Tic tacs no vácuo da alma
Teu odor impregnou nas horas
Agora espero os minutos ditarem
Quem vem e quem vai
Estou ocupada
Não posso parar
Ou então irei me desesperar
Máquina ativa
Bateu seu honorário e não parou
Progamada às 12h
Sim, prazer, robô E19.2
Tic tacs
Ecoam e não voltam
Seu som ensurdecedor
Meu corpo cru
O peso avassaldor de uma vida
E eu ainda não me acostumei
Despenco minutos no abismo
Compondo cordas com as setas de um relógio
Conometrei meu amor
Meu trabalho
Meus amigos
Minha vida
Meu travesseiro
Preciso estar disponível
6h da manhã
Acorde
Há segundos rastejando e buscando pela sombra
Estão tomando as bordas
Consegue enxergar?
Não
As horas estão tomando horizonte
15 pra uma
Marcada e alojada
Há uma névoa que sufoca
Mas espere, não há tempo de morrer sem ar
Superfície intangível
O mundo das ideias desmoronou entre tic e o pow
Você sabe
A vida acaba num segundo
Acho que ouvi alguém gritar
Mas serão 3 minutos perdidos se voltar
Algo está pesando
Esta atrasando
Talvez se eu for multifuncional
Eu posso economizar algum tempo
Tac, tac, tac, tac, tac, tac
Está acabando
Tac, tic
Acho que perdi
Tic, plow!
Ah sim, está aqui
Tac, tac, tac, tac
Tac, tac, tac, tac
Tac, tac
...
Sim senhora, sinto muito, não tivemos o que fazer, ela só tinha 24 horas e muito suor. Não acumulou capital suficiente para sobreviver a selva de concreto.
— Saturna
M.B.