Aprofunde na carne podre
O mesmo cemitério de canções vazias
Os mesmos sussurros escrupulosos
A mesma vastidão de culpa
Encara teu reflexo na lua
Emplora por teu amor
Alguém que te salve de si mesma
As estrelas se afastam
Brilhando a distância
Sua companhia as esgota
Você é cruel
Mente e se ilude
Tentando ser feliz e falhando
Dança neste salão
Os mesmos ensaios rasos
Está cansada
Trovejando a dor sobre seus ossos em decomposição
O frio da noite envolve o espirito e sufoca alma
Está chorando sem saber o porquê
É sempre o mesmo
Cai neste precipício tortuoso
Aproveitando a queda para se lembrar
Das tantas vezes que fora horrível
É assim que se define
O pior dos seres
Isso algum dia ira te matar
Esta corroendo e sangrando
Desfazendo na areia
Escorrendo por bueros imundos
Se misturando ao podre
Você faz isso tão bem que já não dúvida
Inferior
Empecilho
Peso morto
Não há nada que posso mudar sua exencia autodestrutiva
Porque poetas são assim
Amantes da dor
Viciados no escarlate
Admiradores do vazio
Estão sempre sofrendo pelo mesmo
Voltando ao papel
Ele nunca os salva
Suas orações não podem ser atendidas
Deus jamais os ouviria
São anjos banidos
Adormeça com esta cor azulada e fria
Ela compõe a aquarela de vazio em seu espírito
É nojento
Fere seus pequenos sonhos
Você não pode ser salva
Irá cair de novo
Espero que esteja preparada
Não há certezas de que irá voltar dessa vez
Está em suas mãos
Nas suas impulsivas e perigosas mãos
Então tente não ser boba
O universo precisa de você
Mesmo que não aceite isso.
— Saturna
M.B