Nas garras de um assassino

By empty_and_melancholy

744K 47.5K 16.7K

•DARK ROMANCE• Olívia é uma garota da cidade que aos 14 anos teve problemas com seus pais e foi morar com seu... More

AVISO!
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
nova obra!!

17

19.9K 1.3K 617
By empty_and_melancholy

•OLÍVIA•

não entendia.
realmente não entendia o Dylan, uma hora parecia estar tentando me matar e na outra estava cuidando de mim.
mas, principalmente, não me entendia.
como depois de tudo que acabei de passar, meu coração batia mais forte quando ele me tocava?

sabe quando você tem consciência de que não pode gostar de uma pessoa, mas seu coração diz ao contrário?
é como nadar contra a correnteza, você não sai do lugar, só se cansa.
porque até um coração quebrado ainda bate por alguém, mesmo que contra a nossa vontade.

jantamos em silêncio, mas eu sentia os olhos de Dylan em mim volte e meia.
porém, ignorava.

na hora de dormir, me encolhi em um canto da cama, tentando manter distância de Dylan.
quando ele percebeu, suspirou passando a mão pelos cabelos.
então, ascendeu um cigarro e se sentou na ponta da cama, de costas para mim.

-eu não entendo o que é isso. (ele começou a falar, chamando a minha atenção) -não entendo por que tenho empatia por você, entende? é estranho pra mim. (ele parecia dizer mais para si mesmo do que para mim) -eu perco o controle e machuco você, mas depois meu peito fica estranho, dolorido, como se eu tivesse exagerado, mas meu interior diz que não fiz nem metade do que deveria ter feito. (ele olhou para trás) -será que eu gosto de você, Olívia?

meus olhos se arregalaram.
eu realmente não estava esperando por isso.

me sentei devagar na cama, ainda agarrada com um cobertor, mas não consegui dizer uma palavra.

-você sente algo por mim? (ele disse me fitando sério, Dylan quase não demonstrava expressões)

engoli em seco, sabendo que mentiria, não podia deixar ele saber que eu tinha sentimentos por ele, não podia ser tão burra.

-sim, ódio. (eu respondi de forma fria, o fitando e tentando não gaguejar)

ele ficou em silêncio, seus olhos tremeram.
então, ele olhou para frente novamente.

-entendo. (ele disse se levantando e pegando um cobertor no armário) -vou dormir no sofá (ele disse antes de passar pela porta e ir em direção a sala)

fiquei alguns segundos na mesma posição, encolhida.
ele havia ficado triste?
ele era capaz de ter esse sentimento?
afastei meus pensamentos, isso não importava, não podia gostar de alguém como o Dylan, não era certo.

então, me deitei, rolando de um lado pro outro até conseguir pegar no sono.

acordei com Dylan dando tapinhas no meu rosto, ele não cansava de me acordar assim?

abri os olhos devagar, visualizando sua imagem na minha frente.
estava arrumado, mas sem a máscara e o capuz.
iria sair novamente?

-estou indo na cidade, você quer algo? (ele disse ríspido, desviando o olhar para o lado)

-eu? (eu me sentei na cama confusa)

-é caralho, tá surda? (ele disse já irritado, Dylan parecia se irritar fácil quando estava com vergonha)

-absorventes... acho que logo minha menstruação vai descer. (eu disse tímida)

-ok. (ele se dirigiu até a porta do quarto)

-AH... (eu exclamei me lembrando de algo, Dylan deu um pulo olhando para trás) -você pode trazer alguns filmes novos? estou enjoada dos mesmos.

-qual você quer? (ele disse me surpreendendo, realmente ia comprar os filmes?)

-ah, pode ser da Barbie. (eu disse empolgada, sempre gostei dos clássicos da Barbie)

-tá tirando com a minha cara? (ele disse rude)

-não... é que eu gosto mesmo, mas se não quiser- (ele me interrompeu)

-tá, tanto faz. (ele disse saindo do quarto)

involuntariamente, dei uma risada.
imaginar Dylan comprando dvds da Barbie pareceu engraçado na minha cabeça.

na hora do almoço preparei um miojo pois estava com preguiça de cozinhar, dei uma arrumada na casa pois agora eu e Dylan dividimos a faxina na casa.
como ele não estava hoje, arrumei tudo em geral.

a tarde botei um filme qualquer, não tinha mais nada para fazer.
me sentia muito entediada e isso já estava ferrando com a minha cabeça.
eu ficava pensando demais e isso me deixava ansiosa, ficar trancada sem poder sair fazia com que eu me sentisse angustiada pra caralho.

já era final de tarde e Dylan ainda não havia chegado, eu ainda estava deitada no sofá, perdida em meus pensamentos olhando pra cima enquanto o filme rolava na Tv.
até que escutei um barulho de batida na porta, fiquei em alerta.
não era Dylan, ele não tinha motivos para bater na porta.

andei devagar até a porta, receosa.

-oi, quem é...? (eu perguntei um pouco afastada da porta)

-ah, olá! (uma voz masculina respondeu) -olha, me desculpa mesmo por estar incomodando mas gostaria de saber se você tem algum telefone que eu posso usar emprestado. estava acampando com uns amigos, mas acabei me perdendo e acho que as três horas que eu andei foi em sentido contrário ao deles, não faço idéia de onde estou. (ele pareceu sincero)

-desculpe... não tenho telefone aqui. (eu disse me aproximando mais da porta)

-mora mais alguém com você? essa pessoa não tem um carro para me levar até a cidade? eu tenho dinheiro aqui, posso pagar! (ele insistiu)

-desculpe... moro com... (não sabia se deveria contar para ele que fui sequestrada, ele ia tentar me salvar e Dylan podia chegar a qualquer momento, iria mata-lo) -moro com o meu namorado. (respondi por fim)

-ele não pode me ajudar?

-ele não está. (me arrependi logo depois de falar, agora esse homem desconhecido sabia que eu estava sozinha. mas ele não conseguiria fazer nada, pois a porta estava trancada, não é?)

-posso entrar para beber água? estou andando a horas e a casa de vocês foi a única que encontrei, fiquei até surpreso de ver que alguém mora assim tão longe de qualquer outra pessoa.

-desculpe, eu pedi para ele trancar a porta por fora, não posso ajudar você.

um silêncio se instaurou no local.

então, ele disse mais baixo.

-seu marido vai demorar muito para chegar?

-ele... n-não. já está chegando. (gaguejei)

-e por que está gaguejando? (estava ficando nervosa, aquilo estava estranho)

-por favor, pode ir embora? está me deixando desconfortável. (eu disse de forma ríspida)

novamente um silêncio se instaurou no local, me deixando mais desconfortável.

-você nem deve ter um namorado. (ele disse soltando um risada pelo nariz)

-e-eu tenho sim! vai embora agora. (eu me afastei mais da porta, com medo)

-se não vai abrir, então deixa que eu abro. (ele disse começando a bater com algo no cadeado que ficava do lado de fora, soube pelo barulho)

não, não, não.
droga, que merda.
corri para o quarto de Dylan, mas quando fui trancar a porta, percebi que as fechaduras não tinham chave.
entrei em desespero.
corri para de baixo da cama, não conseguia pensar em outro lugar para me esconder.

estava com os olhos cheios de lágrimas, mesmo que inconscientemente, ficava implorando mentalmente para Dylan chegar logo.
meu corpo tremia de medo e minha respiração estava ofegante.

até que escutei a porta ser aberta em um estrondo, indicando que ele havia conseguido arrombar ela.
coloquei minhas mãos na frente da minha boca para que ele não conseguisse escutar nem a minha respiração.

escutei passos lentos andando pela casa, ele estava me procurando.

-sabe, eu realmente só queria ajuda ou um copo de água. (ele disse parando perto da porta do quarto) -mas você deve morar sozinha, tão longe da cidade, é uma boa oportunidade sabe, você deve sentir falta de se divertir também (ele entrou no quarto)

sentia meu peito indo para cima e para baixo rapidamente.
até que ele parou ao lado da cama.

-peguei você, gatinha. (ele disse se abaixando ao lado da cama, me fitando com um sorriso malicioso no rosto)

ele aparentava ter cerca de vinte e poucos anos, tinha cabelos loiros e olhos castanhos claro, parecia ser alto e aparentemente forte.
então, ele me puxou pelo braço com força, me puxando para o seu corpo.

-porra... você é realmente bonita, isso vai ser bom. (ele disse entrelaçando as mãos na minha cintura)

-SAI, ME SOLTA SEU VERME IMUNDO! (eu gritava enquanto tentava me soltar)

-calma, eu vou ser delicado. (ele ria enquanto me apertava mais)

então, com um golpe rápido, chutei seu membro de raspão, mas doeu o suficiente para ele me soltar por um instante ofegando de dor.
corri para fora do quarto, em direção a porta da rua que estava escancarada por ter sido arrombada.
mas antes de chegar nela, senti suas mãos me puxarem para trás.

-para de se fazer de difícil sua putinha do caralho, você vai gostar. (ele disse me puxando para seu corpo, ficando de costas para a porta)

-SEU PORCO IMUNDO DO CARALHO, EU VOU GOSTAR QUE VOCÊ TIRE AS MÃOS DE MIM AGORA! (eu gritei chorando, me sentia invadida, não aguentava mais outro cara me tocando assim sem o meu consentimento, primeiro aquele velho e agora esse porco do caralho)

ele estralou uma tapa no meu rosto, me fazendo virar para o lado, sentia minha bochecha queimar.

-é melhor calar a boca, não quer que eu machuque você, não é? (ele disse apertando mais minha cintura)

até que senti seu corpo ser jogado para longe do meu com brutalidade.
olhei para frente sem entender e me deparei com Dylan espancando o homem desconhecido.

Continue Reading

You'll Also Like

1.2M 63K 153
Nós dois não tem medo de nada Pique boladão, que se foda o mundão, hoje é eu e você Nóis foi do hotel baratinho pra 100K no mês Nóis já foi amante lo...
12.6K 601 21
Dedico essa fic pra todas as garotas que amam um homem problemático e com uma obsessão doentia......
1.1M 53.2K 73
"Anjos como você não podem ir para o inferno comigo." Toda confusão começa quando Alice Ferreira, filha do primeiro casamento de Abel Ferreira, vem m...
2.2K 452 12
Sentem-se confortavelmente para ouvir essa história. A história da morte. A história da vida. Zoe tem oito anos e luta contra a leucemia há alg...