Love and Rock & Roll | jjk+pjm

By galaxychildj

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Fama, sede pelo sucesso, busca incansável pela perfeição e ego são as únicas coisas que Park Jimin e Jeon Jun... More

[mixtape]. avisos, playlist e personagens
[track 00]. lights, camera, action
[track 001]. everybody wants to rule the world
[track 002]. welcome to the jungle
[track 004]. dumb

[track 003]. saturday night's alright (for fighting)

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By galaxychildj

oiiiiiii, desculpa pela hora, primeiramente. segundo, feliz carnaval!!! espero que estejam aproveitando o feriado!!!!

não tenho muito o que dizer por hoje, mas é um capítulo interessante, portanto, votem e comentem!!!

tradução do trecho: Oh, não nos dê nenhum de mau-humor
Estamos fartos da sua disciplina
Porque a noite de sábado é legal para lutar
Tenha um pouco de ação

🎸

#RaposinhaDaMata


"Oh, don't give us none of your aggravation
We had it with your discipline
Oh, Saturday night's alright for fighting
Get a little action in"

saturday night's alright(for fighting)


Jungkook não fazia mesmo ideia do que o aguardava quando saiu de casa.

Primeiro, o contrato do novo filme. Ele não fazia ideia sobre o que era o filme, mas o agente lhe disse que era uma proposta que o faria crescer internacionalmente, então, ele só concordou em ir.

O roteiro era terrível, e ele não conseguia nem esconder a expressão de descontentamento que formara em seu rosto. O papel dele era antagonista. Até aí, tudo bem, porém, o destino de seu personagem não é cômico e trágico, e sim muito chato. Ele é de uma gangue muito perigosa, alguém extremamente ofensivo, e se apaixona pela esposa do mocinho e a mulher se apaixona por ele também. No fim, ele percebe que deveria tentar ser alguém legal e termina sem a mulher, ou qualquer coisa boa na vida. Isso é muito chato. Por que os antagonistas não podiam continuar sendo antagonistas? Esse roteiro poderia ser mil vezes melhor. O mocinho poderia matar o antagonista e virar o herói, como o típico clichê que sempre funciona. Ou o antagonista poderia ficar com a mulher. Qualquer coisa que não fosse aquele final.

E ele não podia negar. Todos estavam contando com ele, então assinou o contrato a contragosto. Gostava de coisas com conteúdo, mas os empresários gostavam muito mais do dinheiro.

Era difícil de gostar de algo, mas, às vezes acontecia. Como no filme que estava completando e estrearia em algumas semanas. Um filme de ficção cheio de música, romance, ação e melancolia. Ah, ele amava aquele filme, amava o enredo e amava trabalhar com aqueles atores. Era uma pena que já estava no fim, ao mesmo tempo que, era um alívio estar terminando as filmagens de outro filme com grandes produtores e roteiristas.

Os entrevistadores o perguntavam sobre seus filmes, e sempre o perguntavam se ele tinha participação direta com a produção e os contratos. Ele sempre dizia que sim, mas era uma grande mentira, porque raramente achavam que sua opinião importava, raramente aceitavam suas sugestões em algumas cenas. E no fim, ele sempre estava certo. Os filmes normalmente eram bem avaliados pela crítica e pelo público, mas as críticas ruins se baseavam nas parte que Jungkook tentou desenvolver.

Talvez, ele devesse tentar ser diretor. Não agora, mas em um futuro próximo. Quando suas opiniões não o colocassem como "estrela em ataque".

E então, no presente, havia Park Jimin entrando pela porta de uma das suas lojas favoritas, olhando-o fixamente e demonstrando que o reconheceu.

— Pensei que vocês não se conhecessem. — disse um fã, chamando a atenção de Jungkook.

— O quê? — indagou, tentando se fingir de sonso. — De quem está falando?

— Park Jimin, oras. Bem ali. — ele apontou e imediatamente, metade das pessoas que o circulavam correram para perto de Jimin, berrando por autógrafos. A humilhação só piorava.

— Os rumores estavam certos... — uma garota falou e o garoto ao lado concordou. Tanto Jimin quanto Jungkook ouviram e arregalaram os olhos.

Jimin pensou em virar as costas e ir embora, Jungkook também pensou em fazer o mesmo, mas ambos desistiram quando a vendedora chegou com a jaqueta.

— Ah, Jimin, seja bem vindo. — disse ela, quando percebeu a presença do cantor. — Eu pensei que você estava sem tempo.

— Acabei descolando um pouco. — respondeu Jimin, com os olhos fixos e cerrados em Jungkook. — Na última semana, a jaqueta não estava em estoque. Fico feliz que agora esteja.

A vendedora sorriu sem graça e olhou uma vez para Jimin, e outra para Jungkook. Ela levou as mãos à nuca e cochichou:

— Ela é exclusiva e só tem uma no país inteiro. É a única do estoque, por isso que não estava na semana passada...

Jimin fechou os olhos com força. Ele sabia daquilo e até comentou com os membros da banda. Como ele pôde esquecer tão rápido?

— Obrigado por segurar ela para mim. — Jimin se aproximou e pegou a jaqueta das mãos da vendedora, mas quando tentou puxar para si, percebeu que Jeon Jungkook também estava a segurando.

Jungkook semicerrou os olhos para Jimin, e a vendedora saiu de perto. O que quer que fosse acontecer ali, não seria nada bom.

— Essa jaqueta é minha. Você poderia soltar, por favor? — disse Jimin, tentando soar simpático. Mas forçar simpatia não era o seu forte.

— Não é sua, eu a vi primeiro e eu vou pagar primeiro. — já Jungkook, sequer tentou esconder o tom de escárnio. Ele era ator, poderia facilmente fazê-lo, mas quando lembrou que foi chamado de subcelebridade por um mísero cantor de rock... ah, foi demais para ele. — Nem tenta.

E então, Jungkook puxou a jaqueta e Jimin nem percebeu enquanto ela escorregava rapidamente de suas mãos, deixando-o de mãos abanando, o que só o enfureceu. O cantor respirou fundo e mordeu os lábios, se segurando para não soltar um grito com tantas pessoas em volta.

— Olha — Jimin pigarreou — Essa jaqueta é minha, eu vim comprá-la e eu preciso dela agora. Você pode comprar pela internet.

— Você é Park Jimin, não é? O cantor de rock ou sei lá o que você faz.

Jimin estranhou a pergunta, mas assentiu, cruzando os braços.

— Então, imagino que seja comum ter o seu ego amaciado por qualquer pessoa à sua volta, mas isso não vai rolar aqui.

— Jeon Jungkook, o grande ator... — Jimin riu com desdém. — Não tenho certeza se percebeu, mas não há um espelho aqui e eu não sou o seu reflexo. Só me dê logo a jaqueta.

— Já disse que não.

— Vai te matar comprar na internet? — indagou Jimin.

— Por que você não compra, se está tão incomodado assim? — revidou Jungkook.

Jimin sugou todo o ar que pôde para dentro. Seu coração estava começando a ficar descompensado e seu rosto, quente. E aquele sentimento era qualquer coisa exceto simpatia e amor.

Ele poderia dizer a verdade: porque não quero, mas em vez disso, ele disse:

— Preciso dela para um show.

— Não é problema meu. — disse Jungkook, em tom de desgosto.

Jimin respirou fundo novamente e enquanto via o ator, tentou imaginar coisas aleatórias, como Hoseok batendo o dente no microfone, ou Seokjin ficando preso dentro do banheiro entupido de um bar barato, mas nada conseguia o distrair. Seu rosto estava cada vez mais quente e seu coração batia cada vez mais rápido, então, o que aconteceu em seguida não foi o seu melhor momento.

— Eu já estou de saco cheio, seu ator de merda. — disse ele e então, se jogou em cima de Jungkook, mas não esperava que este fosse desviar e o fizesse cair em cima de um monte de roupas, as bagunçando e derrubando várias no chão.

— Uma vez um fracasso, sempre um fracasso. — Jungkook sussurrou. Enquanto isso, Jimin se recuperou e pulou em cima da jaqueta, dessa vez, a pegando.

— O que disse, grande ator? — debochou Jimin.

Jungkook arregalou os olhos levemente, mas logo disfarçou com um sorriso de canto.

— Vai se ferrar, galopeira. — cuspiu, pulando em cima de Jimin com tanta força e precisão que fez o cantor tropeçar em uma das roupas, mas não o fez largar a jaqueta, o que levou os dois ao chão.

Jungkook caiu ao lado dele e continuou tentando pegar a jaqueta, deitado no chão, enquanto Jimin a protegia como se ela valesse a sua vida.

— Vai se foder você e essa atuação de merda. — Jimin gritou, batendo nas mãos do ator sempre que ele chegava perto.

— Eu vi primeiro, me dê logo!

— Eu estou procurando essa jaqueta há meses!

— Sim, mas não é meu problema.

— Você é tão... — Jimin semicerrou os olhos e soltou um pouco a jaqueta. Jungkook reparou e a puxou, pegando-a e se levantando. O cantor se levantou, porém, não se jogou no ator novamente, só ficou parado no lugar enquanto recuperava o fôlego.

Eles estavam tão focados em si mesmos que não repararam que a vendedora já tinha se escondido e fechado todas as portas e cortinas, tirando todas as pessoas lá de dentro porque, aparentemente, a mídia também estava entrando. Não sabiam se alguém ligou para ela e a pediu para fazer aquilo, mas ela merecia um salário exorbitante.

— Sabe, Jeon Jungkook — Jimin começou — Você é ainda mais podre do que eu pensei.

Jungkook gargalhou alto e jogou a jaqueta na mesa ao lado dele.

— Por que? Só porque eu peguei a jaqueta? Ou porque você me atacou publicamente e pensou que eu ficaria quieto? Vá se ferrar, nós nem mesmo nos conhecemos!

— Você tem razão, não nos conhecemos e você que interpretou errado o que eu disse, então você que deu início a toda essa confusão. E essa jaqueta é minha! — exclamou Jimin, aproveitando o momento de distração de Jungkook e pegando a jaqueta, a abraçando. — Você já tem uma parecida, não precisa de outra.

Assim que ele terminou de falar, se arrependeu. Jungkook estava o encarando com prazer nos olhos, como se fosse uma criança achando uma bolinha de gude pela casa.

— Então além de péssimo cantor, também é stalker. — Jungkook debochou. — Você me surpreende a cada minuto.

— Ah, não podemos agradar a todos, né? — Jimin imitou o tom, tentando não ser pego pela raiva — Minha banda e minha voz agradam muito as críticas, diferentemente de você, que está provavelmente lotado de críticas negativas com essa atuação de merda.

Jungkook mordeu a bochecha. Eu estou parecendo uma criança, ele pensou, tentando engolir todas as ofensas infantis que ameaçavam sair. Por fim, cruzou os braços e disse:

— Você nunca me viu atuar.

— E você nunca me viu cantar, então cale a merda da boca.

— Eu digo o mesmo para você.

Os dois cruzaram os braços e cerraram os olhos um para o outro, como crianças que ficaram de castigo após um puxar o cabelo do outro no recreio. E o verdadeiro castigo estava por vir.

O celular de ambos tocou ao mesmo tempo. Estranhamente, com o mesmo modelo de mensagem.

| Precisamos conversar, venha neste endereço:

Jimin franziu o cenho porque não era o escritório de sua gerente, já Jungkook, franziu o cenho porque era o escritório de sua empresa.

— Gostaria de continuar com essa brincadeira infantil, porém receio que terei que me retirar. — disse Jungkook, tentando puxar a jaqueta dos braços de Jimin, falhando. — E a jaqueta vem comigo.

— Ah, mas nem fodendo.

— Você vai morrer se xingar menos?

— Sim. — Jimin deu de ombros.

— Não sei se deveria me surpreender.

— Não, não deveria. — Jimin sorriu cínico e abraçou a jaqueta, pronto para pagar e ir embora, isto é, até Jungkook tentar pegá-la novamente. Bufou. — Cara, desiste.

— Você nunca me ouviu atuar, como tem tanta certeza de que atuo mal? — insistiu.

Jimin revirou os olhos.

— E você nunca me ouviu cantar, já falamos sobre isso e eu pretendo ir embora.

Jungkook mordeu a bochecha e analisou o cantor de cima a baixo, sentindo que uma ideia incrível brotou em sua mente.

— Tenho uma proposta, Park Jimin.

— Não quero ouvir. — Jimin deu um passo para frente e quase não sentiu quando a jaqueta fora puxada de suas mãos novamente. Ele bufou e se virou para Jungkook. — Eu consegui a jaqueta, então ela é minha.

— É uma aposta. — continuou. — Quem ganhar, fica com a jaqueta.

Jimin arqueou uma sobrancelha. Jungkook sorriu de canto, feliz por conquistar a atenção do cantor com algo tão pequeno.

— Prossiga. — disse Jimin, balançando a cabeça e tirando os fios bagunçados do olho. O cabelo de Jungkook também não estava nada apresentável, comparado ao quão organizado estava... se ambos saíssem daquele jeito, a mídia não entenderia bem. — E arruma esse cabelo.

— Você nunca me viu atuar e eu não te vi cantar, certo? — indagou Jungkook, aceitando o conselho e passando os dedos pelos fios, jogando-os para trás.

— Já repetiu isso duas vezes. — Jimin revirou os olhos. — Que coisa irritante, só vá logo ao ponto.

Jungkook respirou fundo e contou até cinco mentalmente. Irritante é a porra da sua voz, ele pensou, enquanto se imaginou pegando a jaqueta e correndo para fora da loja.

— Vá à estreia do meu filme e eu assisto algo seu. — ele completou, por fim. — Shows, bares... que seja.

— Ainda não entendi a proposta. — disse Jimin, cruzando os braços na altura do peito. — E eu não canto em bares.

Não mais.

— Se você mudar de ideia sobre a minha atuação, eu fico com a jaqueta. — Jungkook deu de ombros. — E vice-versa. É bem simples.

Jimin assentiu com a cabeça e olhou para o teto por um momento, depois mudou o olhar para o ator e semicerrou os olhos, analisando-o dos pés à cabeça.

— Você parece ser bastante orgulhoso.

— Não sou. — mentiu Jungkook, porque na verdade, ele era a pessoa mais orgulhosa do planeta quando menos poderia ser.

— Não acredito em você. — disse Jimin. — Então, se eu desconfiar que só não quer admitir, você deve pagar dois milhões de wons para mim. A regra vale tanto para mim quanto para você.

— É melhor um milhão, não? — perguntou Jungkook, mas pelo tom de escárnio, Jimin percebeu que nada de bom viria em seguida. — Não quero acabar com todas as suas economias.

— Três milhões. — afirmou Jimin. Jungkook arregalou os olhos. — Ou está com medo?

— Não tenho motivos para ter medo. É mais fácil você ter.

— Então, negócio fechado. — disse Jimin, com um sorriso ladino, ignorando todas as ofensas proferidas por Jungkook, esticando a mão.

O ator olhou e fez uma careta.

— Não vou apertar a sua mão, não sei onde você colocou ela.

— Foi na sua bunda. — debochou Jimin, sorrindo. Jungkook bufou, revirou os olhos, mas apertou a mão do rapaz. — Vou fazer você se arrepender.

— Estou ansioso por isso.

Jimin mordeu a bochecha e com a jaqueta nas mãos, procurou a vendedora — que estava escondida atrás de alguns armários — e reservou a jaqueta. Jungkook pensou que ele ia descumprir a aposta e fora atrás, apreensivo, mas ao ver a situação, apenas bufou e saiu da loja.

Imediatamente, dezenas de flashes apontaram para ele, junto de várias perguntas sem sentido. Em seguida, Jimin saiu e os gritos só se intensificaram. Ambos esqueceram que fizeram aquela bagunça em um lugar público.

Jungkook sentiu que seus pés haviam sido grudados no chão, sua garganta estava seca e tudo o que ele fazia, era engolir em seco. Era muita polêmica por uma semana, sentiu que poderia entrar em pânico.

E iria mesmo, mas Jimin o puxou de volta, mesmo sem saber.

— Eu entro em contato, nem tente fugir. — o rapaz de fios escuros sussurrou quase grudado ao ouvido do ator e tão rápido quanto chegou, ele se foi. Alguns paparazzis foram atrás dele, mas ele só subiu na moto e ignorou todo mundo. Era de se invejar.

Jungkook chacoalhou a cabeça, voltando a si e correu para o carro, tentando fazer o mesmo que Jimin. Porém, havia muito mais repórteres com ele do que com o Park... era sufocante demais. Então, antes de dar partida no carro, colocou o cinto de segurança e ligou uma música extremamente alta.

Os repórteres continuavam tentando falar mais alto que a música, então ele só deu partida e pisou o pé no acelerador. Assim que olhou no retrovisor, viu que Jimin vinha atrás. Deu de ombros, pensando que ele provavelmente viraria na próxima rua.

O problema é que não virou. Eles continuaram um atrás do outro por minutos, às vezes Jimin passava na frente, e às vezes Jungkook também. Definitivamente, era estranho, então, quando pararam em um sinal vermelho, o vocalista freou ao lado do carro do ator e fez um gesto com a mão, pedindo-lhe para abaixar o vidro.

— Está me seguindo?! — gritou Jimin, enquanto Jungkook decidia se ficava com o vidro todo aberto ou apenas pela metade.

— Você não é o centro do mundo, grande cantor. — respondeu. — Acho que é o contrário. Você que está me seguindo.

— Nem nos seus maiores sonhos, esquenta bancos.

Jungkook estava se preparando para revidar quando o sinal abriu e Jimin pisou o pé no acelerador. Bufou, engolindo a resposta, e seguiu o caminho.

Park estava na frente novamente, o que o irritou e o fez prestar atenção no trajeto do caminho. Quando percebeu que estavam indo para o mesmo lugar, quis se jogar do carro em movimento. Jimin já tinha percebido aquilo? Ou ainda estava com aquela ideia absurda na mente?

Aparentemente, ainda estava com a ideia de perseguição na mente. Toda hora ficava olhando de soslaio, vendo o ator seguindo pelo mesmo trajeto. Estava irritado e já estava cogitando processá-lo por perseguição, quando estacionou na frente da empresa e desceu da moto, vendo Jungkook estacionando logo ao lado.

Arregalou os olhos e se beliscou algumas vezes para ter certeza de que não estava tendo um pesadelo, se os dois estavam lá... coisa boa não podia ser.

— O que está fazendo aqui? — perguntou, ríspido.

Jungkook gargalhou alto.

— Estou na minha empresa. E você? O que está fazendo aqui?

Jimin congelou no lugar, sentindo que todo o ferro de seu corpo estava sendo sugado para fora.

— Nem fodendo.

Jungkook não respondeu nada, apenas deu de ombros e entrou na empresa. Jimin analisou a situação. Poderia fugir? Provavelmente seria uma péssima ideia. Poderia demitir a manager? Sim, mas os integrantes a contrataram por um motivo. Ele não podia fazer nada, então apenas suspirou e entrou na empresa.

O elevador estava em sua reta e o ator já estava dentro dele, acenando com uma expressão de escárnio no rosto quando a porta começou a fechar. Jimin soltou o ar pelo nariz, incrédulo de como a cada passo de Jungkook, menos ele se arrependia das ofensas. Outra mensagem chegou.

manager

| Cadê você??

Ele não respondeu, apenas entrou no elevador quando o mesmo chegou e apertou o botão do andar que fora mandado. Era o último andar de um prédio de vinte e oito andares. Quando chegou na sala, viu a manager Lee ao lado de um homem com não mais de trinta anos. Jungkook estava em frente aos dois. Ele nem parecia a mesma pessoa de minutos atrás, parecia extremamente fragilizado.

— Park Jimin, vocalista da maior banda do país. — Um homem que Jimin ainda não tinha reparado falou. Ele estava atrás de uma mesa, não parecia ter mais de sessenta anos. — Sente-se — apontou para a poltrona ao lado de Jungkook.

Jimin enrugou o nariz, mas ao ver a expressão amedrontada da manager, sentou-se sem pestanejar. Seu braço bateu no de Jungkook sem querer, mas o ator não entendeu e retribuiu com uma cotovelada.

— Vocês sabem por que estão aqui? — o homem perguntou. Nenhum dos dois ousou responder, mas enquanto Jungkook mantinha o olhar fixo no homem, Jimin estava mais interessado com as coisas escritas na placa em frente a mesa.

Song Kang-ho, CEO

Sparkles Entertainment.

Ele estava na frente do CEO da maior empresa de entretenimento da Coreia do Sul. E provavelmente estava encrencado.

A banda não tinha uma empresa como aquela não por falta de opções, mas porque eles não queriam se prender a tanta burocracia e drama. Na perspectiva de Jimin, aquela empresa era o tipo que inventava namoros falsos para fazer propaganda, e achava que o namoro de Jungkook era fruto daquela situação. Com certeza era.

— Ahn, por favor — Kang-ho apontou para o telão atrás dos artistas, já ligado. — Explique a situação.

— Claro. — Hyoseop pigarreou e se levantou, pegando o controle que estava em cima da mesa do chefe. O primeiro slide se tratava da foto que causou aquele tumulto todo, uma simples e infeliz coincidência, seguida de vários tweets. — Bom, como podem ver, essa foto viralizou nas redes sociais e vocês não foram muito racionais.

Ele nos chamou de imaturos e burros de forma passiva, pensou Jimin, tentando segurar a risada porque era totalmente verdade.

— Estávamos em reunião pensando em como consertar a bagunça, quando isso aconteceu. — O manager passou para o próximo slide, mostrando duas fotos deles na loja de roupas. Em uma, Jimin estava em cima de Jungkook, puxando a jaqueta. Em outra, eles estavam de pé com os cabelos bagunçados, ainda puxando a jaqueta.

Jimin analisou aquilo e se perguntou como a jaqueta não estava rasgada, enquanto o ator se perguntava como conseguiram aquilo, afinal, a loja estava completamente fechada e pelo ângulo, parecia que a câmera estava do lado de dentro.

— Essas fotos não foram divulgadas porque compramos dos paparazzi por um preço... — Hyoseop levou a mão à nuca — Bom, considerável. Porém, havia muitas pessoas na loja antes de tudo, então os noticiários já devem estar comentando sobre isso.

Hyoseop começou a andar de um lado para o outro. Jimin reparou que o manager era novo, bonito e alto, mas parecia estar com o cansaço de um senhor aposentado de setenta anos.

— É o que nos leva ao slide três. — disse o agente. O próximo slide não tinha fotos, apenas coisas escritas em tópicos. — Amizade por contrato.

Jimin encarou Jungkook por um momento e ao ver a expressão de surpresa dele, desatou a rir. Se aquilo poderia ser um contrato, então a teoria do namoro falso era mesmo verdadeira.

— Já vi namoro por contrato, mas amizade por contrato é novo para mim. — debochou.

— Jimin, por favor, comporte-se. — a manager Lee falou pela primeira vez desde que o vocalista chegou. — Prossiga, manager Ahn.

— Enfim. — O manager pigarreou — Acreditamos que esse contrato possa dar notoriedade aos dois.

— Como? — perguntou Jimin. — Eu entendo que queiram arrumar a imagem do ator, mas não a minha.

— O novo filme de Jeon Jungkook se trata de uma ação que começa com uma discussão ocasionada pelo ego, como a de vocês. — a manager Lee começou a falar, jogando seus fios alaranjados para trás. — E você, Jimin, vai lançar uma música com base nisso e dizer que Jungkook é um amigo de longa data que topou fazer essa bagunça para te ajudar na divulgação. É pela reputação de ambos.

— Não sei se eu gostei disso. — sussurrou Jungkook.

Jimin ouviu e soltou o ar pelo nariz.

— Quem diria, o garoto de ouro está com uma reputação ruim. — sussurrou de volta.

— Pelo menos eu tenho uma. — Jungkook rebateu.

— Já chega, vocês dois. — Sung-kyung interviu. — Jimin, você vai performar no maior estádio do país em menos de um mês, então apresente essa música lá. Você consegue, né?

Jimin congelou. Ele mal tinha começado a outra música e mesmo sendo algo genuíno de seus sentimentos, ele não estava conseguindo a escrever. Imagine essa história totalmente criada.

— Como se ele escrevesse as próprias músicas... — sussurrou Jungkook.

Jimin se virou para o ator, incrédulo.

— Diga o que quiser, eu ainda sou extremamente bem sucedido. — rebateu,voltando o olhar para a agente — Sim, eu consigo.

Porém, dentro dele, ele sabia que a resposta certa era: não, três semanas não é o suficiente para criar letra e melodia. E também sabia que esse pequeno acordo faria a sua cabeça ficar mais bagunçada que uma casa assombrada; parece tão quieto por fora mas é tão frio e barulhento por dentro.

— Vejam isso como uma alavanca na carreira de ambos. — disse Hyeosop, desligando o slide.

Jimin e Jungkook se entreolharam e fizeram caretas de nojo.

— Quão longo é o contrato? — perguntou Jungkook.

— Três meses. É o suficiente.

É bem mais que o suficiente, pensou Jimin, resistindo à vontade de revirar os olhos.

— E como vai funcionar? — perguntou Jimin. — É como em um namoro falso?

— Não mesmo. — os dois managers disseram em uníssono.

— Vocês só precisam sair algumas vezes juntos e sempre que perguntarem sobre as brigas, incluindo a de hoje, desmintam e falem sobre o trabalho de vocês. — disse Sung-kyung. — Ajam de forma profissional por três meses e depois, se não quiserem mais olhar um no rosto do outro, não olhem. Apenas cumpram o contrato, creio que possam fazer isso.

Jimin encarou Jungkook e sentiu sua bochecha ruborizar ao ver que o olhar do rapaz já estava nele. Não por vergonha, mas por ódio.

— Estão de acordo? — perguntou Hyoseop.

Jimin e Jungkook, ainda fuzilando um ao outro com os olhos, disseram em uníssono:

— Sim.

— Ótimo — a manager Lee se levantou e pegou alguns papéis de cima da mesa, levando-os aos artistas. — Assinem no fim da última folha.

Jimin franziu o cenho e começou a ler a última página. Aquele era o contrato resumido, provavelmente, porque a maioria das imposições estavam exatamente ali. Parecia até patético.

"O contratado não poderá negar qualquer coisa imposta neste contrato, nem mesmo ao fim dele. Caso ocorra, a empresa recorrerá ao processo judicial."

Então se lhe perguntarem sobre a amizade futuramente, mesmo após os três meses, ele ainda precisaria fingir ser amigo de Jungkook. E vice-versa. Aquele pedaço de papel era pior que o fogo mais ardente do inferno.

Quando olhou para o lado, o ator já estava assinando o contrato. Bufou, porque sabia que não teria escolha, afinal, aquela era uma empresa enorme, então se quisessem processá-lo, iriam pagar os melhores advogados e pegar todo o dinheiro que ele lutou por anos para ter. Portanto, só assinou logo, já pensando em como conseguiria suportar o rapaz por tanto tempo.

Enquanto isso, Jungkook estava muito mais preocupado em como a sua carreira estaria acabada se não assinasse o contrato, então não perdeu tempo. Os programas de televisão seriam subornados para não chamá-lo novamente, assim como os grandes diretores ou até os menores. Tanto na Coreia do Sul quanto no resto do mundo.

Ambos lutaram muito por seus sonhos e sabiam que poderiam perdê-los em um piscar de olhos. A fama, o dinheiro e a popularidade eram ótimos, mas em questão de segundos, tudo poderia ser perdido. Porque é assim que o mundo do entretenimento é.

Cruel.

— Se já assinaram tudo, apertem as mãos e pronto, estão livres para ir. — disse Hyoseop recolhendo os papéis.

Jungkook se levantou rapidamente e ficou na reta de Jimin, vendo-o fazer o mesmo. O cantor o encarou e ele sabia muito bem que aquele olhar estava fervendo, só não entendeu o motivo. Era ódio? Não sabia dizer. Parecia até que ele estava ansioso por aquilo.

Nenhum dos dois quis dar o primeiro passo, e aquilo incomodou o manager, que bufou de frustração mas disfarçou em seguida com uma tosse.

— Apertem as mãos. — repetiu o comando.

Jimin sorriu simpático, mas seus olhos não fizeram o mesmo. Empurrando o orgulho para o lado, ele esticou a mão. Jungkook, mesmo hesitante, forçou um sorriso e a apertou. Apertou mesmo, ao ponto do vocalista se incomodar.

— A aposta ainda está de pé? — perguntou Jimin, sussurrando.

Jungkook mordeu a bochecha. O contrato era de três meses, já a aposta não tinha duração, poderia demorar muito tempo, ao mesmo tempo que não. Mas, algo que ambos tinham em mente, era que fariam o impossível para transformar os três meses em um inferno. Isso é, se as chamas entre eles não os consumissem antes.

— Pode apostar que sim.

🎸

eu estava ANSIOSA por esse capítulo e por essa aposta, porque ela é o que realmente desencadeia o resto da fanfic e eu to realmente animada, então espero que tenha sido agradável de ler

obrigada por ler até aqui, stream no bts e até mais <3

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