Gael Souza | Talibã 💸
1 dia depois.
Acordo com o celular tocando, não fazendo nem ideia de onde estava, atendo o mesmo meio atordoado ainda, me lembrando de todo ocorrido do dia passado.
Ligação On
— Alô. — digo sem ver quem era.
Camila: Talibã, o Italiano, morreu.
— diz chorando.
— O que? — digo alto. — Tô indo pra aí.
Saio correndo da boca descendo para o hospital, morrendo de dor de cabeça, e com alguns flashbacks de ontem martelando na minha cabeça, chego lá e ao entrar a primeira coisa que eu faço é abraçar a Camila, que já estava chorando e gritando pelo hospital.
— Calma, vai ficar tudo bem. — faço carinho no cabelo dela. — Eu vou cuidar de vocês. — engulo o choro tentando ser forte.
Camila: Ele me deixou. — chora mais e me abraça mais forte. — ele me deixou sozinha.
— Está tudo bem, fica calma. Vai fazer mal pro bebê. — digo a alertando, e pego um copo de água do bebedouro pra ela. — bebe. — e assim ela faz.
Fico um tempo ali abraçado com ela enquanto ela chorava em meu peito, eu fazia carinho em seu enorme cabelo e dizia que estava tudo bem, mais na real?
Não estava nada bem, eu estava péssimo. E tudo que eu queria mesmo era o Italiano aqui.
Paro pra olhar em volta e vejo a Agnes ali, reparando nela somente agora, a chamo com a mão e ela vem. Beijo a testa dela e a puxo pro abraço.
Camila ainda chorava no meu peito.
Agnes: Eu já resolvi tudo sobre o funeral, daqui a duas horas liberam o corpo. — diz fungando, era notável seu rosto inchado e os olhos vermelhos indicavam que ela havia chorado, mais estava tentando ser forte pela Camila.
— Vocês tem que ir pra casa descansar. — olho pras duas, Camila ainda me abraçava e eu acariciava o cabelo dela tentando trazer conforto.
Camila: Eu não consigo. — chora mais e me aperta.
— Ei. — olho pra ela, e levo a minha mão ao seu rosto o erguendo. — Você tem que descansar pelo bebê. — ela assente. — Agnes também. — ela balança a cabeça em forma positiva. — Eu resolvo tudo aqui e busco vocês na hora do enterro. — engulo em seco.
Agnes: E você? — diz me examinando.
— Vou ficar bem. — beijo a cabeça dela sem a Camila me soltar.
Camila: Obrigado por tudo. — diz fungando. — Vou ir pra casa, você vem Agnes? — pergunta.
Agnes: Vou sim. — limpa o rosto.
Vejo os meninos chegarem com os olhos vermelhos, engulo em seco tentando não desmoronar ali.
Leônidas, Apólo, R9, Menor, Coutinho, Leão e Coringa estavam chorando pra caralho e eu estava tentando passar conforto pra eles, sei que o Italiano não iria querer a gente chorando, porém é inevitável.
Éramos próximos pra caralho.
Fico olhando em um ponto fixo na parede, logo sentindo duas mãos em volta de mim, me deparando com a Camila ali ainda, chorando mais ainda.
Agnes: Vou indo e vou levar a Camila. — Assinto.
— Camila, vai lá. — a solto de mim. — Descansem, ok? — Elas assentem.
Agnes: Descansa também, sei que você não está bem.
— Tô suave. — digo seco. — Cuida dos neném. — passo a mão na barriga dela logo beijando ali. — Você também dona Camila. — ela sorri pequeno, e eu passo a mão na barriga dela, sentindo o bebê mexer.
Camila: Ele gosta de você, certeza que é porque era próximo do papai dele. — volta a chorar.
Agnes: Talibã vai cuidar de você e do nenê. — ela sorri. — agora vamos.
Ela puxa a amiga dali e eu fico no hospital com os caras, eles estavam chorando pra caralho e eu estava ali no meu canto pensando, e esperando liberarem o corpo pro enterro...
Estava cansado pra caralho de tudo que aconteceu, mais era mais importante estar pela última vez ao lado do meu amigo, que esteve comigo desde moleque.
( Capítulo da madrugada ! )