Bem-vindos a 2º temporada. Até aqui tem e Paper Girls não...
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Reino de Stony Stream, Europa. 1799.
[Narrador]:
Durante os dois últimos anos o Reino de Stony Stream enfrentou sua Segunda Guerra. Com o sucesso da Queda do Palácio Real, os rebeldes ganharam ainda mais força dentro das muralhas. Não se pode colocar uma grande quantidade pessoas em um espaço tão pequeno, elas sempre vão querer sair.
Dos dezenove castelos que guardavam as muralhas, somente dois ainda eram habitados. Os demais foram tomados e os membros reais mortos. Entre eles, os Lai Nelet Brandman.
De fato, Levi Berserk levou Karina até o Palácio de seu tio. Durante 15 dias e 15 noites, eles caminharam pelas florestas até chegar ao norte do Reino. Porém, era tarde demais. O Castelo estava sob ataque dos rebeldes quando chegaram.
Dessa forma, Karina era a última com seu nome.
Não que seu sobrenome importasse mais, a Dinastia dos Brandman's estava arruinada. Karina era somente a última sobrevivente para contar sua história.
Nos últimos anos, Karina vagou fora das muralhas com Levi Berserk. Ela viu com seus próprios olhos a realidade fora do castelo. Era tanta desgraça e sofrimento que Karina até esqueceu-se por um tempo sobre a sua vingança.
Para sobreviverem sem serem notados, Levi conseguiu roupas novas para Karina, afinal uma garota andando com um vestido caro, enquanto os rebeldes caçavam membros da realeza não era algo favorável. Ele também ensinou a garota a usar arco e flecha, assim poderia se defender caso algum imprevisto acontecesse.
Karina teve que deixar tudo que aprendeu sobre etiqueta com Lady Elizabeth para trás, aquelas coisas não faziam mais parte do seu cotidiano. Ela não preocupava-se mais com sua postura ou um casamento, sua única preocupação dia após dia era sobreviver.
Durante noites a fio, Karina chorou pelas suas perdas. Por seus pais, por seus tios, por Erin... Ela não se importava com seus Palácios, nem com suas riquezas... Ela só queria ter eles de volta, por isso, agora ela sentia-se mais solitária do que nunca.
Com o passar do tempo, ela parou de se lamentar, agora Karina não chorava mais antes de dormir. Assim como as estações mudam, ela também havia mudado. Ela estava mais forte...
E nessas mudanças, Karina agarrou-se a sua vida já que isso era a única coisa que lhe restou.
- Acho que aqui é um bom lugar para descansar - Levi disse - Aparentemente está abandonada.
Os dois eram como nômades, sempre deslocando-se de um lugar para outro, sem permanecer fixamente em nenhum deles. Era arriscado demais... Mesmo dois anos após a morte de seus pais, Karina ainda poderia ser facilmente reconhecida e morta por qualquer rebelde que assim o quisesse.
Levi entrou na bacana com sua espada em mãos, já Karina vinha um pouco atrás segurando seu arco e flecha. Eles faziam a menor quantidade de barulho possível, enquanto caminhavam pelo local.
- Está limpo - Levi informou - Podemos passar a noite aqui, amanhã pela manhã partiremos.
- Eu acho uma ótima ideia - Karina concordou.
- Como está a sua mão? - Ele perguntou.
- Ainda dói, mas está melhorando - A garota respondeu, sorrindo fraco.
- Nós podemos trocar essa bandagem, vou procurar algo que sirva - Levi disse, aproximando-se da garota para beijá-la - Eu já volto.
Não foi somente a personalidade de Karina que havia mudado. Durante os últimos anos, seus sentimentos também.
Pela primeira vez, Karina não estava com alguém porque era sua obrigação, mas sim porque era isso que o seu coração queria. Levi a fazia bem, a deixava segura...
- Isso deve servir... - O homem falou ao voltar com pedaços de panos velhos.
Levi segurou a mão de Karina gentilmente, tirando a bandagem antiga completamente encharcada de sangue. Limpou da melhor forma que conseguia, enrolando sua mão com os panos velhos que encontrou.
- Está bem melhor... - Ele disse sorrindo ao terminar - Pode descansar agora, eu faço a primeira ronda - Anunciou, levantando-se.
- Obrigada - Karina agradeceu, sorrindo de volta para o rapaz.
Durante a noite, os dois reversavam a patrulha. Eles não poderiam ser descuidados a essa altura do campeonato, existiam muitos saqueadores dentro das florestas, assim como pessoas desesperadas para sobreviver que fariam qualquer coisa para isso.
Karina e Levi só tinham um ao outro nesse mundo.
[...]
Pela manhã como combinado, os dois partiram.
Levi e Karina adentraram a floresta seguindo o seu destino, se tivessem sorte algum animal cruzaria o caminho dos dois e eles teriam uma refeição para aquele dia.
Levi parou de andar de repente, fazendo Karina bater com o rosto em suas costas.
- Está ouvindo? - Levi perguntou, erguendo a mão - Parece o barulho de água...
Karina tirou a mão de seu nariz, prestando atenção aos sons ao seu redor.
- Eu também estou ouvindo... - Respondeu.
Levi sinalizou com a cabeça para que Karina o seguisse. Os dois caminharam na direção nordeste, seguindo o som da queda d' água.
- Graças aos deuses! - Karina agradeceu ao ver a correnteza.
Eles correram até a borda imediatamente. Karina colocou seu arco em seus ombros, ajoelhando-se no chão fazendo suas mãos de concha para beber água. O contato da água com o seu ferimento a fez contrair seu rosto em uma expressão de dor pela ardência.
Era difícil achar água com frequência, por esse motivo, os lábios de Karina agora eram ressecados, assim como sua pele estava um pouco mais queimada pelo sol.
Levi colocou a espada em sua armadura para encher suas garrafas de couro com água e garantir mais alguns dias hidratados.
O soldado sabia que ficar próximo a reservatórios de água era perigoso, pois poderia chamar a atenção de outras pessoas. Afinal, todos estavam desesperados para sobreviver.
- Vamos - Levi disse, ajudando Karina a levantar-se - Aqui não é um lugar seguro.
Karina sentiu algo passar próximo ao seu braço, a cortando de raspão. Levi olhou para baixo apenas para confirmar que algo havia o atingido próximo ao seu abdômen.
Levi levantou sua vista, olhando por cima da cabeça de Karina, vendo pessoas desconhecidas do outro lado da margem. Provavelmente mais rebeldes.
- Precisamos sair daqui agora! - Ele falou, segurando a mão de Karina.
Os dois entraram novamente na floresta, Levi pressionava com a sua mão o lugar em que a flecha havia o acertado. Karina olhava por cima do ombro assustada, verificando que de fato estavam sendo seguidos.
- Peguem eles! - Ouviram alguém gritar ao fundo.
Levi corria com Karina tentando ignorar o incômodo que a flecha em seu abdômen lhe proporcionava.
Eles esconderam-se atrás de uma enorme e grossa árvore. Levi encostou sua cabeça no tronco da mesma, fazendo algumas caretas pela dor que sentia.
- Eu posso cuidar da sua ferida - Karina garantiu - Mas precisamos de um lugar seguro - Levi respirou fundo, concordando com a cabeça.
Novamente os dois voltaram a correr como se suas vidas dependessem daquilo.
Aos poucos, Levi parou de correr e apenas dava alguns passos largos e desengonçados. Ele gemia de dor devido a queimação que sentia dentro de si.
- Aguenta firme - Ela pedia desesperada.
- Ei, pss! - Karina ouviu uma voz diferente, a procurando no meio da floresta - Aqui!
Então ela viu um garotinho sinalizando com as mãos onde estava. Karina não o conhecia, sequer sabia se podia confiar nele, mas a garota estava desesperada naquele momento. Qualquer ajuda seria bem-vinda.
Ela apoiou Levi em seus ombros para caminharem mais rápido e chegarem até o garoto. O garotinho olhava para o fundo da floresta verificando se tinha alguém próximo deles.
- Venham comigo - Ele disse, caminhando na frente - O seu amigo não irá resistir se demorarmos muito...
Karina seguiu o garoto que parecia saber o caminho pela floresta como a palma de sua mão. Do melhor jeito que conseguia, ela arrastava Levi, já que o homem era duas vezes maior e mais forte do que ela.
- Onde estamos indo? - Karina perguntou desconfiada.
- Para um lugar seguro, eles cuidarão do seu amigo lá - O garotinho garantiu.
- Como se chama? - Ela questionou curiosa.
- Henry Stormborn - O garoto respondeu, olhando por cima do ombro - E vocês?
- Eu me chamo Johanna - Disse - E esse é Levi - Por segurança, Levi aconselhou Karina a não dizer seu nome para outras pessoas, assim como pediu para que esquecesse o seu passado.
- Bonito nome... - O garotinho disse sorrindo para ela antes de olhar para frente novamente.
Eles andaram durante incontáveis minutos que pareceram infinitos para Karina. Até chegarem a uma espécie de vilarejo.
- Sou eu, Henry! Abram o portão! - Ele gritava - Temos um ferido!
Em questão de segundos, o enorme portão foi aberto dando entrada para o local.
- A tenda médica fica por aqui... - Henry dizia sinalizando o caminho. Karina o seguia, olhando o lugar a sua volta curiosa.
- Eu vou conversar com a enfermeira - O garotinho informou - Espere aqui - Karina concordou com a cabeça.
Karina olhou algumas vezes para Levi apenas para garantir que o homem continuava vivo. Apesar de debilitado pela perda de sangue, continuava respirando.
O garotinho entrou na tenda, procurando desesperado pela enfermeira, até que a encontrou trocando os curativos de outro paciente.
- Doutora, eu trouxe um ferido! - O garotinho dizia preocupado - O grupo dos radicais estavam me perseguindo e acabei levando eles até os dois. Foi por minha causa, por favor, ajuda ele - Ele falava rapidamente com uma voz de quem está prestes a chorar.
- Ei, calma, tá tudo bem - A enfermeira abaixou-se para acalmar o garotinho - Onde eles estão?
- Lá fora... - Respondeu com seus olhinhos brilhando de lágrimas.
- Peça para que entrem... - Pediu gentilmente. O garotinho concordou com a cabeça, saindo correndo para chamar Karina do lado de fora.
- Podem entrar, a doutora Tieng está esperando por vocês - Ele informou. Karina posicionou Levi melhor em seus ombros para entrarem.
- Vai ficar tudo bem... - Ela disse para o rapaz que tinha uma expressão de dor em seu rosto.
Karina entrou no lugar, olhando ao seu redor. O local estava cheio, com diferentes tipos de pessoas e de idades variadas.
- Karina?!
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Personagens citados nesse episódio:
Henry Stormborn
Levi Berserk
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Oxe, oxe, oxe... Que viagem é essa, boy?
Até a próxima!