One More Night

By PizzaDuarda

62.3K 3.8K 7K

Na frente das câmeras, uma amizade. Por trás delas, um amor interrompido por um contrato profissional. Caitr... More

Capítulo 1: Fúria encoberta
Capítulo 2: Eu pensei que você voltaria
Capítulo 3: Uma noite
Capítulo 4: Retorno a realidade
Capítulo 5: Prova real
Capítulo 6: Inconformado
Capítulo 7: Encarando as consequências
Capítulo 8: Escolhas
Capítulo 9: Revelações
Capítulo 10: Depois de tudo
Capítulo 11: Não faça mais isso!
Capítulo 12: Limites
Capítulo 13: Uma noite - parte II
Capítulo 14: Dia da mudança
Capítulo 15: 1° semana
Capítulo 16: Baby bump
Capítulo 17: IFH
Capítulo 18: Happy birthday Sammy!
Capítulo 19: Momentos
Capítulo 20: Loving and fighting
Capítulo 21: Pesadelos
Capítulo 22: Provocações
Capítulo 23: Efeito colateral
Capítulo 24: Cinema, jantar e...
Capítulo 25: Edimburgo - Parte I
Capítulo 26: Edimburgo - Parte II
Capítulo 27: Edimburgo - Parte III
Capítulo 28: Edimburgo - Parte IV
Capítulo 29: Reconciliação
Capítulo 30: Conexão
Capítulo 31: You broke me first
Capítulo 32: Irlanda - Parte I
Capítulo 33: Irlanda - Parte II
Capítulo 34: Irlanda - Parte III
Capítulo 35: Irlanda - Parte IV
Capítulo 36: E a verdade é contada...
Capítulo 37: It's a...
Capítulo 38: It's a... - Parte II
Capítulo 39: To build a home
Capítulo 40: inseguranças e hormônios
Capítulo 41: Tour de divulgação
Capítulo 42: Tour de divulgação - Parte II
Capítulo 43: volta pra casa
Capítulo 44: Papai tem conversa séria com bebê
Capítulo 45: That's a wrap
Capítulo 46: odeio mudanças
Capítulo 47: a volta dos que não foram
Capítulo 48: concessões
Capítulo 49: tudo desmorona
Capítulo 50: 30 semanas
Capítulo 51: Curso de pais
Capítulo 52: O outro
Capítulo 53: welcome, baby girl!
Capítulo 54: o que a madrugada guarda...
Capítulo 55: Happy Birthday, Cait
Capítulo 56: desentendimento
Capítulo 57: jogo de sedução
Capítulo 58: Surpresa
Capítulo 60: Hormônios
Capítulo 61: O começo
Capítulo 62: O parto
Capítulo 63: Depois do parto
Capítulo 64: pequenos momentos
Capítulo 65: Natal
Capítulo 66: Pai e filha
Capítulo 67: Primeiro encontro
Capítulo 68: afogar o bico do ganso
Capítulo 69: os finalmentes
Capítulo final: Happy Ending - Parte I
Capítulo final: Happy Ending - Parte II
Capítulo final: Happy Ending - Parte III

Capítulo 59: Surpresa - Parte II

431 40 48
By PizzaDuarda

Dedicado aos meus caros leitores, obrigada por continuarem aqui semana após semana! Sem vocês, eu já teria abandonado a fic mesmo amando de paixão escrever! Muito obrigada 🤍✨

______________

SAM

Fizemos uma nova caminhada da vergonha para a cozinha, mas dessa vez, estávamos de banho tomado e sem indícios de que transamos tanto na casinha quanto durante o banho. Pelo menos indícios visíveis para eles, mas eu podia ver claramente o rosto corado e brilhante de Cait, que entregava tudo o que tínhamos feito para alguém de olhos atentos a ela.

Como não existia nada que eu gostasse de olhar mais do que ela... Bom, esperava que ninguém percebesse e, se alguém percebesse, podíamos sempre alegar que era culpa da gravidez.

Quando nós chegamos ao primeiro andar, ouvimos música ecoando junto com risadas e múrmuros de volumes variados, que indicava onde estavam todos os familiares de Cait que estavam hospedados em nossa casa. Cait sorriu para mim ao ouvir aqueles sons e eu apertei sua mão com carinho, sentindo meu sorriso nascer em resposta ao dela.

— Pronto para o caos? — questionou, arqueando a sobrancelha, exatamente como havia feito quando estávamos na casa da sua família na Irlanda.

— Tenho tempo de fugir?

Vi o sorriso dela se expandir quando eu falei as mesmas palavras daquele dia.

— Tarde demais... — respondeu me puxando pela mão.

Ao entrarmos na cozinha, encontramos uma cena que eu nunca esperei. Apesar de numerosa, nunca vi a família de Cait tão calma e feliz, mas lá estavam eles... cozinhando juntos, dançando, cantando e conversando.

Uma sensação quente invadiu meu peito quando vi que o rosto de Cait se enrugou em um sorriso que tomou conta de todo o seu rosto ao avistar a sua família reunida e se divertindo dessa forma. Como se aquela cena na cozinha, lembrasse a sua infância e de todas as memórias boas daquela época.

Estendi a minha mão para ela. Um convite silencioso para que ela me acompanhasse para uma dança, que ela me aceitasse como um Balfe permanente. Ela olhou para minha mão estendida, para meu rosto e de volta para minha mão, antes de sorrir novamente e colocar sua mão na minha, apertando-a com delicadeza.

Nós entramos no meio da dança da família, recebendo cumprimentos com sorrisinhos zombeteiros de Annie e David, tapas nos ombros e provas do molho especial de dona Balfe, que insistiu que nós dois provássemos o molho antes que ela misturasse tudo na comida, entregando a colher de pau na minha mão e me fazendo servir o molho na boca da minha noiva.

— Está gostoso?

— Uma delícia! — ela lambeu os lábios e eu não resisti a roubar um selinho, sentindo o gosto do molho em seus lábios.

Ela deu um sorrisinho antes de se afastar de mim. Enquanto Cait ia para perto dos irmãos e do pai, eu lavei a colher e ofereci a minha ajuda para dona Balfe. Ela me mandou cortar algumas cebolas, porque isso por algum motivo sempre a fazia lacrimejar, enquanto ela cuidava das batatas e foi assim, entre danças e cantorias, que terminamos de preparar o jantar.

Jantamos em um silêncio agradável e depois as mulheres se retiraram para algum cômodo da casa, enquanto nós, homens, ficamos responsáveis em lavar, secar e guardar a louça. Quando acabamos, pedi para falar com Jim em particular. Havia algumas coisas que eu queria conversar com ele, mas não fazia ideia de como começar... Meus cunhados nos olharam desconfiados, mas não disseram nadam, enquanto Jim, me seguia para o lado de fora da casa sem questionar, direto para o ar noturno e o céu estrelado. O deck já estava pronto e a arquiteta havia criado um espaço aconchegante, onde podíamos nos reunir até mesmo nas noites mais frias, já que uma fogueira automática tinha sido instaurada. Jim e eu paramos lado a lado no limite do deck, onde podíamos observar todo o jardim e a paisagem além.

— Então sobre o que quer conversar? — Jim questionou, admirando o jardim da nossa casa, iluminado pela luz da lua e das estrelas.

— Eu... — Hesitei. Como falar sobre algo assim com o pai da minha noiva? Eu não tinha esse tipo de relação com ele. Na verdade, nós mal tínhamos começado a desenvolver uma relação, mas ele era a única figura paterna que eu conhecia além do meu irmão. Eu me tornaria um pai em breve, então, precisava de toda ajuda que eu podia conseguir. — Eu não sei o quanto você sabe sobre a minha relação com o meu pai.

— Quase nada. — Ele respondeu sem hesitar — Caitríona e eu conversamos sobre algo relacionado a ele... Quando eu pedi para que vocês fossem para a Irlanda no próximo ano para o dia dos avós. Eu até tentei negociar com ela, por causa do seu pai e então ela me disse que ele morreu e terminamos a conversa.

— Sim, ele morreu. — Suspirei, esfregando meu rosto. Esse assunto ainda me incomodava, mas precisava falar sobre isso. — Mas mesmo se ele estivesse vivo, eu não levaria minha filha para celebrar com ele.

— Por que não? Se eu posso perguntar...

— Porque meu pai me deixou quando eu era apenas uma criança. — Não olhei para Jim, enquanto dizia as próximas palavras: — Por algum motivo que eu desconheço, ele acordou um dia, fez sua mala e partiu. Nunca disse adeus e eu não liguei o suficiente para me importar com isso, já que mesmo quando ele estava presente, nós não éramos próximos..., mas minha mãe... — suspirei — Ela ficou destruída. Devastada. Ela não entendia o que ela tinha feito de errado, ela não sabia como superar aquilo e antes que tivesse tempo para se curar... teve que assumir todas as responsabilidades sozinha, afinal, ela ainda tinha que criar meu irmão e eu. — Respirei fundo — Eu entenderia se ele pedisse o divórcio e se mantivesse por perto. Nós éramos sangue do sangue dele. Éramos os seus filhos. E mesmo assim... Ele não pensou duas vezes em partir. Não foi homem suficiente para ficar.

Jim ficou em silêncio, me esperando terminar de contar a minha história de infância.

— Eu sofri bastante enquanto crescia... Especialmente no Dia dos Pais. Todos sabiam que meu pai estava vivo e mesmo assim, ele não ia para nenhuma das festas, nunca foi. Mas depois que ele foi embora, eu não tinha um. — Pigarreei — O que eu quero dizer é... Eu não tive uma figura de pai na minha infância, não que isso tenha feito muita diferença para mim. Minha mãe foi a melhor... Ela trabalhou duro para que meu irmão e eu, não só fôssemos bem alimentados e que soubéssemos o quanto éramos amados, mas que tivéssemos todas as oportunidades que ela pudesse nos dar para que nos tornássemos a melhor versão de nós mesmos.

— E como eu posso te ajudar?

— Eu não sei como ser um pai.

Jim riu.

— Ninguém sabe como ser um pai até se tornar um, Sam. — Ele me deu um aperto reconfortante no ombro — É uma daquelas situações de prática. Às vezes, quanto mais filhos... melhor você se torna! — seu olhar ficou perdido — Às vezes, não.

— O que eu quis dizer é que eu não sei como ser um pai, porque nunca tive um. Entende? — olhei para Jim — Meu pai esteve lá em algum momento, tenho algumas lembranças com ele, embora a maior parte esteja contaminada com memórias dele partindo..., mas... Eu... — pausei, tentando conciliar meus pensamentos confusos, tentando me explicar de maneira coerente — Eu tenho medo de não ser um bom pai para minha filha por causa disso. Entende?

— E então você decidiu recorrer a mim?

Jim parecia um pouco cético ou até mesmo surpreso com isso.

— Você é a única figura paterna que conheço... — Dei de ombros, sentindo minhas bochechas esquentarem de vergonha.

— Umpf. — Jim fez um barulho engraçado e caminhou para o sofá no deck, se sentando. Sentei ao seu lado. — Eu não sou sábio o suficiente para dar conselhos sobre paternidade.

— Você tem tipo uns mil filhos...

— E eles mal falam comigo quando não estamos no mesmo lugar.

— Mas... você esteve lá. Isso não é o suficiente?

— Estar lá, apenas literalmente falando, não é o suficiente. Eu estava lá, mas não estava. Entende? — neguei, confuso. Jim suspirou e continuou: — Eu fui um pai presente, mas eu não brincava com eles ou me ocupava em ouvir as crianças contando sobre seus dias. Claro que eu criei todo um evento esportivo para eles, mas não é como se o torneio Balfe acontecesse todo dia. — Ele suspirou — Depois disso... Tudo piorou. Eu não estava mais lá. Adolescentes são difíceis. Aprontam, brigam, arrumam confusão e deixam qualquer um de cabelo branco. Eu não sabia como estar para os meus filhos... Achava que trabalhar muito para alimentá-los e comprar tudo o que precisavam era o suficiente, mas claro que não era.

Ele olhou para dentro, onde pelas janelas de vidro, podíamos enxergar Cait com a sua mãe e irmãos jogando algum jogo de mímica.

— Ela sentiu sua falta. De todos vocês.

Jim engoliu em seco.

— Eu sei. — Ele coçou o vão entre seu olho e sua sobrancelha — Caitríona era a minha filha mais astuta e sagaz. — Ele sorriu, nostálgico — Além da que mais aprontava... Não sei dizer quantas vezes essa menina fugiu antes dos 14 anos. Quando ela disse que queria ser atriz, eu achei que ia passar. Eu esperava que passasse. Eu achava minha filha inteligente demais para essa profissão, achava que ela merecia mais. Então não a apoiei e fiz de tudo para dissuadir ela disso. Eu não fui apenas um pai ausente emocionalmente para ela, eu fui um pai mal.

— Não acho que ela veja ou pense dessa forma, Jim.

— Talvez ela não. Mas eu, sim. E eu me culpei tanto ao longo dos anos por essa relação tão distante que nos sobrou... De qualquer forma, eu não posso consertar algo que aconteceu há tanto tempo, mas posso te dar um pequeno conselho se me permite... — assenti — Certifique-se que a sua filha saiba que não importa o que, não importa como ou quantos anos ela tenha, ela pode sempre contar com você. Que ela sempre poderá voltar para casa e ter você como um lugar seguro, porque você sempre a amará e a aceitará. Seja um pai presente durante a infância dela e depois que ela crescer. Não deixe que o laço de vocês morra depois que ela se tornar maior de idade. — Jim colocou sua mão sobre meu ombro de novo — Meus filhos não sabiam disso, não sentiam isso.

Foi o discurso mais longo que já ouvi sair da boca de Jim Balfe e eu fiquei sem reação mediante a profundidade de suas palavras.

— Eu vou tentar o meu melhor. — Prometi — Eu serei o melhor pai que minha filha pode ter, porque ela merece. Eu escolhi ser o pai dela. Eu escolhi estar aqui. E eu tenho que ter certeza de que mereço esse cargo, que mereço ser o pai dela.

— Você já é, Sam.

— E eu passarei o resto da minha vida sendo.

— Droga. — Olhei por sobre meus ombros, achando os irmãos de Cait se aproximando. — Isso parece uma conversa séria.

— E você está interrompendo. — Jim disse com um sorriso em seu rosto, acho que ele gostava de ter a presença voluntária dos filhos.

— Nós trouxemos cerveja. — David disse.

— Sem álcool. — Kevin completou.

Estendi minha mão para pegar a cerveja.

— Bem-vindos!

Jim deu risada e os meus cunhados se sentaram na poltrona de frente para a nossa.

— Então... — David começou — Sobre o que estamos falando?

— Crianças.

— Umpf! — David disse, igual ao pai. — Não as tenha!

— Eu acho que é um pouco tarde demais para esse conselho. — Kevin respondeu com uma risada e bebeu a cerveja dele.

— Eu tentei. — David respondeu — Agora falando sério... — ele olhou para mim — Não tenha mais crianças do que pais. Esse conselho deveria ser seguido por todos, porque quando eles nos superam... — ele balançou a cabeça — É quando as coisas se tornam perigosas.

Jim e Kevin riram.

— Eu sou um para dizer. — Jim falou.

— Graças a Deus nós paramos em dois!

— Por enquanto.

— Nem comece. — Kevin ameaçou o irmão.

— Eu pensei que pararíamos em dois... Agora eu tenho quatro crianças e nenhuma esposa.

— Isso é triste. — Eu disse, ele deu de ombros.

— É a vida. Engula ou surte.

— Linguagem. — Jim disse.

— Desculpa, pai.

Nós bebemos cerveja em silêncio por um tempo, observando a paisagem.

— Quem tem uma filha?

Jim e David levantaram as mãos.

— Eu estarei em problemas?

— Se ela sair como a mãe... — David começou — Cara... Eu espero que você tenha um bom seguro de saúde!

Eu choraminguei um pouco.

Cait me contou algumas coisas que ela fez quando estava crescendo... E puta que pariu, eu estava aterrorizado com a possibilidade de ela ser como a mãe.

— Fodeu.

— Linguagem. — Jim disse.

— Me desculpe.

— Mas você realmente está em uma situação delicada. — Jim falou e eu quase chorei de novo — Mas pelo menos ela vai ser esperta como o inferno.

— E ela irá te ter na ponta dos seus pequenos dedinhos... — David disse.

— Ela já tem e nem nasceu ainda.

— Quando você perceber... Já vai estar participando de aulas de pintura só porque ela ama.

— Ou vai estar atrás dela em outra cidade, porque ela fugiu. — Jim disse.

— Ou estará andando vestido de fada, porque ela te pediu.

— Ou estará gastando todo o seu dinheiro em pôsteres. — Disse David.

— Ou jogos.

— A próxima coisa que você percebe é que está careca.

— Mais? — Eu perguntei e eles riram.

— Se prepare. — Kevin aconselhou, me dando um leve tapa no ombro.

— Vocês estão aterrorizando meu noivo? — Caitríona perguntou se aproximando de mim.

— Como você sabe o que nós estamos fazendo?

— Eu posso cheirar o medo dele.

Fiz careta.

— Você não pode.

Ela riu e fechou o resto da distância entre nós, se sentando em meu colo.

— Sim, eu posso. — Ela me deu um pequeno beijo — O que eles te contaram?

— Que eu tenho que colocar um GPS na nossa filha depois que ela começar a andar.

— Apenas depois de andar? — Ela provocou. — Eu estava pensando em fazer isso depois que ela nascer.

— Que ideia excelente! — eu a dei um beijo na bochecha.

— Para. — Ela riu.

— Eu vou vomitar. — David zombou.

— Para de ser invejoso.

— Eu não sou. — Fez careta.

Caitríona riu em meu pescoço e eu a segurei mais firme.

A mãe de Cait e Anne Marie apareceram logo depois, tomando seus lugares nos assentos vazios no deck. Anne ao lado de Jim com os braços entrelaçados ao dele.

— Que tal uma pequena história sobre infâncias embaixo desse lindo céu? — Jim sugeriu, como o bom contador de histórias que ele era.

— Eu vou ligar a fogueira. — Kevin ofereceu.

Bom. Cait estava muito confortável em meu colo, então eu não podia me levantar, não queria me levantar. Ficaria ali congelado plenamente antes de tirar o conforto dela e me afastar.

— Obrigada.

Ele piscou para mim como se dissesse "de nada". Cait me deu um abraço e eu coloquei minha mão em sua barriga, sentindo nossa filha chutar em resposta.

— Traidora. — Ela acusou nossa filha e eu ri.

Eu tinha certeza de que ela continuará falando isso muito depois que a nossa filha chegar e estiver em nossos braços. E se ela falasse papai primeiro... Contingências. Eu precisava treinar minha filha para dizer mamãe primeiro.

— Ela está apenas dando um pouco de amor para o velho pai dela.

— Ela tem que dar amor para a mamãe dela.

— Você é uma mulher muito ciumenta, Caitríona Balfe.

— Eu não sou.

— Voltei!

Kevin jogou dois cobertores sobre todos nós e foi acender a lareira. Quando todos estávamos confortáveis e quentes, Jim, começou a nos entreter com histórias sobre a sua infância. Cait riu bastante, escondendo seu rosto em meu pescoço quando não podia se controlar. Ela estava feliz pra caralho em apenas estar com a sua família que me deixava feliz.

Jim estava certo.

Estar lá não era o suficiente. Meu pai estava lá no começo, mas eu nunca me senti como se pudesse confiar ou depender dele. Jim esteve lá para Cait no começo, mas ela nunca recorreu a ele quando realmente precisou, porque ele nunca a fez sentir que podia. É claro que ela estava feliz agora. Ela sempre esteve feliz na companhia da família dela, mas era diferente... Jim me disse que não podia consertar os erros dele, porque não podia voltar no tempo..., mas não era exatamente isso o que eles estavam fazendo? Ele estava aqui.

Cait não esperava que eles estivessem, porque depois de tanto tempo se virando sem a sua família, ela se acostumou que eles não estivessem. Mas eu podia ver em cada sorriso que ela dava, em cada careta que fazia quando era provocada, podia ver em seus olhos que ela estava feliz por eles estarem aqui.

Porque estar aqui também importa.

Ela nunca admitiria para eles, para mim ou até para ela mesma, mas eu sabia o quanto ela se sentiu sozinha ao longo dos anos sem o apoio deles, o quanto ela desejou que eles estivessem aqui para celebrar as vitórias dela, o quanto eles estarem aqui agora, no que era possivelmente o momento mais importante da vida dela importava.

Cait sorriu de alguma coisa que o seu pai disse e deu um beijo carinhoso na minha bochecha. E eu prometi naquele momento que faria de tudo para que ela sempre fosse feliz assim, para que sua família sempre estivesse por perto nas suas conquistas.

— Essa parece uma história bem interessante.

Um sotaque escocês mais profundo que o meu ecoou na noite e eu olhei para cima e todo meu rosto congelou em surpresa.

— Mãe?

— Oi, Samwise. — Ela sorriu para mim.

— O que? Quando? Por quê?

— Eu liguei para ela. — Falou a mãe de Cait se levantando para cumprimentar a minha mãe — Eu achei que você poderia se beneficiar em ter uma compatriota com você, já que sua casa está tomada por irlandeses.

Jim deu uma risada seca.

Cait sorriu para mim.

— Você sabia disso?

— Talvez.

— Sua pequena mentirosa.

— Eu não menti. Eu apenas não contei para você.

— Sádica. — Sussurrei em seu ouvido e ela me respondeu com uma risada.

— E esse é o meu noivo!

Quando nossas mães pararam de se cumprimentar e surtar seja lá pelo que, Cait e eu andamos até elas.

— Oi, filhinho. — Minha mãe me deu um beijo, antes de se virar para Cait. — Você está tão grande!

— Obrigada. — Cait respondeu com as bochechas coradas.

— Eu pensei que você não ia crescer tanto... — ela analisou Cait.

— Nem eu. Um dia minha barriga apenas... Puff. E aqui estou eu parecendo como alguém que engoliu uma melancia inteira.

Minha mãe sorriu.

— É de família! — A mãe de Cait disse, — Na minha primeira gravidez achei que não teria barriga também e da noite para o dia eu estava imensa.

— É verdade! — Jim concordou do seu lugar.

— Você está linda, querida. Posso colocar minha mão em sua barriga? — Cait assentiu, com lágrimas nos olhos e então minha mãe começou a falar com a sua segunda neta. — Oi, meu amor... Como você está?

Nossa filha chutou.

— Eu acho que isso significa: bem, obrigada. — Mamãe disse com um sorriso cheio de lágrimas.

— Eu também acho. — Concordei a dando um abraço. — Onde está seu... — hesitei — namorado?

Minha mãe riu com a minha hesitação.

— Ele está em casa, mas virá visitar a bebê quando nascer.

— Bom. — Sorri — Nós iríamos gostar muito disso.

Minha mãe me deu um sorriso completo dessa vez, feliz que eu finalmente "aceitei" o seu namoro, apesar de ainda achar meio estranho falar namorado da minha mãe. Depois disso, todos retornamos para os nossos lugares e foi a vez da minha mãe contar histórias sobre a sua infância.

Cait dormiu no meu colo não muito tempo depois e eu a dei um beijo doce na cabeça. Meu coração transbordando e derretendo pela intensidade do meu amor por ela enquanto nossa família continuou a interagir, rir e contar histórias ao nosso redor. Me sentia em casa.

-/-

Casa parecia como algo vindo direto de um hospício.

Quais as chances de que na mesma semana que escoceses e irlandeses estavam sobre o mesmo teto, haveria um dos jogos mais disputados entre os dois? Até mesmo Cirdan, Vicki e Vi estavam aqui.

Rugby seria a minha morte.

Porra louca.

— Tio SAMMMMMM! — Vi veio correndo para mim.

— Oi, querida! — Eu disse com um sorriso enquanto a pegava em meu colo — Senti sua falta.

— Senti sua falta também! — ela me deu um beijo melado na bochecha — Podemos brincar lá fora?

— Agora? — Eu perguntei olhando para a tv, o jogo estava intenso.

— Sim! Eu quero correr por todooooo o jardim

— Todo? — Desviei o olhar da tv para a minha sobrinha, meio assustado.

— Sim!

Eu ouvi os irmãos de Cait rirem atrás da gente.

— Se ele já é assim com a sobrinha... — David começou.

— Imagine com a filha...

— Ele está tão ferrado...

— TIAAAA!! — Vi fez força até que eu a colocasse no chão e correu para os braços de Cait. — EU SENTI SUA FALTA!

Era impressão minha ou ela parecia mais feliz em ter visto Cait do que a mim?

— Annnw — Cait a esmagou em um abraço — Eu senti sua falta também, querida! Você está tão grande!

— Papai disse que eu cresci 2cm!

— Oh Meu Deus! — Cait disse — Você vai ser uma gigante!

— Se ela puxar nosso lado da família... — minha mãe disse, mas não desviou os olhos do jogo. — Amor, você pode me trazer um pouco de água?

Amor. Fiz careta.

Sim, eu tinha aceitado o namorado da minha mãe, mas isso não significava que eu gostava desses tratamentos carinhosos.

— Para. — Cait disse, me dando uma cotovelada.

— Autch! — resmunguei — Eu não fiz nada!

Cait me deu o olhar e eu me calei. Ela pegou Vi e a levou consigo para o sofá para assistir ao jogo.

Ao menos ele tratava minha mãe como uma rainha. E de qualquer forma, ele ia para casa depois do jogo com o meu irmão, enquanto minha mãe ficaria até o parto da minha filha.

Não é como se eu odiasse o cara, eu cresci ao entorno dele. Era apenas estranho. Mas eu tinha bastante tempo para me acostumar...

— Irlandaaaaa! — o grito animado de Vi ecoou na casa, rendendo risadas dos irlandeses e caretas dos escoceses. Vi, imperturbada com a carranca do pai, continuou a gritar enquanto Cirdan resmungava com Cait.

Rugby era... Sangrento. Os jogadores jogavam muito como os irmãos de Cait no acampamento Balfe, o que era assustador. Teve uma briga durante o jogo, na qual quase gerou uma briga entre as nossas famílias entre Cirdan e Anne Marie. Ela estava furiosa e ele puto!

— Como nós podemos sobreviver até Ervilhinha nascer?

Cait e eu estávamos deitados em nossa cama depois do dia agitado e exaustivo que tivemos. Estava tarde e nós estávamos exaustos depois de tudo.

— Com sorte, ela ficará com pena da gente e nascerá logo.

— Você realmente acha?

— Eu espero. Eu não sei por quanto tempo eu consigo aguentar todos eles. — Ela suspirou, se agarrando a mim — Talvez você possa falar com ela e a convencer de nascer logo.

— Ooh! Você acha mesmo? — Eu perguntei acariciando sua barriga imensa — Filhinha... — Eu comecei e ela chutou em retorno — Que tal você nascer agora?

Ela não respondeu.

— Eu acho que isso é um não.

— Yeah. — Suspirei — Nós vamos ter que esperar o tempo dela.

— Yeah. — Cait concordou.

______________

Nota: O que acharam do capítulo?

Nota 2: Estou com tudo fechadinho para terminar a fic, mas abro a oportunidade de novo para vocês me dizerem o que é que acham que NÃO PODE FALTAR DE JEITO NENHUM no final da fic?

Nota 3: não esqueçam das minhas 🌟 e dos meus comentários! Estamos próximos do fim 🤍😔

Continue Reading

You'll Also Like

6.8K 794 40
~•A noite caiu, a chuva de meteóros começou. Lindas linhas que apareciam e desapareciam no céu brilhavam no olhar de Amanda enquanto a mesma fechava...
1.1K 101 22
Natasha Espinosa, uma atriz Brasileira de 24 anos, acaba de sair de um relacionamento tóxico, com um cantor famoso, Machine Gun Kelly. A mesma fica...
840K 25.2K 30
Você e sua mãe tinham acabado de se mudar para a casa do seu padrasto e foi então que você descobriu que teria um meio-irmão, você só não esperava sa...
25.5K 1.8K 39
Há muitas formas de enxergar a vida e Isabella não sabia disso até Justin chegar. Ele a guiou pelo caminho do amor. Lhe mostrou a luz da esperança qu...