Aplin² • Outer Banks

By Mello_wys

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_____ Os Pogues em luto por John B e Sarah, Ward Cameron e Rafe Cameron soltos mesmo após cometerem um assass... More

Aplin² • Outer Banks
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Epílogo
Obrigada
Aplin³ • Outer Banks

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By Mello_wys

[Comentem]

Pov's Narradora

  Calor.

Roupas coladas no corpo e cabelos grudados na testa por conta das gotas de suor que escorriam pela pele dos adolescentes que estavam escondidos em um contêiner de carga.

Um fucking contêiner de carga quente e apertado.

— Mandou bem, John B. — JJ falava ironicamente. — Sabe que esses trecos são trancados por fora, não sabe?

— Esse era o único jeito de embarcamos nesse navio, JJ. — O Routledge respondia com a voz calma. — Não tinha outra maneira.

— É, mas agora estamos que nem ratos em uma gaiola. Estamos encurralados. — Reclamava. — Estamos presos nessa... caixa mortal!

Enquanto JJ e John discutiam, Kiara estava sentada ao lado deles e tirava o casaco que estava sobre ela, murmurando o quão quente estava no local.

— JJ, olha cara, você não está ajudando. — Pope repreende o amigo loiro, encostando-se nas cargas. — Não adianta ficar reclamando.

— Cara, você não está com muito moral para falar agora, beleza? — O Maybank se dirigia agora ao Heyward. — Você disse que tinha um plano. Mas isso aqui não parece nem um pouco planejado.

— O problema é que a sua total falta de noção me perturba e não me deixa pensar. — Pope fala para o Maybank.

O loiro se vira de uma vez ao escutar aquelas palavras, ficando de frente para o amigo:
— Até onde eu sei, foi você quem atirou em tanques de gasolina lá no cais! — Ele aponta.

— Céus, vocês não se calam... — O Rodrigues murmura, passando a mão no rosto suado.

Matt estava sentado ao lado de Kiara e seu corpo estava escorado nas grandes caixas que tinham lá e seus olhos estavam fechados, tentando se concentrar em qualquer coisa que não fosse a temperatura do local.

— Aí meu Deus, calem a boca! — Kiara fala alto e estica a perna entre os dois amigos que brigavam e dividindo o olhar entre eles. — Se controlem! Se controlem...

Os dois ficam em silêncio após a repreensão e param de se encarar.

A Carrera volta a se encostar na carga e olha para o Rodrigues ao seu lado, esse que levantava um punho:
— Mandou bem... — Ele sussurra.

Kiara dá um soquinho no punho dele e depois sorri, voltando a sua posição de antes e agora com o silêncio no local.

Um silêncio que não dura muito.

— Só precisamos achar um jeito de sair daqui. — Pope volta a falar, olhando para todos os lados.

— Não tem muita coisa que podemos fazer. — Matt falava. — Se arrombarmos essa porta, vai fazer um barulho e todos vão descobrir a gente. E se esperarmos alguém abrir, ficamos sem saída.

— Resumindo, vamos nos fuder em qualquer uma das situações. — JJ fala ironicamente.

Um dos sintomas que podem aparecer em uma temperatura elevada é a vontade irraciona de querer matar alguém.

Ou, chamando por um nome técnico, Irritabilidade térmica.

Quando os seres sentem uma temperatura elevada de calor, o corpo começa a liberar o hormônio do estresse — o cortisol — fazendo com que o ser comece a ficar mais propenso a sentir raiva, mesmo em pequenas situações.

E bom, juntando o calor que estavam sentindo naquele momento com o acréscimo do local apertado que estavam, era a junção perfeita para que os adolescentes ficassem mais raivosos uns com os outros — mais do que já eram normalmente.

Faziam com que estivesse a um fio de pularem em cima um dos outros e se estrangularem.

— Aí, Pope. — JJ chama o amigo, que estava de olhos fechados. — Como se mata uma cobra? — Questiona de repente.

— Acertando a cabeça. — Pope o responde sem paciência.

— Exatamente. — Ele aponta. — Mas digamos agora que a cabeça é... a sala de comando. — JJ fala.

Os adolescentes suspiram, impacientes com o que o loiro falava e com qual seria a sua próxima tentativa de plano mirabolante.

— Uhn, como entramos nessa sala? — Matt questiona ainda de olhos fechados, apenas querendo que o garoto falasse para que ele tivesse algum entretenimento para se distrair.

— Vamos precisar de muito poder de fogo para conseguir invadir essa sala. — Ele explicava. — Mas eu sei que nesse navio tem um arsenal de armas incríveis para caso de um ataque pirata.

— Ataque pirata... — Kiara fala rolando os olhos. — Você estava me prendendo até falar isso.

— É sério, vai funcionar. Nós pegamos tudo, e não falo só de pistolas, falo de facas e sei lá, shurikens. — O garoto dizia estranhamente animado.

— O plano de matar todos aqui do barco não vai funcionar. — Kiara garante, passando por ele e deixando dois tapas em seu ombro.

— Ótimo, perdemos ela. — O Maybank aponta.

— Sua mente fica bem mais criativa no calor. — Matt fala para o loiro.

— Com certeza. — O garoto concorda. — Mas falo sério, no arsenal deve ter fuzis, rifles de cano-duplo, dinamites...

— 'Tá bom, 'tá bom garotão. — John fala se aproximando do amigo e colocando as mãos em seus ombros. — Relaxa um pouco. Olha, não podemos resolve tudo batendo nas pessoas, tem que parar com essa eu mania.

— A gente primeiro precisa arranjar um jeito de sair, JJ. — Pope o lembra.

— Ah, mas isso é moleza. Eu dou um chute nessa porta e ela se abre rapidinho. — O loiro fala convencido.

— Tem perna de aço agora para abrir essa porta com um chute? — Matt questiona irônico e com certa impaciência.

Os três garotos o encaram, surpresos pela fala do garoto que costumava ser mais calma.

— Foi mal, eu tô com calor. — O garoto se desculpa envergonhado com os olhares e se escorando cansado nas cargas enquanto se abanava com as mãos. 

Os quatro voltam a discutir contra a ideia de JJ de matar todos que estavam no barco, mas são interrompidos quando escutam a voz da Carrera do outro lado do contêiner.

— Pessoal! — Ela os chama.

— Ela teve alguma ideia. — John fala e acena com a cabeça para que eles fosse até o encontro da morena.

— O quê que ela quer? — Pope questionava.

Eles se aproximam da garota e vêem que ela havia empilhado alguns barris em cima de uma caixa e olhava para uma abertura um pouco acima deles.

A garota sorria convencida quando os meninos pareciam perceber a intenção que ela tinha.

— A gente passa por ali, não passa? — Ela questiona mesmo já sabendo a resposta.

— Passamos. — O Booker confirma.

— Mandou bem. — Matt fala para a Carrera.

— Sabia que o canivete suíço iría ajudar. — JJ fala levantando o objeto cortante em suas mãos.

Ele sobe no barril e se aproxima das grades que serviam como uma entrada de ar e começa a desparafusar, para que assim pudessem sair sem serem notados.

O loiro ía retirando os parafusos e entregando para Pope, que ia os guardando no bolso.

— Bom, quando sairmos daqui vamos até o arsenal e pegamos as armas que precisarmos. — JJ explicava seu plano. — Depois voltamos e planejamos nosso próximo passo. O arsenal fica no terceiro andar, na polpa perto da lavanderia.

O Maybank termina de tirar todos os pequenos objetos que prendiam aquelas grades e começa a retira-la.

— Espera aí, JJ. — O Heyward o interrompe. — Acho que não devíamos ir todos juntos. É arriscado.

— O quê? — Ele questiona confuso.

— Eu vou ser bem sincero. — John se intromete. — Acho que você tem que ficar aqui.

— O quê?! — Dessa vez ele se exalta mais.

— É cara, eu tenho que procurar a Sarah e o Pope... — O Routledge começa a procurar argumentos.

— Tenho que procurar minha cruz. — O garoto negro afirma.

— Isso, temos que pegar elas, não é? — JJ concorda, ainda sem entender. — E eu preciso procurar a Elle por aí.

— Acho que eu e Matt podemos fazer isso. — Kiara entra na conversa, fazendo o garoto levantar a cabeça por ser colocado no meio do assunto.

— Por que vocês dois? — Ele continua a perguntar.

— Porque eu sou a melhor amiga dela e o Matt conviveu com aquela mulher, então deve saber onde ela pode ter colocado a Elle. — Ela explica.

— Eu sou o melhor amigo dela e também sei de algumas coisas que podem ajudar. — Se defende.

— Mas o Matt viveu com ela, JJ. Ele, melhor do que todos aqui, a conhece mais. — A Carrera fala.

— Você nem sabe se ele quer ir. — JJ aponta.

— Sinceramente, eu faço qualquer coisa pra sair desse inferno de calor. — Matt fala passando a mão no rosto para limpar o suor.

— Ah, qual é, era para você ficar do meu lado. — JJ reclama com o garoto, que levanta as mãos em rendição.

— Olha JJ, se você sair tem, tipo, uns cem porcento de probabilidade de você fazer alguma coisa idiota. — O Routledge fala com o máximo de sinceridade possível.

— Ok, primeiro o termo técnico não é "idiota" e sim ousado. — Ele se defende balançando o canivete. — E segundo, eu posso me controle muito bem.

— Você queria matar todos do barco. — Pope contrapõe, fazendo o loiro revirar os olhos.

John começa a puxar o garoto pela mão para que ele dece-se de cima dos barris:
— Olha cara, se algo acontecer com a gente quando estivermos lá fora, vamos precisar de alguém para resolver. — John agora tentava minimizar suas palavras para conhecê-lo. — Aí você entra em ação com seu canivete.

— Beleza, beleza, eu entendi. — O loiro falava frustrado e se soltava do amigo. — Fui colocado no banco de reserva.

— Eu nunca disse isso. — John B se defende.

— Não, tudo bem. — Ele falava irônico. — Eu entendo, 'tá de boa. — O Maybank colocava um tom exagerado e proposital de melancolia, tentando parecer dramático.

— Olha JJ, fica. — Pope fala colocando a mão nos ombros dele. — Segura sua onda aqui e quem sabe a Elle não consegue vir pra cá. Precisamos de alguém aqui para receber ela.

— Vão lá jogar. — Ele continuava falando dramaticamente. — Eu fico aqui no banco de reserva. Entediado e sozinho. 

Os quatro adolescentes começam a se preparar para sair de dentro do contêiner, ignorando a dramatização do amigo e organizando entre si para onde cada um iría após saírem do contêiner.

Após concordarem, John e Pope são os primeiro a saírem, com o Routledge quase caindo de cara no chão durante o processo, pois o Heyward não segurou suas pernas como ele havia pedido.

Kiara e Matt saem logo depois dos dois garotos e se afastam, indo em direção ao outro lado do barco para procurarem algum sinal da figura ruiva mais nova.

JJ bufava dentro do contêiner e se aproxima daquela passagem de ar para colocar as grades de volta no lugar e ninguém percebesse que havia alguém ali.

Mas as grades são empurradas quando ele tentava as colocar no lugar.

O Maybank instantaneamente solta as grades e se põe em alerta, logo pegando seu canivete em mãos e esperando que a pessoa entrasse no local para ter a vantagem maior em ataca-la.

Mas o tom de voz suave faz ele desistir da ideia do ataque.

Cheguei muito tarde? — Ele escuta aquela voz que conseguiria reconhecer de longe.

A garota ía entrando no local com um sorriso no rosto, mas para ao perceber ele apontando um canivete para ela:
— Olha, eu não vou entrar enquanto você estiver apontando isso pra mim. — Elle fala bem humorada a apontando o indicador para a arma branca.

O loiro logo deixa o objeto cortante cair no chão, ainda estando bastante surpreso por ver a garota ruiva descabelada, suja e suada parada em sua frente.

Elle entra no local, desce com a ajuda dos barris e tira a mochila de suas costas, a jogando em um lugar qualquer do contêiner e logo avançando no loiro.

JJ — ainda estando meio atônito — sente a garota pulando em cima dele, enlaçando as pernas em sua cintura e passando seus braços ao redor do pescoço do garoto, se prendendo nele.

O Maybank parece acordar de seu devaneio e passa seus braços pelas costas dela, lhe apertando contra si, afundando e escondendo seu rosto no pescoço dela, sentindo o seu cheiro de sempre — mas agora estando misturado com um cheiro doce de vinho e uma pitada de suor.

Eles se abraçavam fortemente e nenhum dos dois queria se soltar desse aperto aconchegante que faziam se sentir em casa.

— Que merda foi essa? O quê aconteceu? — O Maybank começa a questionar.

Os dois afastam seus rostos e Elle desata as pernas do tronco dele e coloca seus pés no chão, mas ainda sentia os braços fortes do garoto em suas costas.

— Me desculpa, sério. — Ela começa pedindo, mas antes que ele falasse algo, ela continua. — Foi a única maneira de eu entrar nessa balsa sem que aquela mulher descobrisse algo, que por sinal ela não passa de uma filha da puta, serio, ela é louca e 'tá por trás de tudo isso junto com aquele corno do Ward Cameron...

De repente as palavras começam a sair em uma velocidade extraordinária enquanto a garota soltava suas mãos do pescoço do loiro e as balançava no alto, gesticulando:
— Eu juro que não queria me juntar a ela, foi tudo parte de um plano idiota que eu inventei em cinco minutos de completa insanidade...

O garoto tentava processar todas as palavras dela, mas ele só conseguia se concentrava nas mãos inquietantes dela que balançavam de um lado para o outro.

JJ a interrompe dos segundos de surto, conseguindo cala-la ao segurar suas mãos e as analisar:
— Estão sangrando... — Ele fala.

Elle olha para aquela parte do corpo, somente agora percebendo que elas haviam voltado a sangrar e que estavam ardendo.

Ela faz uma pequena careta de dor, voltando a sentir o incômodo somente agora que sua adrenalina havia abaixado.

— Ah, isso... — Ela parece lembrar do que foi. — Trombei com Rafe e ele trancou eu e a Sarah numa sala. Acredita que eles têm uma adega? — A ruiva explica e logo questiona, mudando de assunto.

— Claro que teriam. — O Maybank fala rolando os olhos como se já imaginasse. — Mas não muda o assunto. Ele te machucou? Ele quem fez isso com você? Tem mais algum machucado em outro canto? Ele...

O garoto se solta dela, enquanto questionava e começa a passar os olhos por todo o corpo da mais baixa.

Ele fica analisando seus braços, rosto e leva as mãos até a barra da camisa dela, levantando em uma certa altura para checar se havia mais alguém ferimento que poderia ser recente.

— Não, ele não tocou em mim. — Ela tenta deixá-lo despreocupado, mas para e pensa durante alguns segundos, logo voltando a acrescentar. — Bom, tirando a hora que ele me agarrou e acabou apertando meus peitos com força para me levar para a adega, e a hora que ele me ameaçou jogar das escadas...

— O quê?! — JJ questiona surpreso ao escutar ela falando. — Ele apertou seus peitos?! Eu vou matar esse imbecil...

— Não não, não... me apertou com os braços para eu não escapar, não do jeito que você está pensando. Ele não fez o que pensou. — Ela tenta suavizar a expressão do rosto dele.

— Está falando a verdade? — O loiro questiona, ainda preocupado. — Sabe que pode me contar, Elle.

— Sim, eu estou. — A Aplin o responde tentando transmitir sinceridade. — Ele não pegou em mim desse jeito. 'Tá tudo bem, sério.

— Certo. — JJ acredita nas palavras, soltando um suspiro, continuando. — Mas e as suas mãos, Elle? — Ele começava a ficar nervoso a cada informação que saía da boca dela. 

— Eu estava socando a porta da adega para sair, vai que ela quebrava. — A ruiva explica dando de ombros. — E eu e Sarah acabamos com o estoque de vinho de lá. Arremessamos tudo na parede, bom a Princesa arremessou a maior parte. — Acrescenta.

— Merda... — O loiro murmura. — Mas por quê não chutou a porta? É mais fácil quebrar ela assim. Chutar bem na maçaneta...

— Ei! Olha, se você estivesse lá, não pensaria nisso, ok? — Ela coloca a mão no peito se sentindo ofendida e tentando se defender. — Em minha defesa, eu estava nervosa.

— 'Tá bom, 'tá bom. — Ele ri fraco com a garota. — Você com certeza é forte o bastante para derrubar uma porta no soco. — Ele zomba.

— Olha aqui, o próximo que eu vou socar vai ser você. — Ameaça.

O garoto ri e analisa mais as mãos dela:
— Temos que limpar isso e fazer um curativo. — O loiro diz, vendo que haviam algumas lascas de madeira lá.

Elle realmente era forte e quem sabe, com mais alguns socos, pudesse ter conseguido quebrar aquela porta com as mãos.

— Fazemos depois. — A garota nega. — Temos assuntos mais importantes agora. Como estão os outros?

A Aplin estava um tanto ansiosa com aquela pergunta, temendo que os amigos estivessem furiosos.

E Elle não julgaria caso ele realmente estivesse, pois também não pensaria coisas muito boas se de repente os vissem saindo com alguém desconhecido da casa dos Cameron's após tudo o que aconteceu.

— John está louco com tudo isso. — O Maybank revela e a puxa para um canto no chão para se sentar com ele.

— Ele ameaçou me matar? Ou me expulsar da panelinha Pogue ou me deserdar como irmã? — Elle começa a supor as coisas.

— Não, não fez nada disso. Bom, ao menos não falou que faria algo disso. — JJ à responde em tom de humor. — Talvez ele tenha pensado, mas segurou a boca.

— Então ele não deve estar com tanta raiva assim. — Ela dá de ombros, menos preocupada agora. — Porra, parece que não tem nenhum lugar fresco nessa merda de barco. — Reclama. — Um negócio desse tamanho e não tem um ar-condicionado.

— Passou algumas horas com Kooks e já está exigindo um ar-condicionado. — O Maybank provoca a garota, recebendo um tapa em resposta.

A ruiva começa a tirar o seu casaco de seu corpo e o coloca dentro de sua mochila, tentando ficar com o menos de roupa possível no momento.

— Se quiser pode tirar a blusa pra ficar com menos calor. — JJ fala sorrindo malicioso para ela.

— Só se você tirar a sua primeiro. — Elle o responde, devolvendo o mesmo sorriso.

Ambos ficam escorados nas pilhas de carga e Elle tinha as pernas por cima das pernas do garoto, esse que passeava os dedos pelo tecido que cobria a pele dela e tirava alguns fios soltos de lá.

Os dois pareciam que iriam morrer com aquele calor e a situação deles estava péssima visualmente. 

O loiro estava com o cabelo bagunçado e todo jogado para trás e, apesar de sua blusa ser sem manga o que amenizava o calor, ela ainda grudava em seu peito que subia e descia calmamente.

Já Elle, agora sem o casaco, vestia sua blusa escura — e agora um tanto úmida — e seu cabelo estava preso em um coque mal feito e amarrado com seus próprios fios vermelhos.

A ruiva sente um pequeno vento fazendo cócegas no seu pescoço, então olha para o lado e vê o garoto soprando o local, a fazendo rir e empurra de leve a cabeça dele.

— Não precisa fazer isso. — Ela fala sorrindo. — 'Tá fazendo cócegas.

— Foi mal. — Ele pede, voltando para sua posição de antes. — Então, eu estava pensando... — O loiro começa a falar com uma voz baixa. 

— Você pensa? — A garota brinca, recebendo um aperto na perna como repreensão. — Foi mal, continua.

— Depois que estivermos ricos e sairmos dessa merda de barco, eu vou comprar uma prancha nova e vou encerar e customizar ela. — Ele falava enquanto a encarava. — Depois vou fazer uma viajem de surfe. Não sei para onde eu vou, mas talvez para onde as ondas me levarem.

A ruiva solta uma risada com aquelas palavras e escuta ele continuar:
— Me diz um lugar aí. — Ele pede.

— Não sei, talvez a Espanha. — Ela sugere.

— Estão primeiro Espanha e depois vamos para a América do Sul, ou para a África do Sul! — O garoto citava ficando cada vez mais empolgado. — Melhor, vamos pra qualquer um desses lugares no Sul.

— Então esse é seu plano principal? Viver viajando o mundo em uma prancha? — A Aplin fala rindo e vê ele confirmando com a cabeça. — Cuidado para não vir uma onda gigante e te levar para dentro de um filme musical... — Zomba.

Ela escuta a gargalhada do garoto e sente ele dando mais um aperto em sua perna.

— Bom, você pode acrescentar os seus planos junto desse. — Ele volta a falar. — Surfamos juntos e... pensa só, vão ter milhares de novas paisagens para você pintar e com o ouro você terá os melhores materiais para usar.

— Isso me parece uma ótima ideia. — Elle fala imaginando, mas logo volta a encara-lo — Mas nós não íamos para Iucatã? — Ela questiona, confusa. 

— Claro que vamos. — O Maybank concorda. — Vamos ter uma casinha de bambu na praia e o seu ateliê com minha escola de surfe.

— Uma casa de bambu parece uma boa. E eu acrescento a gente ter nossa própria horta. — A garota fala.

— Tudo o quê você quiser, minha querida. — Ele levanta os braços em rendição. — Mas antes de termos nossa casa, temos que ter a lua de mel. Então aí que entra a nossa viajem de surfe. — Sorri de lado.

— Tudo bem, primeiro viajem e depois casinha de bambu... — A Aplin fala e devolve o sorriso antes de ser interrompida.

— Casinha de bambu com horta e sem qualquer roupa no corpo. — Ele acrescenta, fazendo ela gargalhar.

— 'Tá bom, viajem, casinha de bambu com horta e nenhuma roupa no corpo. — A ruiva recaptula tudo e se recompõe da mini crise de riso, voltando a lhe dar um sorriso. — Então estamos combinado.

— É, estamos combinado. — Concorda, passando a língua nos lábios.

Elle via o jeito sonhador que ele falava e como os seus olhos brilhavam com isso, admirando cada feição que lhe escapava quando as palavras saiam de sua boca.

Os cabelos bagunçados, seus braços descobertos que deixavam seus músculos a mostra, sua pele brilhando e lhe deixando com um ar mais sexy.

Olhava para seu maxilar marcado, para os lábios com pequenos cortes os detalhando junto com  seu sorriso de lado que deixava suas presas pontudas a mostra e seus olhos lhe encarando com intensidade. 

Céus, a Aplin parecia estar perdida em seus olhos azuis.

— JJ... — Ela chama o garoto que murmura para mostrar que estava a ouvindo. — Se eu disser um eu te amo agora, podemos fingir que foi apenas uma alucinação por causa do calor?

Os olhos dele parecem brilhar ao escutar aquilo e seu sorriso fica maior.

Ele olhava para a Aplin que tinha sua pele brilhante e com as bochechas coradas de vergonha, olhava para a camisa larga que ela usava, mas que marcava seu corpo por conta da temperatura.

Olhava para seus lábios os vendo entre-abertos e vermelhos e para pequenas cicatrizes que compunham o desenho perfeito de seu rosto.

A encarava mais via seu rosto detalhado de sardas que pareciam terem sido perfeitamente pintadas e seus cabelos vermelhos presos, mas alguns fios rebeldes insistindo em cair bagunçadamente abraçando o seu rosto.

Céus, o Maybank parecia se perder em seus cabelos de fogo.

— Apenas se o meu eu te amo também puder ser levado como uma alucinação por causa do calor. — Ele devolve o pedido.

Ambos estavam tão perdidos um no outro que chegava a ser impossível negar tal coisa uma hora dessas.

Os dois se encaravam com olhares intensos e se prendiam nos detalhes que viam um no outro.

Estavam ligados e vidrados em cada detalhe que possuiam, isso fazendo com que o calor não parecesse estar mais tão incômodo como estava antes.

Tudo em volta deles parecia não importar mais diante das palavras que saíram de suas bocas.

Eu... — Os dois acabam falando na mesma hora, mas nenhum dos dois consegue completar.

Não porquê não queriam.

Apenas porquê foram interrompidos por um barulho alto vindo da entrada de ar, os fazendo pular em um susto e se levantarem rapidamente de seus lugares.

Kiara passava primeiro por aquela pequena entrada, logo falando:
— Não encontramos a Elle. — Ela dizia com uma expressão cansada.

— Parece que ela tomou um chá de sumiço. — Matt falava entrando logo atrás dela.

Os dois estavam com as cabeças baixas, parecendo não notarem a presença da ruiva que estava parada em pé, em frente a eles.

— Bom, minha busca então foi bem mais produtiva. — O Maybank brinca. — Achei ela facinho.

Os dois outros adolescentes estranham aquela frase e levantam a cabeça, vendo a ruiva alí parada com um sorriso no rosto.

— Eai. — Elle levanta uma mão e acena.

— Aí meu Deus. — Matt é o primeiro a ir até a garota e lhe abraçar fortemente. — Já estava achando que tinham te jogado do barco.

— Ele realmente estava cogitando essa ideia. — A Carrera confirma e puxa o Rodrigues para trás. — Solta ela, ela é minha melhor amiga.

A morena a puxa para um abraço e acaricia os cabelos dela com uma mão e com a outra ela acaricia as costas.

— Ei, mas ela é minha irmã! — O garoto contesta cruzando os braços.

— Não exatamente. — Elle provoca o garoto, que a encara entediado, mas a ruiva logo abre os braços. — Estou brincado, tem Elle pra todo mundo.

Agora era Matt e Kiara quem abraçavam juntos a ruiva mais baixa, murmurando o quanto havia sentido saudades.

JJ observava tudo de braços cruzados, os amaldiçoados mentalmente por terem acabado com o momento que estavam tendo.

Após se separarem, Kiara questiona:
— Agora explica pra gente...

— Acho melhor a gente esperar os garotos chegarem, para eu não ter que ficar repetindo. — Elle fala. — Mas eu te garanto, eu não 'tô do lado dos Cameron's, Kie.

— Eu sei disso, gatinha. — A Carrera fala a abraçando de lado.

Não se passa nem cinco minutos após os dois adolescentes chegarem, que eles já escutam barulhos vindo do outro lado do contêiner.

Os quatro logo se mantem em alerta e Matt é quem vai para perto da entrada de ar, a retirando enquanto via o Heyward parado do outro lado.

Elle estava se sentindo meio apreensiva ao perceber que John estava entrando e que teria que encara-lo em alguns segundos.

O Maybank parece notar esse receio vindo por parte da ruiva, então leva sua mão disfarçadamente até as costas de por baixo de sua blusa e alisa delicadamente o local, tentando passar algum conforto naquele momento.

— Achei que o Rafe havia achado vocês. — Kiara falava para Pope enquanto ele entrava no local.

— Não, estava tudo até que tranquilo. — Ele a responde, não notando a presença da ruiva.

John é o próximo à começar a entrar, e JJ sente a garota dando uma pequena estremecida com isso.

O loiro então abaixa um pouco a cabeça na altura dos ouvidos dela, sussurrando:
— Vai ficar tudo bem. — Ele diz. — Ele vai ficar de boa.

O Routledge entra no contêiner desengonçadamente e olhava para Kiara que estava se aproximando da entrada de ar.

— Fecha isso. — Ela fala para Matt, mas o Booker segura as mãos do garoto para impedir. — O que foi, John? Tem que fechar.

— Não, espera mais um pouco. — O garoto pede. — Tenho uma surpresa para vocês.

Kiara e os outros estavam com uma expressão confusa, e essa expressão fica mais evidente quando ainda quando uma garota entra no contêiner.

Uma garota de pele escura e olhos castanhos, usando um chapéu cinza e uma blusa da mesma com detalhes em linhas horizontais vermelhas e vestindo calças escutas e botas.

— Aí meu Deus, eu não acredito nisso John B. — Ela falava animadamente, vendo o grupo reunido.

Elle franze o cenho ao ver a garota em sua frente:
— Cléo? — Ela questiona alto, fazendo os que chegaram a poucos segundos percebessem sua presença.

— Elle? — A menina novata fala junto com os outros dois garotos, mas ela é a única que continua sua frase. — Você faz parte disso tudo?

— Surpresa? — Elle fala incerta, mas tentando manter um tom animado na voz ao levantar as mãos e as balança-las no ar.

Ela estava preocupada diante dos olhares que seus dois amigos que chegaram por último tinham para ela, e essa preocupação é elevada no momento em que vê o Heyward e o Routledge andando rapidamente em sua direção.

"Ótimo, eu vou apanhar." É a primeira coisa que passa em sua cabeça, mesmo sabendo que eles não teriam coragem de bater nela, pois ela faria questão de acabar com eles caso acontecesse.

Mas a ruiva se surpreende ao sentir os braços dos dois lhe rodeando em um abraço firme.

— Uhn... uau. — É a única coisa que ela fala, sendo pega de surpresa. — Eu realmente não esperava por isso, esperava no mínimo um xingamento.

— Sabia que não ficaria do lado deles. — O Heyward fala para a garota e se afasta sorrindo para ela.

John ainda fica alguns segundos no abraço e Elle aproveitava esse momento. Aos poucos o Booker se afasta devagar, olhando nos olhos da mais baixa.

— Não vai me xingar? — Elle questiona.

— Tinha que fazer isso primeiro. — O garoto a responde. — E eu talvez já tinha feito isso na minha mente...

— Me desculpa John... — A ruiva ía começar a falar, mas é interrompida.

— A gente conversa mais tarde. Agora não vai dar tempo, temos coisas mais importantes. — John fala, agora se afastando completamente e olhando para os outros.

Os Pogues — e Cleo — encaravam aquela situação, também estando surpresos com a reação do Routledge.

— Certo, eu não sei o que está rolando aqui. — A voz da nova pessoa no contêiner fala, atraindo os olhares de todos. — Podem ir começando.

— Eu também não entendi nada. — Kiara de pronuncia. — Por que você sempre trás mais alguém pras coisas, John B?

— Eu falei que tinha uma surpresa. — O Booker explicava.

— Quem é ela?! Quem é ela John B?! — A Carrera se exaltava.

John segura os ombros da morena, olhando em seus olhos:
— Se acalma Kiara, relaxa e me deixa falar. — Ele pede e percebe a amiga o escutando. — Lembra da garota das Bahamas que salvou eu e a Sarah? — Questiona.

— Sim... — Ela responde tentando lembrar. — A Cleo, não era?

— Essa mesma. — O Booker aponta para a novata do local, que estava de braços cruzados. — Bom, aí está. Ela vai nos ajudar, não é?

— Na próxima vez me pergunte. — A garota fala firme.

— Espera aí? Essa é a Cléo? Sua Cléo?— Elle é quem fala dessa vez. — Caramba, o mundo é realmente um ovo.

— Como se conhecem? — JJ questiona apontando para a ruiva e a garota de chapéu.

— Essa garota estava tentando sair de uma das cabines do barco pela janela. — Cleo explicava. — Achei que ela estava com a família que alugou esse barco.

— Longa história, sabe. — A Aplin dá de ombros.

— Ela é bem desastrada. — A morena fala.

— E você é muito bonita. — Elle responde a mesmo coisa que responde quando se encontraram na primeira vez.

O loiro ao lado de Elle lhe encara confuso, fazendo ela sussurrar pra ele:
— Qual é, olha para ela.

— Você tem um ponto... — O Maybank concorda baixinho.

— Eu quero ela. — A garota provoca.

— Eu também. — JJ responde.

Os dois se encaram sorrindo com zoação e batem os quadris, brincando um com o outro.

  O plano era inconsistente.

Ou melhor, o plano nem sequer existia e já começou errado.

Eram apenas um bando de adolescentes jogando ideias aleatórias para escaparem de um barco que estava no meio do mar e cheio de pessoas que poderiam mata-los em um piscar de olhos.

Mas para pessoas que tinham noção desses problemas, eles estavam até bem animado e otimista.

Bom, alguns estavam.

— Eu não acredito que vocês não pegaram nenhuma arma. — JJ falava inconformado com John e Pope.

— Olha, eu tentei. Eu tentei pegar, beleza? — John o respondia. — Mas não deu certo.

— É por isso que eu deveria ter ido. — JJ alfineta o garoto.

E apenas com aquela frase, as vozes dos adolescentes começam a ser faladas uma por cima das outras, enquanto Elle estava de pé e tinha os braços cruzados ao lado do Maybank, apenas os escutando.

— Esperem aí, deixa eu ver se entendi. — Cleo interrompe a discussão que se formava. — Vocês cinco, desarmados, acharam que iriam sequestrar todos desse navio a vapor sozinhos?! — Questionava incrédula.

— Eu não fazia parte disso. — Elle se pronuncia levantando a mão.

— Isso é bom, você provavelmente ficaria presa em algum canto. — A morena provoca, fazendo a ruiva murmurar um "ai" se fingindo ofendida. — Olha, vocês têm noção de quem são esses caras?

— Não, e não estou muito afim de conhecer. — Matt murmura em seu canto.

— Se o Eberhini pegar um de vocês, estão mortos. — Cleo falava com seriedade. — Ele vai começar revelando todos os dedos de vocês.

— Claro, alguém com esse nome deve ser bem amargurado mesmo. — Elle zomba, escutando uma risada de JJ sendo segurada.

— E se nós esperarmos até chegar ao porto? — Kiara sugere. — Caso algo dê errado, temos para onde correr.

— Não. — Pope logo nega a ideia. — A gente não pode fazer isso, pois eu já fiz o cálculo um milhão de vezes. A nossa melhor chance é no navio.

— Esse cálculos nunca são certo. — Matt murmura mais uma vez, passando a mão no rosto.

— Estou falando sério. — Pope afirma. — A equipe são entre quinze pessoas, nós somos sete. São três pessoas para um.

— Exatamente! — Kiara aponta.

— Se nos descobrirem no porto, vamos ficar encurralados. — O Heyward explicava.

— E se nos encurralarem aqui nesse barco, nós morremos. — O Rodrigues contrapõe.

— Nós não temos nenhuma chance. — A morena concordava.

Elle achava tudo aquilo muito absurdo, mas faria qualquer coisa que sugerissem, apenas queria sair de lá e enfrentar de uma vez a mulher.

— Tem algo que vocês ainda não sabem. — John B fala encarando os amigos. — O Ward está nesse barco. Ele está vivo.

— O quê?! — Kiara falta gritar.

— Só pode estar de sacanagem. — JJ rola os olhos.

— Não está falando sério. — Pope nega.

— Ele explodiu, cara. — Matt relembra.

— Tudo isso foi uma armação. — John explicava para eles. — A explosão no barco, a confissão que ele fez para o Shoupe... pense um pouco. Tudo isso foi para limpar o nome do Rafe. Ele foi pro Druthers, que é usado para quê?

— Não sei. — Matt responde com sinceridade.

— Mergulho. — A Carrera junta as peças.

Bingo. — O Routledge ironiza.

— Nossa, que filho da puta! — Elle passava as mãos pelos cabelos.

A ruiva se sentia idiota por ter sentindo pena do homem durante alguns minutos, e agora estava guardando cada vez mais coisas contra o Cameron.

— Ward vivo. — JJ fala com um sorriso, mas com a voz recheada de desgosto. — Então ele está com o ouro, com a cruz e com a Sarah.

— Valeu por lembrar disso. — A Carrera murmura para ele 

— Então vamos deixar ele se livrar mais uma vez? — O loiro questiona. — Isso não vai rolar. Eu não quero ter que ver esse filme novamente. Precisamos de uma vitória. — Continua e se vira para apontar para a nova integrante. — E com ela, nós tomaremos a cabine de comando. Quem está comigo?

John é o primeiro a levantar a mão, Matt e Elle logo atrás, com a ruiva acrescentando:
— Qualquer ideia que você tiver eu 'tô dentro. 

Pope também levanta a mão, concordando com o loiro:
— E sou eu quem vou tomar a cabine de controle.

— É assim que se fala, cara. — JJ elogia.

A garota morena os encara com um olhar de deboche, os fitando de cima a baixo e soltando uma risada:
— Ele quem vai tomar a cabine? — Questiona ironicamente apontando para o Heyward. — Ele apanhou para mim!

— Sério isso? — JJ pergunta para o amigo.

— Olha, eu estava pegando leve com você. — Pope tenta explicar.

— Pegando leve? — Continua com a ironia.

— Isso não importa agora. — JJ se intromete antes que eles voltassem a brigar. — Olha se estiver do nosso lado, podemos usar a sua faca, colocá-la no pescoço do capitão e fazer ele mandar todos irem ao convés dianteiro. — Explicava. — E quando todos estiverem juntos, nós trancando eles e recuperamos o que é nosso.

— Gostei. — O Heyward afirma. — Isso pode dar certo.

O loiro volta a encarar Cléo:
— Você está com a gente?

— Não. — Ela responde firmemente. — Porque isso é burrice!

Elle coloca a mão na boca para tentar segurar uma risada, sentindo o loiro ao seu lado lhe bater fracamente com o cotovelo, fazendo ela murmurar um "desculpa" e se controlar.

A interação é interrompida após escutarem barulhos altos vindo do lado de fora de onde eles estavam, fazendo eles ficarem em alertas.

Podiam ouvir alguns murmurios, logo percebendo o que os tripulantes estavam fazendo.

— Estão revistando os containers. — A Carrera avisa.

Cleo rapidamente sobe em cima dos barris e começa a tirar as grades de proteção para sair do local.

— Espera aí, 'tá fazendo o quê? — Kiara questionava, recebendo um sinal dela para que ficasse em silêncio.

— Deixa ela ir. — Matt fala para a morena, já entendo o que ela iría fazer.

Eles veem a garota saindo de dentro do contêiner e escutam os passos dela se afastando.

Todos permanecem em silêncio, encarando os rostos um do outro com uma tensão e medo em acabar sendo descobertos.

Os passos voltam e eles vêem o rosto da morena com um sorriso e sua mão fazendo um "ok."

— Ela está do nosso lado. — Matt fala para os outros sorrindo. — Acho que agora é sua vez Pope.

Eles encaram o Heyward, que acena com a cabeça em concordância.

Os peitos dos adolescentes subiam e desciam com o suor escorrendo.

A coragem dominava as veias deles, prontos para se colocarem em ação e vingarem todas as coisas que aconteceram com cada um deles durante todo o início da jornada.

E esse seria o fim de tudo.

Eles ficariam bem.

Eles teriam a sua vingança.

Eles teriam um final feliz.

____________________________________________

● 6202 palavras;

● Finalmente o reencontro! Me digam o que acharam dele, mesmo não tendo tanto diálogo sobre isso, afinal os pobi tão procurando um jeito de sair do barco;

Também teve a cena do nosso casal lindinho, e ele dizendo/não dizendo "eu te amo" e logo em seguida os dois querendo a Cléo (algo que eu achei que combinaria bastante com o jeito deles);

● O próximo capítulo é quase certeza que será o último e depois vai ser o epílogo, estamos no fim gente;

● Espero que estejam gostando da estória e tenham gostado desse capítulo;

● Muito obrigada pela leitura, por todos os comentários e as estrelinhas. Vocês são incríveis;

● Então é isso, se cuidem e cuidem dos seus, se hidratem e durmam bem;

● Beijos e até o próximo capítulo;

:)

~Mello

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