Opa, sou eu de novo...
O capítulo será dividido em duas partes por ter ficado muito extenso!
Atenção: Em itálico são memórias de capítulos anteriores, porém no ponto de vista da Mac...
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Reino de Stony Stream, Europa. 1797.
[Mackenzie Coyle's Point of View]:
Como prometido, eu vivi e me agarrei a minha vida. Eu os odiei e os ressenti.
Depois de tanto esperar e nos fortalecer, finalmente o grande dia que meu pai sempre sonhou havia chegado.
Meses antes.
- O 18º aniversário da Princesa está chegando, então logo ela se casará - Robert dizia sério, movendo a sua peça - Essa é a oportunidade perfeita para mostrarmos que ainda estamos aqui e que estamos com sede de vingança.
- E o que faremos? - Perguntei, olhando para minhas peças.
- Você irá voltar ao Castelo, entrar como uma das serviçais e procurar na Biblioteca os livros sobre a arquitetura de dentro das muralhas. Nós precisamos saber como entrar sem sermos vistos e pegá-los desprevenidos... - Explicava.
Passei pelo enorme corredor em direção aos quartos para fazer a troca dos enxovais. Porém, no caminho existia algo mais interessante... A biblioteca. Por coincidência, a porta estava aberta.
Olhei para os lados me certificando que ninguém estava por perto para me flagrar ali, antes de entrar no local. Era uma variedade enorme de livros, uns mais grossos que outros. Era fácil se perder ali dentro... Eu poderia passar horas absorvendo informações.
Me abaixei rapidamente ao ouvir a porta ser aberta. Tentava ver entre os livros quem havia entrado, porém não consegui. Em vez disso, acabei derrubando um deles.
- Merda... - Praguejei baixo, tentando sair do lugar o mais silenciosa possível para não ser vista.
- E se eu for pega? - Questionei, movendo o meu peão.
- Então iremos para o plano B... - O homem respondeu movendo o seu cavalo - E se você fosse pega, sabe que faríamos de tudo para te resgatar - Disse divertido.
- Que plano B? - Perguntei, o olhando.
- Ninguém entra na Biblioteca a não ser a Princesa Karina - Ele dizia, me olhando de volta.
- Como você sabe disso? - Questionei, movendo outro peão.
- Lembra-se da mulher de confiança na cozinha da sua mãe? - Perguntou retoricamente - Ela é uma das nossas, observando e informando cada passo dos Brandman's.
O olhei surpresa. Eu realmente nunca desconfiei dela.
- E como farei isso? - Perguntei, movendo o meu cavalo.
- É um pouco ousado, mas talvez dê certo... .- Robert dizia movendo mais uma de suas peças - A princesa Karina é diferente de seus pais, ela foi privada de todo o sofrimento, então isso a tornou uma pessoa gentil... Porém, essa é justamente sua fraqueza, ela é facilmente manipulável - Ele me olhava sério - Você irá usá-la para conseguir o que nós queremos... Você precisa ganhar a confiança dela.
Esperei escondida na Biblioteca até que a porta da mesma foi aberta pela Princesa. A garota passeava pelas prateleiras procurando por algum livro que lhe agradasse. Quando escolheu um livro, caminhava até as mesas lendo o mesmo.
Ao vê-la se aproximando, peguei um livro qualquer na minha frente, sentando-me no chão para que a garota tropeçasse em mim propositalmente.
- Quem é você? - Perguntou assustada. A olhei fingindo estar assustada por ter sido flagrada.
- Vossa Alteza... - Disse levantando-me rapidamente do chão fazendo uma breve reverência.
- Chamarei os guardas! - Ameaçou, saindo de perto de mim em direção a saída da Biblioteca.
- Princesa Karina, por favor não faça isso... - Supliquei. Se Robert estivesse realmente certo, ela não faria tal coisa - Eles me levariam para o calabouço, ficaria lá por semanas sendo torturada.
A garota virou-se para mim sem acreditar em minhas palavras. Exatamente como Robert disse, a Princesa Karina era absolutamente ingênua em relação a tudo que acontecia ao seu redor.
- Se tem tanto medo, por que está aqui então? - Perguntou desconfiada - Todos sabem que é um lugar exclusivo para o Família Real.
- Me perdoe, Vossa Alteza - Pedi, fingindo inocência - Eu não entrarei novamente! Por favor, tenha misericórdia... - Supliquei.
- Então, me diga... Quem é você? - Perguntou novamente.
- Me chamo Mackenzie Coyle, Vossa Alteza - Me apresentei educadamente - Trabalho na cozinha do Palácio.
- E o que fazia aqui? - Perguntou séria.
- Eu estava lendo, não é isso que se fazem em Bibliotecas? - Deixei que o meu sarcasmo saísse sem perceber, me praguejei mentalmente por isso.
- Você sabe ler? - Perguntou ao olhar para o livro em minha mão.
- Um pouco, Vossa Alteza - Menti - Se me permite, irei me retirar. Novamente, me perdoe por incomodá-la, Princesa - Disse passando por ela.
"Por favor me impeça, por favor me impeça" repetia diversas vezes mentalmente.
- Espera - Pediu. De costas para ela abri um sorriso vitorioso - Fique e me faça companhia.
- Vossa Alteza, não quero causar problemas - Respondi fingindo timidez - É melhor que eu volte para a cozinha antes que sintam a minha falta ou me peguem aqui dentro...
- Isso é uma ordem - Falou firme - Como sua futura Rainha, eu ordeno que me faça companhia - Como uma verdadeira nobre, mantinha seu queixo erguido. No final das contas, são todos iguais achando que podem mandar em qualquer um.
- Como desejar, Vossa Alteza - Disse por fim, oferecendo-lhe uma reverência.
- Você se interessa pela História dos Grandes Reinos? - Perguntou apontando para o livro que eu segurava.
- Sim, Princesa - Confirmei, eu nem sabia que livro era aquele.
- Também se interessa pelo Rei Arthur? - Perguntou erguendo o livro que estava em sua mão.
- Nunca ouvi falar sobre ele, Vossa Alteza - Menti novamente. Ela me olhou um pouco desacreditada como se eu tivesse ofendido a sua mãe.
Caminhamos até uma das mesas. Ela sentou-se, abriu o livro e começou a explicar brevemente sobre os atos heroicos de Rei Arthur com uma empolgação fora do comum.
- Me perdoe por falar demais - Pediu envergonhada.
- Eu não me importo, Vossa Alteza - Menti, fingindo um sorriso - Rei Arthur parece ser um homem admirável - Menti de novo.
- Ele é lendário! - Ela falava sorrindo - Um dia quero me tornar uma líder como ele.
- Eu acredito que você será, Princesa - Menti novamente.
- Você sabe escrever? - Perguntou intrigada.
- Sim, Vossa Alteza... - Respondi, fingindo um sorriso.
- Onde você aprendeu a ler - Questionou curiosa.
- Minha mãe me ensinou, Princesa - Menti - Eu preciso ir, está quase na hora do jantar. Licença, Vossa Alteza - A reverenciei, preparando-me para sair do lugar.
- Senhorita Coyle - A ouvi me chamar - Nos veremos amanhã? - Perguntou esperançosa. Porém, não a respondi. O sorrisinho não saía do meu rosto, enquanto caminhava para a cozinha.
- Como eu saberei se funcionou? - Perguntei, movendo outro peão.
- Você será a única adolescente, além da princesa Erin que Karina terá contato... - Robert dizia, movendo sua peça - Se funcionar, ela irá atrás de você...
- Oi... - Ouvi a voz atrás de mim, sorri involuntariamente.
- Céus! - Disse, levando a mão até meu coração - Você me assustou, Princesa - Menti.
- Você não apareceu... - Disse vagamente.
- Estou um pouco ocupada como pode ver, Vossa Alteza - Respondi ironicamente, sem perceber - E acho que não é uma boa ideia você tão próxima assim...
- Oh, me perdoe - Pediu, dando dois passos para trás.
- Você deveria entrar, Princesa - Sugeri fingindo preocupação, apoiando meus cotovelos na pá - Está frio aqui fora, não seria interessante ficar doente próximo ao anúncio oficial do seu casamento...
- Que besteria - Falou, acenando com a mão. Dei de ombros, continuando meu serviço. Não iria bajulá-la, se queria adoecer, que adoecesse.
- Princesa... - Chamei - Por que está me seguindo? - Perguntei ao ter a garota caminhando atrás de mim.
- Eu não estou te seguindo - Respondeu fazendo uma expressão confusa - Estou olhando o céu.
- Eu realmente acho que você deveria manter a sua distância - Alertei novamente. Eu realmente não queria ser levada para o calabouço quando o plano estava finalmente funcionando - Não quero ser acusada por algo que não fiz depois.
- Do que você está falando? - Perguntou intrigada.
- Vossa Alteza não compreenderia... Os seus problemas são mais fúteis - Respondi sorrindo ironicamente para ela. Aquela garota era realmente ingênua ou muito sonsa.
- Você é bem insolente, senhorita Coyle - Disse - Esses não são modos de se falar com a sua futura Rainha.
- Tem razão, Vossa Alteza... - Concordei ironicamente - Mas ainda não é... - As palavras simplesmente saíam da minha boca sem controle.
- Eu poderia te mandar para o calabouço por desrespeito, sabia senhorita Coyle? - Ameaçou, cruzando seus braços.
- Bem... aí eu não poderia aparecer na biblioteca amanhã, Vossa Alteza - Respondi sarcasticamente, com um sorriso vitorioso.
- Você é bastante espertinha, senhorita Coyle - Disse, espremendo seus olhos em minha direção - Eu gostei de você...
- Você também não é nada mal, Princesa - Menti.
- Quanta gentileza da sua parte, senhora Coyle - Falou ironicamente - Adoraria continuar na sua ilustre presença, mas preciso entrar... Está quase no horário do jantar.
- Até amanhã, Princesa - Disse tirando a boina que usava em sua cabeça, fazendo uma breve reverência. Vi a garota entrar novamente no Castelo, enquanto sorria sem perceber. Seria mais fácil do que tirar doce de criança.
- E depois? - Perguntei, movendo outro peão.
- Finja interesse pelos atos heroicos dos Reis, sobre a monarquia, sobre o castelo... Faça ela te contar sobre tudo que nós queremos saber - Robert falava, movendo a sua torre.
Como prometido, apareci na Biblioteca no dia seguinte. Peguei um livro sobre o passado de Stony Stream propositalmente. Ao perceber que a Princesa aproximava-se, fingi lê-lo.
- Senhorita Coyle... - Cumprimentou educadamente ao se aproximar.
- Vossa Alteza... - Disse, levantando-me e fazendo uma reverência.
- O que você está lendo? - Perguntou apontando para livro em minha mão.
- Sobre o passado do Reino Stony Stream - Respondi, mostrando-lhe a capa.
- Eu posso te ensinar se você quiser... - Sugeriu - Já os li centenas de vezes.
- Seria uma honra, Princesa - Respondi, sorrindo sem mostrar os dentes. Por dentro, eu explodia de alegria.
A garota pegou o livro de minhas mãos, contando sobre o passado de Stony Stream em ordem cronológica até o surgimento do Reino. Explicou a origem dos primeiros monarcas e sobre como funcionava a sucessão ao Trono, eu fingia interesse em tudo que ela falava.
- Se interessa por arquitetura? - Perguntou curiosa.
- Um pouco... - Menti. Aquele seria um ponto crucial, ter as plantas do Castelo era essencial.
A Princesa levantou-se para buscar um dos livros sobre a arquitetura do Castelo, quase pulei de alegria quando a garota me mostrava como o Palácio que estávamos foi construído, além de suas defesas e passagens secretas.
- O Castelo parece ter sido o lugar mais seguro para se estar durante a Grande Guerra... - Comentei fingindo admiração pelo lugar.
- É triste pensar que essas paredes grossas não conseguiram salvar o meu irmão... - A garota disse triste. Eu podia sentir o sangue esquentar em minhas veias só de ouvir sobre o homem - E você... Já perdeu alguém, senhorita Coyle?
- Eu já perdi muitas pessoas... - Respondi cabisbaixa - Mas a morte do meu pai foi a mais dolorida, sem dúvidas - Karina me olhava com pesar, porém eu não queria que ela fizesse isso.
A culpa da minha perda foram seus pais e seu irmão, eu não queria ouvir uma maldita lamentação de sua boca.
- Eu sinto muito... - Falou, tocando em seu ombro.
Olhei para o toque assustada, o que diabos essa princesa está fazendo? Ao perceber a minha expressão, retirou sua mão imediadamente.
- Tá tudo bem... Já fazem 10 anos - Menti, dando de ombros. A verdade é que o choro estava preso em minha garganta. Relembrar a decapitação do meu pai ainda me dava ânsia de vômito.
- Foi durante a Grande Guerra? - Perguntou confusa.
- Sim... - Respondi seca - Aparentemente nossas vidas não valem nada.
- Eu acho que você vale alguma coisa - Ela respondeu sorrindo fraco para mim. A olhei procurando por mentiras em suas palavras, porém surpreendentemente não encontrei. Como Robert havia dito, a garota era realmente gentil.
- Obrigada por você ser quem é... Eu acho... - Disse envergonhada - Eu preciso voltar para a cozinha, vão notar a minha ausência - Anunciei levantando-me do chão. Eu precisava de ar.
- Nos vemos amanhã? - Perguntou esperançosa.
- Sem falta, Vossa Alteza - Afirmei, fazendo uma breve reverência e caminhando para a saída do lugar.
- Pode me chamar apenas de Karina - Disse de repente.
- Então nesse caso... me chame apenas de Mac - Respondi.
Nos corredores do enorme Palácio, eu sentia vontade de fazer qualquer dança estúpida em comemoração. Sem dúvidas, eu havia conseguido.
- E o principal... seja amigável - Robert dizia sério, movendo seu bispo - Ela precisa confiar em você, mais do que qualquer outra pessoa.
- Oi... - A princesa disse ao se aproximar.
- Vossa Alteza... - Cumprimentei, levantando-me da cadeira, fazendo uma breve reverência.
- Não precisamos dessas formalidades quando estivermos só eu e você - Ela pediu.
- Desculpe Princesa - Pedi. Imediatamente, a garota me olhou com uma expressão séria - É força do hábito, me perdoe!
Robert havia me falado que o anúncio sobre o Casamento Real foi publicado. Eu precisava de algumas informações sobre para seguirmos nosso plano.
- Vi os anúncios sobre casamento, está ansiosa, Vossa Alteza? - Perguntei, como quem não queria nada.
- Só Karina - Me repreendeu novamente - Mas estou... Ansiosa e com medo.
- Com medo? - A olhei confusa. Definitivamente, princesas não sentiam medo em seus casamentos.
- Sim... com medo de me sentir solitária novamente.... - Falou cabisbaixa - E de errar os passos da dança - Suspirou.
- Se sentir solitária? - Eu estava realmente confusa - Mas todos no Reino conhecem seu nome... - Falei como se fosse óbvio - Eles te adoram!
- Não é isso... - Disse contragosto - E eles só me adoram por causa dos meus pais, eles não confiam em mim como Rainha...
- Que tipo de Rainha você será? - Perguntei verdadeiramente curiosa. Algumas atitudes de Karina me intrigavam.
- Eu quero ser como o Rei Arthur - Respondeu me olhando - Quero que as pessoas gostem de mim... Mas não pelas minhas conquistas territoriais, somente pelo que eu sou... Quando eu for Rainha, quero ser mais próxima dos meus súditos, eu quero que eles sintam que a vida deles valem alguma coisa - Sorriu para mim.
Eu a olhava um pouco surpresa. Todos eram absolutamente iguais, independente da geração ou independente do que falassem, ela estava apenas dizendo o que súditos como eu gostariam de ouvir.
- Eu acho que você será uma Rainha revolucionária, Karina - Menti.
- Obrigada... - Respondeu tímida.
- E quando você se sentir solitária... Chame o meu nome e eu virei - Eu disse fingindo um sorriso. Karina parecia surpresa com as minhas palavras.
Encenar uma Mackenzie amigável era a parte mais simples de todas, porque Karina era a pessoa mais inocente que já existiu.
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Sério que vocês não perceberam que a personalidade da Mac mudou completamente enquanto ela estava com a KJ? Hahahah.
Até a próxima!