Marriage of Convenience

By PetalaNegra0

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Constantine Hill, chefe da máfia italiana. Morgan Stanley, uma jovem metida em negociações de interesse. Os... More

𝐌𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬 𝐝𝐨 "𝐒𝐢𝐦"
𝐌𝐮𝐝𝐚𝐧𝐜̧𝐚 𝐝𝐞 𝐩𝐥𝐚𝐧𝐨𝐬
𝐌𝐞𝐬𝐦𝐚 𝐜𝐚𝐦𝐚
𝐔𝐦 𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥 (𝐢𝐧)𝐟𝐞𝐥𝐢𝐳
𝐀𝐣𝐮𝐝𝐚 (𝐢𝐧)𝐝𝐞𝐬𝐞𝐣𝐚𝐝𝐚
𝐑𝐞𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐬𝐨𝐧𝐡𝐨𝐬
𝐂𝐢𝐮́𝐦𝐞𝐬?
𝐏𝐫𝐞𝐬𝐭𝐞 𝐚𝐭𝐞𝐧𝐜̧𝐚̃𝐨
𝐌𝐞 𝐟𝐚𝐜̧𝐚 𝐮𝐦 𝐟𝐚𝐯𝐨𝐫
𝐒𝐨𝐛 𝐚 𝐦𝐞𝐬𝐚
𝐏𝐨́𝐬 𝐟𝐞𝐬𝐭𝐚
𝐂𝐚𝐬𝐭𝐢𝐠𝐨𝐬.
Não é um capítulo. Mas é importante!
𝐂𝐢𝐮́𝐦𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐧𝐨𝐯𝐨?
𝐃𝐨𝐜𝐞 𝐯𝐢𝐧𝐠𝐚𝐧𝐜̧𝐚
𝐏𝐨𝐫 𝐟𝐚𝐯𝐨𝐫, 𝐬𝐮𝐦𝐚
𝐏𝐨𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐨𝐜𝐞̂?
𝐏𝐨𝐫 𝐟𝐚𝐯𝐨𝐫, 𝐦𝐞 𝐦𝐚𝐭𝐞
𝐌𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐜𝐮𝐥𝐩𝐞
𝐃𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐨𝐬 𝐢𝐧𝐜𝐨̂𝐦𝐨𝐝𝐨𝐬
𝐏𝐚𝐫𝐚𝐛𝐞́𝐧𝐬
𝐄𝐬𝐭𝐫𝐚𝐠𝐚 𝐩𝐫𝐚𝐳𝐞𝐫𝐞𝐬
Pergunta rápida! Não é capítulo!
𝐀 𝐡𝐢𝐬𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐚 𝐬𝐞 𝐫𝐞𝐩𝐞𝐭𝐞.
𝐁𝐨𝐦 𝐝𝐢𝐚.
𝐏𝐫𝐚𝐭𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐬𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐞 𝐟𝐫𝐢𝐨.
𝐔𝐦 𝐩𝐞𝐝𝐢𝐝𝐨.
𝐌𝐚𝐬𝐜𝐨𝐭𝐞
𝐈𝐦𝐩𝐥𝐨𝐫𝐞.
𝐃𝐞 𝐢𝐠𝐮𝐚𝐥 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐢𝐠𝐮𝐚𝐥
𝐇𝐚𝐣𝐚 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐭𝐚𝐥
𝐀𝐭𝐞𝐧𝐭𝐚𝐝𝐨 𝐨𝐮 𝐚𝐬𝐬𝐚𝐬𝐬𝐢𝐧𝐚𝐭𝐨?
𝐂𝐨𝐦𝐚𝐧𝐝𝐨
𝐀𝐝𝐞𝐬𝐭𝐫𝐚𝐝𝐨𝐫
𝐀𝐦𝐚𝐝𝐮𝐫𝐞𝐜̧𝐚 𝐬𝐞𝐦 𝐬𝐮𝐫𝐭𝐨𝐬
𝐎 𝐜𝐮𝐥𝐩𝐚𝐝𝐨
𝐏𝐨𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐬𝐬𝐚 𝐯𝐢𝐝𝐚?
𝐂𝐨𝐧𝐯𝐢𝐯𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚
𝐌𝐞 𝐟𝐚𝐜̧𝐚 𝐬𝐞𝐧𝐭𝐢𝐫 𝐚𝐥𝐠𝐨...(𝑓𝑖𝑙𝑙𝑒𝑟)
𝐎 𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐨. (𝐹𝑖𝑙𝑙𝑒𝑟)
𝐎 𝐩𝐚𝐠𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐞 𝐨 𝐭𝐫𝐨𝐜𝐨
𝐀𝐭𝐞́ 𝐝𝐞𝐳
𝐃𝐞 𝐣𝐨𝐞𝐥𝐡𝐨𝐬
𝐍𝐨𝐯𝐚 𝐜𝐡𝐞𝐟𝐞
𝐍𝐨́𝐬 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐫𝐢́𝐚𝐦𝐨𝐬
𝐋𝐞𝐯𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐚𝐦𝐞𝐚𝐜̧𝐚
𝐈𝐧𝐭𝐞́𝐫𝐩𝐫𝐞𝐭𝐞
𝐔𝐦 𝐧𝐨𝐯𝐨 𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐨
𝐄𝐩𝐢́𝐥𝐨𝐠𝐨
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𝐆𝐚𝐫𝐨𝐭𝐚𝐬?

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By PetalaNegra0

Pov Morgan:

Me sinto cansada, mesmo que eu durma o dia todo, meu corpo fica molenga e exausto. Tine cuida de mim muito bem, faz carinho e me ajuda em tudo, briga com os enfermeiros se fazem algo errado - Quase o tempo inteiro. Ele cochila em qualquer oportunidade que encontra, quando ninguém está vendo ele deita ao meu lado na cama e fica fazendo cafuné, enquanto conta algumas histórias, realmente me trata como se fosse frágil ou fosse quebrar a qualquer segundo.
Íris vinha me ver às vezes. Ela é outra que me trata como uma porcelana, julgou a comida do hospital de todas as formas que conseguiu, se tivesse a oportunidade, invadia aquela cozinha e faria tudo ela mesma.
Tine ficou comigo todo tempo, auxiliando as enfermeiras em tudo o que elas faziam. Talvez ele tenha medo de me machucarem. Em poucos dias pudemos voltar para casa.
Eu ainda não podia levantar os braços e nem fazer esforços, Tine e Íris me ajudavam em tudo, até mesmo no banho. Não me deixavam ficar andando pela casa e nem ir aos lugares sozinha, Asterin era outro que ficava no meu pé. Sempre que me via levantar começava a latir, e como consequência, Tine e Íris iam ver.
De certa forma, virei prisioneira!

- Por que está emburrada?

- Não me deixam fazer nada!

- Porque você não pode fazer nada. - Virei a cara, com um bico. - Não seja assim, sabe que é para o seu bem.

- Me sinto a rapunzel.

- Só que sem uma Gotel. - Ele beijou meu rosto. - A culpa não é minha que você tem energia suficiente para construir uma casa por dia sozinha.

- Não tem graça.

- Não é para ter, você me fez comprar um lego.

- E nem consigo jogar direito, não posso levantar os braços!

- Por uma boa causa.

- Eu deveria te fazer comprar todos os jogos do lego.

- Se realmente for montar, não vejo porque não.

- Também quero as Barbies. - Fiz bico.

- Faça uma lista.

- Sério?

- Com certeza sim. - Sorri.

Ficamos conversando por algumas horas, ele ficou beijando meu rosto e me elogiando. Vai sentir falta dos meus peitos grandes? Com certeza, mas não acho que vá me desejar menos por isso. Sou a pessoa que ele anseia ter por perto, essa é uma certeza.
Íris veio nos chamar para comer, Tine me ajudou a levantar e ir para cozinha, só não pegou no colo porque não podia. Me deixou sentada perto da mesa, colocando a comida que Íris fez. Ela está fazendo comidas leves para mim, e eles também comem comigo, acho que para não me deixar sentida ou excluída.

- É para comer tudo que tem no prato.

- Não vou aguentar comer tudo. - Suspirei cansada só de ver o prato cheio. - Não posso comer menos?

- Não senhora.

- Eu não vou comer tudo. - Fiz bico, olhando para eles dois.

- Coma o quanto aguentar.

- Certo, mas eu quero a sobremesa depois! - Sorri.

- Bolo de chocolate com cobertura extra para você. - Íris disse sorrindo.

- Perfeito! Sempre esperei por isso.

Finalmente o bolo de chocolate com cobertura extra, estava necessitando disso. Mas também necessito de outra coisa, mas essa coisa está longe de alcance por enquanto, já que Constantine não iria seder antes de eu melhorar da cirurgia. Ou talvez cedesse, eu consiga convencê-lo com uma manha básica. Estou sonhando com a sensação da língua dele entrando em mim mais bem mais do que bolo com chocolate.
Comecei a comer quando Tine esticou o garfo com a comida para mim, me dando comida na boca. Íris observou quieta enquanto comia, conversando sobre diversas coisas mas de uma maneira calma. Preciso pedir desculpas para ela, já que só consigo encarar o Tine e pensar diversas formas de convencer ele a transar comigo. Seria hipócrita se não aceitasse, eu aceitei sentar na cara dele quando não podia fazer nada de outra forma! É retribuição de favor.
Terminei de comer rápido, estava com pouca fome até, deixei um pouco de comida no prato que eu não aguentaria comer ou pensar em comer.

- Direto para o quarto ou vai ver novela na sala?

- No quarto.

Tine se levantou e me ajudou a levantar, Íris beijou a minha testa, dizendo que precisaria ir embora. Me despedi dela antes de subir pro quarto, fui pra lá com o Tine. Ele me deixou na cama, com cuidado, depois se dirigiu ao banheiro, foi tomar banho.

- Eu também quero! - Falei antes dele entrar no banheiro.

- Já tomou banho. - Disse enquanto tirava a camisa, no quarto mesmo.

- Mas eu...Ah... - Me perdi nas minhas próprias palavras. - Preciso tomar outro banho, está calor. Seria bom se me ajudasse, aproveita e toma banho também. - Tine franziu a testa.

- Está bem. - Voltou até a cama, para me ajudar.

- Obrigada. - Sorri e encarei ele.

- Denada. - Sorriu de volta e me levou para o banheiro.

Fomos direto para o box, ele prendeu meu cabelo e está ajudando a tirar as roupas. Fiquei quieta, esperando ele terminar. Quando terminou, me deixou no box e começou a tirar o resto das roupas dele. Estou encarando ele descaradamente, descendo o olhar do rosto para outra coisa. Tine ajustou a temperatura da água, depois de testar se estava muito quente com as mãos, ele me olhou.

- A lógica do banho é que entre embaixo d'água, meu amor.

- Ah, eu vou entrar debaixo d'água se disser que a temperatura está boa. - Desviei o olhar.

- Está ótima. - Ele entrou primeiro, molhou o cabelo, fechou os olhos e ficou embaixo do chuveiro por alguns segundos. Saiu da água me olhando sorridente.

Deve estar fazendo de propósito, aposto.
Entrei embaixo d'água e saí depois de alguns segundos, estou me sentindo em uma tortura.
Ele me ajudou a ensaboar todo o corpo, ensaboar de verdade, sem desculpas para usar a mão boba, não está sendo nenhum pouco tarado agora! Tomou ainda mais cuidado perto dos pontos, fez tudo isso em completo silêncio. Está me torturando, tenho certeza, é proposital.
Suspirei frustrada, ainda tenho esperanças de que ele vai fazer algo com a mão boba!
Está me deixando mal agora, realmente quero fazer algo, mesmo que eu esteja "impossibilitada".

- Por que essa cara? - Ele disse, está ajoelhado na minha frente. Por favor, faça alguma coisa.

- Está me fazendo ficar triste. - Sussurrei desanimada.

- Estou?

- Está me fazendo perder as esperanças.

- Esperanças de que?

- Fazer algo. - Meu rosto está com uma expressão triste. - Não está com mãos bobas!

Está se fazendo de idiota, não é possível. Fez cara de confuso, mas logo depois sorriu.

- Não tem ideia de como eu quero fazer alguma coisa.

- Está recebendo a permissão agora, nem que pare no meio, precisa fazer algo! Já está me irritando.

- Desculpe, mas não vamos fazer nada.

- Sério? Está doente? Por que está negando? - Não deveria negar. - É rápido, vai ser rápido.

- Não estou doente. Você não pode fazer esforço. Não vamos fazer nada, Mi amor.

Bufei e fiz cara feia, entrei mais uma vez debaixo d'água e saí rápido.

- Vai demorar para terminar o banho?

- Não, não vou.

- Certo. - Não falei mais nada, esperei até que acabasse o banho e me ajudasse a secar meu corpo e me vestir.

Foi bem rápido até, ele me vestiu e ajudou a deitar direito, beijou minha testa e cobriu corpo até uma altura boa, só depois disso conseguiu se vestir. Depois disso, fiquei na cama, vendo novela enquanto a janta não estava pronta. Tine veio até mim com remédios, está na hora de tomar eles. Não posso recusar, nem se eu quisesse. Ele me faria tomar a força, sorriu fraco quando tomei.

- O jantar está pronto.

- Não quero ter que descer as escadas para depois subir de novo. - Realmente cansa, cansa muito quando eu fico subindo e descendo as escadas para almoçar e jantar.

- Posso trazer para cá.

- Aceito.

Ele saiu do quarto para pegar, voltou em alguns minutos com uma bandeja. Me sentei direito na cama, Tine se sentou do meu lado, começando a me dar a comida devagar. Esperando eu mastigar e engolir, as vezes me dava suco.
Está calmo, me ajudando com a paciência digna de algum monge. Não disse nada enquanto me dava as garfadas, até eu acabar ficamos em silêncio. Me deu o resto do suco e me deixou quieta, assistindo a novela. Depois ele foi comer. Asterin se deitou do meu lado na cama, esperando o carinho dele por ter se comportado hoje. Fiz o carinho, bem devagar, com medo de acabar me machucando.
Fiquei nessa do carinho e novela até o capítulo acabar, Tine voltou para o quarto depois disso, ele deitou e suspirou aliviado, acho que está cansado, o vi indo para o escritório, minutos depois de ter saído para jantar.

- Como o capítulo acabou?

O capítulo da novela acabou quando Tine entrou no quarto.

- Acabou com elas descobrindo a traição do Luciano, era o mesmo cara! Dá para acreditar?

Parando para pensar...
Olhei pro Constantine, suspeitando dele ter um caso fora desse casamento, mas o Caleb saberia sobre isso...

- Sério? Que cretino.

- Você me trai? - Mesmo não podendo usar os braços, vou bater nele se disser que sim.

- Eu não. - Sequer abriu os olhos para responder.

- Tine, olha pra mim! - Ele olhou.

- Está me traindo?

- Não, meu bem. Não estou te traindo.

- Ótimo... - Sorri sem mostrar os dentes, senti Asterin lamber minha mão.

- Me senti ofendido com a hipótese.

- Desculpe.

- Tudo bem. - Beijou minha bochecha.

Sorri e voltei a prestar atenção no Ast, brincando com ele devagar, tomando cuidado.
Tine brigou com ele quando ameaçou pular em mim, ele voltou a ficar quieto, deitou no lugar que estava antes.
Me deitei depois de um tempo, sinto meu corpo ficar relaxado, Asterin esperou sentado do meu lado, me olhando.

- Não, não pode deitar em cima de mim por enquanto. - Fiz carinho nele. - Talvez daqui uns meses, Ast.

Ele choramingou e desceu da cama, indo para a caminha dele, poderia até dizer que ficou ressentido. Tine abraçou minha cintura com cuidado, beijou minha bochecha e fechou os olhos.

- Já vai dormir?

- Tem alguma ideia melhor?

- Ah, pensei que iria sair ou ir pro escritório.

- Prefiro ficar com você.

- Certo, boa noite?

- Boa noite, mi amor.

Sorri e fechei os olhos, tentando dormir. Foi rápido, já que tomei remédios fortes.
Só fui acordada na hora de tomar os remédios. Acordei resmungando, de sono e preguiça.
Tomei eles rápido para voltar a dormir, mas ainda tive que levantar para ir ao banheiro, Tine me ajudou com isso. Ele não dormiu, percebi isso, está começando a ter olheiras fundas.

- Eu estou te dando trabalho? Desculpe, pode pôr o despertador se quiser, eu tomo o remédio sozinha. - Sussurrei, encarando ele.

- Não está dando trabalho, eu quem tenho problemas para dormir.

- Mesmo? Pode me dizer se eu estiver enchendo o saco.

- Eu já disse. Gosto de cuidar de você, nunca vai me dar trabalho.

- Então durma um pouco, está precisando.

- Não consigo dormir e não vou tomar nada para ajudar com isso.

- Se tomar algum chá, vai ajudar.

- Preciso ficar acordado para dar os seus remédios na hora.

- Coloque um despertador, isso vai adiantar.

- Prefiro ficar desperto, me ajuda a pensar.

- Tem certeza? Vai ficar desgastado assim.

- Coisas piores nunca me desgastaram, tenho certeza.

- Tá bom, mas tente dormir só um pouco.

- Vou tentar. - Voltamos para a cama.

Deitei de novo, Tine me cobriu e deitou do meu lado, me abraçou com cuidado e fez carinho em mim. Não demorei a dormir de novo.
Quando acordei no dia seguinte, Constantine não estava deitado. Meu café foi servido na cama, por uma Íris sorridente. Olhei para ela ainda sonolenta, com vontade de dormir até o amanhã.

- Bom dia, querida.

- Bom dia... - Olhei o café da manhã. - Onde está o Tine?

- Precisou sair, coisa rápida.

- Certo, é muito longe?

- Não muito.

- Tá bem. - Tentei levantar um pouco o braço, mas parei quando senti um ponto de dor.

- Cuidado, eu ajudo com isso.

- Não pensei que fosse doer tanto.

- Agora sabe que dói.

- Sei sim. - Ri nasalado.

Comecei a comer com a Íris me ajudando. Ela só saiu de perto de mim para atender a porta. Continuei no quarto, esperando que voltasse. Asterin estava sentado na porta, como um incrível cão de guarda.
Ela voltou acompanhada de Nick, a garota trazia um jogo de tabuleiro, uno e uma flor, tudo isso às mãos. Sorri no mesmo minuto em que a vi, ela veio correndo até mim e me entregou a flor, deixou as coisas na cômoda do lado da cama e me abraçou com cuidado.

- Você sumiu, poxa!

- Olha quem fala! Poderia ter dito que ia ser operada, doida

- Doida não, debilitada.

- E menos peituda.

- Poxa, preferem a minha versão peituda? Eu posso voltar lá e pedir silicone, não tem problema.

- Eu prefiro a versão que pode beber álcool.

- Ainda estou restrita a isso, Íris e Tine me matariam.

- Mais uma prova de que ela morreria sem supervisão- Íris disse.

- Eu não morreria sem supervisão! - Me sinto ofendida dessa forma.

- Desculpe, não quis ofender você.

- Obrigada.

- Vou deixar vocês a sós. - Disse pegando a bandeja do meu colo.

- Se ela tentar me embebedar eu te aviso!

- Aí eu puxo a orelha dela.

- Sim senhora. - Nick mandou um beijo para a Íris antes que ela saísse e se voltou para mim.

- E aí? Alguma fofoca?

- Várias!

- Então senta aí e me conta!

Nick tirou os sapatos e deitou na cama comigo.

- Sabe a Clarice do 3B? Corneou Bryan Singer.

- Sério? Eu te disse que ela ia fazer isso, Tine ainda duvidou!

- Ela fez, e pior, foi com o irmão dele! É um gato, mas foi uma puta sacanagem.

- Que ele é um gato, todos nós sabemos, mas agora trair ele com o irmão, é sacanagem.

- Eu não trairia Bryan Singer. Eu bem que queria um pra mim

Ela suspirou, isso é um drama típico dela.

- Eu ficaria com o Jonathan Singer, mas não trairia por ele. - Suspirei também.

- Sai fora, você já tem o número um das listinhas de: com quem eu namoraria do colégio.

- Sério? - Ri olhando para ela. - O número um da listinha?

- O número um. Mas não deixe ele saber disso, a auto estima dele já é a segunda maior do mundo, só perde para a minha.

- Não vou deixar. Mas quem é o número dois?

- Nicholas Banks.

- Precisa me mostrar quem é.

Ela pegou o celular e me mostrou uma foto.

- Você conhece, ele andava com os meninos às vezes. Parou de uns tempos para cá, ficou mais metido.

- Que nojento. - Fiz cara feia. - Sou mais os outros meninos do que ele.- Eu também, mas o Marcos está em terceiro e Lion em quarto.

- Saquei, então eu sou a campeã dessa listinha?

- Talvez sim.

- Talvez?

- Eu não lembro, tinha umas outras listas aí, mas acho que sim, com certeza deve ser sim.

- Quais listas? - Obrigada, Tine, devo lhe agradecer muito pelos aparelhos.

- A garota mais bonita, a mais sexy. O garoto mais sexy. E a melhor de todas, quem pegou mais gente.

- E quais são os primeiros das listas?

- Você, eu, seu marido e...

- Hein? - Minhas sobrancelhas se levantaram, de espanto.

- Você foi eleita a mais bonita. Roubou meu título.

- Pode pegar de volta, à vontade.

- Eu vou reconquistar. - Ela riu, depois de fazer uma cara de vitoriosa - E a última lista, quem ganhou foi o Nicholas. Roubou outro título

- Fique à vontade, madame. - Ri junto dela. - Deixe-me adivinhar, era do Tine.

- Ele ganhou todas no ano passado, antes eu diria que decaiu, mas acho que ele evoluiu, isso sim.

- Evoluiu?

- Uhum, devemos isso a você.

- A mim? - Não devem nada.

- A você, ele mudou graças a você.

- Acho que vocês deveriam esperar que ele continuasse o mesmo, eu também esperava isso dele.

- O ele de agora para o de antes não tem tanta diferença se olhar de perto, mas ele era mais feliz, é visível, e é tudo graças a você.

- Não, ele estava muito melhor antes, ele era melhor estando com a Sarah. - Ela riu fraco.

- Está brincando?

- Não, não estou.

- Deveria. Sarah era legal, mas era conivente, ele não precisava de alguém para fazer tudo o que ele queria, precisava de um desafio, aí veio você.

- Eu só apareci porque meu pai precisava de dinheiro, se não eu ainda estaria invisível naquela escola.

- Seu pai?

- O Scott, aquele cara do meu aniversário.

- Uh, aquele babaca. Mas o que ele tem haver?

- Não é exatamente ele, mas sim o dinheiro e eu.

- Explica melhor.

-Ah, o casamento é por conveniência. Casamento por conveniência do meu pai e do Caleb.

- Mas que puta merda! Eu achei estranho, vocês nunca conversaram e apareceram casados.

- Não casamos porque queríamos. Tine e Caleb precisavam do casamento por coisas pessoais, eu queria me livrar do meu pai nem aqui queria estar, e meu pai queria o dinheiro.

- Saquei. - Ela sentou na cama. - Mas no fim virou outra coisa.

- Outra coisa que não deveria virar também, Caleb nos castiga por qualquer coisa, ele só quer motivos para descontar a raiva.

- Ah, essa parte eu sei. A gente chama ele de Diabo, para implicar.

- Meu pai não é muito diferente, mas ele tem medo do Constantine pelo que eu vi. Mas ele sempre tenta descontar em mim.

- Isso é realmente muito ruim.

- Já é costume, ainda não sei porque não apareceu aqui, nem ele e nem Caleb.

- Ah, talvez seja pelo batalhão de elite que está na entrada perguntando até o dia que perdi a virgindade para poder entrar.

- Ah, eles não fazem nada se alguém suspeito entrar, só querem evitar que você caguete pros outros sobre o que acontece aqui dentro.

- Sério?

- Sim, se algo acontecer, são os primeiros a correr.

- Com você falando assim, parece um campo minado.

- E é mesmo, se errar a pessoa, perde o jogo.

- Ai, achei cansativo.

- Normal, se vivesse aqui, iria se acostumar.

- Se for um convite, eu recuso.

- No começo eu também recusei, mas vim parar aqui.

- Iria embora se pudesse?

- Na primeira oportunidade.

- Sozinha?

- Sim? Mesmo sendo egoísmo da minha parte, não acho que iria querer ficar aqui para ver o que iria acontecer.

- Saquei. Entendi.

- É apenas o cotidiano.

- Eu sei.

- Para ser sincera, eu tinha medo do Tine ser igual ou pior que o Scott. - Sussurrei desanimada.

- Eu Imagino que tenha. Espero que tenha perdido esse medo.

- Ah, até agora ele não deu sinais de querer me bater ou me obrigar a algo. - Sorri com a minha própria afirmação.

- E nem vai. Acredite, com o histórico dele, não faria isso com você.

- Sério?

- Sério.

- Que bom, mas no começo ele era um demônio.

- É porque normalmente ele é um, linda.

- Normalmente? - Eu diria que é diariamente, nas horas em que não estou vendo.

- Exato

- E ele já reclamou de mim?

- No começo.

- Sabia! - Me sentei muito rápido, senti meu corpo doer da cintura para cima. - Ai...

- Devagar! - Ela colocou travesseiros atrás de mim para eu sentar direito. - Dizia que você era difícil de lidar.

- Só difícil de lidar? - Me encostei nos travesseiros.

- Teimosa, e gritava muito, pisava nos pés dele, não ouvia um conselho. - Precisei rir, eu fazia tudo de propósito! Menos a parte do gritar.

- O do ouvir conselho é pesado. - Ela riu junto.

- Para! Você entendeu!

- Ele só dizia isso? Que Zé Mané, nem para reclamar direito.

- Também dizia que era mandona, estranha, viciada em açúcar.

- Sou viciada em açúcar, estranha ofende poxa.

- Ele disse muita coisa.

- Imagino, pelo menos desabafou antes de eu pagar o pato.

- Dependendo do pato, não ia reclamar né?

- Depende, qual a intenção das suas palavras?

- Totalmente duplo sentido.

- Esqueça, ele tirou minha virgindade depois da festa do Mason, quando chegamos em casa.

- Eu sabia que era virgem!

- Deveria ter certeza disso.

- Eu não teria como saber.

- Nick, uma peituda não iria ficar quieta em uma festa tendo o Constantine do lado, só se ela fosse... - Esperei ela completar.

- Virgem. Realmente, não pensei por esse lado.

- Isso. Acho que seu raciocínio é lento.

- É bem lentinho mesmo. Pelo menos deve ter sido bom.

- O dia seguinte não foi, na verdade eu acordei com um tsunami. Scott e Caleb vieram reclamar, aí ele jogou um balde de água em mim.

- Eu pergunto da noite de transa e você me conta a parte ruim.

- O que? Quer saber como foi, deita aí que eu te mostro. - Olhei para ela, cínica.

- Uh, eu adoraria. - Ela realmente deitou.

- Boba! - Ri.

- Não me disse se foi bom!

- Foi, foi muito bom.

- Uh, eu sabia.

- Que bom que sabia. - Ri.

Ela continuou rindo e contando fofocas, Nick sabe mais do que aparenta, me mostrou fotos e prints e tinha detalhes!
Ficamos dessa forma até o Tine voltar, quando voltou pegou nós duas falando sobre ele, ou falando sobre como ele é.

- Eu sou tão interessante assim? - Olhei para ele assustada.

- Sendo sincera, é sim.

- Bastante.

- Hum, diga mais.

- Não, sua autoestima é muito alta.

- Eu descobri que sou a primeira da lista de garota mais bonita.

- Isso era óbvio.

- Para mim não era.

- Agora é bem mais que óbvio.

- Ela prefere minha versão peituda. - Apontei para Nick, que está deitada no lugar do Tine.

- Eu também diria isso

- O que vocês tem contra peitos pequenos?

- Nada contra, mas já tentou apertar peitos grandes? - Nick disse, está apalpando o ar. - É diferente.

- Ei, você já apalpou meus peitos! - Olhei para ela, indignada. - E me disse para por piercing.

- Ia ficar lindo.

- Quando foi isso? - Tine está com as sobrancelhas franzidas.

- Ah, no meu aniversário, você estava fora.

- Não te deixo mais sozinha com ela.

- Por que não? Você apalpava meu peito quase todo dia, ela também merece!

- Ta vendo? Eu mereço! Sou namorada da sua esposa.

- Merece nada, é uma tarada! Isso é considerado traição em.

- Ah, para de graça! Eu também já apalpei o dela.

- Me traindo, e na minha cara!

- Dramático! - Não posso conter os risos.

- Só foi uma ou duas vezes! - Nick disse rindo.

- Viu, nem foi tantas vezes! Já você, foram o que? Mais de dez vezes!

- Eu sou seu marido!

- Primeiramente foda-se. - Meu rosto já está vermelho de tanto rir. - Segundamente, posso te deixar sem tocar mais neles!

- Isso seria tortura psicológica - Nick só consegue rir, Tine deitou na cama com a gente.

- E física, ele mal está se aguentando na minha recuperação! Sinto que quando eu estiver melhor, vou ficar sem andar. - Olhei a Nick. - Vai vim me visitar caso isso aconteça? - Fiz beicinho.

- Eu venho meu bem, ofereço até massagem.

- Melhor que você. - Aponto pro Tine.

- Então fica com ela. Mas eu garanto que os meus dedos trabalham melhor.

- Eu pego mais mulher, se liga!

- Estou em cima do muro! Mas eu bem que gostaria de experimentar ficar com uma mulher. - Encarei o Constantine.

- Eu sabia que era bissexual. - Ele disse.

- Hein? - Mas um assunto para eu me sentir excluída. - Bissexual?

- Pegar os dois, atirar para todo lado.

- Se sentir atraído por mulheres e homens, meu bem.

- Ah, então estão dizendo que eu sou bissexual?

- Você que tem que me dizer.

- Eu? Como eu vou saber se meu único namorado e primeiro beijo foi o.... Ah, esqueça. - Seria ruim tocar no nome de Oliver agora, ruim é ter conhecido o Oliver.

- Sente vontade? Basta saber isso.

- Sinto, mas nunca fiz algo assim.

- É só fazer - Tine disse. Sem nenhuma cara de pau.

- Só fazer? Não iria se importar?

- Se quer experimentar, não sou eu quem vai impedir.

- Sei quem vai impedir se descobrir.

- Ele não vai saber, só tem três pessoas aqui, à portas fechadas.

- Entendi. Então eu estou liberada para beijar uma menina? - Ele acenou que sim.

- Eu sou a menina? Se não for eu, eu deduro.

- Existem muitas meninas nessa lista. Mas você é uma delas. - Ri baixo.

- E sou a que está perto!

- E eu estou debilitada de me mexer!

- Ainda pode beijar na boca.

- Eu não negaria. - Acho que ninguém negaria! É a Nick!

Ela sorriu e sentou na cama, engatinhou até mim, está perto, bem perto. Dessa distância consigo ver que ela tem sardas bem claras no rosto, combinam com os olhos azuis e o cabelo preto como carvão.
Consigo sentir e ouvir a respiração dela, me sinto mais nervosa do que no meu primeiro beijo. Tine observa nos duas, atento, mas eu parei de reparar nisso quando senti um beijo no canto da minha boca.
Me inclinei com cuidado para ficar mais próxima dela e conseguir colar nossas bocas. Se mais ninguém vai saber disso, é melhor que aconteça.
A mão dela foi parar na minha nuca, com cuidado, pediu passagem da língua enquanto colou nossas bocas ainda mais. Permiti a passagem e só separei o beijo quando o ar acabou, Tine ainda está nos olhando, talvez pensando que vai ter que se acostumar com isso agora. Nick sorriu cínica e mordeu o canto da boca, ela é bonita, realmente muito bonita.
Não consegui esconder o sorriso pequeno que se formou nos meus lábios, Nick se afastou e deitou na cama de novo.

- Deveria ter esperado isso acontecer antes de fazer a cirurgia, Mor! - Ela fez um bico. - Agora eu vou sentir falta os peitos grandes.

- Viu? Eu disse. - Tine disse, calmamente.

- O que? Minhas costas estavam me matando! - Tentei me defender. - Você disse que eu podia fazer se quisesse.

- E pode fazer o que quiser, o corpo é seu. Mas ainda tenho direito a um drama.

- Deixa disso, daqui um mês vai poder me fazer de gato e sapato de novo.

- E pode esperar que vou...

- Aí, não preciso saber da vida sexual de vocês se eu não estiver incluída.

- Daqui um mês vai ser incluída, não vai? - Encarei o Tine, esperando uma resposta.

- Vai sim - A garota sorriu maliciosamente. Eu diria que eles são cópias, são tão parecidos que chega a assustar.

- Perfeito. - Sorri animada, acho que gostei da ideia me relacionar com mais alguém.

- Ótimo.

- Eu já estou com fome, podemos comer? - Fiz bico. - Minha barriga está roncando.

- Claro que podemos. Vai querer comer aqui ou descer?

- Não quero ter que descer para subir de novo.

- Você precisa se movimentar.

- Eu posso fazer isso aqui no quarto, indo de um lado pro outro.

- Está bem, vamos jantar aqui, os três.

- Quatro! Quero a tia Íris.

- A Íris não pode faltar!

Ele levantou e saiu do quarto.
Voltou com ela e duas bandejas com os pratos de comida, sentaram na cama e começamos a comer juntos. Conversando e comendo. Ficamos assim por bastante tempo, todos comemos mas ficamos conversando e rindo, foi muito bom. Nick foi embora bem tarde e Íris também.


Constantine

◇◇◇◇

Nesse tempo de recuperação, preferi que Morgan não fosse a escola, seria bem mais fácil para Caleb ou Scott tentarem fazer algo com ela lá, então continuou estudando em casa, faltam meses para acabarmos o ensino médio, então não faz tanta diferença, até porque Morgan é exemplar em tudo. Eu não pude estar com ela depois do primeiro mês, precisei fazer uma viagem urgente. Caleb anda interferindo em negociações, ele desvia dinheiro da venda de armas e dos cassinos para contas pessoais, além de tentar acabar com membros do conselho que só respondem a mim. Fui para a Itália, resolver tudo isso pessoalmente, não é possível deixar nas mãos de outras pessoas, não agora.
Deixei Morgan aos cuidados de John, Íris e às vezes até de Nick. Avisei que precisaria ficar fora, mesmo estando longe, vou cuidar para que nada aconteça a ela nesse meio tempo. Ficar longe é uma tortura, seja longe em distância ou fisicamente, não poder tocá-la está me deixando maluco, mesmo sendo um mal necessário.
Me certifiquei de que ela não ficasse sedentária, seja a força ou não, Morgan vai sim começar a se exercitar, John vai cuidar disso, bem leve no começo e logo após vai ficar mais pesado. Ela não vai mais apanhar, vai no mínimo, aprender a se defender sozinha.
Não pretendo ficar fora por mais de 2 meses, isso é uma merda para o que tínhamos planejado.
Pelo menos, recebo notícias de que a Morgan está se exercitando sempre que consegue, mesmo que seja pouco. Ela diz que os pontos da cirurgia ainda doem as vezes e que é ruim forçá-los. Quando reclama, o ritmo é diminuído, sei o quanto é ruim ser forçado a fazer coisas que não quer e nunca quis.
Sempre que consigo, de noite, ligo para ela, perguntando como foi o dia e se está se sentindo bem, as vezes pergunto sobre as novelas também. Gosto de ouvir a voz dela, me acalma, me deixa são.

- Está se cuidando? - A voz é de sono, sempre me atende mesmo estando com sono.

- Ainda estou vivo, não estou?

- Está, mas não sei por quanto tempo ainda.

- Vai saber quando eu não estiver mais.

- Me veja uma última vez pelo menos.

- Tem boas memórias minhas e espero que possamos fazer mais.

- Para de graça. - Suspirou cansada. - Vai demorar para voltar?

- Eu ainda não sei, acredito que sim.

- Isso é ruim, não pode acelerar as coisas? Ah, não sei como uma máfia funciona.

- Não, não posso, infelizmente. É bom que você pode fingir não saber da existência de uma.

- Pelo menos vai continuar ligando? Preciso ser mimada com um boa noite todos os dias.

- Vou ligar quando puder.

- Já me sinto melhor então. - Riu baixo. - Hoje a Íris me fez comer coisas de dieta.

- Ainda demorou para começar, estava com dó de você.

- Oh, isso é ruim, muito ruim.

- Que nada, não é tão ruim.

- Eu preciso dormir, mas a ligação está boa.

- Durma. Teremos outras ligações boas.

- Não podemos ficar assim até amanhã? Pode desligar quando acordar.

- Posso ficar até você pegar no sono.

- Só? Achei pouco tempo. - Tive que rir.

- Vamos, não é tão pouco assim...

- É pouco sim, se for só esse tempo, vou ficar acordada até amanhã de manhã.

- Não faça assim, pelo menos um de nós precisa dormir.

- Você tem que sair para fazer algo?

- Não agora, vou ficar aqui. Prometo.

- Certo, boa noite então.

- Boa noite, mi amor. - Escutei os barulhos de travesseiro e coberta. Fiquei na chamada até ela dormir.

Não demorou muito para ela começar a cochilar, posso escutar perfeitamente o quão tranquila ela parece.
Precisei sumir de verdade depois de algum tempo, não consegui contatar ninguém em casa para avisar, as pessoas que eu estava atrás não podiam saber onde eu estava ou estive antes.
Me senti mal por não ter conseguido avisar ninguém, principalmente minha esposa, mas acho que vai entender se eu explicar. Tem que entender, ela sabe o meu lado, sabe as minhas limitações em certos quesitos.
Nick estava frequentando a nossa casa antes de eu parar de contatar a Morgan... Elas ficaram, tenho certeza. Não é algo que me incomoda, como alguém que já ficou com a morena, sei que ela não quer nada sério, só gosta de contato humano, e se o contato humano for com uma loira gostosa, ela gosta ainda mais.


Morgan

Constantine viajou assim que comecei a me sentir mais disposta. Íris e John cuidavam de mim, as vezes Nick também vinha e ficava comigo, dizendo que eu iria entrar em depressão se continuasse trancada dentro de casa e sem companhia. Confesso que ela deu em cima de mim várias vezes.
Infelizmente parei de receber notícias do Tine, não recebia mensagens e nem ligações, tentei imaginar que estava mais ocupado ou então resolvendo coisas mais importantes, não gosto de pensar no pior. Mesmo que eu fique triste sem ter uma companhia a noite, sabe, a casa é grande demais e só eu fico nela quando Íris vai embora, os seguranças são proibidos de entrar sem ser para comer ou se eu chamar.
Um dia, no fim da tarde, eu vi a porta da frente se abrir, pensei ser o Tine voltando sem me avisar e fui andando rápido, mas me decepcionei por ter gasto energia com a pessoa, Caleb. Ele já entrou me julgando com o olhar.

- O que quer aqui? - Eu disse, me afastando. - Se veio para saber o que estou fazendo, veio a toa, os seguranças não contam sobre tudo?

- Não seja insolente, eu só vim dar um aviso.

- Você não é um Deus para me dizer o que ser e não ser, dê o aviso e saia.

- Pare de falar mais que o necessário, o seu benfeitor não está aqui para evitar algum incidente. - Ele suspirou, está calmo, isso é estranho. - Seu marido vai trazer uma convidada, quer dizer, uma nova moradora.

- Cale a boca. - Encarei ele. - Nova moradora?

- Uma nova esposa. - Meus olhos se arregalaram. Isso é mentira.

FIM DA PRIMEIRA TEMPORADA.

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