CHRISTOFFER
— Onde a levou? – Francis da vem andando até mim aos nervos, atrás dela vem Olívia e Alice.
— Ela disse que queria ficar sozinha. – falei ainda carregando ela no colo
— Me entregue. – falou estendendo os braços
— Acha que se eu quisesse sequestrar ou fazer algo com ela eu teria voltado? Ela queria um tempo sozinha! – me altero e ele me olha sem paciência.
— Não vou pedir de novo.
Não irei entregar Teresa desmaiada pra esse homem. De jeito nenhum.
— Papai, não é melhor colocar ela na cama? – Alice sugere
— Tudo bem... Posso andar sozinha. – Teresa diz um pouco baixo acordando aos poucos
— Você não consegue andar. – digo a ela – está fraca.
— Eu consigo. – ela diz indo pra chão – eu queria ficar sozinha só isso, me sinto presa aqui, pressionada. E você não tem ajudado muito. – Teresa diz a Francis – está me perseguindo.
Tudo se cala, Francis encara a mim e a Teresa desconfiado, mas logo reage
— Desculpe meu amor. – Francis vai até Teresa e acaricia seu rosto. Cerro a mão por isso. – não queria que se sentisse assim, eu só... Me preocupo com você, sua memória...
— É, mas eu me sinto. – Teresa tira suas mãos dela.
— Pra compensar, poderíamos passar o dia juntos, o que acha? Só eu e você. – Francis sugere animado.
Estou começando a perder a paciência. Se não fosse por Teresa eu mataria Olívia e Francis agora mesmo. Mas tem Pedro, a mãe de Teresa, Lorena... Essa merda toda!
— Não sei...
— Não aceito não. – ele diz – podemos almoçar e fazer um passeio hoje, o que acha? E quando escurecer tem um restaurante maravilhoso aqui.
Teresa me encara esperando minha aprovação e eu desvio os olhos.
— É claro. – ela diz – por que não?
Todos entramos para dentro da mansão. Francis disse que ia tomar um banho e se arrumar para passar o dia com Teresa, ela está no quarto colocando outra roupa.
Estou furioso, andando de um lado para o outro pensando no que fazer, não vou deixar Teresa sozinha com esse marginal
— Christoffer. – Alice se aproxima de mim
Me sentei no sofá da sala e ela se senta ao meu lado. Ela não consegue nem me chamar de pai.
— Tudo bem? – pergunto a ela – ele disse algo suspeito enquanto eu não estava?
— Não, na verdade... Ele está bonzinho até demais. – colocou a mão no meu ombro – quero ir pra casa. Quero estudar, brincar ir ao shopping e ao cinema. – falou encara seus pés pequeninos – e conhecer a mamãe.
Puxo Alice para um abraço e ela apoia a cabeça em meu colo. Começo acariciar seus cabelos lisos encaracolados
— Quando isso tudo acabar, irei pegar a sua guarda só pra mim e iremos embora. – falo
— E Teresa?
— Não sei se Teresa quer ficar comigo. – falo – mas a intenção é ser nos três.
— Minha mãe...
— Sua mãe não. – a interrompi – vou até o quarto dela. – me levanto – me dê cobertura. – ela assente parecendo meio triste.
Não quero falar de Lorena, não agora que já estou nervoso.
Subo as escadas indo em direção ao quarto de Teresa, não ouço a voz de Francis, nem de Olívia. É arriscado mas eu preciso ir até ela.
Entro no quarto de Teresa e tranco a porta, Teresa estava de costas e se vira para mim, ela usa um conjunto de calcinha e sutiã preto, realçando seu corpo, seus seios escapam um pouco o sutiã a deixando sexy, e através da renda da sua calcinha consigo ver sua bocetinha lisinha.
— Podia bater... – ela coloca uma toalha
— Não pode ficar sozinha com Francis. – fui até ela
— Eu sei... Não é o que eu quero mas não tenho muitas escolhas. – virou de costas
— Tem, Teresa, diga não. – seguro seu braço e a viro pra mim – não quero que aquele homem encoste em você, te toque...
— Eu não tive muitas escolhas quando ele me perguntou, mas fica tranquilo, eu vou ficar bem. – falou
Estreito os olhos fixando os meus nos dela
— As vezes parece que você não me leva a sério. – falei
— Eu...
— Não confia em mim? Depois das provas e tudo que falei?
— Confio...
— Se não gosta de mim. Se não se lembra mais, pelo menos me ajude a salvar a sua família, não tô pedindo que fique comigo, não posso decidir isso para você.
Teresa acaricia meu rosto.
— So quero que vamos com calma. Eu quero me lembrar, estou me lembrando aos poucos...
— Não estou te pressionando. – dei de ombros – mas já vou avisando que não vou sair de perto de você e se ele encostar um dedo eu juro que atiro no meio da testa de Francis! E eu mesmo saio procurando sua família! Eu não tô nem aí Teresa, essa é a verdade eu o mato!!
— Christoffer...
— ... Sem pensar duas vezes!!
— Não precisa ser tão possessivo! – falou – eu sei me virar sozinha!
— Se soubesse você e Alice não estaria aqui e sem memória! – falei sem pensar e ela franze o cenho
— Então está me culpando? – sorriu ironicamente – estou aqui por sua causa! Essa é a sua família Christoffer! Era pra eu estar no campo agora, cavalgando com Pedro e cuidando da queijeira dos meus pais!
Ela me olha estranho, como se... Acabasse de se lembrar disso.
— Só que você teve uma escolha, eu não te obriguei a estar comigo, muito pelo contrário... Sabe o que já fiz para proteger você? Alice? Mesmo sabendo do perigo você veio atrás de mim, então não me culpe por sua vida ser uma merda!
Teresa me empurra enquanto seus olhos se enchem de água.
— Você é um idiota! Isso tudo por ciúmes? Não se importa comigo! Você só se importa com você!
— Jura Teresa? – agarrei seus dois braços – se eu me importasse só comigo como diz, eu já teria arrancado o pescoço daquele ordinário e te trancado em uma cela até sua memória retornar pra mim, ou deixaria você aqui e fugiria com Alice que seria mais fácil. Então não me chame de egoísta porque precisei sacrificar tudo que tenho para salvar a sua vida!
— Se esfrega tanto na minha cara seus sacrifícios, por que está aqui? Hum? – tirou suas mãos de mim – já que sou um fardo na sua vida! Um carma! Porque não pega Alice e vai embora? É só pela sua herança que está no meu nome?
— Não sabe que estou aqui para te proteger...
— É mesmo?! E vai jogar isso na minha cara até quando? – falou entre choro – sinceramente... Quando isso tudo acabar, se é que vai... Prefiro não me lembrar de você.
— Não me fale isso Teresa. – agarro seus braços de novo – não me expulse da sua vida! Não é assim que funciona...
— E como funciona? Você joga milhares de coisas na minha cara e eu aceito sorrindo só porque sabe que eu preciso de você?!
— Você está sendo irracional.
— Ah jura? Então já sabemos quem está certo. É você – sorriu – Pode continuar esfregando as coisas na minha cara Christoffer, um dia eu vou te pagar, quando der...
— Eu não quero nada em troca.
— Então o que você quer? – abro a boca mas fecho novamente. Estou furioso.
Nervoso por Teresa não entender e porquê ela vai sair com Francis. Que merda!
Vou até a porta e abro.
— Não vai responder?! – Se alterou
— Não merece uma resposta. – falo e saio do quarto
TERESA
Desço as escadas e Francis está no final me esperando.
Uso um vestido vermelho acima do joelho e o cabelo solto. Já Francis usa seu terno e gravata e seu tapão no olho é vinho ao invés de preto. Seus cabelos grisalhos estão bem penteados, ele aparenta ter uns 40 anos e não se parece nada com Christoffer.
— Você está linda. – falou e eu deixei um sorriso escapar. Procuro Christoffer que não está aqui dentro
— Podemos ir. – falo e ele assente pegando em minha mão – hoje podemos começar com você me contando o que houve com o seu olho, se não for indelicado...
— Ah claro, podemos, mas antes. – me parou – tenho algo para você.
Francis tira um colar de dentro de uma caixinha azul, ele aparentemente é de ouro e muito bonito por sinal.
Ele coloca ao redor do meu pescoço e desce Deus dedos nos meus braços. Sinto um calafrio por isso, um calafrio que me deixa muito desconfortável.
— É lindo, não precisava. – falei direta
— Agora podemos ir. – falou me dando o espaço e fomos – você merece.
— E onde vamos? – perguntei
— No melhor restaurante do Caribe, vai amar a comida típica de lá e os frutos frescos do mar...
— ... Só que esse não foi o combinado! Você pediu pra que eu sumisse que você mesmo faria! – ouço a voz de uma mulher vindo lá de fora
— Pare de gritar! – ouço a voz de Christoffer
Apresso os passos e logo me deparo com os dois. Ela é uma mulher coreana e muito bonita por sinal, a mão dele segura seus braços e eles aparentemente estavam em conflitos.
Quem é ela?
— Você é? – Francis pergunta a mulher
— Ham... – a garota encara Christoffer, eu e depois Francis, mas logo força um sorriso. – me chamo Hyelin, noiva de Christian.
O que?! Mas que diabos...
– Noiva? Christian não disse...
— Ele nunca diz a ninguém – Hyelin interrompe Francis – ele sumiu, por dias, e me deixou sozinha em casa esperando! Agora estou dizendo a ele que quero ficar aqui fazendo companhia enquanto ele trabalha, mas...
— Hyelin! – Christoffer a repreende, como se realmente já se conhecessem – isso não é hora pra isso, vá para casa!
— Mas...
— Vai! – Christoffer insiste
— Calma, não precisam brigar por isso – Francis diz – você pode ficar, temos muito quartos aqui.
— JURA? – Hyelin diz animada e Christoffer coloca a mão na testa parecendo não gostar disso – não precisamos ficar em quartos separados nós iremos dormir no mesmo. Tudo bem pra você Chris? Tudo bem? – perguntou a Francis agora que assente
Christoffer estreita os olhos pra ela mas logo sorri
— Ok. – falou e a mulher pulou no pescoço de Christoffer e logo beijou a sua boca fervorosamente.
Meu sangue pulsa forte com isso e meu corpo esquenta. Como ela ousa? Quem é ele? Eu vou acabar com essa vagabunda!
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