas. 

— Ótimo. Hoseok só foi cuidar de um assunto urgente, mas, assim que ele voltar, poderemos partir. 

— Tudo bem. — o ômega baixou a cabeça, pronto para se retirar, mas Namjoon foi até ele e o segurou delicadamente pelo braço.

— Podemos conversar um minutinho?

O ômega olhou primeiro para a mão do alfa em seu braço e depois para os olhos do marido. A expressão de Seokjin transparecia confusão. Contudo, em vez de perguntar qualquer coisa, ele apenas assentiu. 

Namjoon o soltou e depois caminhou para a porta lateral, a qual o ômega usara para entrar na casa segundos antes. Seokjin o seguiu, em silêncio.

Quando o alfa julgou que estavam sozinhos, parou de andar e se virou para o ômega. Sem saber muito por onde começar, pegou-lhe as mãos, juntando as suas. Após um suspiro, decidiu ir direto ao ponto.

— Seokjin, eu... eu queria me desculpar pelo modo como agi com você há alguns dias. Eu não tinha o direito de falar daquela forma com você e nem exigir nada. Espero que me perdoe. 

"Olha aí. Viu como não foi difícil?" White provocou. O alfa respirou fundo, controlando-se para não responder ao lobo. "Vamos, continue. Ainda tem muito do que se desculpar!".

— Também gostaria de pedir desculpas pelo meu comportamento dos últimos dias. Tenho sido imaturo e insensato nas minhas ações. Você deve estar me odiando, e com razão...

— Eu não odeio você, Namjoon. — o ômega o interrompera. Namjoon, que encarava as mãos do esposo, finalmente levantou o rosto, para olhá-lo nos olhos. —  Apenas... apenas sinto-me triste. Queria que, no nosso casamento, pudéssemos pelo menos ter uma relação de confiança e amizade. E... sei que ainda está ferido, isto é normal, mas... mas peço que não desconte isto em mim, porque não é minha culpa.

Um brilho azul-turquesa passou rapidamente pelos olhos escuros, o que assustou o alfa. Namjoon soltou as mãos do marido e o encarou confuso.

— Mas... o quê? — murmurou, chocado. O que fora aquilo? Seria o lobo de Seokjin? Mas os olhos dos lobos ômegas comuns são amarelos, e dos lobos ômegas lúpus são dourados. 

"Foi Black. Foi o meu amado. Ele deve estar querendo assumir o controle" White anunciou, com um tom sereno e feliz. 

— Eu o desculpo, Namjoon. Mas, por favor, vamos tentar fazer com que situações assim não se repitam entre nós. Somos casados, precisamos nos entender. — o alfa assentiu, olhando bem para os olhos do ômega. Mas, o que viu, foram apenas os mesmos olhos negros meigos de sempre.

— É... Sim. Prometo que não irá se repetir.

 — Milorde, vim avisar que já podemos partir. — anunciou Hoseok, ao aproximar-se dos dois.

— Ótimo, vou avisar a Jimin. — Seokjin fez uma pequena reverência e depois se retirou, deixando os dois alfas sozinhos.

— Hoseok, você sabe o que significa olhos turquesa em um ômega?

O alfa o encarou com o cenho franzino, aparentemente surpreso pela pergunta repentina.

— Olhos turquesa, tanto em ômegas como em alfas, significam que seus lobos são um dos dez originais, senhor. Por quê?

— Lobos originais não são também lúpus?

— Acredito que sim, senhor. A lenda diz claramente que os primeiros cinco alfas criados eram lúpus, e, para eles, foram criados cinco ômegas, suas almas gêmeas. Depois vieram os betas, os lúpus comuns e os lobos não lúpus.

— Certo. Obrigado, Hoseok.

Namjoon se afastou do alfa e entrou em casa, perguntando-se se o que havia visto era realmente possível. Pelo o que sabia, Seokjin era um ômega comum, ele até mesmo possuía uma única essência, diferente de ômegas lúpus que costumavam possuir a mistura de duas ou mais essências. Não, não estava enganado sobre isso, Seokjin era um ômega comum. Mas, o que fora aquilo que vira? Será que fora a luz que o confundira? Ou até mesmo a ressaca? Ainda estava bêbado?

"Não, Namjoon. Você não viu errado. Black é um original." White o respondeu, apesar de estar achando divertida a confusão de seu humano.

"Mas como isso é possível? Originais não são, necessariamente, lúpus?"

"Não. Não são."

"A lenda diz..."

"Eu sei o que a lenda diz, vocês que nunca souberam interpretar direito. Os cinco primeiros originais criados eram alfas lúpus. Os cinco últimos, eram suas almas gêmeas, ômegas. É isto que diz a lenda."

"Eu jurava que eles não existiam... que era tudo apenas uma lenda mesmo"

"Ah, não. É real, bastante real. Talvez, nem tudo seja fidedigno ao que têm nos livros por aí, mas boa parte sim."

"Como assim?"

"Você realmente não prestava atenção nas aulas de história, não é? Os originais já foram perseguidos. Foram séculos de perseguição. Sempre que um original nascia, precisava se esconder, ou era morto pelos outros lobos. Foram muitos acontecimentos até chegarmos a esse ponto, então não me alongarei nisso, depois você pega um livro de história e lê. O que importa é que, por isso, ainda hoje, não costumam se revelar com facilidade."

"E o que isso quer dizer?"

"Nada. Apenas que se você irritar bastante o Black, ele pode te dar uma surra bem grande se quiser." White provocou, divertindo-se bastante com a situação. 

"O quê!?"

"Lobos originais são mais fortes que o restante de nós. Black, então, como o único não lúpus entre os ômegas, é o mais forte entre eles. Meu ômega é tão incrível" disse, com ar apaixonado.

"Você está brincando comigo, não está?"

"Eu? Por que eu brincaria com você sobre isso? Apenas, peço que não conte a ninguém. Pelo o que eu sei, nem Seokjin sabe da sua classificação completa. Deve guardar esse segredo."

 

🍂🍁

Oii, olha quem conseguiu finalmente atualizar aqui!

Bem, gente, feliz natal e ano novo atrasados!

O capítulo tá grande, então espero que compense a demora.

Desculpem-me por qualquer erro, não revisei, como sempre :/ Se virem algo estranho, me avisem que eu ajeito.

O que estão achando e quais as expectativas de vocês?

No próximo, finalmente Seokjin e Namjoon estarão em Seul novamente.

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