Tom
Ele sentiu Harry ficar imóvel sob seu pé.
- Vou te propor um acordo, Harry.- Tom sussurrou. Aqueles olhos da mesma cor que a maldição da morte encontram os dele, cautelosos, mas sem medo.
- Qual?- Harry perguntou, embora um pouco rouco devido à pressão em sua traqueia. Tom o avaliou. Harry realmente era diferente de todos que ele já conheceu. Ele tinha um respeito pelo menino que não tinha pelos outros, não queria forçá-lo a ficar do seu lado. Mas faria isso, caso fosse necessário. Se Tom não podia ter Harry, ninguém mais poderia.
- É mais parecido com um contrato.- disse ele, suavemente.- Você já ouviu o ditado: olho por olho, dente por dente?
- Olho por olho deixa o mundo inteiro cego.
Típico. Harry sempre estaria pronto para um resposta rápida. Para um leão, ele tinha uma língua afiada.
- O mundo já está cego...- Tom começou, parando quando percebeu os olhos de Harry se dilatando. Tom olhou para seu pé ainda pressionado contra o pescoço de Harry, ele estava colocando muita força? Um pequeno gemido escapou do menino no chão. Algo estava errado. Tom não precisava ter a conexão mental aberta para saber disso...espere, conexão mental? Ele caiu de joelhos quando os olhos de Harry ficaram vidrados. Tom praguejou baixinho.
Os olhos de Harry tinham se tingido de um vermelho carmesim. Seu eu futuro? Uau, ele poderia possuir Harry? Que interessante...algo a considerar. Harry tinha o mau hábito de se recusar a receber ordens, mesmo quando eram para seu próprio bem.
- Bem, o que temos aqui?- Tom enrijeceu ao ouvir a voz sibilante. Aquele não era Harry. O que significava…
- Lorde Voldemort?- ele questionou, uniformemente.
- Olá, Tom. Devo dizer que não é todo dia que nos encontramos.
- O que você fez com Harry?- Tom perguntou, perigosamente. Aqueles olhos vermelhos como os de uma cobra se estreitaram.
- Se recomponha criança. O menino é de pouca importância para nós.
- Não.- ele discordou.- Harry é de pouca importância para você. Ele é muito interessante e útil para mim.- os olhos brilharam verdes por um momento. Bom menino.
- Não seja tolo!- Voldemort tomou posse de novo. O sangue estava começando a escorrer da cicatriz na testa de Harry, seu corpo se contorcendo de dor pela invasão. A aura de Tom se incendiou.
Tom não era um tolo, e ele destruiria qualquer um que dissesse o contrário, até ele mesmo, aparentemente. Como ele se tornou isso? Um monstro com cara de cobra recorrendo a ferir um adolescente? Patético. Lorde Voldemort nunca cairia nos padrões de um criminoso comum. Ninguém tocou em Harry, exceto ele, e isso significava ELE, não outro ele...e isso soava muito estranho.
- Sim.- Tom dispensou, friamente.- Posso ter Harry de volta? Estávamos no meio de uma conversa.- foi formulado como uma pergunta, mas não era realmente. Ambos sabiam disso. Os olhos de Voldemort se estreitaram.
- Você se atreve...- o Lorde das Trevas começou a dizer, eles haviam mudado mais uma vez para o inglês. Tom sorriu cruelmente, observando seu futuro eu perder a compostura. Ele nunca faria isso. Quem era esse impostor?
- Ah, eu me atrevo...e você deveria saber que eu nunca recuo em um desafio.- Tom zombou. Um segundo depois, ele invadiu a mente de Harry.
O impostor pode ter a vantagem de uma conexão mental, mas Tom também tinha. Ele também estava mais perto. E além disso, Tom era apenas melhor em todos os aspectos.
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Tom olhou para cima quando uma multidão irrompeu na ala hospitalar, uma pequena carranca no rosto.
- Harry!- a sangue ruim dentuça gritou. Ele quase revirou os olhos.
- Você sabe que ele não pode te ouvir, certo?- Tom perguntou, delicadamente. Granger corou.
- Cale a boca, Tom. Isto é tudo culpa sua!
- Minha culpa?- Tom repetiu, perigosamente.- Como isso é minha culpa? Acabei de salvar a mente dele.
- Sempre soube que você tinha uma queda por mim, Tommy querido.- uma voz fraca, mas sempre zombeteira, murmurou. Tom desviou o olhar para Harry. Ele lidaria com a sangue ruim e o traidor de sangue mais tarde.
- Oh.- ele ronronou.- Mas é claro, meu amor. Você é a única coisa que mantém minha alma unida, temo que morreria sem você.- falou, colocando a mão dramaticamente no coração. Harry tinha um pequeno sorriso no rosto.
- Dessa vez você foi longe demais.- Harry disse. Todos estavam olhando para eles, os Sonserinos tentando disfarçar as risadas.- Eu nunca vou ser capaz de olhar seu futuro eu nos olhos novamente.
Tom sorriu.
- Eu sei.
- Desgraçado.- Harry sentou-se, devagar, olhando ao redor.
- Você está bem? O que aconteceu, companheiro?- o ruivo exigiu. Harry assentiu, estremecendo ligeiramente.
- Eu estou bem. Volds, nem tanto...
- Voldemort. Lorde Voldemort!- os Sonserinos corrigiram de forma automática, lealmente. Tom sorriu para as expressões dos leões. Tolos santificados. Ele ainda precisava de um nome para seus colegas...hmm. Cavaleiros de Walpurgis era muito bom, mas não combinava com vôo da morte ou Morsmordre (uma mordida na morte). Ei, morda na morte...Comensais da Morte. Tinha grande potencial.
- Sim.- disse Harry.- Tanto faz. Volds não estava muito feliz com minha aparente traição ao lado das Trevas. Seu humor parecia declinar quando eu lhe disse que para ser um traidor, eu tinha que estar no lado das Trevas em primeiro lugar. Não sei por quê.
E Harry se perguntou por que a maioria de seus futuros Cavaleiros o queriam morto.
- Talvez seja aconselhável não irritá-lo?- Tom sugeriu, quase rindo das expressões dos outros. Seus Cavaleiros ainda estavam alheios a quem o Lorde das Trevas realmente era. Os asseclas de Harry, nem tanto.
- Ah, ele ficaria entediado. – Harry respondeu. As palavras eram alegres, mas os olhos de Harry encontraram os dele com uma intensidade séria. Tom deu um aceno pequeno, quase imperceptível. Não, ele não ia falar sobre o Basilisco novamente no momento. Perdoar, esquecer e tudo o mais.
- Provavelmente...um fato triste em si.- ele concordou. A conversa continuou por um tempo, alegre e totalmente falsa.
- Então, hum. Como cheguei aqui de...- uma pausa.- De onde Voldemort me atacou?- Harry perguntou. Oh. Droga. Tom esperava que Harry não perguntasse isso.
- Tom carregou você.
Alphard, idiota estúpido, estava morto. O Black precisava de uma lição para manter a boca fechada.
- Sério?- Harry o olhou, assustado e um pouco envergonhado. Ele assentiu rigidamente.
- Você me deve uma camisa nova. É terrível limpar o sangue.
- Devidamente anotado. – Harry respondeu, ainda o encarando.
- Ok, todo mundo fora!- Madame Pomfrey entrou apressada, parecendo incomodada.- Harry, o diretor gostaria de falar com você.
Ah, que alegria. Tom não fez nenhum movimento para sair. Eles iriam falar sobre ele, então ele ficaria. Harry deu-lhe um olhar conhecedor, mas suas feições se endureceram em uma máscara ilegível quando passos se aproximaram da enfermaria. Parecia que o interrogatório havia chegado. Harry olhou para ele.
- Obrigado, por tudo.
- O que...- Tom não conseguiu terminar a frase.
O diretor entrou, seus olhos sem brilho algum.
Droga.
Harry
O diretor enrugado parou ao lado da cama de Harry, observando Tom.
- Harry, meu rapaz, eu gostaria de conversar a sós com você por um momento.- o velho disse, sorrindo placidamente. Tom levantou uma sobrancelha para o esnobe.
- Vou ficar. Não confio em você com Harry, e sabemos que o que eu desejo conta mais do que o que você deseja.- Tom respondeu, friamente. A mão de Harry rodeou seu peito, puxando-o para longe de Dumbledore. O diretor deu um passo à frente, parecendo furioso, antes que o sorriso voltasse e ele se sentasse graciosamente em uma poltrona conjurada.
- O que você me diz sobre isso, Harry?- Dumbledore perguntou. Harry olhou para o velho, uma vez seu mentor e ainda uma figura na qual ele pensa carinhosamente, mas que também poderia ser irritante e manipulador como o inferno.
- Não me importo se Tom ficar.- disse ele, simplesmente. O diretor ficou um pouco descontente.
- Muito bem.- Dumbledore disse, com firmeza. Houve um momento de silêncio.- Você pode me dizer o que viu, Harry? Sei que é difícil para você, mas preciso saber o que Tom disse.
- Voldemort.- Harry corrigiu, automaticamente. Dumbledore deu a ele um longo e penetrante olhar.
- O que Tom disse?- o diretor continuou. Harry podia sentir a magia de Tom começando a estalar ameaçadoramente.
- Eu não sei, eu estava tentando tirar Voldemort da minha cabeça, não dei tanta atenção a Tom.- ele respondeu, sua voz ficando mortalmente calma. Os olhos de Dumbledore perderam o brilho por um momento.
- O que Voldemort disse?- o diretor cedeu. Um ponto para Harry.
Ele sorriu inocentemente.
- Nada que seja da sua conta.- respondeu, suavemente.- Vamos, Tom. Não aguento mais um segundo nesta brancura.
Tom riu.
Dumbledore
Como as coisas haviam escapado tanto de seu controle? Harry Potter era Harrison Evans, e Tom Riddle estava em Hogwarts. Foi tão injusto. Dumbledore não podia nem mesmo desafiá-los abertamente, correndo o risco de empurrar Harry ainda mais para o lado das Trevas.
Os dois atraíam pessoas, especialmente quando estavam juntos, parecia haver um campo magnético de carisma e poder ao redor deles. Droga. Harry ia acabar se machucando, assim como Dumbledore se machucou com Grindewald, então ele estaria tão longe que não deixaria ninguém mais se aproximar.
Ele olhou para a porta por onde a Dupla Sonserina havia saído. Precisava voltar logo ao jogo. Tom não ia deixar o menino ir sem lutar.
Rony
Rony se assustou quando as duas figuras saíram da ala hospitalar, suas vozes em sussurros baixos. Ofidioglosia. Por que Harry estava falando em língua de cobra com Riddle? Será que eles tinham algo a esconder?
O ruivo fervia miseravelmente. Desde que as cobras se infiltraram, Harry teve cada vez menos tempo para ele e Hermione. Rony achava que eles eram melhores amigos. Mas parecia que Harry tinha novos amigos agora. Como Harry poderia ser amigo de um Malfoy?
- O que Dumbledore queria, cara?- ele perguntou, entrando no caminho de ambos. Eles pararam no meio da conversa para olhá-lo. Rony odiava aquele olhar frio e calculista de Riddle. O bastardo malvado provavelmente mataria todos eles enquanto dormiam. Harry, seu melhor amigo, iria se machucar ou pior.
- Ele queria falar comigo sobre Voldemort.- Harry deu de ombros, seus olhos escurecendo, parecia perigoso.
- O que você disse?- Rony perguntou, ansiosamente.
- Harry disse para ele ir embora.- Tom respondeu, puxando Harry para passar por ele.- Mais tarde, Weasley.
Hermione
Harry havia mudado, isso era inegável. Mas também era inegável que ele ainda era o mesmo menino de coração corajoso e heróico. O garotinho com muita atenção indesejada e peso nos ombros que a resgatou de um troll no banheiro. O melhor amigo dela. Praticamente seu irmão
Eles tinham passado por muitas dificuldades juntos, nenhuma nova atitude iria mudar isso. Ele parecia mais aberto perto de Tom, mas mais cauteloso também. Ele riu e sorriu mais, sorrisos amargos, sorrisos genuínos e sorrisos tão brilhantes que eclipsaram o sol.
Ele tinha mais confiança, tirava notas melhores. Ele tinha alguém que o entendia. Porque Harry e Tom, apesar de suas discussões testemunhadas muitas vezes no Salão Principal, de seus jogos de poder e brincadeiras: ambos se entendiam.
Hermione gostaria de ser a única a fazer Harry tão feliz, mas ela não podia. Claro, ele ainda era uma pessoa taciturna e mal-humorada que afastava todo mundo às vezes, mas também estava mais contente. Sonserina parecia atender esse lado dele de uma forma que a Grifinória, com toda a sua alegria barulhenta, não conseguia.
Harry era um Sonserino, e era um Grifinório. Ela sabia como era isso, e não podia invejá-lo por ceder àquela parte vital de si mesmo que ninguém mais via. Hermione era uma Covirnal. Ela também era uma Grifinória. Harry havia mostrado que ela podia ser as duas coisas. Ela ficaria ao lado dele. Não importa o que acontecesse. Era isso que os amigos faziam.
Cygnus
Cygnus odiava Potter. Ele foi tão desrespeitoso e impertinente. No entanto, de alguma forma, seu senhor sempre o defendia. Não fazia sentido. Ele e Tom já foram próximos, mas agora o outro sonserino passava muito mais tempo com Harry.
Harry não sabia nada sobre ser um sangue puro, e seu poder teria sido muito melhor em mãos mais capazes. O leão nem sabia como usá-lo corretamente. Ele ainda tinha Tom, Zevi, Alphard e até Abraxas enrolados em seu dedo mindinho. Foi doentio.
Por que esse Lorde das Trevas não se apressava logo e matava o pirralho para que a ordem natural da Sonserina pudesse ser restabelecida? Cygnus era o braço direito de Tom, o mais leal e fiel. Harry nem apoiou Tom. Onde estava a justiça nisso?
- Sr. Lestrange?- ele parou ao encontrar olhos azuis cintilantes, sentindo suas entranhas coagularem com antipatia, Outro amante de trouxas, assim como Evans.
- Senhor?- ele perguntou, mal-humorado. O velho sorriu para ele.
- Gostaria de saber se você pode me ajudar?
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