Cavaleiro da Lua; gato e chac...

By gatita_rosita

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quando Marc perde o escaravelho, Khonshu decide cobrar um favor de uma antiga amiga. Poderia Amaris ser o por... More

prólogo
1. Olhos de gato
2. A lenda do livro.
3. O colecionador
5. Um passeio no jardim
6. Enfrentando o Guardião
7. Arthur Harrow.
8. Layla
9. O sarcófago de Senful
10. sentimentos esquecidos
11. Fera interior
12. Adeus velhote.
13. Noite sem estrelas.

4. O mistério do jarro

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By gatita_rosita

Anteriormente em Gato e Chacal

_Preciso que Salaad se convença da autenticidade do caça almas

_Amaris? vo-você me chamou?!

_Por Set... siga-me!

_O senhor Abud Salaad, o Colecionador

Agora

Steven's Pov

Um homem usando vestes tradicionais acompanhado de duas belas mulheres adentrou o jardim, ele tinha um andar calmo e trazia um sorriso tranquilo no rosto, com uma voz mansa ele começou a falar.

— Deixe-nos a sós Amir. - com um gesto ele dispensou o servo que apenas fez uma reverência e saiu dali.

O homem se afastou das mulheres e caminhou até a minha direção com um olhar sério em seu rosto, eu sentia minhas pernas tremerem e meu sangue gelar a cada passo que ele dava.

— Amir me disse que você tinha algo interessante para me mostrar - ele perguntou sem desviar o olhar de mim - mostre-me... espero que não esteja apenas me fazendo perder tempo.

Eu estava assustado demais pra falar então apenas acenei com a cabeça e mostrei o jarro que estava em minhas mãos, assim que pôs os olhos no artefato seu olhar se tornou mais suave, ele sorrio com o canto da boca e logo olhou em meus olhos, nem um segundo depois um enorme sorriso brotou em seu rosto e ele parecia completamente diferente de antes. 

— Muito bem senhor...

— E-estrada - falo ainda assustado - Augusto Estrada.

— Então, senhor Estrada - ele fala me guiando pelo jardim - diga-me... como conseguiu esse artefato?

— B-bem, foi um pre-presente - falo o seguindo - uma amiga arqueóloga achou e disse que talvez eu soubesse o que fazer.

O homem parou por um segundo e me olhou desconfiado antes de sorrir e voltar a andar tranquilamente, ele me levou para dentro e me guiou por um corredor, quando estávamos a alguns passos de entrar em uma sala no final do corredor, o homem se virou e me encarou sério, seu olhar não vacilou nem por um segundo enquanto ele me analisava de cima a baixo.

— Me responda senhor Estrada - ele dizia em um tom suave mas ameaçador - você sabe o que é o jarro em suas mãos? sabe a importância dessa peça?

— E-eu, bem, é um vaso canópico não é? - disse tentando firmar minha voz, Amaris havia confiado em mim pra essa missão e eu não iria decepciona-la - Os egípcios antigos os usavam durante as mumificações pra guardar órgãos e vísceras antes de embalsamar o corpo.

O homem continuava sério olhando em meus olhos sem nunca desviar, ele parecia buscar algo dentro deles, quando seu olhar finalmente deixou de penetrar a minha alma, Abud sorriu anasalado e começou a falar em seu tom suave outra vez.

— Quando vi o jarro em suas mãos imaginei que pudesse estar tramando algo pra mim, mas vendo que de fato o senhor não sabe do real significado e valor dessa relíquia, acho sensato o contar mais sobre ela antes de você decidir o que realmente quer fazer com essa coisa.

— O- o que? - perguntei completamente confuso - verdadeiro... valor, o que isso... significa?

— Senhor Estrada - ele fala em um tom de mistério - está agora prestes a entrar no nervo central de toda a minha coleção, esse lugar é onde guardo meus maiores tesouros e relíquias.

Abrindo a porta atrás dele, Abud revelou um pequeno elevador no qual logo entramos, ele apertou um botão que indicava para baixo e logo estavamos descendo, assim que a porta se abriu não pude conter minha admiração, um enorme bunker cheio de artefatos antigos guardados em caixas de acrílico e expostos como em um museu particular. Meus olhos varriam todo o lugar sem saber no que focar, sarcófagos, papiros antigos, joias raríssimas, adornos e livros estavam por todos os lados.

Estava quase desmaiando quando uma mão tocou meu ombro me acordando do meu transe, Abud me olhava com um sorriso orgulhoso antes de começar a andar pelo local iniciando uma extensa explicação.

— É melhor fechar a boca antes que alguma mosca ponha ovos aí - ele dizia em um tom zombeteiro enquanto se virava para ver se eu o estava acompanhando - Conhece a lenda dos Waratha?

Neguei com a cabeça assim que ele me olhou esperando uma resposta, logo ele prosseguiu com sua explicação.

— Na mitologia grega alguns Deuses desciam do olimpo para ter relações com as mortais, existem aqueles que acreditam que os Deuses egípcios não eram diferentes - ele fala me guiando até algumas relíquias de aparência muito mais antiga que as outras - as lendas contam que alguns desses relacionamentos acabaram gerando "herdeiros", Warathas... os Deuses que acabavam gerando filhos se gabavam perante os outros, isso causou intrigas em meio aos demais, o que levou eles até uma decisão trágica.

Ele parou em frente a uma porta e a abriu fazendo menção para que eu a atravessasse, assim que passei por ela pude ver outros jarros iguais ao de Amaris, cada um deles com uma cabeça de um Deus diferente, Osíris, Ísis, Set e Nephthys. cada um deles em uma proteção de acrílico única.

— Os cinco Grandes - Abud falava rodeando os jarros lentamente - cada um deles gerou um filho metade mortal, e cada um deles foi obrigado a aprisionar seus filhos em um desses jarros, seus corpos foram destruídos e suas almas presas eternamente em pedra, a lenda diz que Anúbis foi o único que quebrou a regra, ele escondeu o seu herdeiro em um lugar afastado, onde nenhum outro Deus pudesse machuca-lo, ele o enviou para um paraíso além dos campos de juncos.

Abud ergueu os olhos até as minhas mãos onde o Jarro de Anúbis estava, seu sorriso de canto crescia cada vez mais, ele fitou meus olhos dando continuidade a sua explicação.

 —Acredita-se que uma alma substituta foi presa em seu jarro, e aquele que o guardar longe dos deuses receberá longa vida como agradecimento por manter o segredo de Anúbis, se a lenda for realmente verdade - ele caminhou em minha direção - o que temos aqui é, não apenas um artefato antigo e valioso, mas também poderoso.

— I-isso é incrível - falo finalmente. - nesse caso, nada mais justo do que deixar ele com o senhor, com o resto da coleção, imagino que ele é o mais valiosos dentre eles.

Abud rio contente com minhas palavras, ele ergueu os braços em minha direção fazendo menção de pegar o Jarro.

— Nesse caso - ele falava mais calmo - me permite levar ele até meus especialistas, preciso ter certeza da veracidade dele antes de coloca-lo em minha coleção. o senhor pode me esperar aqui enquanto eu o levo.

— C-claro!! - falo feliz, o plano estava dando certo - eu adoraria observar mais da sua coleção.

O homem pegou o jarro das minhas mãos e saiu contente pela mesma porta que entramos, estava ainda olhando para a saída feliz em saber que tudo estava indo conforme o planejado, o que Amaris diria se me visse agora.

— Você é realmente incrível Steven!

Quase tenho um infarto quando a voz da mulher irrompe atrás de mim, olho para ela assustado enquanto ela apenas ri mostrando suas pequenas presas salientes em seus lábios cor de botão. Os braços cruzados e a cauda esguia balançando tranquilamente atrás dela.

— Como você... por que você... quando foi que você entrou aqui? - pergunto ainda com a mão no peito tentando me acalmar.

— Um pouco antes do monólogo sobre os filhos dos deuses - sua voz carregava um pouco de mágoa em seu tom - pff... apenas uma história distorcida.

— Então... Anúbis não te prendeu naquele jarro pra salvar seu filho? - pergunto com um certo receio em minha voz.

— Que? não! - ela responde rápido - pra começar, Anúbis é egocêntrico demais pra se relacionar com qualquer um que não seja um Deus, além disso, se ele de fato tivesse um "herdeiro", garanto que seria o primeiro a entregar sua alma para os Deuses apenas pra ficar bem com eles. Anúbis não passa de um vira-lata carniceiro.

Amaris parece ter uma quantidade enorme de mágoa, tristeza e raiva em sua voz, seus olhos ficam levemente marejados e começo a me preocupar, mas antes que eu pudesse abrir a boca pra consolar ela de alguma forma, ela volta a falar com seu tom alegre.

— Bem ,não foi pra isso que eu vim aqui - ela fala pondo as mãos na cintura e me olhando determinada - a sala a sua esquerda emite um forte poder antigo, é lá que o livro está, preciso que entre lá e pegue ele.

— Tá, pera, EU?? por que não você?

— A sala foi lavada com alguma coisa a base de lavanda e hortelã, além disso tem alecrim ao redor dela. o cheiro é mais forte do que eu posso aguentar, eu desmaiaria antes de pegar o livro.

— M-mas, mas eu - começo a me desesperar, isso não tava no plano. - e se ele voltar? e se algém me pegar?

— Steven - ela fala pondo as mãos no meu rosto me forçando a olhar em seus olhos - ninguém vai pegar você, eu vou distrair eles, não vou deixar você em perigo, e se por acaso algo der errado, você sempre pode passar a bola pro Marc e o Khonshu, só... confia em mim, ta bom?

Seus olhos eram meigos e sua voz era terna, suas mãos ainda tocavam meu rosto com delicadeza, eu podia sentir o calor emanando delas, era confortável, aos poucos eu me acalmei e concordei com ela, ela lentamente soltou meu rosto me fazendo soltar um leve resmungo de insatisfação, senti falta de seu toque, mas me recompus para ouvir seu plano.

— Certo, assim que vocês chegarem ao jardim eu vou criar uma distração, saia de fininho e volte aqui, diga ao Khonshu pra anular a magia do livro e então tire ele da caixa de acrílico APENAS quando as luzes se apagarem, entendeu tudinho?

Concordei e ela sorrio pra mim, seu sorriso enviando ondas de calor pelo meu corpo, era confortável estar perto de Amaris, ela era tão gentil comigo, antes que eu pudesse falar qualquer coisa pra ela, uma porta se abre bem atrás de mim, me viro e congelo ao perceber Abud e seu servo bem atrás de mim.

 — Mas o que está acontecendo aqui? - ele diz olhando para algo atrás de mim, Amaris!

— E-eu posso explicar - começo a falar me enrolado nas palavras - ela... ela veio... ela é-

— Tão fofa! - ele fala cortando minha explicação - quando ela entrou aqui? ela é sua? não sabia que tinha trago sua gata.

Gata?!? me viro abruptamente e vejo um pequeno gato preto parado sobre uma das caixas de acrílico, uma coleira nele idêntica ao colar que Amaris usava antes, é ela!! um alívio repentino toma conta do meu peito enquanto Amaris move os olhinhos para nós.

— Ela deve ter me seguido até aqui - digo mais calmo - eu esqueci de prender ela, no hotel...

Abud se aproxima dela e faz um carinho que parece ser bem recebido por Amaris, ele logo a pega no colo e ela apenas mia para ele em reclamação, mas logo para quando ele volta a acariciar ela em seu colo.

— Ela parece ser bem manhosa - ele diz entretido com a versão felina de Amaris - talvez eu devesse a apresentar aos meus gatos.

Antes que ele pudesse se perder com a presença da gatinha, seu servo limpou a garganta chamando a atenção do colecionador, ele logo volta a sua postura mas continua com a gatinha em mãos.

— Bem, senhor Estrada -ele começa me guiando para fora - eu ficarei feliz em lhe pagar uma boa quantia pelo Jarro, por favor siga-me, esperaremos no jardim enquanto Amir prepara os papeis.

Andamos o caminho de volta até os jardins, a música aos poucos parece aumentar e volta a tomar conta do ambiente, Amaris me olha com seus olhinhos felinos, assim que se vê em uma área aberta ela salta do colo do colecionador e corre para os arbustos, Abud até tenta a segurar e faz menção de ir atrás dela mas o desencorajo dizendo que ela sabe o caminho de casa.

Estamos conversando sobre trivialidades quando a música para abruptamente, Abud parece irritado com isso, não parecia estar nos seus planos e ele logo chama Amir, Foi ela! espero pela oportunidade de me afastar dele, minhas mãos começam a suar e sinto meu coração sambando em meu peito, será que dá tempo de desistir? balanço a cabeça afastando o pensamento, Amaris tá contando comigo pra isso. Uma música diferente começa a tocar, será que ela foi pega? o pensamento logo se afasta da minha cabeça quando uma mulher vestindo uma saia longa cheia de adereços entra no jardim, seu rosto coberto por um véu negro da mesma cor da saia.

Assim que as batidas da música começam, a mulher começa a se mover no ritmo da música, seus movimentos são rápidos e hipnotizantes, consigo ouvir Amir dizendo "não planejamos isso" e logo olho para a mulher, ela tira o véu e todos ficam hipnotizados com sua beleza, Era Amaris, sua pele brilhava com o sol como ouro, seus cabelos cor de ébano dançando ao redor de seu corpo, ela era incrível e naquelas roupas estava... tão... sensual. não parecia a mulher com olhar inocente que estava comigo alguns minutos atrás.

Ainda estou babando com a visão a minha frente quando ouço um "eu vou me livrar dela", olho abruptamente para o lado e vejo Amir se movendo na direção de Amaris, já estava prestes a intervir quando o colecionador parou o homem, seus olhos fixos na dançarina a sua frente.

— Deixe que ela se apresente Amir - ele dizia com uma voz baixa - meus convidados parecem estar gostando dela, não concorda senhor Estrada.

Concordo com ele e posso sentir meu rosto esquentar assim que percebo que ele me viu admirando Amaris, ele sorri e se vira para Amir.

— Deixe ela entreter os presentes, assim que ela terminar, a traga até mim, eu quero... conhecer a moça.

Observo o homem quem tem os olhos fixos no corpo de Amaris e percebo seu olhar lascivo, ele percorre seu corpo como se ela fosse um pedaço de carne exposta para ele, me sinto incomodado e a raiva começa a correr pelo meu corpo, pela primeira vez sinto vontade de machucar alguém.

Steven, concentra!

Marc grita pra mim do reflexo em uma das taças da mesa, ele tem razão, essa é a nossa chance, por mais que me irrite ver aquele homem desejando Amaris tão descaradamente, preciso que ele fique assim por algum tempo.

Anda, ninguém tá olhando, precisamos ser rápidos, me dá o controle.

— Dessa vez não - digo determinado - a missão ainda é minha.

Deixa de ser idiota - ele rosna - me dá o controle.

Ignoro Marc e entro na mansão do colecionador, me movo rapidamente e chego até o elevador, desço e entro na sala que Amaris me indicou, Agora é só esperar, ela disse pra fazer isso quando as luzes se apagarem. Espero pacientemente até que um curto apagão acontece. Agora! retiro a caixa de vidro de cima do artefato antes que as luzes voltem.

— Há! viu só? molezinha - falo segurando o livro na frente do reflexo de Marc que está claramente irritado.

Me viro pra sair dali quando um homem com vestes negras e cabeça de abutre me para colocando uma lança em meu peito.

Esqueceu de remover a magia de proteção, gênio.

Marc fala e recuo um pouco, ótimo, agora lascou...

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Holla gatitos <3

Atualização, ebaaa, as coisas começaram a esquentar, finalmente as semanas de prova estão acabando, e minha energia está voltando, esperem por um novo capítulo em breve.

Não esqueçam de curtir e comentar, beijinho seguigatos, e até a próxima /ᐠ。ꞈ。ᐟ\

Amaris hoje

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