T.
Eu observo Jennie enquanto ela nervosamente torce as mãos no colo enquanto esperamos Jack e Soojin chegarem ao restaurante.
— Tem certeza de que isso não vai ser muito estranho? — Ela sussurra do outro lado da mesa como se fosse algum tipo de segredo.
— Por que seria? Não é como se Jack e Soojin já não soubessem. — eu tento a acalmar. — Confie em mim, eles estão perfeitamente bem conosco namorando. Soojin estava basicamente pulando de alegria quando eu disse a ela.
Jennie arqueia uma sobrancelha.
— E Jackson?
— Bem, ele não é realmente o tipo de cara que pula de alegria, mas me deu um tapa nas costas e me entregou uma cerveja, que é praticamente a mesma coisa. — Eu olho para cima e vejo Jack e Soojin enquanto eles entram no restaurante de mãos dadas. — Aqui estão eles.
Jennie se enrijece ao meu lado, e me pergunto por que ela está tão preocupada com isso? Eles se aproximam da nossa mesa. Jack acena com a cabeça em minha direção, e Soojin tem um sorriso tão grande que preenche todo o rosto dela. Sim, ela está definitivamente feliz com isso.
Jennie se levanta quando Soojin vem direto para ela, envolvendo seus braços esguios em torno dela, envolvendo-a em um grande abraço. Quando elas se soltam, Jennie olha ao redor e encontra os olhos de Jack. Ele dá a ela um sorriso de boas-vindas que espero acalmar algumas das preocupações. Assim que ela percebe que Soojin e Jack estão realmente bem com isso, ela relaxa. Eu posso ver a tensão sumir de seu corpo, seus ombros caem e suas costas se tornando menos como uma vara.
Soojin se aproxima e me dá um meio abraço antes de todos nos sentarmos novamente.
— Estou feliz que possamos fazer isso. — Soojin diz, assim que a garçonete chega e anota nosso pedido de bebida.
— Eu também estava um pouco nervosa. — admite Jennie. — Eu não sabia o que você pensaria sobre... nós.
— Jen, não estamos nada além de felizes por você. Não há nenhuma razão para que vocês dois não devam ficar juntos. — Soojin sorri.
— Bem, a política da universidade discorda de você. — Jennie aponta.
— É uma política estúpida, feita por alguns traficantes de papel idiotas. Que se foda eles. — Jack repreende.
— Não é tão fácil. Se eles descobrirem, Taehyung perderá seu emprego e eu minha bolsa de estudos. — Jennie diz com tristeza em seu tom. O risco está aí, em cada coisa que fazemos, mas arriscar tudo por amor? Sim, vale a pena.
— Bem, você nunca tem que se esconder de nós. Estamos felizes por Taehyung finalmente ter voltado ao normal. Quer dizer, podíamos ver que ele estava de ponta-cabeça por você a dez quilômetros de distância. Só demorou um pouco para ele perceber. — Soojin diz, me dando um sorriso doce.
— Sim, ele é estúpido assim. — Jack ri. — Que bom que você voltou a si, mano.
Jack é interrompido pela garçonete que vem para deixar nossas bebidas e pegar nosso pedido de comida. Quando ela sai de novo, eu o acotovelo de lado por seu pequeno show de me chamar de estúpido.
— Pelo que foi aquilo? — Ele resmunga.
— Por me chamar de estúpido. — Eu tomo um gole da cerveja que pedi. Jennie e Soojin começam a conversar sobre as aulas e como as coisas estão indo para cada uma delas. Ouvindo atentamente, não encontro nada além de alegria em ver Jennie sorrir e interagir com minha família. Isso faz meu coração inchar, meus pensamentos mudam. Estes somos nós. Estamos realmente fazendo isso. Somos realmente um casal. Meu rosto se divide em dois com um sorriso que o ultrapassa.
Movendo minha mão por baixo da mesa, encontro a mão de Jennie e entrelaço nossos dedos. Ela faz uma pausa no meio da frase e eu noto uma leve inspiração antes que ela comece a respirar normalmente novamente. Ultimamente, ela só está preocupada em mostrar algum tipo de demonstração pública de afeto, mas quero que saiba que não a vejo como um segredo. No fundo, quero gritar para o mundo que ela é minha, mas tenho que encontrar um jeito de fazer isso sem comprometer tudo o que temos.
— Você notou alguma mudança no Eunwoo? — Jack pergunta interrompendo meus pensamentos.
— Um pouco, por quê?
Jack dá de ombros.
— Ele simplesmente não tem sido ele mesmo. Ele perde o controle com pequenas coisas, e um dia, eu juro que ele teria um ataque de pânico porque o micro-ondas apitou.
— Talvez ele tenha estresse pós-traumático? — Eu tomo outro gole da minha cerveja. — Eu percebi que ele ficou um pouco cabeça quente, mas nada louco. Talvez devêssemos sentar e conversar com ele juntos?
— Sim, talvez. — Jack concorda. — Eu me sinto como um irmão de merda por não estar lá para ele. Tipo, sim, eu tenho minhas próprias coisas acontecendo, mas deveria dedicar mais tempo para sair com ele e merda. Inferno, eu nem sei onde ele está hospedado agora.
A dor na voz de Jack me diz tudo que preciso saber. Eu ouvi aquele tom de culpa uma ou duas vezes antes, e seja o que for que ele esteja pensando, ele está se culpando.
— Eu fui ao apartamento dele outro dia. É na Milton Road. — eu digo, esperando colocar sua mente à vontade.
— Bem, eu não fui convidado para lá. — ele murmura, parecendo um pouco ofendido.
— Uma porta vai para os dois lados, Jack, você pode abrir ela ou fechar, mas se ela nunca se mover, sempre haverá uma porta entre você.
Ele bufa.
— Obrigado pela analogia.
Revirando os olhos, eu mordo de volta um comentário espertinho. A garçonete volta com nossa comida, e comemos em silêncio. Jennie é toda feita de sorrisos, seus lábios pintados de rosa são tentadores, me chamando para frente e me deixando com pensamentos indecentes. Merda, tudo que eu quero fazer é levar ela para o outro lado da mesa e transar com ela até o esquecimento.
Jack deve ser capaz de ler minhas expressões faciais porque uma pequena bolha de riso passa por seus lábios, ganhando para nós dois um olhar confuso de Soojin e Jennie.
— O que é tão engraçado para vocês dois? — Soojin pergunta acusadoramente.
— Nada. — Eu balanço minha cabeça, lutando contra um sorriso por causa da cara estúpida do meu irmão.
— Tudo, baby, tudo... — Diz ele, se inclinando para Soojin, seus lábios roçando o lado de sua garganta. Ela emite um pequeno guincho e um rubor sobe por suas bochechas.
— Pare com isso, Jack. Estamos em um restaurante! — Ela o empurra, mas até eu posso dizer que ela não está imune aos avanços do meu irmão. Há uma razão para ele ser considerado o maior prostituto do campus.
Jennie aperta minha mão e, embora ela esteja sorrindo, posso ver a tristeza persistente em seus olhos. Para ser capaz de fazer o que Jack e Soojin estão fazendo agora.
Inclinando para ela, eu lambo meus lábios, meus olhos disparam entre seus olhos e os lábios rosados dela. Estou consumido pela necessidade de beijar ela.
— Não temos que ser tão cuidadosos aqui.
Eu nem mesmo dou a ela a chance de responder antes de meus lábios pousarem nos dela. Não há nada como beijar Jennie. Ela choraminga em minha boca e eu engulo tudo o que ela quer dizer. Mordendo seu lábio inferior, espero que ela me deixe aprofundar o beijo, mas ela pressiona os lábios em uma linha firme, tornando impossível para eu entrar naquela boca perfeita dela.
Desistindo, eu quebro o beijo, é melhor não provocar meu pau já duro como aço.
— Taehyung. — Jennie fala, seu peito subindo e descendo rapidamente, suas bochechas brancas cremosas, um rosa escuro enquanto ela examina o restaurante como se alguém fosse pular e apontar um dedo para nós.
— Sim, Jennie. — eu sorrio, meu coração disparado em meu peito. Não me sentia assim vivo desde que era adolescente. Soojin e Jackson estão sorrindo de orelha a orelha, a felicidade deles por mim só aumenta a minha. Eu sou um pote transbordando de alegria agora.
A garçonete para ao lado da mesa, deixando a conta. Jennie se esforça ao máximo para sorrir, mas sei que o que acabei de fazer a está devorando. Nós pagamos e logo é hora de partir.
— Temos que fazer isso de novo! — Soojin anuncia enquanto todos nós nos levantamos e nos dirigimos para a porta. — Eu perdi ir em encontros duplos. Todo mundo está sempre ocupado.
Pegando a mão de Jennie na minha, eu a puxo para o meu lado.
— Claro, vamos fazer isso de novo. Faremos tantos encontros duplos que você vai se cansar de nós.
— Duvido que isso vá acontecer. Soojin ama você, provavelmente mais do que eu. — Jackson franze a testa, fazendo uma careta de cachorrinho para Soojin, que apenas revira os olhos.
— Eu sou o melhor irmão, então não estou surpreso com isso. — eu digo com uma risada.
Jack grunhe em resposta, e quando viramos a esquina, quase esbarro em alguém.
— Eu sinto muito... — Eu começo, mas as palavras ficam presas na minha garganta quando eu percebo quem é que eu quase atropelei.
Lee Taeyong e sua namorada, Miyeon me encara por um segundo, antes de desviar seu olhar para o meu e as mãos unidas de Lisa. Posso sentir Jennie tentando desaparecer ao meu lado, provavelmente desejando que o chão a engula inteira.
— Taehyung... — Taeyong engole em seco, e posso ver que ele está tentando não tornar isso estranho, mas há realmente alguma maneira de não fazer. Ele me viu com meu pau para fora e minhas calças abaixadas em volta dos meus tornozelos. Ele me viu, o reitor da universidade, recebendo um boquete. Sim, não há maneira de contornar isso.
— Taeyong, Miyeon. É bom ver vocês.
— Miyeon! — Soojin grita de excitação enquanto envolve o corpo minúsculo de Miyeon em um abraço. Miyeon parece que quer fugir. Por tudo isso, Jennie permanece ao meu lado, sem falar, sem se mover, como uma estátua.
— Taeyong. — Jack o cumprimenta, e juro que nunca me senti tão fora do meu ambiente em toda a minha vida. Jack e Soojin não têm ideia do que aqueles dois nos viram fazer, então quando Soojin olha para Jennie e a vê parada ali como um fantasma, suas sobrancelhas sobem em confusão.
— Bem, hum, nós estávamos indo embora... — Eu forço minha boca em um sorriso. Taeyong acena com a cabeça, e Miyeon me dá um sorriso tímido, seus olhos não encontrando os meus. Apertando com mais força a mão de Jennie, eu a puxo para trás de Taeyong e Miyeon e em direção à porta. Jack me questiona com uma sobrancelha levantada, mas felizmente não pergunta nada.
Jack e Soojin se despedem e prometem se encontrar em breve. Uma vez fora do alcance da voz, Jennie sussurra.
— Você acha que eles se lembram de mim?
Tudo o que posso fazer é acenar com a cabeça. Eu não posso mentir para ela. Não é como se estivéssemos fazendo algo errado, não realmente. Uma vez lá fora, parece que posso finalmente respirar e sugo todo o ar que posso para os pulmões. Acabei de exalar a respiração quando Jack vem andando até mim.
— Que raios foi aquilo? Por que você estava agindo tão estranho com Taeyong e Miyeon?
Sabendo muito bem que não posso mentir para Jack, pelo menos não com sucesso, digo.
— Eles nos viram... juntos, no campus.
A boca de Jack se abre e seus olhos se estreitam. Ele vai dizer algo espertinho, e então eu vou dar um soco nele.
— Você sabe que Taeyong não vai dizer nada, ele é como uma família agora. Você pode confiar nele.
Certo, então eu não tenho que socar ele. Pelo menos ainda não. Estou prestes a dizer a ele que falaremos sobre isso mais tarde, que não quero falar sobre isso na frente das meninas. Eu não quero que Jen pense mal de si mesma ou...
— Eles nos pegaram fazendo sexo no escritório de Taehyung. — Jennie deixa escapar como se não fosse grande coisa. Como um peixe fora d'água, minha boca abre e fecha, e então abre novamente. Ela... sério?
Jack e Soojin apenas nos encaram com os olhos arregalados por cerca de três segundos antes de explodirem no ataque de riso mais alto que eu já ouvi. Soojin segura seu estômago como se ela estivesse tentando se controlar, e Jackson enxuga as lágrimas de seus olhos.
— Você deveria ter visto seu rosto. Você parecia um peixe morto. — Jackson zomba, fazendo uma tentativa triste de imitar minha expressão facial de um momento atrás.
— Não é engraçado, idiota. — Eu o bato no braço antes de desviar meu olhar para Jennie para ver se ela está bem. Ela parece, bem, um pouco menos preocupada e menos como se estivesse carregando o peso do mundo em seus ombros.
— Meio que é. — Jack bufa.
— Não, não é. E se outra pessoa nos tivesse encontrado naquela noite? — Eu questiono irritantemente.
Tudo o que ele faz é encolher os ombros.
— Ninguém encontrou. Eram apenas Taeyong e Miyeon. Não há necessidade de amontoar sua calcinha.
Balançando a cabeça, engulo toda a minha raiva. Não tenho paciência para isso agora. Jack não entende o que está em risco para mim e Jen. Ele não sabe o perigo que o fato de estarmos juntos traz, e ainda assim estamos aqui do lado de fora de um restaurante juntos como dois amantes. Eu quero isso com ela, e apenas ela. Naquele momento, tudo em que consigo pensar é: se valer a pena, vou encontrar uma maneira de fazer funcionar. Não estou desistindo de Jennie. Nunca.
Nós nos separamos de Jack e Soojin, e enquanto estou contornando o carro para sentar no banco do motorista, meu telefone toca. Sem olhar para ele, coloco a mão no bolso e o desligo. Tenho quase certeza de que sei quem é, e não posso falar com a senhora da galeria agora, não com Jennie aqui. Quero ter certeza de que consegui a vaga na galeria antes de contar a ela sobre isso. Nada como aumentar suas esperanças apenas para serem destruídas mais tarde.
Entrando no carro, espero até que Jennie esteja com o cinto de segurança antes de sair do estacionamento. Ao dirigir para casa, percebo o quão feliz esta noite me deixou. Não foi nada louco, apenas um simples jantar com a família, mas de alguma forma foi muito mais.
Vendo o sorriso despreocupado no rosto de Jennie depois que tiramos todo o constrangimento do caminho, como ela se divertiu, se sentiu bem e a compartilhei com o mundo, sendo capaz de beijar ela e mostrar a todos que ela é minha, foi melhor do que eu jamais poderia ter imaginado.
— Eu vou pular no chuveiro, e então podemos rastejar para a cama. — Jennie boceja quando entramos no saguão revelando o quão cansada ela está.
Assim que ela desaparece no banheiro, eu pego meu telefone do bolso e ligo novamente. A excitação sobe à superfície. Posso ligar de volta para a galeria agora e surpreender ela mais tarde.
Minha empolgação se transforma em decepção assim que olho para a tela e percebo que não é uma mensagem do curador de arte como eu pensava, mas uma mensagem de texto de um número desconhecido. Abrindo a mensagem, meu coração afunda em meu estômago, a bile subindo pela minha garganta. Há duas fotos nessa mensagem, ambas são de Jennie e eu, uma de nós se beijando, e a outra é nós entrando em casa juntos.
Minha mão aperta o telefone com força suficiente para quebrar ele quando vejo a mensagem anexada às fotos.
Número desconhecido: Gostaria de saber o que a Universidade pensaria se visse essas imagens?
A necessidade de digitar uma resposta, de gritar com essa pessoa por ameaçar Jennie, por me ameaçar pulsa em minhas veias. Mesmo sem conhecer ele, quero machucar. Para fazê-lo pagar. Mas isso não vai acontecer, não com essas fotos penduradas na minha cabeça. Eu não tenho escolha. Eu tenho que jogar bem. Com dedos trêmulos, eu digito, o que você quer? Em vez da mensagem longa e cheia de raiva que eu quero. Então coloco o telefone de volta no bolso e espero como o diabo poder manter isso escondido de Jennie, porque se não, provavelmente vou perder ela para sempre.