𝐴𝑏𝑜𝑢𝑡 𝐿𝑜𝑣𝑒

By esposadocharlie

11.1K 1.3K 3.9K

Nunca achei que fosse capaz de sentir algo tão arrebatador. Algo que tira seus pés do chão,que te faz questio... More

Prólogo ✨
Chapter 1 ✨
Chapter 2✨
Chapter 3✨
Chapter 4✨
Chapter 5✨
Chapter 6✨
Chapter 7✨
Chapter 8✨
Chapter 9✨
Chapter 10✨
Chapter 11✨
Chapter 12✨
Chapter 13✨
Chapter 14✨
Chapter 15 ✨
Chapter 16✨
Chapter 17✨
Chapter 18✨
Chapter 19✨
Chapter 20✨
Chapter 21✨
Chapter 22✨
Chapter 23✨
chapter 24 ✨
Chapter 25 ✨
Chapter 26✨
Chapter 27✨
Chapter 28✨
Chapter 30 ✨
Chapter 31✨
Chapter 32✨
Chapter 33✨
Chapter 33 parte 2✨

chapter 29✨

305 34 77
By esposadocharlie

Notas da autora: todas as músicas citadas nesse capítulo estão disponíveis na minha playlist no Spotify! O link está no meu quadro de avisos.
Amo vocês, boa leitura!
Com todo o amor do mundo, lelê ♥️

Isso só pode ser brincadeira.

Tem que ser brincadeira!

E uma brincadeira de muito mal gosto por sinal. Como esse guitarrista Zé Mané teve a capacidade de bater na minha porta sem avisar? Justo hoje que eu estou parecendo uma mendiga? Com os cabelos desgrenhados, olhos inchados, cara amassada depois de ter capotado na cama e pra melhorar, vestindo um pijama velho e rasgado?

Eu vou matar o Patterson. Juro que vou.

Enquanto eu estava a própria personificação da vergonha, ele estava estranhamente estiloso e...

Bonito.

Certeza que alguém ajudou ele a se  vestir, porque é impossível ele se vestir tão bem assim, sozinho.

Luke vestia uma camiseta listrada de azul e branco, uma calça jeans com alguns rasgos propositais e calçava um par de ALL star branco. Seu cabelo estava solto e batendo na altura de seu pescoço.

Já passou da hora de cortar essa juba.

Antes que eu pudesse falar algo, ele disse:

— Boa tarde, ou melhor, boa noite senhorita babona. – ele sorriu largamente e ajeitou a mochila que só então percebi que estava em seu ombro. Assim que notei seu olhar percorrendo meu corpo, dei um passo para o lado, escondendo o corpo atrás da porta, completamente cheia de vergonha.

— Pijama legal.- comentou  com um olhar zombeteiro e eu retribui olhando-o da forma mais emburrada que consegui.

— O que faz aqui? E como você conseguiu entrar no meu prédio?
Ignorando minha cara de brava, falou:

— Eu tinha que ver se você estava viva né.

— Como é?

— Eu te liguei no mínimo umas 40 vezes e nada de você atender, então resolvi bater na sua porta e ver como você estava. E a propósito, seu porteiro é muito gentil e lembrou de mim, e acredite; não foi porquê me viu  na televisão e sim porque entrei aqui com você na segunda. – ele sorriu outra vez, claramente contente pelo fato do Mike ter lembrado dele.

— Não vai me convidar pra entrar?

Ele quer entrar?

SOCORRO.

Apesar de estar um pouco relutante, abri a porta e deixei Luke passar. Assim que fechei a porta, rapidamente me virei para ele e disse:

— Se fizer uma piadinha sobre o meu pijama eu te chuto do meu apartamento, está me ouvindo?
Mais uma vez, o guitarrista pareceu ignorar meu olhar mortal.

Será que já está perdendo o respeito?

Luke fez um gesto de como se estivesse fechando a boca um zíper e eu ri. Logo em seguida sai correndo até meu quarto para procurar algo decente para vestir. Enquanto vestia o short jeans me xinguei mentalmente várias vezes por não ter arrumado a casa assim que cheguei, mas em minha defesa, eu não sabia que iria receber visita hoje, e que essa visita fosse ser ninguém mais ninguém menos do que Luke Patterson. Após escovar os dentes, voltei para sala onde encontrei o guitarrista sentado confortavelmente em meu sofá. Ergui uma das sobrancelhas o observando, e assim que notou minha presença, ele sorriu pra mim.

Antes que eu pudesse falar ou fazer algo, Luke fez uma coisa que me pegou totalmente de surpresa: Ele me abraçou.

Foi um abraço tão repentino que me pegou totalmente de surpresa. Tanto que é que demorei alguns segundos para retribuir o gesto e enlaçar meus braços ao seu redor. Enquanto o abraçava, fechei os olhos e me concentrei na sensação gostosa que era ter seu corpo incrivelmente musculoso pressionando o meu. Sem contar que Luke estava muito cheiroso. Sério, ainda não sei bem distinguir qual é o seu perfume, só sei que é muito bom.  Como se eu não pesasse nada, Luke me impulsionou para cima, tirando meus pés do chão e me apertando mais dentro de seus braços. Com isso apertei ainda mais meus braços ao redor de seu pescoço e soltei uma risada. Após alguns segundos ele voltou a me colocar no chão sem desfazer nosso abraço. Aos poucos, tirei minhas mãos de seu pescoço e as levei até seu quadril, o abraçando por ali. Minha cabeça estava pressionada contra seu peito e eu me senti.... em casa.

Euem Julie. Se liga em, se liga! Que mané se sentir em casa o que.

Ficamos assim por um bom tempo, em silêncio; apenas aproveitando a companhia um do outro. Luke deixou um beijo em meu cabelo e logo em seguida separei nosso abraço. Para a minha surpresa, ele não tirou suas mãos de minhas costas, de forma que as duas continuaram espalmadas em meu corpo. E enquanto isso, minhas mãos ficaram livres. Mas só até eu voltar a rodeá-las em sua cintura. 

Nosso contato visual se quebrou quando eu desviei o olhar e tentei me concentrar em outra coisa a não ser seu olhar que parecia ser capaz de penetrar minha alma e descobrir meus mais secretos segredos.

E fora que ficar olhando para Aquela boca me fez sentir e imaginar coisas....

Muitas coisas.

— É estranho eu ter sentido muita saudade de você? – sua pergunta me pegou totalmente de surpresa e espero que ele não tenha ouvido meu pobre e jovem coração dar uma vacilada em seus batimentos diante de sua revelação.

ELE SENTIU MINHA FALTA?

EU NÃO TO BEM. REPITO, EU NÃO
ESTOU NADA BEM.

Antes que eu falasse algo, ele continuou:

—  Sei que passamos pouco tempo juntos, mas é isso... Senti saudade.

E simples assim, Luke Patterson me matou do coração.

E nem é meme.

Suas bochechas ganharam um tom avermelhado e eu sorri.

— Eu também senti sua falta...- admiti, apesar de me sentir  um pouco insegura. Afinal não é todo dia que temos a oportunidade de dizer para nosso ídolo que sentimos sua falta.

— Eu sabia que você iria sentir minha falta. – disse ele todo convencido, com um sorriso idiota nos lábios.— Ninguém resiste ao meu charme.

Revirei os olhos e ele gargalhou.

—  Você não cansa de ser metido? – questionei , arqueando uma das sobrancelhas.

— Você não cansa de ser linda? – retrucou, me pagando totalmente desprevenida.

Eu vou infartar de novo e a culpa é do Patterson.

Abri e fechei a boca algumas vezes tentando dizer algo mas não consegui.  Parecendo notar que eu havia ficado momentaneamente sem palavras, o guitarrista deu um sorriso torto e disse:

— Há! Sabia que uma hora ou outra eu iria te deixar sem palavras , senhorita babona.

Minhas mãos que até então estavam brincando com a barra de sua camiseta, viajaram até suas costas e comecei a lhe dar alguns beliscões.

—Ai Julie!  - exclamou ele se desvencilhando de mim.

— Aí o escambau! Já disse que odeio que você me chame de senhorita babona.

—  e eu lá tenho culpa de você ser babona?

— Eu não sou babona! – Rebati firmemente e sai andando até a cozinha na esperança de achar algo para comer.

Um pouco antes de chegar na cozinha, ouvi os passos de Luke atrás de mim e assim que me virei em sua direção, notei que o mesmo estava me imitando e até fazendo caretas. Parei e cruzei os braços na altura do peito, e pra melhorar mais ainda minha postura de brava, arqueei as sobrancelhas.

— Sério, Patterson?

— Sério o que? Que sou o cara mais gato que você conhece?

Revirei os olhos diante de tamanha babaquice e voltei a andar.

—Idiota.- resmunguei e acho que por sorte ele não ouviu.

Assim que cheguei na cozinha, comecei a procurar no armário e na  geladeira os ingredientes necessários  para fazer uma rápida e gostosa macarronada. Conforme fui achando o que procurava, me virei para o balcão e coloquei as coisas sobre a bancada de mármore escuro. E enquanto isso, Patterson estava sentado confortavelmente na banqueta, com os braços cruzados na altura de seu peitoral.

Voltei a abrir a geladeira em busca de mais ingredientes.

— Vai ficar parado aí me olhando ou vai levantar essa bunda seca pra me ajudar? – perguntei ainda com a cara enfiada na geladeira.

Alguns segundos depois ouvi o ranger da banqueta sendo arrastada.
Ufa!

— Como você sabe que é seca?  - perguntou, enquanto pegava a cebola e o potinho com o alho que eu havia triturado um pouco antes de ir viajar. Fechei a geladeira e fui até o balcão.

— Luke, nem precisa de muito pra saber que a sua bunda é seca.

— Se quiser posso te mostrar como ela não é seca. – falou  como se não fosse nada  demais, sorrindo maliciosamente.
Talvez ele esteja louco.

— Você quer  que eu te veja pelado? – arqueei uma das sobrancelhas ao perguntar.

— Você quer me ver pelado? -  um sorriso malicioso e ao mesmo tempo brincalhão dançou em seus lábios e eu fiz uma careta de nojo.

— Eu não. – franzi o cenho.— Eca.

— Eca nada, eu sou um gostoso!

Eu sei que é.

— Menos, Patterson. Bem menos. - desdenhei.

Depois de finalmente terminar de pegar tudo o que iria usar, peguei as panelas e após colocar a água do macarrão para ferver. Enquanto  cortava a cebola, puder sentir o olhar de Luke queimar minhas costas.

Bizarro né?

— Você quer ajuda? – perguntou ele de repente.

— Você sabe cozinhar?

— Você acha que sou burro e não sei cozinhar? – perguntou  ultrajado.

— Quer mesmo que eu responda? -  minha voz exalava sarcasmo e para melhorar tudo, me virei para ele com um sorriso debochado.

Patterson me retribuiu mostrando o dedo do meio.

Logo em seguida, ele estufou o peito como se estivesse se preparando para uma batalha e por fim se levantou da banqueta.

— Vou fazer o melhor molho sugo que você já comeu na sua vida. – disse o guitarrista, todo confiante.

Que Deus nos ajude. – pensei.

Quando a água do macarrão começou a ferver, coloquei a massa dentro e coloquei tudo o que eu havia picado dentro de um potinho. Cebola ? Ok.
Um pouquinho de pimentão? Ok.

E após ter terminado tudo, lavei as mãos e me sentei na banqueta em que o guitarrista estava anteriormente. Já que ele vai preparar o molho, eu não tenho muito o que fazer.  Antes de começar a cozinhar, Luke prendeu o cabelo e foi até o banheiro lavar as mãos. Quando voltou, se encostou no batente da porta e perguntou:

— Posso conectar meu Spotify na sua tv? Odeio cozinhar sem ouvir música.

— Pode, Claro. – respondi e sorri gentilmente.

Luke assentiu, sorrindo de volta, logo em seguida indo para a sala. Alguns minutos depois, beautiful mistakes do Maroon 5 começou a ecoar pela casa.

Particularmente eu adoro essa música, acho a batida gostosinha de se dançar e ouvir e por isso, quase que inconscientemente começo a remexer o corpo de um lado pro outro no ritmo da música. E sim, eu ainda estou sentada na banqueta.  Logo em seguida o guitarrista retornou para a cozinha e assim que me viu “dançando” soltou uma risada que eu decidi ignorar por um bem maior. Aos poucos, Luke foi se familiarizando com a minha cozinha e enquanto isso eu apenas fiquei observando ele. Seus músculos definidos, seus ombros largos.... as tatuagens em seu braço....

—Julie?

—Que? – perguntei confusa, saindo de meus devaneios nada bonitos.

Luke secou as mãos no pano de prato que estava pendurado em um gancho perto da pia, e depois veio até mim, apoiando as costas no balcão.

— Você ouviu alguma coisa que eu falei ou estava ocupada demais babando por mim? – seu sorriso descaradamente malicioso me fez querer cometer um crime de ÓDIO.

Bufei irritada.

— Pelo amor de Deus né Patterson. Quantas vezes vou ter que te falar que você não é tudo isso? Se manca em Luke, se manca. – cruzei os braços na altura do peito e o olhei emburrada.

—  Pra alguém tão pequena você guarda muito ódio dentro desse corpinho.

Soltei uma risadinha debochada.

— Não te contei que meu corpo é 75% ódio?

— Então você é igual à um pinscher?
Eu vou matar ele e nem é meme.

— Você é um idiota.

— E você é muito estressadinha. – respondeu ele no mesmo tom.

Trocamos alguns olhares mortais, mas Luke foi o primeiro a quebrar nosso contato visual, quando a música que estava começando chamou sua atenção. Logo nos primeiros toques, reconheci que era Stand by me, do cantor Ben.E.King.

Essa é uma das minhas músicas favoritas.

— Levanta, vem dançar comigo. – disse ele num tom de voz gentil.

— O que? – me diz de desentendida.

— Dançar, Julie. Anda, vem dançar comigo!

Sem me dar tempo de pensar em uma resposta, Luke segurou minhas duas mãos e me puxou para sair de cima da banqueta. Logo em seguida, estávamos frente a frente, e o guitarrista levou minhas mãos até seu pescoço, me fazendo enlaça-lo por ali. Suas mãos foram para a minha cintura, me segurando gentilmente, ao mesmo tempo em que me guiava no ritmo da música.  Fiquei um bom tempo olhando para os meus próprios pés, rezando para que não errado e pisasse nos pés dele. Já que faz tempo que não danço com alguém. A última vez foi com o babaca do Nick, e foi porque estávamos em um dos inúmeros bailes beneficentes que sua família organiza.

Nada de lembrar daquele pedaço de lixo ambulante, Julie!

De repente, senti a ponta dos dedos de Luke em meu queixo, me fazendo parar de olhar para o chão e olhar para ele e sua imensidão verde em forma de olhos. Parecendo notar meu nervosismo, ele disse:

—  Tá tudo bem, só deixa rolar.... – sussurrou com a voz repentinamente rouca e sensual.— Eu te guio ok?

Se controla que ele só está falando da dança, Julie. É só sobre a dança.

Vocês também pensaram em putaria né? Porque eu também pensei.

Jesus o que está acontecendo? Eu não era assim.

Engolindo em seco, consegui apenas assentir e fechar os olhos. Com os passar dos segundos, fui me sentindo mais leve, e quando abri os olhos de novo, pude ver Luke sorrindo pra mim feito um bobo. Não me contendo, sorri de volta e num piscar de olhos, ele me girou em seus braços, fazendo minhas costas colarem em seu peito. Ainda sorrindo feito boba e me sentindo extremamente mais leve, virei meu rosto em sua direção e para a minha surpresa, ele estava me olhando de volta. Aos poucos, fui seguindo seu conselho e deixei a música me guiar. Quando me dei conta, Stand by me já havia acabado e Ruin my life  estava tocando. Luke me girou de novo, fazendo com que ficássemos cara a cara novamente.

— Não sabia que você gostava da Zara Larsson. – comentei enquanto continuávamos  nossa dança lenta, apesar do ritmo da música não ser esse.
— Eu sou um cara com um gosto eclético, tá legal?

— Ui ui ui, desculpa aí senhor eclético. – debochei  e foi a vez do guitarrista revirar os olhos.

— Desculpa por ter pisado nos seus pés.- comecei a dizer.— É que já fazia um  bom tempo que eu não dançava com ninguém... – soltei um suspiro frustrado por mesmo que sem querer, ter lembrado dele.

Senti os dedos de Luke deslizarem pela minha cintura em gestos gentis e reconfortantes, e enquanto isso, respirei fundo e ignorei – ou pelo menos tentei – o arrepio repentino que passou por todo o meu corpo, desde o dedinho do pé até meu último fio de cabelo.

Está frio aqui, tenho certeza.

Devo ter esquecido de ligar o aquecedor.

—  Não tem problema, Julie. – sorriu.
— E você nem pisou no meu pé tantas vezes assim.

— Então pode deixar que da próxima vez vou fazer questão de pisar mais. – brinquei, gargalhando logo em seguida.

— Então quer dizer que você quer dançar comigo de novo? -  Luke arqueou suas sobrancelhas ridículas( lê -se lindas, porém no momento  estou com inveja), e sorriu descaradamente, o que me fez fechar a cara e lhe dar um beliscão.

— Mulher pelo amor de Deus para com isso!- ralhou enquanto massageava o local em que eu havia o “machucado”.
Oh céus, pobi Luke!
Sentiram a ironia?

— Acho bom você parar de reclamar se não o próximo beliscão vai ser nas suas bolas. – ameacei e voltei a me sentar na banqueta. Mas antes lhe lancei o meu melhor olhar ameaçador.

— Então você quer pegar nas minhas bolas? Que safadinha em Julie Molina! – o sorriso debochado/ sensual/molha calcinha, morreu assim que peguei meu chinelo e comecei a correr atrás dele pela casa.

O guitarrista rapidamente foi para a sala e antes de segui-lo, desliguei o fogo do macarrão porque não estava nem um pouco a fim de queimar minha janta. Prioridades né.
Logo em seguida, fui para a sala, e para a minha sorte/ azar, Luke não estava lá. Bom, pelo menos não onde eu procurei. Parei ao lado da mesinha de centro e disse:

— Sério que vai me fazer te procurar só pra poder te dar uma surra? Quanta maturidade em Chatterson.  – voltei a colocar meu chinelo no pé, e coloquei a mão na cintura.— Só pra constar, quando eu te achar, vai receber o dobro de  chinelada, só por me fazer te procurar, seu idiota.

Como ele não disse nada, respirei fundo e voltei a minha caçada por um guitarrista meia boca que estava escondido em algum canto da minha casa.

— Se é briga que você quer, é briga que você vai ter Patterson. – sussurrei  para mim mesma, enquanto andava pelo corredor.

Depois de procurar no quarto e no banheiro, só me restou procurá-lo na sacada. Assim que cheguei na sala, voltei a pegar meu chinelo nas mãos e passei os próximos minutos olhando para todos os cantos feito uma verdadeira maluca. Quanto mais me aproximava da sacada, mais forte meu coração batia, a ansiedade tomando conta de cada parte de meu corpo.

Obrigada Deus por me permitir dar uma surra em Luke Patterson. Agora ele vai pagar por tudo. Por cada vez que me chamou de senhorita babona, por cada vez que me perguntou: “ no que dedos de guitarristas são bons?”; por cada vez que....-

Estava tão concentrada comemorando minha vitória antes do tempo, que sequer percebi que Luke não estava na sacada; e sim bem atrás de mim.
Num segundo eu estava em pé, e no outro, eu estava de cara no chão.

Maldito Patterson.

Soltei um grunhido de frustração contra o carpete e logo em seguida me virei, ficando de costas no chão; sendo desprivilegiada em ver Luke fazendo uma espécie de dancinha da vitória.

— Chupa essa Molina! – disse enquanto continuava sua dancinha ridícula.

— Vai pro inferno Patterson. – resmunguei, fazendo um gesto obsceno com o dedo do meio.

— Que coisa feia em senhorita babona. – ele balançou a cabeça como se estivesse decepcionado comigo. —Não sabe aceitar que perdeu nossa brincadeira de esconde- esconde?

Eu quero passar com o meu jipe por cima dele até arrancar esse sorrisinho idiota de seus lábios horríveis.

Enquanto Luke continuava se vangloriando, aproveitei seu momento de distração para puxa-lo e pelos pés; o que fez com que ele caísse de bunda no chão.

CHUPA ESSA PATTERSON!

Sua cara de bravo fez com que eu tivesse uma súbita crise de risos, que me fez gargalhar tanto que até fiz aqueles barulhinhos de porco sabe? E sim, isso foi bem vergonhoso. Eu gargalhei tanto, mas tanto, que me deu falta de ar, e eu não sabia se ria ou se tentava respirar como uma pessoa normal.

Resultado: continuei rindo/imitando a Peppa pig.

Quando por fim consegui voltar a respirar e me portar como uma pessoa normal, me sentei e olhei para Luke; que para a minha surpresa também estava me olhando com o cenho franzido e um sorriso nos lábios. Seus olhos continham um certo brilho que não fui capaz de desvendar.

— Porque está me encarando?- questionei confusa.

Será que tinha algo de errado no meu rosto? Será que babei enquanto ria?

—  Porque você é uma bagunça, Julie Molina.

Mas sou uma bagunça que você quer né? – arqueei uma das sobrancelhas.

De repente ele ficou mudo. E vermelho. Muito vermelho. Já disse que ele ficou vermelho?

—Há! Te deixei sem palavras! Tá vendo só como é bom? – comemorei batendo palmas.

Parecendo se dar conta do que eu havia feito, Luke bufou e revirou os olhos.
— Você é tão engraçadinha.... – resmungou, se levantando logo em seguida.

— Viu só como é bom deixar os outros sem palavras? – retruquei  com um sorrisinho convencido nos lábios.

Luke fingiu que não viu a provocação e estendeu a mão para me ajudar a levantar. Quando ficamos frente a frente, ele disse:

— Vamos logo terminar esse jantar, antes que eu morra de fome.

— Correção: você vai terminar nosso jantar. – respondi, apontando o dedo em seu peito. — Tô cansada demais pra continuar cozinhando.

— É sério que vou ter que terminar de fazer a janta?

— Sério que você quer que eu responda? – retruquei no mesmo tom.

— Eu sou visita! – o guitarrista rebateu, achando que fosse adiantar algo.

— E eu com isso? E outra, você se convidou pra minha casa. Então se vira e termina a janta. – dito isso, fiz o que qualquer pessoa adulta e madura faria:  andei até a cozinha batendo os pés.

— Cavala. – ouvi-o resmungar.

— Já falei que é égua. Quer me xingar tudo bem, mas não assassina o Inglês.

— Alguém já disse que você é insuportável? – Luke perguntou , indo direto para o fogão enquanto eu me sentei novamente na banqueta.

—Alguém já mandou você calar a boca? – retruquei  e acabei rindo com a carranca que se formou em seu rosto.

Como aparentemente Luke preza pela sua vida; acabou não respondendo e  focando sua atenção na comida. Na sala a música ainda rolava, mas na cozinha um breve momento de silêncio confortável ( isso existe?) Se instalou entre nós.  Enquanto Luke terminava de preparar nosso jantar, minha mente começou a repassar todos os acontecimentos que me fizeram estar aqui com ele cozinhando na minha cozinha. Nem em um milhão de anos eu poderia imaginar que estaria “convivendo” com ele; conversando com ele, trocando mensagens e sentindo  algo por ele. Porém que fique claro que não sei bem o que estou sentindo. Talvez seja só a minha vontade incontrolável de atropela-lo com o meu Jipe. Ou talvez eu realmente esteja começando  a sentir algo que não sei explicar.

Ou talvez não queira.

[...]

Tenho que confessar que me surpreendi quando finalmente a janta ficou pronta. Apesar de não ter feito a receita de papai, devo admitir que Luke arrasou. Seu tempero realmente é bom e saboroso. A comida estava divina e talvez, só talvez ele cozinhe  um pouquinho melhor do que eu. ( nota mental: nunca admitir isso para ele.)

Estava tão bom que até abri um vinho que deixei guardado para a noite do pijama com Flynn e Willie ( depois vou ter que comprar outro).  Entre uma garfada e outra, fomos nos conhecendo melhor; Luke me contou algumas coisas sobre sua infância e sua família, e eu contei um pouco sobre a minha vida antes de morar aqui.

— Não acredito que você chorou só por que tirou b em uma prova. – o guitarrista debochou e logo em seguida se serviu de outra taça de vinho. Já havíamos acabado de jantar e agora estávamos sentados conversando. Já estávamos na terceira taça de vinho, e estava me sentindo mais relaxada que o normal.

Ou seria bêbada?

— Em minha defesa eu tinha apenas 10 anos, e aquele b não condizia com a minha inteligência!

— Então  além de babona você também é chorona? – Luke sorriu debochadamente e eu fechei a cara.

— Só por causa da sua gracinha, vai lavar toda a louça, e arrumar toda a cozinha. – levantei minha taça em um brinde imaginário enquanto vi o sorriso do guitarrista morrer aos poucos; e logo em seguida ele deu de ombros, como se não se importasse.

Quando a garrafa de vinho estava pela metade, Luke resolveu ir lavar louça, e eu acabei arrumando a cozinha e guardando algumas coisas que tinham sobrado. Cerca de meia hora depois, terminamos tudo. Enquanto bebia mais um gole da minha taça, fiquei observando Luke guardar os pratos que já estavam secos. Quando se virou para mim, pude notar que suas bochechas estavam bem coradas por causa de todo o vinho que já havia tomado.
Ele se aproximou, pegou sua taça que estava em cima da bancada e depois se juntou ao meu lado para terminar de tomar seu vinho.

— O que vamos fazer agora? – perguntou ele, me encarando tão intensamente que por um momento achei que fosse capaz de revelar todos os meus segredos com um simples pedido.

Eu estava girando a Taça agora vazia em minhas mãos quando respondi:

— Vamos assistir um ou dois episódios de Glee; e se você achar ruim, eu te expulso do meu apartamento e finjo que nunca te conheci. – ameacei e ele revirou os olhos.

— Tá bom senhorita babona. – resmungou enquanto ia para a sala.

Tomei o último gole que havia restado em minha taça, e após lava-la, resolvi fazer um pouco de pipoca.  Alguns minutos depois, quando cheguei na sala, encontrei Luke sentado em meu sofá, com as pernas esticadas em cima da mesinha de centro, enquanto fuxicava algo na televisão com a ajuda do controle.

— Está se sentindo confortável aí? – perguntei ironicamente; com uma das sobrancelhas levemente arqueada.

— Não acredito que ainda cabe alguma coisa dentro desse seu estômago. – disse ele, ignorando minha pergunta.

— Cala a boca. – resmunguei, colocando o balde de pipoca entre nós e me sentindo ao seu lado.

— Molina, você comeu 2 pratos de macarrão.

— E daí? – questionei . — Comer um balde de pipoca não vai me matar. – sei de ombros.

— Saco sem fundo. – resmungou novamente, antes de enfiar a mão dentro do meu balde e roubar um pouco de pipoca. Lancei um olhar acusador para ele que fez questão de ignorar.
—” comer um balde de pipoca não vai me matar “ – disse com uma voz ridiculamente fina.

— Você está me imitando?

— Não... Eu nunca faria isso.-  respondeu ironicamente e logo em seguida enfiou mais pipoca na boca. — Dá play logo nessa série, porque tô ansioso pra falar que te avisei que era ruim.

— Meu Deus, pare de falar de boca cheia!

— Desfulpa.- respondeu, e eu peguei o controle de sua mão, tentando não dar risada dessa cena. Logo em seguida, dei play no primeiro episódio e um silêncio se instalou entre nós, enquanto começamos a assistir.

Como já assisti glee mais vezes do que gosto de admitir, acabei deixando de prestar atenção em determinado momento. Então, passei a observar melhor o guitarrista. Sua barba por fazer, seu sorriso leve e descontraído, a maneira com que ele brinca com o punhado de pipoca antes colocar na boca ...

Droga. Eu estou mesmo babando por Luke Patterson?

Resolvi parar de agir feito maluca e voltei a prestar atenção na série. Ao fim do primeiro episódio, a pipoca já havia acabado e Luke fez o favor de levar o balde vazio para a cozinha. Alguns minutos depois, ele voltou e quando se sentou ao meu lado novamente; eu mudei de posição no sofá e coloquei minhas pernas sobre suas coxas.

— Folgada. – resmungou , sorrindo ao mesmo tempo.

— Nunca disse que não era. – dei de ombros e acabei sorrindo também.
[...]

— Sério, Não sei como o Finn aguenta essa insuportável da Rachel. – exclamou Luke; parecendo indignado.

Havíamos terminado a primeira temporada no que pareceu ser um piscar de olhos.

Durante o decorrer dos episódios, acabamos mudando de posição algumas vezes. Agora, Luke se encontra com a cabeça deitada em minhas coxas. Enquanto isso; uma de minhas mãos acariciava seu cabelo gentilmente.

Isso é estranhamente bom e confortável.

Deus, eu realmente estou fazendo carinho no cabelo de Luke Patterson?
Santa padroeira das fanfics.

— E aí? Ainda acha que Glee é uma série chata? – questionei,  com um sorrisinho de lado.

Ele virou a cabeça para mim e disse:

— Bom, ainda não terminei de assistir todas as temporadas, então acho que por enquanto a minha opinião é “nhe”.

— E o que seria “nhe”? – questionei levemente confusa.

— “Nhe”, é tipo, nem boa e nem ruim; sabe?

— Não era mais fácil você ter me dito isso? – arqueei uma das sobrancelhas e ele riu.

— Era, porém gosto de falar “nhe”.

— Percebi. – revirei os olhos. — Quer assistir mais um episódio?

— É claro. – respondeu ele, entusiasmado.

— Ok. – respondi e dei play em mais um episódio.

Voltei a acariciar os cabelos de Luke que soltou um suspiro satisfeito; sem desviar sua atenção da tela da televisão. Enquanto assistia, me peguei pensando em o quão natural e familiar toda essa situação soava. Um jantar leve e descontraído, nós dois dançando pela cozinha....Droga; eu facilmente poderia me acostumar com isso.

⫸  Notas finais!!!! 

Bom, primeiro gostaria de começar a pedir um senhor grande pedido d e desculpas a todes vocês!  Como vcs sabem, eu trabalho fora, tenho um baby e uma vida muito corrida, e por isso sumi. Consegui postar essa madrugada pois estou de atestado! E sim, eu tô escrevendo doente. ( estão vendo o quanto eu amo vocês?)

⫸ Segundo: venho pedir para que se vcs realmente gostam das minhas histórias,  curtam e comentem nos capítulos, pq isso é um feedback muito um pra mim! e se tiverem alguma dúvida ou teoria, estou disponível no grupo do whatsapp, no tt , no privado do whatsapp e no chat do wattpad.

⫸ Terceiro e último: Por favor não desistam de mim!  Eu amo minhas histórias e não abandonei e não vou abandonar nenhuma das duas, é que realmente a vida adulta está difícil, mas eu sempre tô escrevendo ( minha revisorah do coração não me deixa mentir né Pam?) Eu estava morrendo de saudades de vocês! Espero que tenham gostado e se preparem pq o pov do luke está vindo ai 👀👀👀👀

Continue Reading

You'll Also Like

105K 18.9K 35
Bárbara organiza casamentos. Não só esse tipo de celebração, mas todos os tipos de festas que se possa imaginar, mas os casamentos... Ah... Os casame...
143K 9.4K 46
Merliah Cavalcante, prima de Raphael Veiga, sai de Curitiba pra São Paulo, por conta de um novo projeto como modelo. Conviver com jogadores não vai s...
74.7K 5.3K 55
Engravidar do seu ex namorado é a última coisa que passava pela cabeça de Isabella Collins. Após terminar seu namoro conturbado com o piloto de fórmu...
188K 20.7K 31
Beatriz viu sua vida mudar drasticamente aos 16 anos, quando descobriu que estava grávida. Seu namorado, incapaz de lidar com a situação, a abandonou...