Inferno

By ichygochan

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O pró-hero Dynamight recebe a missão de capturar o vilão Blood Riot que vem causando problemas para as autori... More

I - O plano
III - Caçada
IV - Armadilha
V - Proposta
VI - Plano B
VII - Ação
VIII - A Deixa
IX - Cautela
X - Satisfação
XI - Obsessão
XII - Tocaia
XVIII - Assombrado
XIV - Encurralado

II - O ato

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By ichygochan

E vamos de fogo no rabo, amores!

Durante a noite, Katsuki ponderou bastante sobre o plano. Parecia genial e estúpido ao mesmo tempo. Genial e desonesto por pegar o sujeito em um momento desprevenido. Estúpido porque o executor seria para sempre lembrado por ter pêgo o cara pelo pau.

O que conformava, era saber que muito provavelmente não partiriam para qualquer envolvimento carnal. Ainda que Katsuki não tivesse muitas reclamações se acontecesse, afinal pelas fotos o tal Blood Riot era bem gostoso e ele não seria um puritano falso ao dizer que se agradaria de experimentar do material um pouco.

"Qual é, isso é perigoso. Pode acabar se envolvendo emocionalmente" repreendeu a si mesmo pelo pensamento.

E qual seria a possibilidade? Ninguém jamais despertou em si mais do que desejo sexual. Sem dúvida seria apenas mais um na lista.

Pensou consigo mesmo enquanto cozinhava o desejum da manhã. Seus dedos habilidosos pareciam meio destreinados por causa da excitação crescente que sentia sempre que pensava no infeliz.

Foda-se, ele estava perdendo tempo discutindo consigo mesmo sobre uma remota possibilidade de se apaixonar por um vilão.

Que estúpido.

Katsuki seria profissional. Seguiria o plano se submetendo a ser a isca da armadilha e o nocautearia. Tendo alguma sorte, poderia quem sabe criar uma história menos vergonhosa do que a de estar fazendo uma dança erótica para um vilão. Sem envolvimento de qualquer tipo, a menos que fosse uma necessidade, um último recurso.

Assim que se sentou para comer, seu celular vibrou alertando sobre a chegada de uma mensagem e ele desbloqueou a tela sem o pegar na mão. O conteúdo era sobre sua entrevista para ser dançarino da boate Fenix, o que o fez corar de vergonha.

Normalmente não tinha problemas ao falar sobre sua vida sexual, ainda que não ficasse espalhando aos quatro vento, sendo sincero quanto aos próprios fetiches. A ideia de estar sendo contratado como uma puta, o deixava desconfortável por ele ser um herói.

Terminou de comer e se arrumou para a entrevista. Se precisava ser feito, ele não ia protelar.

(...)

Um plano bem elaborado certamente contava com a ajuda de infiltrados, e foi isso que ajudou Bakugou a entrar na Fenix sem que seu verdadeiro nome fosse revelado. Seria mais grato se recebesse um nome mais decente do que Hiro Toge, no entanto. Deku tinha um péssimo gosto e criatividade para nomear.

Durante a entrevista ele não usou máscara, mas usaria para as apresentações, e optou por ignorar as que lhe ofereceram por serem terrivelmente ridículas. Se ia fazer isso funcionar, seria com o mínimo de bom gosto.

Seu codinome ficou sendo Ground Zero, e ele precisou de apenas um pouco de sua performance para impressionar os contratantes, os provocando a admitir na equipe se desejassem assistir mais do que já estavam tendo.

Contratado, ele foi providenciar o restante do material.

(...)

Ao todo haviam sete palcos e mastros para apresentação, e seria eufemismo dizer que a atenção dos demais foi ofuscada pela apresentação do mais novo dançarino da boate, Ground Zero.

Sua estreia foi aclamada por todos os frequentadores. Bakugou podia não estar contente por causa do plano, mas sabia bem se entregar ao personagem e cativar a atenção da audiência. Usando uma bota de cano longo e salto alto, roupas pequenas, justas e muito reveladoras, ele deixou os infelizes enfeitiçados por seu olhar e movimentos sensuais. A elasticidade de seu corpo o ajudava a girar, subir e escorregar pelo poste de metal graciosamente enquanto interpretava a música erótica que tocava ao fundo.

Parte dele se sentiu envaidecido por ser habilidoso e perfeito em toda tarefa que propunha fazer, independente do grau de dificuldade, e ele sorriu cada minuto mais convencido e orgulhoso de provocar o frenesi de gritos, aplausos e assovios que estava recebendo, bem como o dinheiro que eles estavam jogando no palco.

Talvez ele pudesse considerar aquela alternativa financeira como sendo um bônus.

Um engraçadinho tentou passar a mão em sua coxa quando ele dançava no chão, de pernas abertas para dar ao público uma visão privilegiada, e ele rapidamente segurou sua mão, esmagando seus dedos em um golpe rápido que deixou claro sua mensagem de "não me toque, seu merda".

Ofendido, o cara tentou revidar apenas para ser parado pela mão de um outro sujeito que o pegou pela mão e empurrou para o lado. O cara era alto e forte, cabelos prateados e uma cobertura de cílios exagerada ao redor dos olhos. Um dos seguranças do local cujo nome Katsuki ainda não tinha descoberto.

Ele continuou a apresentação e dispensou todos os que tentaram uma sessão particular com ele por não estar a fim de estender aquele trabalho para mais do que deveria ser. Sem contar que alimentar a fama de ser o dançarino gostoso que não deixa ninguém o tocar seria um excelente chamariz para seu alvo.

(...)

Ele dançou durante uma semana sem que o desgraçado do Blood Riot desse as caras no lugar. Não fosse o dinheiro extra que estava conseguindo com as apresentações e a mínima e cada vez menor esperança de o encontrar em algum dos dias, Katsuki já teria esganado Deku e o xingado por ter conseguido uma pista errada que só o fez perder tempo e dignidade.

No final da semana, ele decidiu que talvez pudesse fazer algo para o incentivar. Deixou que os pretendentes a uma dança particular viessem até si para negociar. Usando de toda a sua capacidade de sedução, Bakugou os hipnotizou usando os gestos mais desinibidos e eróticos possíveis para os convencer de que realmente não seriam felizes sem ter a oportunida de receber um tratamento individual. Bastou um pouco de esperança de que pudessem enfim ter o privilégio de o ter dançando em cima de seu colo para que eles entrassem em frenesi.

Para todos, ele sussurrava a mesma frase:

- Depois de agradar o demônio, eu posso abrir exceção para você.

As respostas faciais que recebia quando eles compreendiam o significado da palavra demônio eram as mais variadas. Alguns ficaram cautelosos e fingiam não saber do que ele estava falando apesar de suas expressões de reserva ou medo indicarem o contrário. Alguns audaciosos zombavam, afirmando ser o próprio ou poder proporcionar um entretenimento melhor que ele.

Não houve um maldito infeliz que tivesse uma expressão de genuína confusão, o que indicava claramente que a pista de Deku estava correta, o tal Blood Riot realmente frequentava o lugar, só não o fazia de modo regular ou todo dia.

Restava a Bakugou ter paciência e esperar pelo dia que o desgraçado daria as caras, fosse por vontade própria ou por causa dos boatos que ele mesmo ajudou a espalhar.

(...)

Quando finalmente aconteceu, Katsuki não estava pronto. Sequer percebeu o sujeito se aproximar da pista onde se apresentava até seus olhos se encontrarem.

Parecia mais uma noite tediosa e comum. Como de costume, ele deu o seu melhor no mastro, usando uma bermuda de couro justa que delineava sua bunda lhe proporcionando um aspecto suculento. Suas poderosas coxas trabalhavam para o manter içado e firme quando precisava, o girando no ar quando ele dava um impulso suave ou mais forte. Seus giros eram sempre graciosos, e seu corpo maleável se movia facilmente quando inclinava, dedos passeando pelo corpo, atiçando o desejo de sua platéia de poder fazer o mesmo.

Ele subiu no mastro e girou, entreabrindo a boca de um modo provocativo. Desceu girando, ficou de ponta cabeça e abriu as pernas, as fechando devagar. Mais uma vez se prendeu no poste usando as coxas, inclinando a cabeça para trás e o corpo para baixo de modo a ficar pendurado pelas pernas.

Seus olhos estavam fechados por causa da performance. Quando os abriu lentamente, foi difícil conter o semblante chocado.

Bem na sua frente, vestido com uma camisa de botões vermelha que parecia prestes a se romper na costura, estava Blood Riot. E pelos infernos, o cara era ainda mais bonito ao vivo, ainda que de cabeça para baixo. Aquela foto não fazia jus a real beleza dele.

Grande, robusto e muito atraente. Olhos vermelhos de um tom escuro, sorriso atrevido e confiante, deixando a mostra parte da fileira de dentes afiados. Braços cruzados sobre o peitoral, tatuagens e mãos grandes de dedos grossos.

A mente pervertida de Katsuki o fez se imaginar sendo sufocado por aquelas mãos, apertado naqueles braços gigantes e mordido pelos dentes afiados.

Katsuki se concentrou em terminar a dança. Não podia simplesmente abandonar a barra e encerrar o show, ou acabaria estragando o plano. Tinha que se manter firme e seguir a encenação.

Durante o resto do show, ele foi observado atentamente. Os demais clientes pareciam acostumados a presença do vilão, ainda que evitassem sufocá-lo no meio do grupo de admiradores do dançarino Ground Zero. Talvez fosse por sua identidade vilanesca ou por seu tamanho intimidador, já que ele era o mais alto e largo de todos, parecendo um tanque de guerra.

O olhar dele trazia promessas arrogantes que fez a espinha de Katsuki estremecer. Sem intenção de demonstrar que estava se sentindo desestabilizado, ele devolveu o olhar na mesma intensidade, tão convencido de si mesmo quanto o vilão.

Quando a dança encerrou, ele não deu a Riot um olhar ou atenção especiais, o tratando como qualquer outro cliente da boate.

Estava aberta a temporada de caça.

Demorou pouco mais do que alguns minutos para ele aparecer na sua frente após Katsuki dispensar dois extras que desejavam um tratamento individual. Caminhando até si ostentando um sorriso carismático e atrevido, ele fez questão de fazer sua presença ser notada a cada passo.

Tudo o que Katsuki queria naquele momento era que suas pernas paressem de tremer de necessidade de montar aquele desgraçado gostoso.

A calça preta e justa que ele usava deixava suas coxas grossas muito mais definidas. Não somente as coxas, dava para ver claramente o contorno que ele guardava, o que deixava a mente pervertida de Katsuki ainda mais ansiosa.

Se ele desejava engasgar naquele pau não era da conta de ninguém.

Por que demônios o cara tinha que ser tão atraente?!

Para a sua surpresa, Riot, sem nenhuma reserva, segurou sua mão e a levou aos lábios para beijar o dorso por sobre a luva preta que ele usava para ter mais firmeza ao segurar no poste de dança, afinal o suor o faria escorregar a atrapalharia sua performance.

- Olá, gracinha. - o saudou com um sorriso aberto e ganancioso - Fiquei sabendo que queria me encontrar.

Katsuki puxou a mão, oferecendo a ele um olhar de cima abaixo, avaliando o material com aparente desinteresse. Mantinha o lábio repuxado em desdém.

- Desse tamanho e acredita em tudo o que lhe dizem?

- Se vier de alguém bonito como você, eu acredito em qualquer coisa, gracinha. - respondeu sem se abalar, e a capacidade de lábia dele o deixou pasmo. O cara realmente confiava no próprio taco.

Até ali estava caminhando bem. Tinha que se fazer de desinteressado para convencer o sujeito a fazer qualquer coisa que pedisse.

- Então vai acreditar quando eu disser que não estou disponível, nem para você nem para ninguém.

A confiança dele continuava firme.

- Isso é o que a sua boca diz. - sussurrou a última parte de um jeito rouco e sedutor que não fez bem para as pernas de Bakugou: - O seu corpo diz o contrário, no entanto.

Qualquer um já teria desistido de investir tempo e esforço após receber tanto desprezo. Blood Riot parecia ser um dos poucos que não se importava em insistir na caçada.

- Um especialista comportamental? - debochou .

Riot colocou a mão na parede onde Bakugou estava recostado, se apoiando para se aproximar. Era umas duas cabeças mais alto e abaixou a cabeça para mirar os olhos de Bakugou. A fragrância de seu perfume o deixou tonto de luxúria.

E como ele desejou ser prensado de uma vez.

- Posso ser o que você quiser. - prometeu, o tom de voz servil, carregado de lascivia - Fazer o que desejar.

O sorriso carismático de milhões. Katsuki desejou apenas ignorar o plano e aceitar a proposta descarada.

Mas ele precisava ser firme e manter o personagem ao invés de se importar com sua excitação em ebulição. Usando de todo o seu auto controle, afastou-se dele, resmungando a resposta.

- Então seja obediente e me deixe em paz, idiota.

>>><<<

Sim, amigs, ele faz a armadilha dele.

Eu teria cedido, admito.

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