Aplin² • Outer Banks

By Mello_wys

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_____ Os Pogues em luto por John B e Sarah, Ward Cameron e Rafe Cameron soltos mesmo após cometerem um assass... More

Aplin² • Outer Banks
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Epílogo
Obrigada
Aplin³ • Outer Banks

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By Mello_wys

[Comentem]

Pov's Narradora

  A festa da Fogueira havia sido arruinada. Nenhum do grupo de Pogues tinha clima para continuar no local após aquela briga, então decidiram voltar para casa e apenas curtirem só entre eles, como era para ter sido desde o início.

— Aí meu Deus, essa foi a briga mais sem sentido. — Pope murmurava enquanto colocava o graveto com marshmallow na fogueira.

— Vocês são tão patéticos com essa briga de ego. — Elle falava ainda bêbada, mas um pouco mais consciente do que uns minutos atrás.

— Essa briga já estava para acontecer há anos. — JJ fala, se sentando ao lado da ruiva e entregando mais uma garrafa de água nas mãos dela. — Briga na selva.

A Aplin estava com uma expressão fechada e os lábios precionados, fazendo um "biquinho", mas mesmo assim aceitava as coisas que o Maybank lhe entregava.

JJ estava com seu espeto e ía tentar tirar o marshmallow de lá, mas queima os dedos por ainda estar quente e Elle solta uma gargalhada ao vê-lo soltar um gritinho.

O loiro a encara:
— Com isso você ri, né? — Ele fala irônico e recebe um empurrão da ruiva, que volta a fechar o rosto.

Os outros presentes riam da interação entre os dois, mas sem entender o por quê de a garota estar com raiva.

Ignorando isso, John se vira para Kiara que estava ao seu lado:
— Você defendeu mesmo a Sarah? — Questiona.

— Claro que sim. — A garota dá de ombros, falando com a boca cheia. — Ela não é Kook de verdade.

— Tem razão. — O Booker concorda.

— Acho que alguém tem que falar isso pro ex-namorado dela. — Matt brinca.

Os Pogues ao redor concordam, mas param a interação ao verem Elle empurrando JJ mais uma vez e ele caindo do pedaço de tronco que estava sentado.

— O quê que deu em vocês, ein? — Pope questiona indo ajudar o loiro a se levantar.

— O idiota do JJ não quis tran... — Elle começava a falar com a voz embolada, mas é impedida pelo loiro colocando rapidamente a mão na boca dela.

— Não quis deixar ela beber mais. — Ele fala mais alto. — Ela já não tava nem conseguindo ficar em pé.

Elle tenta falar alguma coisa, mas sai somente murmúrios, então ela segura a mão do garoto e à tira de sua boca:
— Sua mão está suja de terra! — Ela reclama limpando a própria boca.

John B percebe que Kiara estava distraída rindo dos dois amigos que discutiam sem parar, então usa essa distração para pegar o doce que estava nas mãos dela.

— Ei! — A morena reclama ao perceber.

— Só um pedacinho. — Ele levava a comida até a boca.

— Não, para, é meu! — Kiara tenta pegar da mão dele, mas acaba batendo e o doce cai. — Qual é, cara!

— Eu não vou te dar o meu. — JJ logo trata de falar.

— Eu já comi o meu. — Elle murmura.

— Caralho, eu gastei o meu último centavo com isso. — A Carrera reclamava e deixava tapas no ombro de John.

— Eu achei que você ía me dar um pedaço. — O Routledge falava. — Você tem dezesseis anos e o seu amigo estava preso, eu merecia um.

— Eu vou roubar os seus marshmallows. — Ela dizia pegando um dos que estavam ao lado do Booker e colocando no seu espeto.

— Isso não me parece uma troca justa. — Matt apoiava Kiara.

— Não é mesmo, não chega nem perto do que ele me devia. — A Carrera concordava.

— Então pega mais, vai. — Matt dizia, a incentivando.

— Ele quer que você pegue e divida com ele, Kie. — Elle fala e Matt lhe lança um olhar de repreensão.

— Não estrague os meus planos. — O Rodrigues brinca.

Porém a conversa e risadas são interrompidas por John B sse levantando devagar e pedindo para que todos ficassem em silêncio.

Eles assim fazem e olham na mesma direção que o Routledge olhava, tentando ver se havia mais alguém lá ou escutavam algum barulho.

— Vocês não acham que o Topper poderia vir aqui, né? — Kiara questiona baixo, olhando para os amigos.

— Eu acho ele bem capaz de fazer isso. — JJ se levantava e os outros repetiam o movimento, começando a andar juntos atrás de John.

— Você está com a arma? — Kiara questiona o loiro.

— É sério isso? — Ele a encara com um olhar de deboche. — Agora você quer a arma.

— E agora você não está com a arma. — Kiara contrapõe. — Ela não é a sua "arma secreta"?

— Ela tem um ponto. — Elle sussurra para JJ, que rola os olhos.

— Você quem disse... — O loiro começava a falar, tentando se defender, mas Pope coloca a mão na boca dele.

— Gente, cala a boca. — Pope pedia sussurrando. — Vamos.

Eles continuam a acompanhar John, indo até o lugar onde o Routledge havia dito que escutou um som.

— Agora ela quer a arma... — O loiro continua a murmurar.

— Hey! — O Booker grita. — Quem está aí?

— Kooks, é melhor saírem! — Kiara o seguia. — É bom não estarem tramando alguma coisa.

— Realmente acham que eles vão responder ou vão se revelar? — Elle questiona confusa.

O som de passos se torna mais alto, significando que alguém se aproximava e os garotos se preparam, esperando.

Um homem loiro aparece saindo de trás das árvores:
— Está tudo bem aí, galera? — Ele questiona ironicamente.

— É esse merdinha, babaca. — Pope murmura.

— Está uma noite muito agradável. — O homem mais velho se aproximava com as mãos para o alto, indicando que não estava armado.

Os Pogues se entreolhavam, se questionando mentalmente o que iriam fazer.

— Olhem só, eu não guardo rancor de nenhum de vocês, 'tá bom? — O homem continua a falar enquanto se aproximava mais e abaixa suas mãos. — Mas podemos fazer isso do jeito fácil ou do jeito difícil.

O homem loiro abre sua jaqueta, mostrando que não havia nada com ele. Mas era óbvio que ele tramava outra coisa.

— Vocês sabem o que eu vim buscar. — Ele continua sem parar. — Então eu vim fazer uma pequena demonstração. Estão vendo aquele balanço alí?

O homem aponta para o brinquedo que estava próximo à eles e bem ao lado de Elle. A ruiva vira a cabeça para olhar e depois volta a encarar o homem:
— Claro que estamos vendo, não somos cegos. — Fala sem pensar.

— Você é corajosa. — Ele encara os olhos da garota e depois olha para todos os outros. — Bom, eu estou com os melhores arqueiros do exército comigo. Eles estão escondidos.

JJ ergue uma sobrancelha e se aproxima também do balanço, segurando uma das cordas:
— Uhun, mesmo? — Ironiza.

Não dá tempo de terem qualquer resposta, pois o homem loiro assobia e uma flecha passa raspando os cabelos de Elle e atingindo a corda do balanço, fazendo ele quebrar.

Os Pogues olhavam impressionados com a flecha agora presa na árvore.

— Vai pagar pelo concerto, não vai? — A ruiva questiona ignorando o pingo de consciência que lhe mandava calar a boca.

Matt lança para a garota um olhar de repreensão sabendo que o homem falava muito sério, mas que não fazia muito efeito sobre ela.

— Os arqueiros estão espalhados, e vai flechar vocês assim que eu assobiar. — Ele falava se aproximando mais de Pope.

JJ tenta usar de sua coragem para acertar o homem com o pedaço de madeira que estava em suas mãos, mas o mais velho percebe e assobia antes de ele ousar tentar algo.

A flecha atinge o chão, bem ao lado dos pés de JJ, que paralisa no mesmo instante.

O homem se vira para o loiro e coloca a mão no ombro dele:
— Está claro para você? — Ironiza.

Os Pogues trocam olhares apavorados, percebendo que o homem não estava para brincadeira.

O mais velhos volta a encarar Pope:
— Eu não vou fazer contagem regressiva ou algo do tipo. Eu vou apenas assobiar.

Todos ficam em silêncio, observando a ação de Pope. Não havia outra escolha. Ele teria que entregar a chave ou morreria com uma flecha no meio de sua cabeça.

O Heyward coloca a mão no bolso e retira o pequeno objeto dourado de lá, o apertando em sua mão:
— Essa chave pertence a minha família. — Pope fala com pesar.

O homem solta uma risada e olha para os lados, impaciente:
— Eu já estou começando a perder a paciência com você, Pope.

O loiro ameaça levar os dois dedos até a boca e assobiar mais uma vez, mas agora para matar um dos adolescentes.

Pope estende a chave para o homem, que sorria ladino, afastando os dedos da boca e indo segurar a chave.

Ele pega o objeto em mãos.

— Você fez a coisa certa, moleque. — Ele fala.

Os Pogues abaixavam a cabeça.

— Saber que não se tem opção é uma habilidade subestimada. — Ele continua sorrindo. — Se cuida aí?

O homem se vira, encontrando JJ com um olhar de ódio o encarando, mas ainda parado na mesma posição de antes:
— Relaxa um pouco garoto.

Ele vai se afastando de todos e acena com a mão que segurava a chave para os Pogues:
— Curtam a noite!

Ele assobia para que os arqueiros parem de mirar e saiam de seus esconderijos. O loiro vai embora deixando seis adolescentes inconformados para trás.

Pope suspirava pesadamente e negava com a cabeça:
— Eu estou de saco cheio com toda essa merda! — Murmura cerrando os dentes.

O Heyward se afasta, indo em direção ao Castelo e entrando lá com raiva.

Aos poucos o grupo de Pogue vai se desfazendo e cada um vai saindo, indo para o Castelo com o intuito de descansar após mais um fracasso.

Se perguntavam como ainda esperavam alguma vitória depois de tantas derrotas seguidas.

— Adoro que o dia sempre acaba com desgraça. — Elle fala embolado enquanto colocava um marshmallow em sua boca.

Só restavam a ruiva e JJ no lado de fora da casa e o vento frio já começava a tomar conta do local.

O Maybank se aproxima da garota que estava sentada em um tronco e segura seu braço.

— Vem, vamos dormir. — Ele a chama.

Elle não faz nenhum protesto, pois sentia seu corpo já pesado e seus olhos querendo fechar com o cansaço — e com a bebida.

O loiro estava mais consciente que Elle, então a segurava e a guiava até dentro do Castelo, tentando impedi-la de se bater nas paredes ou cair no caminho.

A ruiva murmurava reclamações sobre o homem loiro ter destruído o balanço e não ter parado de falar durante um minuto, dizendo que achava sua voz enjoativa.

O Maybank apenas concordava com ela e dava corda para que ela continuasse as suas reclamações.

Entrando no quarto de sempre, JJ a coloca na cama e tira os sapatos dos pés dela enquanto ela agora cantarolava alguma música baixinha.

Ela parecia mais leve bêbada.

Mas isso apenas deixava o Maybank mais preocupado.

Elle joga de uma vez o seu corpo para trás e descansa suas costas no colchão velho, ficando esparramada na cama. O loiro ri e tira os próprios sapatos, indo deitar em um canto da cama.

Ao se deitar e fechar os olhos, ele sente mãos geladas abraçando seu corpo e, virando sua cabeça para o lado, ele vê a ruiva agarrada ao corpo dele, parecendo necessitar desse contato.

Ele fecha os olhos novamente, dessa vez sorrindo.

  Ressaca.

Dor de cabeça, dor no corpo, fadiga e desidratação. Esses são apenas uns dos sintomas que Elle sentia após abrir os olhos naquela manhã.

Mas o primeiro que à atingiu com força foi o enjoo.

Logo após abrir os olhos e sentir a pele quente de JJ abaixo dela, ela não se preocupou no momento como havia chegado no quarto depois daquela festa.

O que a preocupou primeiramente foi colocar a mão em frente a boca para não vomitar em cima do garoto que dormia tranquilamente em seus braços.

Elle se levanta de uma vez, sem se preocupar com a terrível dor de cabeça que à atingiu após completar esse movimento, correndo para o banheiro que havia no quarto.

JJ acorda assustado com o movimento brusco que a ruiva havia feito, a vendo correr para o banheiro enquanto cambaleava.

O loiro se levanta, também sentindo a dor de cabeça lhe atingir, mas não tão forte por já estar acostumado.

Ele entra no banheiro, que estava com a porta aberta, e vê a garota de joelhos no chão com seu corpo curvado e vomitando tudo que havia em seu estômago.

JJ pega um elástico de cabelo que estava na pia e se agachava ao lado dela, segurando seus cabelos e amarrando os fios vermelhos em um rabo de cavalo.

Ele passa um tempo com as mãos nas costas da garota, mexendo elas para cima e para baixo, esperando que ela terminasse de colocar tudo para fora.

Depois de alguns minutos, a ruiva consegue eliminar todo o álcool de seu corpo e abaixa a tampa do vazo sanitário e se senta no chão, encostando as costas na parede, cansada.

O loiro dá descarga e repete a ação da ruiva, se sentando ao lado dela, esperando ela se recompor.

— Eu fiz de novo, não fiz? — Elle questiona com a voz embargada. — Como você falou, descontei na bebida e fiz besteira.

— Não foi a única, não se culpe tanto. — Fala se referindo a briga idiota entre Pogues vs Kooks. — A besteira também não foi das maiores.

Elle não se lembrar do que havia feito, se lembrava apenas do momento em que já havia chegado meio bêbada na festa, com John saindo para conversar com uma menina e já no Castelo com um homem destruindo o balanço.

Ela gostava daquele balanço.

— Eu não me lembro de muita coisa. — Ela revela.

O loiro escuta e abre um sorriso ladino, pensando em zoar com a cara dela:
— Poxa, achei que o que você fez comigo seria a única coisa que você iría se lembrar com todos os detalhes.

Elle o encarava, escutando o que ele dizia. Ao terminar ela fecha os olhos, respira fundo e depois os abre.

— Vou me arrepender se eu perguntar? — Ela fala com certo receio em lembrar o que havia feito.

— Digamos que você estava mais ousada... — Ele fala sem dar tantos detalhes.

— O que? — Elle pergunta sem entender. — Se você especificasse eu ficaria bastante agradecida. — Ironiza.

— Não lembra mesmo? Sério? — Pergunta tentando segurar uma risada e vê ela negando com a cabeça.

Ele coloca a língua no céu da boca e a encara de canto de olho. Estava a provocando:
— Não acredito que não se lembra de você em cima de mim, rebolando e tirando a roupa até ficar semi-nua.

Elle o encara paralisada. Estava de boca aberta após escuta-lo falando aquelas palavras.

— Ah não... — Elle escondia o rosto em suas mãos. — Eu não acredito... — Ela sentia as suas bochechas queimando.

— Você me beijava e chupava meu pescoço... — Continua vendo a ruiva ficando cada vez mais envergonhada. — Estava quase tirando o seu sutiã...

— Meu Deus, para para... — Elle pedia querendo abrir um buraco no chão e se enterrar lá.

Aí, JJ... — O garoto imita uma voz fina e arrastada como um gemidos, zoando, mas Elle é mais rápida e tampa a boca dele.

— Para, eu já lembrei, já lembrei! — Ela implora com os olhos fechados. 

JJ agora a encara e vê que seu rosto estava na mesma cor de seus cabelos. Ele leva as mãos até as da garota e as tira de sua boca.

— Veja pelo lado bom, você apenas queria usar meu corpinho. Melhor do que tentar se matar, já é um avanço. — Ele fala brincando.

— Eu quero me enterrar. — Ela dizia e levanta a cabeça, encarando o garoto. — Eu... não fiquei completamente nua, não é?— Questiona receosa. — A gente não...

— Claro que não. — JJ logo a tranquiliza. — Tenho que admitir que eu demorei um tempo para te parar, e desculpa por isso. — Ele pede e ela acena com a cabeça. — Mas assim que eu parei, eu te deixei na Kombi e fui buscar água...

— Espera aí! Eu queria transar na porra da Kombi do John B?! — Ela questiona impressionada com o que ele dizia.

— Pois é, me surpreendi também. Está no cio por acaso? — Ele brinca e recebe um tapa da garota. — Aí! Eu tava brincando.

— Continua logo. — A garota pede.

— Bom, aconteceu uma briga na Fogueira, voltamos todos pra casa e aí aquele capacho da Limbrey chegou para acabar com a diversão. — Ele continua. — Pope teve que entregar a chave para ele.

— Foi ele quem quebrou o balanço? — Elle pergunta.

— Não escutou que eu falei que ele pegou a chave? — Questiona se referindo a parte mais importante. — Enfim, Pope ficou mal e todos nós fomos dormir.

— Então você me trouxe até o quarto e... — A ruiva fala ainda com receio.

— Eu te trouxe tentando impedir você de cair no chão, enquanto você não parava de falar e cantar uma música aleatória. — Continua. — Aí eu tirei seus sapatos e você se jogou na cama, me agarrou e apagou.

— Eu não tentei mais nada depois que viemos pro quarto? — Questiona.

— Não, você ainda estava com raiva por a gente não ter transado na Kombi. — O garoto fala rindo.

— Que merda... — Ela murmura sentindo vergonha mais uma vez.

— Mas foi isso, a gente só dormiu. Eu juro. — O Maybank fala novamente.

— Eu acredito, 'tá tudo bem. — A ruiva o tranquiliza.

Elle se martirizava com suas ações dá noite passada e em sua cabeça passava "nunca mais eu bebo" mesmo sabendo que aquilo era uma grande mentira.

Uma lembrança da noite anterior aparece na cabeça do Maybank, fazendo ele levantar os braços e eticalos para se espreguiçar ou controlar o nervosismo.

— Teve mais uma coisa também. — Ele fala, fazendo Elle desviar o olhar para ele. — Quando a gente estava na Kombi, você falou umas coisas.

— O que eu disse? — Questiona tentando se lembrar.

— Disse algumas coisas sobre não ter controle de nada e relembrou alguns acontecimentos. — Ele falava.

— Não enrola. — Ela pede. — O que foi que eu disse?

— Falou algo sobre Mary estar com a bolsa do Ward Cameron. — JJ revela e Elle sente um frio na espinha.

— Ah, isso... — Ela respira fundo e encosta a cabeça na parede, à sentindo doer e seus olhos parecem cansados. — Não era pra eu ter falado isso agora... — Ela passa as mãos nos olhos. — A Mary... eu acho que a Mary... acho que ela estava trabalhando com o Ward.

O garoto arregala os olhos com a informação e coloca a mão na boca para segurar seu grito de surpresa.

Elle abaixa a cabeça novamente.

Como que ela iría explicar isso aos seus amigos?

Como que ela iría explicar isso para John B? Como explicar que a mãe dela poderia estar envolvida no assassinato do pai dele?

JJ parece ler a sua mente e notar a preocupação na face dela, então leva sua mão até o joelho da garota e com a outra segura o rosto dela, fazendo ela lhe olhar.

— Que tal você tomar um banho primeiro e tirar todo esse cheiro de álcool e vômito do seu corpo? — Ele sugere para a garota. — Depois a gente conversa sobre isso.

Elle lhe dá um sorriso e concorda lentamente com a cabeça.

Os dois se levantam e ficam se encarando por alguns segundos, até Elle falar:
— Acho que é a hora em que você sai do banheiro.

— Tive a esperança que você me chamaria para tomar banho com você. — Ele brinca.

— A esperança é a última que morre. — Ela dá de ombros. — Mas eu acabei de matar a sua. Sai do banheiro.

— A Elle de ontem já estaria tirando a minha roupa e me colocando contra a parede. — O garoto a provoca.

— E a Elle de hoje está prestes a te chutar para fora do banheiro. — Ela o responde, arrancando uma risada do garoto. — Não ri alto, minha cabeça está doendo. — Ela reclama.

— Desculpa. — Ele pede e segura o riso. — Eu vou falar com a Kiara e ver se ela tem remédio para dor ou se algum dos outros Pogues já acordou e fez alguma coisa para curar ressaca.

JJ deposita um beijo na testa de Elle e sai do banheiro fechando a porta e deixando a ruiva sozinha no local.

A Aplin tira roda a roupa e entra em baixo do chuveiro, sentindo seu corpo relaxar com a água e os resquícios do álcool abandonar o seu corpo.

Ela fecha os olhos, mas foi a pior decisão que poderia tomar.

"Sua mãe matou Big John."

  Todos reunidos na varanda, John estava usando óculos escuros e o corpo relaxado em uma cadeira, Pope estava em outra com sua blusa em cima dele o cobrindo, JJ estava ao lado de John com os pés apoiados na mesa de centro e Kiara estava no sofá junto de Matt que tinha uma expressão preocupada.

Elle chega na varanda, agora com roupas limpas e cabelos úmidos. Ela usava os óculos vermelhos para cobrir seus olhos inchados.

Tanto por causa da ressaca quando das lágrimas que deixou escapar no banho.

— Bom dia, gente. — Ela cumprimenta os amigos e se senta ao lado de Matt no sofá.

— Parece que alguém 'tá destruída. — John fala ao ver a ruiva também utilizando óculos escuros.

— Você não está tão diferente, Jhonny. — Ela devolve.

Kiara entrega para a garota o remédio que JJ havia pedido junto de um copo de água. A ruiva agradece e coloca o comprimido na boca o engolindo.

Elle relaxa o corpo no sofá, mas encara Matt ao seu lado, percebendo que ele digitava algo no celular e não parecia tão feliz.

— O que rolou, Matt? — A ruiva questiona.

— Estou falando com meu pai. — Ele fala. — Ele tentou me ligar ontem a noite só que eu não vi o celular. Tem umas trinta chamadas perdidas dele.

— Era algo sério? — Kiara entra na conversa.

— É, ele queria que eu tivesse voltado para lá. — O Rodrigues a responde e se vira para Elle. — Parece que Mary saiu ontem a noite e deixou os gêmeos sozinhos em casa.

Elle sente seu estômago revirar, não por conta da ressaca, mas sim por conta da menção ao nome da mulher.

— Que babaca. — Pope fala.

— Pois é. — O Rodrigues passa as mãos no rosto, tentando se controlar.

— Mas como os pirralhos estão? — JJ questiona.

— Bem, eles sabem se virar. — Matt o tranquiliza.

A Aplin engole em seco e sente o olhar de JJ sobre ela, então e encara. O loiro mexe os lábios falando um "relaxa" sem reproduzir som e a ruiva respira fundo.

— Bom, seu pai sabe pra onde ela foi? — John B pergunta, interessado.

Mais uma vez Matt encara a Aplin para responder:
— Parece que ela foi resolver algo do trabalho. — Fala receoso.

Elle belisca o dedão com força, tentando se distrair das lágrimas que queriam sair de seus olhos. Ela agradece mentalmente por estar com os óculos escuros.

"Sua mãe matou o Big John." A frase novamente aparece em sua cabeça ao olhar para John B estirado na cadeira.

Como ela arranjaria coragem para falar isso para ele?

JJ estava prestes a mudar o assunto ao perceber que a Aplin estava tensa, mas o assunto muda no mesmo instante quando Sarah Cameron aparece entrando na varanda do Castelo.

— Eai Princesa. — O Maybank cumprimenta a loira.

— Eai. — Kiara também cumprimenta a garota.

Sarah dá um aceno geral para todos que estavam ali.

— Você não deveria estar em Figury Eight? Com o seu time de polo, sabe... — John questiona irônico. — Ou já terminou com o Topper?

— Somos apenas amigos. — Sarah contrapõe e vai para o outro lado da varanda.

— Ah, ele é seu amigo. Sarah Cameron é cheia de amigos... — Continua com sarcasmo.

— Você também parece estar cheio de amigas. — A Cameron devolve.

John suspira e se ajeita na poltrona que estava sentado:
— Beleza, 'tá fazendo o que aqui? Fala logo.

— Eu não vim aqui para ver você. — Ela responde ríspida. — Eu vim ver o Pope.

— Uau Pope, não imaginava uma talaricagem vindo de você. — Elle fala com humor vendo Matt e JJ segurando a risada, mas recebe um olhar de repreensão de Kiara e John. — Cedo pra brincadeiras, beleza...

Sarah apenas dá de ombros e encara Pope, que estava com uma expressão confusa:
— Eu acho que achei a Sala da Ilha.

Todos os que estavam presentes se levantam surpresos com o que tinham acabado de escutar.

Talvez realmente eles poderiam ter um final feliz.

  na Kombi, John B dirigia e Sarah ía ao seu lado no banco do passageiro, enquanto todos os outros estavam na parte de trás do automóvel.

Pope segurava as cópias do diário de Demark Tenny e as lia novamente com JJ e Elle sentados, cada um de um lado, tentando verem também.

— Gente, aqui no diário diz que a cruz guarda a relíquia mais sagrada de toda a cristandade. — Pope mostrava. — O Manto Sagrado.

— Espera, então está dizendo que tem algo guardado dentro da cruz? — A Carrera questiona para confirmar.

— Isso. Diz que esse manto é capaz de criar os doentes de qualquer coisa. — O Heyward explica.

— Ah sim. "Se eu ao menos puder tocar tuas vestes, ficarei curada." — JJ cita uma passagem bíblica e todos o encaram confusos. — Que foi? Eu fiz catecismo.

— A nossa babá nos levava todos os sábados para ver se ficávamos mais quietos ou tirassemos o "coisa ruim" do nosso corpo. — Elle relembra.

— Não acho que funcionou. — Matt brinca, recebendo o dedo do meio de Elle e JJ. — Viu só. — Aponta.

— Bom, isso explica o porquê a Limbrey quer tanto a cruz. — Pope fala, voltando ao assunto principal. — Ela acha que o manto vai cura-la.

— O quê mais diz aí? — Kiara questiona.

Ele volta a encarar os papéis em suas mãos e passa de um por um, vendo se tinha mais alguma informação relevante.

— Ele diz "Foi pecado roubar a Cruz Sagrada. Deus se vingará de nós." — Ele lê.

— Parece que Deus se vingou mesmo. — A Carrera fala.

— Diz que foi mandado uma grande tempestade para afundar o navio. — Pope diz e levanta a cabeça para encarar os Pogues. — Apenas Denmark sobreviveu.

— Claro, porque além de não estar envolvido com os espanhóis, ele também tentou salvar os outros que estavam na embarcação. — Matt conclui.

— Ele foi livrado. — Kiara diz.

John vai estacionando a Kombi e agora todos voltam a atenção para o local onde ele estava parando.

Elle revira os olhos.

— Mas é claro que estaria em Tannyhill. — JJ é o primeiro a falar. — Aonde mais que achariamos a pista para a Cruz Amaldiçoada?

Todos começam a descer da Kombi e irem em direção a grande porta de entrada.

Eles entram e começam a andar pelos corredores da casa. Elle, Matt e JJ olhavam para todos os lados, imprecionados com o tamanho do local.

— Caralho... — Elle falava de boca aberta e se vira para encarar Sarah que os guiava. — Pode me chamar um dia para uma festa do pijama aqui?

— Eu também quero. — Matt e JJ falam juntos enquanto levantavam as mãos.

— Apesar desse lugar me dar arrepios. — O Maybank completa.

Sarah sorri, mas não os responde, continuando a guia-los. Ela os leva até um corredor e abre uma porta.

— É aqui, Pope. — Ela chama o garoto. — Olhe.

O Heyward é o segundo a entrar e se depara com uma grande sala com as paredes pintadas:
— Está de brincadeira... — Murmura.

Os outros entram e se surpreendem.

Todas as paredes haviam papéis de paredes rasgados que permitiam ver os desenhos indicando todos os lugares da ilha.

— Essa é a Sala da Ilha. — A Cameron fala animada. — Estava aqui esse tempo todo.

Todos começam a passear pelo local observando cada desenho e coisas escritas.

— Esse é o mapa de toda ilha. — John B fala perplexo.

— Achei que estava óbvio desde que entramos aqui. — Elle murmura vendo o desenho de um barquinho.

— Aqui Rixon's, e o farol. — JJ aponta para um desenho e olha para a janela ao lado, onde dava para ver o real farol.

— Essa aqui é a Parcela 09, o poço. — Kiara diz, apontando para o que via.

— Então se aí é a Parcela 09... e alí é Rixon's. — John começa a ligar os pontos.

— Aqui fica o Quebra Mar, onde costumamos surfar. — Elle conclui, apontando para o desenho do barquinho.

JJ se aproxima dela segurando uma folha do diário e aproxima do desenho e do escrito na parede, comparando:
— Pope, vem cá. — Ele chama o garoto. — É a mesma letra do Demark. — Ele sorri.

— São os mesmos desenhos também. — A ruiva fala. — Que são lindos, por sinal. — Acrescenta.

— Pura merda.

— Demark, você é um gênio! — Pope fala animadamente. — Tudo isso são desenhos dele. Ele quem pintou toda essa sala!

— Bom, mas a pergunta é "Por que?" — Kiara fala. — O quê ele queria mostrar com isso?

— Deve ter algo a ver com a chave. — Matt supõe. — Para ele saber onde esconder e ter o mapa acessível.

John se aproxima de Sarah que olhava um dos desenhos e questiona:
— Como sabia que tinha que tirar o papel de parede?

— Não devia nem ter colocado, por sinal. — Elle se intromete. — Esse papel é horrível.

— Na verdade não fui eu quem tirei. — A Cameron revela. — E nem estava assim quando eu descobri isso. — Ela se afasta.

— Beleza, então quem foi? — A Carrera questiona.

— Foram os três! — Uma voz fala.

Uma outra voz se faz presente repentinamente na sala, fazendo todos pularem e gritarem assustados.

Quando se viram, Whezzie estava dentro da sala os encarando.

— Que susto... — Pope murmura.

— De que "três" você está falando, Whezzie? — JJ é o primeiro a questionar enquanto se aproxima da garota.

— Uma mulher doente e o capanga dela. — Ela fala. — Ele apareceram ontem a noite querendo falar com o Rafe.

— Espera aí, uma loira bem pálida? — O loiro questiona.

— Ela usava muletas? — Kiara continua.

— Sim, isso mesmo. — A mais nova confirma. — É a mesma pessoa.


— Pode explicar o que aconteceu? — John pede com ansiedade em sua voz.

— Primeiro eles revistaram a casa inteira atrás de alguma coisa, mas aí o Rafe me mandou subir para o meu quarto. — Ela começa a explicar. — Mas eu queria saber o que era então fiquei ouvindo pela ventilação.

— Garota esperta. — Elle a elogia sorrindo.

— Obrigada. — Agradece e continua. — Eles ficaram um tempo aqui e falaram sobre "pegar o avestruz de flamingo." — Ela fala incerta.

— Um código! — JJ, que estava bastante concentrado na menina, se levanta de onde estava inclinado. — É um código para alguma coisa!

— Ou é "Pegar a Cruz de Santo Domigo." — Pope aponta.

— Sim, era isso! — Whezzie concorda. — Eles também falaram sobre anjos. Falaram muito sobre anjos. — Relembra.

— Às últimas palavras de Denmark! — Pope fala. — Ele enterrou o tesouro verdadeiro nos pés do anjo! A gente tem que achar o anjo na sala!

Todos se separam pela a sala e começam a procurar algo que indicasse algum anjo naqueles desenhis feitos na parede.

Eles ficam murmurando e apontando para onde deviam procurar enquanto Whezzie estava parada no meio da sala, bastante confusa com a atitude dos amigos de sua irmã.

— Galera, o que 'tá rolando? — Ela tenta perguntar, mas não recebe respostas.

JJ se aproxima de um desenho onde havia uma grande árvore no meio da parede. Mas o que mais chama a atenção do Maybank é a imagem de uma fechadura em uma parte do troco da árvore.

— É isso... — Ele murmura. — Pessoal! Vem aqui, eu achei uma coisa!

Todos correm até o loiro e param ao lado dele, vendo ele apontar para o desenho da árvore.

— Essa árvore enorme ainda existe, fica na Ilha Gold. — Ele explica. — Adivinhem Qual é o nome dela. — Pede.

— O Carvalho do Anjo. — Pope fala.

— E bem aqui... — O Maybank aponta para a imagem da fechadura. — Tem essa fechadura.

— Então ela está enterrada no pé do Anjo. — Pope conclui. — Nossa, ele deve ter colocado alí.

— Boa, JJ! — Elle fala sorridente, dando dois tapas no ombro do garoto.

— Aí galera, acho que eu sou o Sherlock Holmes! — O Maybank fala convencido. — Aliás, de nada!

— Vamos, Sherlock! — John fala, saindo da sala.

Todos saiam animados para encontrarem o tesouro, mas Matt para ao se tocar em algo que Wheezie falou e que não fazia sentido agora que ele parou para pensar.

Ele segura o braço de Elle que estava um pouco a sua frente no corredor junto de JJ. A garota o encara confusa:
— O que foi, Matt? — Questiona.

— Vem aqui. — Ele a chama e puxa ela consigo.

JJ, que estava ao lado dela, também segue os dois que não se importam com a presença dele.

Eles voltam até a Sala da Ilha, vendo que Whezzie ainda estava lá, apenas olhando os desenhos.

— Hey, Whezzie! — O Rodrigues a chama pelo nome e a garota o encara. — Posso te perguntar mais uma coisa?

— Claro. — A mais nova dá de ombros.

Elle e JJ estavam confusos com a ação do Rodrigues, sem saber o que mais ele queria da garota.

— Você disse haviam três pessoas ontem, certo? — Ele fala e vê a garota concordando. — Mas só falou sobre duas. Quem era a terceira?

Wheezie parece se lembrar:
— Ah sim, era uma mulher ruiva. — Ela fala. — Ela era bem bonita.

"Não, não, não..."
Elle sentia a garganta fechar.

Estava tudo ficando cada vez mais difícil. Estava ficando cada vez mais cansada. Como ela conseguiria lidar com tudo isso?

"Sua mãe matou Big John."

____________________________________________

● 5490 palavras;

● Capítulo novo para vocês e as coisas vão se complicando mais. Nenhum dia de paz para os Pogues e nenhum segundo de paz para a Elle;

● Espero que estejam gostando. Digam-me o que estão achando dos capítulos;

● Obrigada pela leitura e por todos os comentários e as estrelinhas;

● Se cuidem e cuidem dos seus, se hidratem;

● Beijos e até o próximo capítulo;

:)

~Mello

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