Depois de três dias após o baile, os resultados das provas saíram e eu me vi finalmente com os estudos terminados.
Eu estava esperando Henry chegar, havíamos combinado de sair às escondidas, mas não esperava que quando fosse abrir a porta fosse encontrar não o príncipe, mas sim o rei.
Eu encaro os olhos azuis e nariz de falcão do rei Clark, os cabelos castanhos bem arrumados assim como o seu terno.
— Majestade. -engulo em seco.
— Boa tarde. —ele diz, me analisando de cima a baixo, a carranca séria— você é Hannah Valentine, certo?
— Sim. -assenti.
— Temos assuntos a tratar, então. -falou.
Eu dei passagem para ele entrar, meu coração batendo forte, eu fecho a porta e o sigo até a sala.
— O que o senhor deseja? -o encaro cautelosa.
— Me diga, quanto você quer para sumir da vida do meu filho? -questiona ele.
— Como?! -exclamo.
— O seu preço, garota, você deve ter um preço para sumir da vida de Henry. —ele disse— e eu posso pagar muito bem para que faça isso.
— Eu não sei o que o senhor pensa que eu sou. —digo firme— mas eu não permito que venha até minha casa e tente me subornar como se eu fosse uma qualquer!
Ele me encara severo.
— O meu filho é o príncipe desde país, o herdeiro. —ele disse— ele deve se relacionar com pessoas que lhe favoreçam, de sua classe, a filha de uma artista não está nessa plano.
— Estamos em que século? Senhor, não acha que Henry deve escolher com quem ele se relaciona? Com quem ele acha que irá o favorecer não por estatura social mas sim por lhe fazer se sentir bem? -questiono.
Ele soltou uma risada de escárnio, balançando sua cabeça.
— Ele não lhe contou?
— Contou o que? -questiono séria.
— Henry está noivo desde criança com a princesa lissana da índia. —ele disse— eles irão se casar no final deste ano como foi planejado há muito tempo.
Eu congelo no lugar.
— Ele não lhe contou, típico do meu filho. —ele balança a cabeça— com toda certeza ele não queria estragar a diversão que estava tendo com você.
Diversão?
— Se você não aceitar o que estou lhe propondo, Hannah, eu darei um jeito em você de uma forma que não gostará. -ele disse.
— Seria capaz de me dar um sumiço? -o encaro.
— Não esqueça que sou o rei, eu consigo tudo ao que me proponho, posso conseguir a sua morte também. -ele disse.
Eu o encaro firme.
— Fora da minha casa! -aponto para a porta.
— Garota tola, não vê que essa paixão adolescente não tem futuro? -questiona ele.
Eu o observo.
— Entendo porque Henry não se dá bem com você. —balanço a cabeça— você é um cretino.
Um estalo, meu rosto fora fortemente para o lado com um tapa, sinto a lateral de meu rosto arder e levo a mão onde fui golpeada.
— Parece que só assim você toma freios.
Eu o encaro e fecho a mão em punho, cogitando lhe acertar um bom soco no rosto quando me toco, ele pode simplesmente acabar comigo e com a minha família, ele pode simplesmente mandar me matar ou pagar para que façam algo com os meus pais ou os meus irmãos.
Eu ergo o queixo, demonstrando que aquele tapa não me fez sequer mudar de opinião.
— Saia daqui agora! —repito— você pode ser o rei de todos aqui, mas não é o meu, e este seu abuso de poder pode levar você a ser rebaixado.
— Você foi avisada, se afaste de meu filho e suma desse país ou voltaremos a conversar. -ele disse.
Um de seus seguranças adentrou a minha casa e ele ergueu a mão.
— Já terminei aqui, a senhorita Valentine entendeu o seu lugar. -ele disse.
— Saia daqui. -digo entredentes.
Eu aponto para fora e vou até a porta, vendo ele e seu segurança saírem da minha casa, observo ele adentrar no carro de vidros escuros e sair.
Eu fecho a porta com força, ofegante.
Merda, eu fui ameaçada pelo próprio rei.
Casamento... Por que Henry não me contou?
Ouço a campainha tocar e eu abro a porta.
— Eu já disse uma vez e vou repetir, seu maldito dinheiro não vai me comprar! -abro a porta.
Eu me deparo com os olhos azuis de Henry, o qual está com um buquê de rosas nas mãos.
— Comprar o quê? -ele questiona confuso.
Eu o encaro e o puxo para dentro, fechando a porta de imediato.
— Hannah o que..
Eu tomo o buquê de suas mãos e acerto a sua cabeça com ele.
— Ai! O que foi que eu fiz? -ele foge.
— Seu miserável, por que não me disse que está noivo?? -meus olhos ardiam.
Ele parou, me encarando.
— Como soube disso?
— Responde! Henry! -atiro o buquê contra ele.
Ele se protege quando o buquê o atinge.
— Quem te contou sobre o noivado? -ele questiona.
— O seu querido pai veio até aqui tentar me comprar com o infinito dinheiro dele! Jogou na minha cara que você está noivo, e sabe o que mais ele atingiu em minha cara!? -aponto para o meu rosto.
Seus olhos escurecem ao ver a marca vermelha da grande mão em meu rosto.
— Ele fez isso? -ele questiona baixo tocando o meu rosto.
— Henry, me responde. -digo, me afastando dele.
— Eu esperava resolver isso antes de te contar. -ele disse.
— Resolver o que? -questiono alto.
— Estou sim noivo com a princesa da índia, lissana. —ele assente— mas nenhum de nós dois quer o maldito casamento.
Eu o encaro.
— Estamos planejando um golpe de estado contra o governo de nossos pais. —ele disse— Hannah, o meu pai não é nenhum pouco honesto.
— Jura? Eu nem percebi. —ironizo— custava me dizer...
— Eu não arrisquei contar para ninguém, nem mesmo a Nikolai, ele não concorda com a corrupção do meu pai e sei que se eu virar rei e contar para o meu irmão depois ele vai entender e apoiar. —falou— eu estou fazendo isso há anos.
Eu bagunço meus cabelos, ofegante.
— Vou levar provas ao conselho de que meu pai não está apto para o governo deste país e pôr a minha proposta de subida ao trono. —explica— por anos juntei provas e agora está mais do que perto para eu conseguir fazer isso.
— E a princesa...
— Do modo dela ela conseguiu as provas e está esperando o meu sinal para entregar isso ao conselho real da índia. -ele disse.
— Ele me disse que você se casará no final deste ano. -o encaro.
— Só subirei em um altar se for você a entrar vestida de noiva. -ele disse firme.
Eu prendo a respiração.
— Só me casarei uma vez na vida e será com você. —ele disse— pode me achar precipitado mas estou disposto a esperar até que você esteja pronta para mim.
Ele se aproxima de mim, seus lábios escovam os meus de leve.
— O meu pai cortou as rendas do norte e a ajuda da coroa, por isso os rebeldes estão revoltados. —ele disse— Se eu conseguir conversar com o líder deles talvez eu tenha aliados para ajudar a derrubar o meu pai do trono.
— Acha que consegue? -o encaro.
— Um rei não é um rei sem o seu povo, se eu fizer o povo me seguir, o meu pai não terá chance para atacar mais. -ele disse.
Ele suspira, acariciando o meu rosto, olhando com ódio latente para a marca vermelha ali.
— Hoje pela madrugada eu vou me encontrar com o líder deles. —ele disse— vou para o norte hoje e voltarei pela manhã.
— Eu vou com você. -falei.
— Vai ser perigoso, Hannah, é dos rebeldes que estamos falando. -ele disse.
— Eu não ligo. —nego— deixe seus seguranças de confiança vigiando a minha casa e eu vou com você fazer a aliança com os rebeldes.
Ele suspira pesado, me encarando por alguns segundos.
— Está bem, mas você não poderá sair de perto de mim um segundo sequer, está me ouvindo? -questiona.
Eu assenti.
— Se prepare, às sete o carro aparecerá na esquina. —ele disse— Buck vai estar dirigindo e eu estarei junto.
— Está bem. -concordo.
Ele me beijou, soltando um suspiro pesado, eu envolvi meus braços em seu pescoço, retribuindo o seu beijo.
— Ah meu Deus, ruiva, somos loucos. -ele disse.
— Somos ridiculamente loucos. -concordo.
— Somos ridiculamente ridículos. -ele abriu um sorriso torto.