Da guerra ao Amor

Av VGOliverAutora

39.6K 3.8K 1.5K

No início das guerras, forjado no calor da batalha, sem nenhum tipo de pudor, onde a violência impera e o san... Mer

AVISOS E EXPLICAÇÕES!
Personagens
Sinopse
Prólogo
A Guerra
O Demônio
O Começo do Tormento
Uma noite sem estrelas
Novos Caminhos
A Ira do Demônio
Assuntos de Guerra
Rio de Sangue
Intrigas - Parte I
Intrigas - Parte II
O Retorno
Saudade
Desejo
Os Visitantes
Olhos de Mar
Jardim do Entardecer
Declínio no Horizonte
O Grande Torneio
Memórias
Encontros ao Acaso
Traições
Planos
Dor
Desamor
Despertar
Não me deixes
Desolação
Distorções
Lírios de Sangue
Pensamentos sem fim
As flores pelas quais sangrei
Meu paraíso em sua escuridão

Mentiras e Verdades

857 103 69
Av VGOliverAutora

"Infernus inanis est et omnes daemones adsunt" (O inferno está vazio e todos os demônios estão aqui)

William Shakespeare

Kassandra

Vejam só quem eu encontrei aqui... — Encarei a mulher morena a minha frente franzindo o cenho. Não fazia a menor ideia de quem ela era.

— Conheço – te? Não recordo – me de ti, perdão. — Ela sorriu com escárnio.

— Me chamo Aurya e sou a concubina preferida do Imperador. Vim ao chamado do meu senhor... Sei de ti... Da escrava que ele mantinha como sua prostituta. — Enrijeci minha postura. Ela estava mentindo, Ninsina havia me dito que o imperador não mantinha harém, concubinas ou prostitutas e ele mesmo falara – me isso inúmeras vezes. Eu era uma exceção a regra do demônio. De qualquer forma quem se importava? Talvez se encontrasse outra que o agradasse deixaria – me ficar em paz ou ir embora para longe de todo esse caos.

— Certo, Aurya. Com sua licença seguirei meu caminho. Desejo – te sorte quando encontrá – lo. — Disse sem dar muita importância as falas da mulher e tentei andar novamente, porém a insistente despeitada não parecia querer facilitar a minha vida.

— Se achas superior a mim, não é, imunda? O que achavas cigana esquelética, que o imperador dessas terras se renderia a uma escrava grávida de um bastardo igualmente imundo? Mardo... — Não permiti que ela terminasse a frase. Ninguém ofenderia a minha filha. Ninguém... Fúria aterradora me dominou, como ela ousava? Tirei uma força que desconhecia do meu interior e voei em cima da mulher que era muito mais alta que eu estapeando seu rosto, e a derrubando no chão. A prostituta tentava defender – se, mas algo descomunal em mim não deixava que o fizesse, eu parecia estar possuída.

— Não ouse falar da minha criança nunca mais! Imunda és tu, és doente de alma... — Continuei batendo nela, descontando nessa desconhecida minha raiva.

— Solte – me sua selvagem! Mardok saberá que estás atentando contra a via da mãe do herdeiro dele! — Parei de estapeá – la dando - me conta em quão devastadora para mim foram as palavras proferidas por essa mulher. Não... Ele não faria isso comigo. Não... Não... Não...

— Mentes, mulher ardilosa. O imperador nunca iria ter um filho contigo ou qualquer mulher! Mentes! — Falei com um bolo na garganta. A mulher levantou – se com o lábio sangrando e com o rosto machucado, seu lábio sangrando. Mas não perdia o ar vitorioso em suas faces. Eu mataria aquele imundo, enquanto eu quase morria ele se esbaldava no corpo de outra. Mentiroso, ardiloso, promíscuo.

— Enquanto perdias sua bastarda nojenta ele se deliciava em meu corpo... — Ela sorriu levantando uma joia. Uma joia que reconheci depois como sendo a minha tornozeleira. A joia que minha mãe me presenteou e que dei aquele monstro como um amuleto de boa sorte para o seu torneio. A ânsia de vômito tornou – se insuportável. Fui pra cima dela novamente e tomei o objeto de sua mão desnorteada.

— Nunca mais ouses falar sobre a minha filha. — Falei estapeando sua cara novamente. A mulher olhou – me incrédula.

— Como se atreves? Mardok ficará... — Tentou intimidar – me novamente, mas dei outro tapa em seu rosto dessa vez a fazendo cambalear para trás. Eu estava sanguinária, ódio incomum corroía meu sangue. Eu estava vendo vermelho. Mardok me pagaria por cada lágrima que me fez derramar. Eu iria embora daquele lugar nem que eu precisasse cavar um túnel com minhas próprias mãos ou morreria tentando.

— Queixe – se com ele então. Agora saias da minha frente. — Falei firme com uma imponência que eu normalmente não possuía, mas naquele momento se aquela mulher novamente me provocasse seria capaz de matá – la. A dor da perda e da traição rasgavam meu coração novamente.

Assim que consegui a empurrar da minha frente consegui ouvir sua risada de mau agouro nas minhas costas. Dei mais alguns passou e vomitei em um jarro ornamental que enfeitava o caminho. Minha cabeça girando. Minha vida mais uma vez sendo despedaçada por aquele homem terrível. Eu não deveria me importar com quem ele se deitava, mas eu me importava. Sentia – me traída e mais uma vez o chão saía debaixo dos meus pés. Me recompus como pude.

Andei até onde ele costumava se reunir com seus homens, o enfrentaria, descarregaria minha ira e minha dor no causador dela. Não me importava se ele era o imperador da Assíria ou um assassino cruel. Assim que cheguei ao meu destino transtornada dois guardas estavam a frente da grande e ostentosa porta para minha infelicidade.

— SAIAM. — Praticamente rosnei furiosa. Nunca havia me sentido tão violenta, essa não era eu, mas não conseguia controlar as minhas emoções e a minhas ira. Parecia que meu corpo tinha vida própria e ele resolveu entrar no modo combate que eu nem ao menos sonhava que possuía. Eu sentia – me viva e a raiva impulsionava a minha luta. Eu não morreria, hoje eu mataria. Eu não desmoronaria. Uma onda de poder misturado ao ódio tomou conta novamente do meu corpo. Eu falava e me movimentada altiva como uma rainha. Eu não desmoronaria. Eu não daria novamente o gosto de Mardok ver – me desmoronar.

— Não podemos, minha senhora. O imperador está... — Cortei a fala do soldado que parecia levemente lívido com a minha audácia.

— Saiam da minha frente agora! Preciso esclarecer algo com o assassino, vil e traidor que chamam de imperador. Agora! — Eu não tinha tempo para anúncios ou formalidades, muito menos para ser amistosa. Queria matar todos os homens, trucidar esses vermes que achavam que possuíam o poder do bem e do mal nas mãos. Eu nunca mais confiaria em um. Nunca mais me entregaria a um, preferia cortar meus pulsos e ser condenada a danação eterna a novamente deixar meu coração e destino nas mãos de um outro homem.

Trinquei meus dentes quando percebi que eles tentavam me conter sem me tocar apenas formando uma barreira. Uma raiva descomunal se apoderou ainda mais nociva no meu âmago, porque provavelmente essas eram ordens daquele maldito. De certo não queria outro homem me tocando, porque eu era sua posse, mas ele enquanto eu me iludia achando que era algo mais se esbaldava com outras mulheres! Queria tudo de mim aquele ser execrável, mas não deu – me nada em troca a não ser dor e traição. Bati com força no peito dos dois soldados sem me preocupar se os machucaria ou me machucaria no processo.

Minha Senhora, por favor, machucará suas mãos assim... — A cada palavra dita a mim de forma condescendente meu ódio atingia picos inimagináveis.

— EU JÁ FALEI! SAIAM! SAIAM! — Ouvi a voz trovejante do objeto do meu descontrole, do causador do meu ódio ordenando que deixassem – me entrar. Os soldados imediatamente se afastaram e eu empurrei a pesada porta com força, me deparando com quatro pares de olhos arregalados para mim. Encarei o imperador e foquei meu olhos nele. Alto e impassível parecendo intrigado com a minha espalhafatosa cena. De certo pensavam que eu estavas enlouquecendo e de fato poderia estar.

— Saiam todos! — Falei encarando diretamente Mardok Uard II, o demônio Assirio. Desejava matá – lo. Puni – lo. Cortar seu... Seu... Céus. O ódio que eu sentia era tamanho que não conseguia me conter. Peguei um jarro próximo e joguei na direção dos homens. Sentia revolta, dor, ódio e nojo tudo junto, as emoções me dominando, o rancor me cegando.

— Eu falei saiam todos. Preciso falar com o promíscuo imperador de vocês... Saiam! — Mardok arqueou uma sobrancelha negra parecendo incrédulo e quase divertido. Divertido? Meu descontrole era diversão para aquela alma condenada?

— Mas que falta de res... — Um homem falou, mas não conseguiu concluir o raciocínio, pois Mardok o interrompeu.

— Podem sair. Preciso atender a demanda da minha lady... — Todos o olharam em choque até mesmo eu, momentaneamente esqueci toda a raiva parando perplexa para sua fala calma, mas rapidamente recuperei – me da letargia que suas palavras causaram - me.

Sai da passagem para que os homens pudessem seguir seu rumo. Todos olhando – me assombrados e receosos. Aubalith parou brevemente encarando – me intrigado e eu quase pude notar um leve sorriso em seus lábios. Desviei de seu olhos esverdeados e voltei a encarar as obsidianas odiosas do imperador da Assíria fazendo com que meu ódio disparasse a todo vapor. Assim que estávamos sozinhos o imperador indagou – me.

— Me dirás o que te aborreceu tanto ao ponto de invadires a minha reunião tão... Intempestivamente, Allat? — Encarei – o com todo o escárnio do meu coração e levantei a tornozeleira para que ele a visse. Percebi – o franzir o cenho como se não conseguisse unir os fatos. Dissimulado, cão das portas infernais.

— A sua tornozeleira é o causador de toda essa tormenta, nuri? Explique – se. — Inescrupuloso, vil, tormenta da minha vida.

— Ela não causou nada, mas sim onde a encontrei, ou melhor, com quem a encontrei. — O dissimulado continuou encarando – me sem parecer entender. Ele fez um movimento displicente com a mão para que eu continuasse a falar.

— Esse objeto que tão tolamente te ofertei como prova do meu apreço e minha preocupação estavas nas mãos sabes de quem, soberano da Assíria? — O vi cruzar os braços impaciente.

— Adivinhes... — Debochei da minha má sorte em ter aquele ser concupiscente atrelado e enraizado a minha ordinária vida.

— Kassandra... Não gosto de jogos, digas logo aonde queres chegar.

— Oh, imperador, são tantas assim que não consegues lembrar com qual esteves quando perdeu a minha joia de família? A única coisa que tinhas da minha mãe falecida e que te dei em confiança. — Ele soltou o ar exasperado passando as mãos pelos cabelos negros que estavam semipresos em uma tira de couro.

— Digas, nuri, despejes. Me creia, allat, até onde me constas sua joia estavas bem guardada no meu cinto, até agora não tinhas me dado conta da falta dela. — Ele falou com um ar quase cansado. Que comovente, mas não. Crápula mentiroso!

— Claro que não se deu conta de que já não estavas contigo. Estavas mais preocupado em chafurdar em suas amantes e concubinas. Mais precisamente no dia em que perdi a minha filha! No dia que deixou – me para morrer. Como és desprezível imperador, entregar a minha joia a uma de suas muitas amantes. A Assíria está tão oca de tesouros que não tens cacife para dar – lhes presentes originais? — Desdenhei dele e do seu tão caro império de sangue e dor.

— O que dizes? — Pareceu – me atônico o facínora. Quão bom ator eras esse ser para fingir surpresa tão bem?

— Deixe – me elucidar a sua precária memória, imperador. Aurya. — Vi seus olhos abrirem em reconhecimento ao nome e meu coração dilacerou e desintegrou – se uma e outra vez. Sujo, odioso, réprobo!

— Sua joia estavas com ela? Com Aurya?

— Sim, com sua amante, concubina ou como queira chamares. Ela deu – me detalhes interessantes sobre suas aventuras. És um mentiroso sujo, meu senhor.

Aurya não és nada minha ou para mim. — Aproximei – me dele devagar vendo suas íris escuras dilataram com a minha aproximação. Será que o ego desse homem era tão grande ao ponto de achar que eu era tão tola assim para acreditar em suas mentiras novamente? Cheguei perto o suficiente para acerta – lhe um tapa no rosto com toda a força que me dispunha no momento. O rosto firme virando com tudo para o lado, Mardok ficou paralisada com o tosto estendido como se não acreditasse no que eu tinha acabado de fazer.

— Não mintas para mim, imperador. Busque o mínimo de verdade e seja honesto pelo menos uma vez na sua miserável vida e fales a verdade! Regozijava – se em prazer com sua amante enquanto renegavas a mim e a minha criança, enquanto minha filha morria... És odioso. — Empurrei – o com força, mas o homem era uma rocha fixa no lugar. Bati novamente em seu rosto, soquei seu peito sem sucesso, sem reação e sem que ele revidasse.

Enlouquecida comecei quebrar toda sua sala os jarros, adornos, os papiros em cima da mesa. Tudo que era quebrável eu estava destruindo e o que não era eu tentava. Estava em uma guerra, e ele seria eternamento a meu inimigo a partir desse momento. Perdi várias batalhas para o ego e ganância desse homem, mas não perderia a guerra.

Em pensar que em algum momento de minha vida pensei que poderíamos realmente irmos da guerra ao amor...

— Sabes o que sua amante disse – me? — Ele inclinou a cabeça para o lado e arqueou a sobrancelha. O cabelo agora caindo ao redor do seu rosto desalinhado pelo meu rompante de tapas e socos.

— Sua amante disse – me que será a mãe do seu herdeiro e que espera um filho seu... — O vi franzir o cenho e de repente observei seus lábios repuxaram – se para cima e ele inesperadamente começou a rir e gargalhar como se o que eu disse fosse algum tipo de troça hilária.

— Tu estás rindo? Estas a desdenhar de mim e de minha dor? Nem ao menos tentarás negar? — Ofeguei desnorteada, magoada e perdida em um nevoeiro que parecia não ter fim.

— Não negarei, allat. Não negarei, porque Aurya pode sim estar grávida...

To Be Continued...

Oiee... Sorry final de período é foda e eu estava atacada, ainda estou na verdade. Mas tá aí o capítulo espero que gostem. A Kassandra resolveu botar um cropped e reagir, o que acharam? Eu sou muito Kassandrete e amei... Que vcs acham que o Mardok vai aprontar?

Música da mídia Elastic Heart - Sia. Deu pra notar que eu amo essa cantora, né?

Gostou?

Fortsätt läs

Du kommer också att gilla

PURPLE MÁFIA | ABO Av Thay

Slumpmässig kategori

296K 21.6K 25
NÃO ACEITO ADAPTAÇÕES DESSA OBRA Jeon Jungkook primeiro Alfa lúpus puro criado pelo deus Amon ,mais temido Don da Máfia Italiana ,lobo incontrolável...
13.1K 826 81
MEDO faz a gente se sentir deslocada fragilizada exposta a tantas coisas que ficamos com medo de tomar decisões certas e sábias não para parar de ter...
28K 1K 63
O relacionamento de Loud Thurzin com Loud Sn não anda mil maravilhas até que uma amiga do casal manda uma foto misteriosa para Thurzin que faz que a...
74.5K 6.6K 59
Após contar para seus pais sobre sua sexualidade, Atlas volta das férias mais aberto a novas descobertas sobre si mesmo. Noa, por sua vez ainda esta...